De "temnyky" ao "Panamá": 7 vazamentos mais famosos.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 17.06.2016
Roman Romaniuk
Parte Final
Wikileaks
O mundo global é lindo com a sua imprevisibilidade. Enredado em centenas de sistemas de proteção, ele permanece completamente indefeso diante de suas próprias realizações técnicas.
O primeiro banho frio global que aconteceu aos políticos do mundo todo foi o surgimento de Wikileaks. Em novembro de 2010, para ninguém conhecido recurso, e depois nas mídias mais influentes foi publicado centenas de milhares de cartas e secretos despachos de diplomatas norte-americanos.
Isto foi o começo de uma série de vazamentos globais de informações secretas e verdadeira guerra dos países ocidentais com o fundador Wikileaks Julian Assaandz.
Entre o maior vazamento, naquele tempo, de dados secretos, encontrou-se para líderes políticos da Ukraina. Correspondência secreta de embaixadores dos EUA com sua chefia deu luz para muitas situações picantes na política ukrainiana.
Assim na conversa com o embaixador William Taylor Dmytro Firtash, esforçando-se para branquear a si próprio e proteger seu ativo de gás "RosUkrEnergo" do então primeiro-ministro Yulia Tymoshenko, foi muito franco.
Além disso Firtash reconheceu, que é proprietário dos meios de comunicação "Inter", sobre o que na Ukraina quase ninguém sabia.
O próprio Firtash, que modestamente denominava-se "assessor informal" de Yushchenko, admitiu que tem relações com um dos principais líderes do mundo criminal russo Semen Mogilevich.
Não menos falante estava na conversa com o embaixador John Herbsom em 2006 estava o então presidente do Ministério do Interior Yuriy Lutsenko. O atual chefe do GPU contou ao embaixador dos EUA que o Procurador Geral Oleksandr Medvedko deu ordem ao aprisionamento dos colaboradores próximos de Tymoshenko: ex-presidente do SBU (Serviço de Proteção da Ukraina) Alexander Turchynov e seu vice Andriy Kozhemyakin.
Então eles eram suspeitos de destruição de documentos do caso de Mogilevich, que era conduzido por SBU. Verdade, Lutsenko imediatamente declarou que não vai verificar esta questão porque suspeita, que atrás dela está o antigo inimigo de Tymoshenko Petro Poroshenko.
O ex-presidente também tornou-se notícia no Wikileaks. Antes do segundo turno das eleições presidenciais ele teve uma conversa secreta com o embaixador dos EUA, John Tefft.
Kuchma, então, definiu a escolha entre Yanukovych e Tymoshenko como uma escolha "menor entre dois males". Ele considerou que o "menor dos males" seria Yanukovych. Kuchma sugeriu a Tefft, que na Rússia havia "alavancagem suficiente para restringir Tymoshenko."
Em outro documento na Wikileaks os analistas Stratfor escreviam, que a vitória de Yanukovych tornou-se possível depois que o presidente Medvedev convenceu Vladimir Putin para não apoiar Tymoshenko. Parece, Putin concordou apoiar Yanukovych em troca de suas pessoas nas agências de aplicação da lei da Ukraina. Parece que o destino da Crimeia e Donbas resolvia-se naqueles dias.
Kuchma em 2010, declarou profeticamente ao embaixador dos EUA que "Rússia nunca vai desistir do sonho de voltar Sevastopol."
Como se viu, em conversas com representantes do Departamento de Estado, nossos políticos eram mais abertos do que em conversas com o seu povo.
Enquanto no início de 2014 em Kyiv havia Maidan, e à capital traziam mais e mais unidades de força de segurança, os ativistas constantemente preparavam-se aos assaltos. Demonstrações de assaltos em 18 de fevereiro intensificavam a atmosfera perturbadora.
Mas na noite de 22 de fevereiro, de Kyiv desapareceu Yanukovych, e atrás dele, de repente, desapareceram das ruas centrais milhares de unidades de tropas internas e "Berkut" (polícia). Depois disso, as forças de segurança e os políticos de todos os matizes, começaram declarar que ninguém realmente planejou dispersar o Maidan.
No entanto, as dúvidas desapareceram em 24 de fevereiro. Um dos lideres dos protestos, então deputado Gennady Moskalh publicou um plano detalhado de operações especiais assustadoras "Bumerang" e "Onda". Descobriu-se que Yanukovych não queria, simplesmente, dispersar o Maidan, mas seriamente preparava-se para isso.
Nos recebidos de "funcionários com espírito patriótico do Ministério dos Assuntos Internos e da SBU" planos estava claramente escrito, quais os departamento deviam participar do assalto e que forças deviam estar envolvidas.
A operação devia começar da "arranjada pelo "Setor Direito" explosão" no Maidan. Depois disso, em várias direções devia começar o assalto com o uso de equipamentos pesados e alguns milhares de combatentes das Tropas Internas e SBU(Serviço de Segurança da Ukraina). Paralelamente foram planejadas "distrações", isto é assaltos na esquina da rua Khryshchatek e ruas Luterana e Khmelnytskyi.
Em separado devia acontecer a captura do Prédio dos Sindicatos com as forças de três grupos diferentes de especialmente designados pela SBU. Planejava-se.que entrariam através de portas, janelas e telhados ao Estado Maior do Maidan e o conquistam. Para o desembarque de "Alpha" no telhado do Prédio dos Sindicatos até quiseram incluir um helicóptero militar.
Proteger os atacantes deveriam os grupos de bombeiros e franco-atiradores.
Moskalh então declarou, que estes documentos provam,"que os franco-atiradores na rua Instytutska eram combatentes das unidades de operações especiais das Forças Internas da Rússia, comandadas pelo coronel Assavaliuk, e combatentes da sub-unidade de operações especiais "Omega".
Mais tarde, quando o novo governo assumia, começaram aparecer novos dados sobre assalto ao Maidan, aparecia e desaparecia o "rastro russo", detinham-se e deixavam-se ir os comandantes do "Berkut".
Mas, até agora atuais permaneceram as palavras de Moskalh, escritos ainda então, em 24 de fevereiro de 2014, "em vez de uma investigação objetiva desses crimes, ao que agora há possibilidade, começam incompreensíveis jogos e tenta-se premiar certos criminosos".
Panamá papers
Dmitri Larin,UP
Os ukrainianos devagar, mas com certeza integram-se no mundo ocidental. Suas famílias vivem na
Riviera Francesa, as crianças frequentam as faculdades britânicas e as empresas são registradas em zonas offshore. Pena que tais ukrainianos ainda são muito poucos.
À primeira vista, não há nada errado que as pessoas ricas gastem seu dinheiro como bem entendem. Mas sob um olhar mais atento emerge uma imagem muito estranha: a lista real de ukrainianos ricos na verdade coincide com a lista de cargos estatais dirigentes
Tendo em conta, que os salários de todos esses funcionários e as declarações de bens de modo algum podem explicar, de onde vem o dinheiro para tal estilo de vida.
Na Ukraina, para ninguém é segredo, que os funcionários do governo vivem por conta de "gahos superficiais", acesso aos quais dá uma ou outra posição.
Sob qualquer governo eles, rapidamente, aprendiam "viver de uma maneira nova", e realmente, houve poucas mudanças de pessoas nas cadeiras da Bankova.
Então, quando em 03 de abril, o nome do novo presidente ukrainiano Petro Poroshenko acendeu-se no escândalo de Panamá Papers, poucas pessoas ficaram surpresas. A surpresa mudou para indignação.
O que aconteceu? Organizações de jornalistas internacionais receberam acesso a uma vasta gama de documentos da companhia panamenha Mossak Fonseca, que fornece serviços offshore.
Entre os documentos encontrados havia aqueles que certificam as relações de funcionários ukrainianos com centenas de empresas secretamente registradas.
Por um lado, a "pasta ukrainiana" na maior do tipo, informação, é pequena, mas o fato que é encabeçada pela primeira pessoa do país, acrescentou-lhe peso.
Além do próprio presidente no escândalo , acendeu um de seus amigos mais próximos, Igor Kononenko, gestores de suas empresas e outras pessoas próximas, como o parceiro de negócios e agora vice-chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ukraina Oleg Hladkovskyy,
Embora na corrida com as pessoas de Yanukovych a "equipe de Poroshenko" no caso panamenho foi bastante modesta.
No geral, a história dos negócios de Poroshenko no ofshore, supostamente para venda, não apresentou componente criminal. Ela, antes de tudo, tornou-se um símbolo.
Símbolo de que transparência nos negócios ukrainianos não se deve esperar. Por que como denominar a situação, quando até mesmo informações sobre companhias do presidente a comunidade não obtêm informação do serviço da imprensa, mas de um vazamento de documentos do ofshore Panama.
E o principal - certeza de que, as célebres promessas públicas, pronunciadas nos discursos inaugurais, não serão executadas, se a comunidade não acompanhar isto.
Política, em geral, é suja e cara. Na verdade, quanto mais suja, mais cara. Na Ukraina, especialmente, a honestidade na política nunca foi forte, portanto é claro, ela é governada por muito dinheiro.
Desde a independência, a nomenclatura partidária soviética com convicção substituíram grupos oligarquico-industriais. Se anteriormente a posição política definia a "linha do partido", então agora ela depende de pertencer a algum fluxo financeiro. Sobre isto escrevem os meios de comunicação, e falam os políticos.
Mas, ainda nunca na história da Ukraina não se conseguiu receber documentos importantes, que dariam a possibilidade de avaliar "a escala do jogo". E isto não surpreende. Porque quem vai documentar os custos do sistema estatal corrupto e com isto criar uma base de evidência contra si mesmo. Só um grande tolo ou aquele, que planeja dominar eternamente.
Qual destes dois fatores foi fundamental nas decisões de Yanukovych é difícil dizer. No entanto, com os esforços do presidente-fujão Ukraina recebeu uma oportunidade única para olhar por trás do biombo da política real.
Encontrados os livros da "contabilidade negra do Partido das Regiões" finalmente mostraram, o quanto na verdade custa a lealdade à máquina administrativa.
Em 31 de maio de 2016 na Verdade Ukrainiana, pela primeira vez mostraram ao público parte do "livro de despesas do Partido das Regiões. Os documentos divulgados caíram nas mãos do ex-jornalista e agora deputado Serhiy Leshchenko. Foi apenas uma pequena parte, cobrindo menos da metade de 2012. Mas o preço , de mesmo tão pequeno período impressiona - mais de 66 milhões de dólares.
Paralelamente com Lyshchenko os dados da "contabilidade negra do Partido das Regiões" encontraram-se na posse do ex-chefe adjunto do SBU Viktor Trepak, que ocupava-se neste trabalho com o assunto de corrupção. Mas, se Leshchenko obteve apenas uma pequena parte de dados, então nas mãos de Trepak havia dados para 2 (dois) bilhões de dólares em subornos.
A questão trata de compra total de todos: forças de segurança, funcionários, deputados, juízes, especialistas, meios de comunicação.
No entanto, tudo foi construído de modo a fazer de todos os personagens cúmlices e parte obediente do sistema global.
Depois de algum tempo de sua possante libertação Trepak entregou todos os documentos a NABU (Bureau Nacional Anti-Corrupção da Ukraina).
De fato, agora Ukraina está à beira de algo grandioso. Isto pode ser, ou triunfal marcha contra corrupção, ou não menos espetacular fiasco. O tempo de espera não é longo.