quarta-feira, 29 de junho de 2016

De "temnyky" ao "Panamá": 7 vazamentos mais famosos.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 17.06.2016
Roman Romaniuk
Parte Final

Wikileaks



O mundo global é lindo com a sua imprevisibilidade. Enredado em centenas de sistemas de proteção, ele permanece completamente indefeso diante de suas próprias realizações técnicas.

Para políticos isto tem um significado especial. Pessoas, que estão acostumadas com a câmera falar uma coisa, mas  completamente oposta em conversas particulares, em dado momento compreenderam, que o lugar para segredos quase acabou. Seja o quanto for secreta a conversa, você não pode ter a certeza, que suas palavras não passarão a ser propriedade do público. Mesmo se você falar com com um representante super protegido do Departamento de Estado dos EUA.

O primeiro banho frio global que aconteceu aos políticos do mundo todo foi o surgimento de Wikileaks. Em novembro de 2010, para ninguém conhecido recurso, e depois nas mídias mais influentes foi publicado centenas de milhares de cartas e secretos despachos de diplomatas norte-americanos.

Isto foi o começo de uma série de vazamentos globais de informações secretas e verdadeira guerra dos países ocidentais com o fundador Wikileaks Julian Assaandz.

Entre o maior vazamento, naquele tempo, de dados secretos, encontrou-se para líderes políticos da Ukraina. Correspondência secreta de embaixadores dos EUA com sua chefia deu luz para muitas situações picantes na política ukrainiana.

Assim na conversa com o embaixador William Taylor Dmytro Firtash, esforçando-se para branquear a si próprio e proteger seu ativo de gás "RosUkrEnergo" do então primeiro-ministro Yulia Tymoshenko, foi muito franco.

Firtash admitiu, que ele com outro oligarca Rinat Akhmetov fizeram todos os esforços, para não permitir a criação de uma coalizão de BYuT e "Partido das Regiões". Ambos oligarcas queriam, que o Partido das Regiões se fundisse com a facção de Yushchenko.

Além disso Firtash reconheceu, que é proprietário dos meios de comunicação "Inter", sobre o que na Ukraina quase ninguém sabia.

O próprio Firtash, que modestamente denominava-se "assessor informal" de Yushchenko, admitiu que tem relações com um dos principais líderes do mundo criminal russo Semen Mogilevich.

Não menos falante estava na conversa com o embaixador John Herbsom em 2006 estava o então presidente do Ministério do Interior Yuriy Lutsenko. O atual chefe do GPU contou ao embaixador dos EUA que o Procurador Geral Oleksandr Medvedko deu ordem ao aprisionamento dos colaboradores próximos de Tymoshenko: ex-presidente do SBU (Serviço de Proteção da Ukraina) Alexander Turchynov e seu vice Andriy Kozhemyakin.

Então eles eram suspeitos de destruição de documentos do caso de Mogilevich, que era conduzido por SBU. Verdade, Lutsenko imediatamente declarou que não vai verificar esta questão porque suspeita, que atrás dela está o antigo inimigo de Tymoshenko Petro Poroshenko.

O ex-presidente também tornou-se notícia no Wikileaks. Antes do segundo turno das eleições presidenciais ele teve uma conversa secreta com o embaixador dos EUA, John Tefft.

Kuchma, então, definiu a escolha entre Yanukovych e Tymoshenko como uma escolha "menor entre dois males". Ele considerou que o "menor dos males" seria Yanukovych. Kuchma sugeriu a Tefft, que na Rússia havia "alavancagem suficiente para restringir Tymoshenko."

Em outro documento na Wikileaks os analistas Stratfor escreviam, que a vitória de Yanukovych tornou-se possível depois que o presidente Medvedev convenceu Vladimir Putin para não apoiar Tymoshenko. Parece, Putin concordou apoiar Yanukovych em troca de suas pessoas nas agências de aplicação da lei da Ukraina. Parece que o destino da Crimeia e Donbas resolvia-se naqueles dias.

Kuchma em 2010, declarou profeticamente ao embaixador dos EUA que "Rússia nunca vai desistir do sonho de voltar Sevastopol."

Como se viu, em conversas com representantes do Departamento de Estado, nossos políticos eram mais abertos do que em conversas com o seu povo.

                                 Plano de assalto ao Maidan

   
   Ria Novosti

Enquanto no início de 2014 em Kyiv havia Maidan, e à capital traziam mais e mais unidades de força de segurança, os ativistas constantemente preparavam-se aos assaltos.   Demonstrações de assaltos em 18 de fevereiro intensificavam  a atmosfera perturbadora.

Mas na noite de 22 de fevereiro, de Kyiv desapareceu Yanukovych, e atrás dele, de repente, desapareceram das ruas centrais milhares de unidades de tropas internas e "Berkut" (polícia). Depois disso, as forças de segurança e os políticos de todos os matizes, começaram declarar que ninguém realmente planejou dispersar o Maidan.

No entanto, as dúvidas desapareceram em 24 de fevereiro. Um dos lideres dos protestos, então deputado Gennady Moskalh publicou um plano detalhado de operações especiais assustadoras "Bumerang" e "Onda". Descobriu-se que Yanukovych não queria, simplesmente, dispersar o Maidan, mas seriamente preparava-se para isso.

Nos recebidos de "funcionários com espírito patriótico do Ministério dos Assuntos Internos e da SBU" planos estava claramente escrito, quais os departamento deviam participar do assalto e que forças deviam estar envolvidas.

A operação devia começar da "arranjada pelo "Setor Direito" explosão" no Maidan. Depois disso, em várias direções devia começar o assalto com o uso de equipamentos pesados e alguns milhares de combatentes das Tropas Internas  e SBU(Serviço de Segurança da Ukraina). Paralelamente foram planejadas "distrações", isto é assaltos na esquina da rua Khryshchatek e ruas Luterana e Khmelnytskyi.

Em separado devia acontecer a captura do Prédio dos Sindicatos com as forças de três grupos diferentes de especialmente designados pela SBU. Planejava-se.que entrariam através de portas, janelas e telhados ao Estado Maior do Maidan e o conquistam. Para o desembarque de "Alpha" no telhado do Prédio dos Sindicatos até quiseram incluir um helicóptero militar.

Proteger os atacantes deveriam os grupos de bombeiros e franco-atiradores.

Esta foi a primeira confirmação oficial de que os ativistas do Euromaidan eram baleados por franco-atiradores ukrainianos.

Moskalh então declarou, que estes documentos provam,"que os franco-atiradores na rua Instytutska eram combatentes das unidades de operações especiais das Forças Internas da Rússia, comandadas pelo coronel Assavaliuk, e combatentes da sub-unidade de operações especiais "Omega".

Dados adicionais da questão forneciam dados de Moskalh, que a "ajuda na preparação das operações adicionais do Ministério do Interior e Serviço de proteção da Ukraina (SBU)fornecia o ex-vice-primeiro ministro da Agência Central da Inteligência da Federação Russa, o qual residia no hotel Kyiv.

Mais tarde, quando o novo governo assumia, começaram aparecer novos dados sobre assalto ao Maidan, aparecia e desaparecia o "rastro russo", detinham-se e deixavam-se ir os comandantes do "Berkut".

Mas, até agora atuais permaneceram as palavras de Moskalh, escritos ainda então, em 24 de fevereiro de 2014, "em vez de uma investigação objetiva desses crimes, ao que agora há possibilidade, começam incompreensíveis jogos e tenta-se premiar certos criminosos".

                                                                  Panamá papers











Dmitri Larin,UP

Os ukrainianos devagar, mas com certeza integram-se no mundo ocidental. Suas famílias vivem na
Riviera Francesa, as crianças frequentam as faculdades britânicas e as empresas são registradas em zonas offshore. Pena que tais ukrainianos ainda são muito poucos.

À primeira vista, não há nada errado que as pessoas ricas gastem seu dinheiro como bem entendem. Mas sob um olhar mais atento emerge uma imagem muito estranha: a lista real de ukrainianos ricos na verdade coincide com a lista de cargos estatais dirigentes

Tendo em conta, que os salários de todos esses funcionários e as declarações de bens de modo algum podem explicar, de onde vem o dinheiro para tal estilo de vida.

Na Ukraina, para ninguém é segredo, que os funcionários do governo vivem por conta de "gahos superficiais", acesso aos quais dá uma ou outra posição.

Sob qualquer governo eles, rapidamente, aprendiam "viver de uma maneira nova", e realmente, houve poucas mudanças de pessoas nas cadeiras da Bankova.

A esperança real de fratura nesta situação os ukrainianos depositaram no segundo Maidan. Mas o novo governo que veio, rapidamente dissipou esta esperança.

Então, quando em 03 de abril, o nome do novo presidente ukrainiano Petro Poroshenko acendeu-se no escândalo de Panamá Papers, poucas pessoas ficaram surpresas. A surpresa mudou para indignação.

O que aconteceu? Organizações de jornalistas internacionais receberam acesso a uma vasta gama de documentos da companhia panamenha Mossak Fonseca, que fornece serviços offshore.

Entre os documentos encontrados havia aqueles que certificam as relações de funcionários ukrainianos com centenas de empresas secretamente registradas.

Por um lado, a "pasta ukrainiana" na maior do tipo, informação, é pequena, mas o fato que é encabeçada pela primeira pessoa do país, acrescentou-lhe peso.

Além do próprio presidente no escândalo , acendeu um de seus amigos mais próximos, Igor Kononenko, gestores de suas empresas e outras pessoas próximas, como o parceiro de negócios e agora vice-chefe do  Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ukraina Oleg Hladkovskyy,

Embora na corrida com as pessoas de Yanukovych a "equipe de Poroshenko" no caso panamenho foi bastante modesta.

No geral, a história dos negócios de Poroshenko no ofshore, supostamente para venda, não apresentou componente criminal. Ela, antes de tudo, tornou-se um símbolo.

Símbolo de que Ukraina de Poroshenko ainda não se afastou longe da Ukraina de Yanukovych. Onde as mudanças, os gestores sérios estrangeiros, têm medo de enfrentar até mesmo os ativos estrangeiros.

Símbolo de que transparência nos negócios ukrainianos não se deve esperar. Por que como denominar a situação, quando até mesmo informações sobre companhias do presidente a comunidade não obtêm informação do serviço da imprensa, mas de um vazamento de documentos do ofshore Panama.

E o principal - certeza de que, as célebres promessas públicas, pronunciadas nos discursos inaugurais, não serão executadas, se a comunidade não acompanhar isto.

                     Contabilidade negra do Partido das Regiões.



Política, em geral, é suja e cara. Na verdade, quanto mais suja, mais cara. Na Ukraina, especialmente, a honestidade na política nunca foi forte, portanto é claro, ela é governada por muito dinheiro.

Desde a independência, a nomenclatura partidária soviética com convicção substituíram grupos oligarquico-industriais. Se anteriormente a posição política definia a "linha do partido", então agora ela depende de pertencer a algum fluxo financeiro. Sobre isto escrevem os meios de comunicação, e falam os políticos.

Mas, ainda nunca na história da Ukraina não se conseguiu receber documentos importantes, que dariam a possibilidade de avaliar  "a escala do jogo". E isto não surpreende. Porque quem vai documentar os custos do sistema estatal corrupto e com isto criar uma base de evidência contra si mesmo. Só um grande tolo ou aquele, que planeja dominar eternamente.

Qual destes dois fatores foi fundamental nas decisões de Yanukovych é difícil dizer. No entanto, com os esforços do presidente-fujão Ukraina recebeu uma oportunidade única para olhar por trás do biombo da política real.

Encontrados os livros da "contabilidade negra do Partido das Regiões" finalmente mostraram, o quanto na verdade custa a lealdade à máquina administrativa.

Em 31 de maio de 2016 na Verdade Ukrainiana, pela primeira vez mostraram ao público parte do "livro de despesas do Partido das Regiões. Os documentos divulgados caíram nas mãos do ex-jornalista e agora deputado Serhiy Leshchenko. Foi apenas uma pequena parte, cobrindo menos da metade de 2012. Mas o preço , de mesmo tão pequeno período impressiona - mais de 66 milhões de dólares.

Paralelamente com Lyshchenko os dados da "contabilidade negra do Partido das Regiões" encontraram-se na posse do ex-chefe adjunto do SBU Viktor Trepak, que ocupava-se neste trabalho com o assunto de corrupção. Mas, se Leshchenko obteve apenas uma pequena parte de dados, então nas mãos de Trepak havia dados para 2 (dois) bilhões de dólares em subornos.

A questão trata de compra total de todos: forças de segurança, funcionários, deputados, juízes, especialistas, meios de comunicação.

No entanto, tudo foi construído de modo a fazer de todos os personagens cúmlices e parte obediente do sistema global.

Assim que a pessoa colocava sua assinatura ao lado das centenas de outras assinaturas de "pessoas importantes", caminho de volta não havia. Sair desta galera não havia possibilidade: ou você rema com todos, ou afunda com todos.

Depois de algum tempo de sua possante libertação Trepak entregou todos os documentos a NABU (Bureau Nacional  Anti-Corrupção da Ukraina).

De fato, agora Ukraina está à beira de algo grandioso. Isto pode ser, ou triunfal marcha contra corrupção, ou não menos espetacular fiasco. O tempo de espera não é longo.  

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 27 de junho de 2016

De "temnyky" ao "Panamá": 7 vazamentos mais famosos.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 17.06.2016
Roman Romaniuk
(Primeira parte) 


No mundo da política real prevalecem dinheiro sujo e ativos ocultos, esquemas de corrupção e crime, reuniões secretas e conchavos. 
Mas mesmo os maiores mistérios um dia se tornam conhecidos. A "Verdade Ukrainiana" resolveu lembrar os mais ressonantes vazamentos de informação secreta na história da política ukrainiana.

                                           Fitas de Melnychenko

    Sputnik

(Para quem não sabe, esta página trata do assassinato do jornalista Gongadze, ocorrido no governo do presidente Kuchma. Fato muito chocante, porque mais tarde foi encontrado o corpo sem a cabeça. OK).

"Eu jurei na lealdade à Ukraina e ao povo ukrainiano. Eu não violei o meu juramento. Eu não jurei a Kuchma, que iria executar as ordens criminosas. A este respeito , minha consciência está limpa..." - assim em 07 de dezembro de 2000 justificou suas ações o autor da mais famosa exposição política na história da Ukraina Mykola Melnychenko.

Uma semana antes desta declaração um dos líderes da oposição, Oleksandr Moroz, chocou toda Ukraina, e o mundo todo.

"Tendo razões suficientes, devo afirmar, que o cliente do sumiço do jornalista Georgy Gongadze é o presidente da Ukraina Leonid Kuchma, sendo que o cliente, sistematicamente controlava a execução de sua ordem.. No decurso da preparação e execução de sua ordem, desde o início e realização dessa encomenda, era o presidente da Administração Presidencial Volodymyr Lytvyn. O imediato desenvolvente do cenário e organizador da realização da operação é o Ministro do Interior da Ukraina Yuriy Kravchenko", - declarou Moroz da tribuna do Conselho em 28 de novembro.

Nos corredores do Parlamento ele explicou aos jornalistas, que recebeu do "funcionário do SBU" (Serviço de Proteção da Ukraina) anotações de conversas do gabinete de Kuchma, nos quais é claramente estabelecido, como o presidente exige "resolver-se" com Gongadze. Esses registros, que brevemente serão batizados "fitas de Melnychenko", foi destinado tornar-se um dos pontos de viragem da história atual.


No verdadeiro sentido fitas na posse de Melnychenko não havia. Segundo sua versão, ele usou um gravador de voz cifrado, que, supostamente, foram escondidos debaixo do sofá de Kuchma.

A partir do ano 2.000 "o escândalo do cassete" criou uma massa de diferentes versões e especulações. Se, na verdade, Melnychenko agia sozinho, como ele afirmava?

O falecido oligarca russo Boris Berezovsky, que sozinho gastou muito dinheiro para manter Melnychenko e descriptografar as fitas, mais tarde afirmava, que atrás de Melnychenko estava Kremlin. 

Diversos políticos ukrainianos apontavam para o possível envolvimento dos Estados Unidos, para onde o caído em desgraça major fugiu após a publicação dos registros das fitas. Ouvem-se dúvidas de que Melnychenko anotava algo, mas não era simplesmente escolhido "face" desta história.


Embora, em geral, isto não tem nenhuma importância, se olharmos para essência de registros publicados.


Isto é para Pechersk Tribunal Distrital, que se recusa reconhecê-los com as provas no processo contra Kuchma, tem sentido, se passou Melnychenko o devido processo, quando ele colocava seus ditafones. Para os cidadãos ukrainianos era e continua sendo importante, que eles viram claramente toda a podridão e horror do sistema da "autoridade pública" de Kuchma na Ukraina.

Que nome dar ao país, onde o presidente exige  do presidente de sua administração e ministro da principal agência de aplicação da lei para encontrar "chechenos, para sequestrar e expelir" jornalista?, e eles com as próprias mãos o estrangulam? Como denominar isto, mas o principal - como sobreviver a isto?


Muito rapidamente estas questões surgiram com muita gravidade. Já em 15 de dezembro de 2000 no Maidan em Kyiv aconteceu algo  nunca antes visto - milhares protestantes recusaram-se deixar a praça enquanto na Ukraina não houver justiça. Naquela ocasião havia a ação de protesto "Ukraina sem Kuchma", a qual, de fato, foi "repetição" da Revolução Laranja.

No entanto, para Melnychenko e suas fitas nem o segundo Maidan ajudou. Na primavera de 2016, já uma nova GPU ( Procuradoria Geral da Ukraina) cumpriu todas as formalidades, para declará-lo suspeito em "golpe estatal" e "traição ao Estado".

                                            Descobertos os segredos

   Mediaport.ua                                                                    

Os ukrainianos deram ao mundo algumas coisas, que nem sequer traduzem-se para outras línguas, mas assim se escrevem: "borshch", vareneky, etc.

Ukraina sob Kuchma-Medvedchuk também gerou um fenômeno para o qual em idiomas mundiais não se encontrou correspondentes. Somente quando na imprensa estrangeira apareceu a palavra "temnyky", então ela não causou nenhum orgulho ou sorriso, mas uma indizível vergonha e humilhação. (Escuro, mal explicado, feito por baixo dos panos, OK).

Por muito tempo sobre a existência na Ukraina de "temnyky
ninguém falava em voz alta. No construído estado por Kuchma-Medvedchuk, quem se atrevia ir contra o sistema, automaticamente incorria em perigo. Neste caso, podia-se falar não apenas sobre a destruição de negócios ou carreira, mas também sobre a destruição física.

Pela primeira vez na Ukraina falaram sobre "temnyky" em 2001. A imagem informativa de todos, estatais e particulares meios de comunicação, num único momento deixou de refletir a diversidade de pontos de vista e, gradualmente, começou lembrar um assunto. Como se fosse multiplicado a lição no xerox, para o estudo de um grupo.

Os jornalistas de diversos meios de comunicação, de repente, começaram a receber as mesmas "tarefas editoriais", e uma conferência de imprensa poderia ser terminada após as primeiras perguntas, porque a maioria do meios de comunicação interessavam-se pelas mesmas questões.

Depois disso na comunidade da mídia começaram a se espalhar rumores sobre misteriosos "temnyky", que a direção das redações recebe da meio secreta "comanda de Medvedchuk." 

Entre os milhares de jornalistas na Ukraina encontrou-se aquela, que ousou dar à "Verdade Ukrainiana" coleções completas de "temnyky". E fez isto, sabendo o risco que estava correndo. A Verdade Ukrainiana até hoje não nomeou sua fonte, embora já se passassem três presidentes.(O fato do texto dizer: "milhares de jornalistas", não é exagero. Eu consulto quatro edições, mas deve haver mais de dez edições maiores, do porte que eu consulto. E, em cada cidade e cidadezinha, há edições locais - OK).

Os primeiros "temnyky" publicados tornaram-se verdadeira sensação. Em primeiro lugar, a simples comparação mostrou uma absoluta convergência de relatórios de informação da imprensa e  anteriormente preparadas instruções. Segundo, os materiais publicados expuseram o lado secreto da política ukrainiana, na qual , naquele tempo, dominava Viktor Medvedchuk.(Lembrando, Viktor Medvedchuk é o famoso ukrainiano que é compadre de Putin. Atualmente ele não é ativo no governo ukrainiano, pelo menos não ocupa nenhum cargo . - OK).

Os "temnyky" foram escritos sob a forma de comentários e recomendações, mas todos, que os encontravam, sabiam a obrigação destas "recomendações".

Gradualmente começou a surgir "o comando de profissionais, que começou a trabalhar em apoio a imagem de Kuchma e Medvedchuk e servir aos seus interesses políticos.

Descobriu-se que, com o reconhecimento da estratégia e tática de controle total do espaço informativo, vigiavam estrategistas políticos russos, os quais desde aquele tempo já conseguiram tornar-se lendários - Marat Gelman e Igor Shuvalov. Outro pilar era o politólogo russo Gleb Pavlovsky. Eles trouxeram para Ukraina a tecnologia que já trabalhava com sucesso na Rússia.

Eles foram auxiliados por "nativos" Sergei Vasilyev, o qual Medvedchuk levou consigo à Administração Kuchma, e Mikhail Pogrebinsky, cujo centro de efetiva política de fato, ocupava-se com todo "trabalho negro".

No entanto nem a publicação dos "temnyky" e sua ilegalidade óbvia não mudou a situação. Pelo contrário, os políticos ukrainianos correram para aproveitar esta "melhor prática".

Por exemplo, em 2003, já o primeiro-ministro Viktor Yanukovych lançou uma nova onda de aprovação de tal tecnologia na imprensa regional. Para estes fins até criaram o "Grupo 300", igual o número no Gabinete do Governo, que carimbou seus "temnyky" nos jornais estatais.

Mudar a situação conseguiu apenas o Maidan. Mas punir alguém Ukraina não conseguiu até hoje.
 

                                                                Yanukovych e Tymoshenko   
                                                            
      Segodnya.ua                     

Até este período os políticos não apenas administravam o estado. Eles dirigiam.
Este desejo em nossa política pode fazer milagres, fazer de pessoas comuns, ditadores, e unir inimigos reconciliáveis. O exemplo mais flagrante disto são as negociações notórias sobre a criação da "shyrka" (gíria, significa amplo).

Em 2009 o conflito entre o presidente Viktor Yushchenko e primeiro-ministro Yulia Tymoshenko, que chegaram ao poder após a Revolução Laranja, transformou-se em guerra aberta. Tymoshenko começou procurar um aliado mais "previsível e confiável"

Para surpresa de todos este parceiro tornou-se o líder do "Partido das Regiões" Viktor Yanukovych, contra o qual esteve o primeiro Maidan. A união Tymoshenko e Yanukovych parecia não menos estranha, que a parceria entre Hitler e Stalin em 1939. Mas não importa o quão impossível isto poderia parecer, na primavera de 2009 os líderes do BYuT e Partido das Regiões seriamente e por longo tempo preparavam seu pacto "Molotov-Ribentrop".

Desde que no próprio acordo havia um ponto que proibia reconhecer publicamente até mesmo a existência de um acordo, então os detalhes daquelas negociações se tornaram conhecidos apenas depois da fuga de Yanukovych da Ukraina. Entre os deixados documentos no Meshyguirya, encontraram-se cópias do acordo sobre "shyrka".

E o encontrado documento completo revelou-se até mais chocante, que os conhecidos até então detalhes, que os jornalistas conseguiram descobrir ainda em 2009.

Em primeiro lugar Yanukovych e Tymoshenko planejaram governar indiviso no mínimo 20 anos, trocando um ao outro nos cargos de primeiro-ministro e presidente, Em 2009-2010 e 2014 tornar-se-ia presidente Yanukovych e o primeiro-ministro continuaria Tymoshenko. Depois disso eles deveriam trocar por dois períodos: em 1019 e 2024 o presidente seria a líder do BYuT , e o premier - o líder do Partido das Regiões.

Para esta designação a ambos os cargos, o Parlamento deveria mudar a Constituição. Em 2009, o número total de deputados, em ambas as bancadas era suficiente para alterar a Lei Básica. Para aprovar emendas à Constituição e garantir a Yanukovych o primeiro período presidencial, a plenipotência do Conselho previa-se estender por mais dois anos - até 2014.

Para que BYuT e PR pudessem garantir a eleição do presidente e do primeiro-ministro, eles formaram uma coalizão. O "acordo sobre a shyrka" proibia a cada um dos partidos deixar a coalizão sob quaisquer circunstâncias. Em todas as eleições BYuT e PR planejavam ir também como um único bloco.

Mas o mais repugnante parecia até não a divisão dos cargos estatais. No acordo Yanukovych-Tymoshenko Ukraina era dividida, de fato, em dois principados separados, onde foi contado cada "escravo". A cada força política pertencia o controle sobre metade das pessoas do país: em diversas variáveis Yanukovych recebia 21-22 milhões de cidadãos, Tymoshenko - 22-25 milhões.

No entanto, a história tem a capacidade mágica de repetir-se. A união de Hitler com Stalin inesperadamente entrou em colapso em junho de 1941, quando a todos parecia, que dois tiranos definitivamente dividiriam o mundo entre si. Da mesma forma entrou em colapso a "shyrka" - a um passo em direção ao domínio. Como aforisticamente disse a própria Tymoshenko, "perdeu-se tudo". 

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 25 de junho de 2016

Corrico do Procurador-Geral
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 23.06.2016
Denis Kazan

O principal evento político da semana passada foi a história da prisão do deputado da "Vontade do povo" («Воля народу») e oligarca Alexander Onishchenko. Em 15 de junho o jornalista Dmytro Hnap em sua página no Facebook disse que NABU (Bureau Nacional Anti-Corrupção da Ukraina) estava preparado para a remoção de imunidade de Onishchenko e seu aprisionamento.
Além disso, pessoas na mídia expressaram esperança de que o Procurador-Geral Yuri Lutsenko cumprirá sua promessa e pegará de verdade o grande peixe.


No mesmo dia, a informação foi confirmada. O chefe da Procuradoria especializada anti-corrupção Nazar Kholodnytskyy, disse que o processo iniciado segundo indícios criminosos: apropriação indevida de propriedade do Estado em larga escala e organização do agrupamento criminal.

"Eu preparei e enviei às 9:45 horas à recepção do procurador-geral a documentação para trazer o organizador do esquema senhor Onishchenko, esquema que ele promovia no período Yanukovych e depois da Revolução da Dignidade", disse Kholodnytskyy. Também em 15 de junho, na questão Onishchenko foram aprisionadas 10 pessoas, que participaram das criadas por ele esquemas. Elas serão mantidas sob custódia por pelo menos dois meses.

No entanto, depois da convincente partida toda a história, como frequentemente acontece na Ukraina, começou aos poucos patinar. Já em  16 de junho revelou-se que o oligarca estava no exterior, em Nice. No dia seguinte Onishchenko voou para Kyiv e começou demonstrar  plena confiança na impunidade. Em 21 de junho sozinho veio, calmamente, a NABU, para determinar o seu estatuto

"Da parte da NABU foram ditas muitas palavras de acusação para o meu endereço. Mas, comigo, até este momento ninguém contactou, nada me passaram"... disse ele durante seu comentário aos jornalistas. 

Além disso, Onishchenko queixou-se, que o governo usa métodos de 1937. No entanto, a partir dos anteriormente publicados materiais de investigação jornalística é necessário reconhecer que os deputados falseiam. Neste caso , há uma simples responsabilidade banal criminal, isto é, roubo de bilhões das estatais.

No entanto, hoje poucas pessoas na Ukraina acreditam que Onishchenko, realmente, será trazido à responsabilidade pelos evidentes crimes. Frequentemente tão demonstrativas prisões e revelações acabam em nada. Após  a Revolução da Dignidade há demais exemplos assim. Lembremos ao menos a captura espetacular do regional Oleksandr Yefremov e vergonhoso final de seu caso. Ou como a história parecida na questão de Onishchenko, com privação de imunidade, o deputado do Bloco de Oposição Serhiy Klyuyev, no mesmo dia, de modo mágico desapareceu da Ukraina e acabou na Rússia. Um dos últimos exemplos da ignominia da Procuradoria - remoção da investigação do odioso empresário Yuri Ivanhyushchenko, a quem os meios de comunicação chamam de "smotryashchyi" e "autoridade criminal".

No caso de Onishchenko a probabilidade de que o caso leve à privação de imunidade parlamentar, é ainda menor. Diferenciando de Klyuyev, ao qual permitiram fugir, ou Ephraim, que simplesmente "mostrou figa" à justiça, este suspeito traz certo benefício para o governo atual e mantém influência significativa nos processos políticos. 
Ele é membro do partido "Vontade do Povo", que na verdade tem sido parte informal da coligação parlamentar. Sem os votos deste partido o presidente e sua comanda simplesmente não conseguem avançar às indispensáveis a eles iniciativas legislativas. Então, por enquanto a pressão sobre o oligarca lembra chantagem e tentativas de conseguir dele e de seu grupo, completa subordinação ao chefe de Estado. Como se dissessem, se não votar como precisamos - vai preso, cada um tem motivos para isto. 

A facção Petro Poroshenko e "Frente Popular" no Parlamento têm agora 223 deputados.(São ao todo 450) E, como nem todos os deputados frequentam as reuniões do Parlamento, e os presentes nem sempre votam com indicação de cima, para aprovação pela cada decisão importante, torna-se necessário envolver membros de outras facções e grupos. Normalmente consegue-se negociar com os representantes da "Vontade do Povo" e "Renascimento".

Dadas as constantes "combinações" do governo  com o grupo parlamentar de Onishchenko, completamente provável cenário do desenvolvimento dos acontecimentos será malograda a votação sobre a privação da imunidade do oligarca. Tal curso dará a possibilidade da Procuradoria Geral lavar as mãos e retirar de si a responsabilidade sobre o colapso do caso . Como se dissessem, nós fizemos tudo, o que podíamos, mas o parlamento impediu-nos de proceder.

Sobre a forma, como o Parlamento pode derrubar as decisões, quando isto é indispensável, claramente testemunham muitos exemplos. Como o caso sobre a votação da demissão do governo Yatseniuk, quando os deputados, que prometeram demitir o governo, no momento crucial simplesmente desapareceram da sala. 
Obviamente, a questão da retirada  da imunidade parlamentar de Alexander Onishchenko considerarão num cenário similar. Assim  apresentar pretensões, formalmente ninguém poderá.

Por enquanto Yuri Lutsenko no cargo de Procurador Geral trabalha no estilo tradicional conhecido, preferindo mais efeitos externos do que ações reais. Como em meados dos anos 2.000 como chefe do Ministério do Interior, ele ocupa-se com declarado corrico aos adversários. O último incidente desse tipo - no dia 21 de junho visita dos trabalhadores da Procuradoria Geral à residência de Oleg Lyashko. Os investigadores que iam fazer a busca na propriedade de Klyuyev, supostamente "erraram" a porta e entraram no apartamento do principal radical - seu vizinho. E quando aquele protestou contra a invasão inesperada, o porta-voz de Lutsenko Larissa Sargan pediu desculpas na forma abertamente humilhante. "Os investigadores da Procuradoria-Geral ficaram impressionados com o erro do imóvel de Lyashko. Apenas ninguém esperava, que um oposicionista tão radical é o vizinho mais próximo do odioso representante do regime Yanukovych. Agora, indo na investigação de outros regionais, os investigadores da GPU estarão alertados... Desculpamo-nos com Oleg Lyashko, porque os investigadores confundiram-no com seus vizinhos-regionais. (O partido a favor do ex-presidente Yanukovych, denominava-se  Partido dos Regionais - OK).  Atrás de uma cerca alta é difícil distinguir, de quem é cada casa", - escreveu Sargan no Facebook.

O que se refere à busca na casa de Klyuyev, que finalmente aconteceu depois de dois anos da fuga do patrão para Rússia, aqui também as ações de Lutsenko não causaram no público, uma impressão especial. Um recente aliado do partido de Yuri Lutsenko, Serhiy Leshchenko comparou a busca Klyuyev com o famoso blindado próximo do portão da residência de Rinat Akhmetov em Donetsk. E aqui, com o deputado, é difícil não concordar.

No momento, a luta com a corrupção no desempenho do presidente e suas pessoas assemelha-se  ao circo. Nenhum odiado "smotryaschiy" ou "fabricador de esquemas" ainda não se encontra atrás das grades. E que isto acontecerá sob o atual presidente, já poucos acreditam. O antigo "ministro-corrico" Yuri Lutsenko transformou-se em "procurador-corrico". Mas corrico decididamente não é a melhor arma para deoligarquização e superação do suborno.

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Estação de caça aos corruptos. Questões pomposas e detenções de junho.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 22.06.2016
Roman Romaniuk


Assumindo o cargo de Procurador-Geral Yuri Lutsenko da tribuna da Verkhovna Rada (Parlamento) prometeu progresso nas questões dos comparsas de Yanukovych e, parece, os primeiros passos da PGU (Procuradoria Geral da Ukraina) neste sentido começa a fazer. Imediatamente, algumas investigações de corrupção escandalosa têm sido desenvolvidas.

No início de junho foram detidos os figurantes  da questão, iniciada ainda a dois anos atrás contra o oligarca Sergei Kurchenko.(Prezados, a palavra oligarca vem acoplada a um adjetivo. Eu não conheço a tradução e não a encontrei nos meus dicionários. Trata-se de um adjetivo. Acredito que vai haver outras dificuldades em se tratando de questões jurídicas, ou gírias, mas nada que nos impossibilite a compreensão total do texto - OK).


Ainda mais surpresas foram as prisões de uma série de pessoas próximas ao oligarca no comércio de gás, e deputado Oleksandrer Onishchenko.  Com os esforços da NABU (Bureau  Nacional Anti-Corrupção) no caso as questões do próprio deputado podem seguir um caminho muito feio, pois Lutsenko já encaminhou ao Conselho pedido para aprisiona-lo. Então logo ele poderá ser aprisionado. A menos que, é claro, ele poderá ser novamente solto para "concorrência" em Nice.  

A "Verdade Ukrainiana" decidiu descobrir quem e porquê já se encontrou atrás das grades, e quais são as perspectivas nas pomposas detenções em se transformar em pomposos tribunais.

                                        Questões de Kurchenko

Em uma das "carteiras da Família" de Sergei Kurchenko na Ukraina abriram ao mesmo tempo alguns processos. No início de junho adquiriram desenvolvimento dois  deles: a questão sobre a venda do GLP estatal e roubo de gasolina do estatal "Naftogaz".

A primeira história diz respeito ao início do desenvolvimento dos acordos corruptos de Kurchenko, quando graças ao lobby do governo e ministérios do grupo "Gás Ukraina-2009" tornaram-se favoritos de leilões na venda de gás liquefeito.

FK "Metalist"
Sinal sobre intensificação da investigação das questões de Kurchenko foi a prisão do ex-vice-ministro da economia Oleksandr Suhomlyn no "caso do gás. Ele em 2010-2014 era o chefe do Comitê de leilão, que vendia o petróleo, gás condensado, gás liquefeito  e carvão.

Segundo a versão da GPU, Suhomlin respondia pelo fato que o gás natural liquefeito "Ukrgazvydobuvannya (gás ukrainiano extraído) e "Ukrnafta" a preços de pechincha em leilão fosse apenas às empresas de Kurchenko. O total do gás com a "assistência" de Suhomlin venderam para 2 (dois) bilhões de "hryvnia". Depois as companhias do oligarca vendiam-no a preços de mercado - três-quatro vezes mais caro.

Com o governo novo Suhomlin não fugiu do país, como seus antigos patrões, e até conseguiu trabalhar no governo de Yatseniuk. Verdade, trabalhar na equipe de reformadores ele não trabalhou muito tempo. Em 1 de outubro de 2014 Suhomlin foi nomeado Vice´Ministro da Economia, função que temporariamente desempenhou Anatoli Maksyuta. Mas, já no dia 9 de outubro Suhomlin, do Ministério da Economia, foi rapidamente dispensado.

Como contou Lutsenko, até o último momento Suhomlin viajava para o exterior e até mesmo planejou ir ao Brasil (E assim nós perdemos esta distinta figura! - OK). Quando em 10 de junho ele foi surpreendido em Kyiv para verificação de documentos, então ele nem suspeitava, que agora ele terá que viajar para uma cela de prisão.

O tribunal apreendeu Suhomlin para dois meses, estabelecendo uma fiança em 100 milhões de UAH.
Enquanto a imprensa discutia , que implicações terá esta detenção, GPU efetuou  a detenção subsequente. Ainda mais tempestiva.

Se Suhomlin era apenas um membro da comissão de leilão, embora o principal, o aprisionado em 12 de junho Andrei Koshel era listado como fundador formal da companhia de Kurchenko ("CEPEK"- Empresa Energética de Combustíveis do Leste Europeu).
Ele foi pego na fronteira quando tentava entrar na Polônia.

Koshel, que, segundo documentos entrou com capital à "CEPEK" com 100 milhões de UAH, por muito tempo, então para investigação dos esquemas de Kurchenko ele é um dos personagens principais.

Já no dia 14 de julho o tribunal apreendeu-o, bem como a Suhomlyn, para dois meses. O penhor para Koshel ajustaram em dobro - 200 milhões de UAH.

No entanto, após alguns dias até este montante pareceu muito modesto, quando surgiu a nova garantia - 450 milhões. Mas o sobrenome do aprisionado revelou-se não menos sensacional. 

Em 17 de junho os investigadores do GPU prenderam, e em 18 de junho o tribunal determinou dois meses ao irmão mais novo do tristemente conhecido clã Katsuba Alexander.  Sua defesa entrou com um recurso, mas até agora ele não foi considerado.

Кatsuba, sendo chefe de "Chornomornaftogaz", assinava documentos para a compra das escandalosas "torres Boyko". Verdade, ele não foi aprisionado nesta questão, mas na investigação do caso "gasolina" de Kurchenko.

Segundo os investigadores, Katsuba- Jr. depois de sua transição de "Chornomornaftogaz" para o cargo de vice-chefe do "Naftogaz" ajudou a empresa de Kurchenko "Gas da Ukraina 2020" roubar da holding estatal gasolina no valor de 500 milhões de UAH.

Interessante, que o cargo em "Naftogaz" Alexander Katsuba realmente herdou de seu irmão mais velho, Sergei, e o pai dos dois irmãos Volodymyr Katsuba é um deputado do grupo "Renascimento", o qual é associado com o oligarca Igor Kolomoisky

Contra Katsuba-jovem há outras questões: sobre o desvio de quase 285 milhões de UAH na exploração de minérios, quando  o dinheiro foi destinado a empresas fictícias, e possível envolvimento de tentativas de desvio da propriedade do "Naftogaz" - 3,4 bilhões de metros cúbicos no valor de quase 12 bilhões de UAH.

Os dois irmãos Katsuba anunciaram em busca, ainda no outono de 2015. Então, no Ministério do Interior declaravam, que eles deixaram o país. Mas Oleksandr Katsuba foi detido na Ukraina próximo de sua casa. 

Fontes da "Verdade Ukrainiana" na polícia afirmam, que este não é o último possante caso na questão de Kurchenko. "Documentos preparam-se, há muitas questões para averiguar", - diz o interlocutor da Verdade Ukrainiana no GPU.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 19 de junho de 2016



Notícias - Jornais ukrainianos, 16 - 21.06.2016

A empresa do deputado Oleksandr Onishchenko anualmente causava danos ao Estado até 40 bilhões anualmente.
"A segunda direção de nossa atividade está associada a uma auditoria da empresa estatal" Ukrgazvydobuvannya. (Extração de gás-Ukraina)." Ontem o meu procurador-adjunto Nazar Holodnytskyi colocou sobre a mesa os documentos relativos à chamada à responsabilidade do deputado Onishchenko associado a um número de empresas que saquearam a propriedade de "Ukrgazvydobuvannya" em grande escala.
De acordo com os materiais do caso sobre o roubo de 1,5 bilhões de UAH, anualmente, mas segundo os materiais de nosso grande grupo os resultados de "Ukrgazvydobuvannya" que também vai produzir, breve, em outras áreas da organização criminosa, nós estimamos perdas anuais até 40 bilhões", - disse Lutsenko.
Mas eu posso dizer: não só Onyshchenko construiu estes esquemas. Eu tenho na mesa um mapa inteiro de possíveis abusos na empresa "Ukrgazvydobuvannya".
Ele acrescentou que os abusos de Onyshchenko representam apenas 30% de todas as transações.

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Lutsenko exige que o procurador de Mykolaiv Vyacheslav Kryvov'yazka redija um pedido de liberação.
O presidente esteve em Mykolaiv e disse as palavras certas: há responsabilidade criminal, a qual estabelece apenas a investigação e o tribunal quanto ao primeiro vice-chefe da Administração Estatal de Mykolaiv, que é suspeito de extorsão e recebimento de suborno no valor de 100 mil dólares USA, mas há também a responsabilidade moral do governador e chefes das forças de segurança que não viram isto e permitiram. Assim, eles devem escrever o requerimento de demissão", - disse Lutsenko.
Ele disse que já exigiu do procurador da região de Mykolaiv, escrever, no dia de hoje, a declaração.
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O prefeito Lviv Andriy Sadovyi deve continuar a fazer o seu trabalho.
"Eu não vim aqui a fim de encontrar materiais para processo criminal na questão de Andriy Sadovyi. Eu sou contra o afastamento dele de suas funções, para as quais a comunidade o escolheu. Simplesmente Sadovyi deve ocupar-se com suas atividades. E, a polícia deve verificar a efetividade do trabalho de seus subordinados", - disse Lutsenko.
"Eu sou a favor de que ele continue a trabalhar como prefeito e contra a sua remoção. Pelo menos até o momento em que forem encontrados sinais de corrupção. Atualmente tais sinais não há. Agora eu vejo uma falta sistêmica de controle e irresponsabilidade, que causaram muitas vítimas", - disse Lutsenko.
O Procurador-Geral Yuri Lutsenko designou Yuri Kwiatkowski para Procuradoria de Lviv. E, para Procurador de Odessa Yuri Zhuchenko.
Lutsenko deu 100 dias para Matios e Stolyarchuk, seus adjuntos, para que eles demonstrassem objetividade e atividade.
"Eu tenho cinco auxiliares. Três deles - são novos. São pessoas de 30 -35 anos, nenhum deles trabalhou no gabinete do procurador, - são defensores dos direitos humanos, diplomatas, advogados. Eu deixei os que são responsáveis pela investigação, - senhor Matios e senhor Stolyarchuk, para avaliar suas ações dentro dos próximos 100 dias", - declarou Lutsenko.
Os que dizem que é errado, enganam-se. Primeiro, eu não tenho alternativa. A nova liderança, no mínimo em cinco meses vai entrar no andamento da questão. Para ficar claro, apenas Ukrgazvydobuvannya - são algumas dezenas de volumes", - acrescentou ele.
De acordo com o promotor, agora todo o bloco de investigação, incluindo o militar, têm a oportunidade de demonstrar objetividade e atividade. Se eles não aproveitarem, ele terá uma alternativa, que aplica-se ao escalão superior, isto é, os suplentes do procurador geral, e chefes de departamentos.
Os ativistas de Lviv, que fizeram piquetes à procuradoria regional no dia de apresentação do novo líder, exigiam de Lutsenko a liberação imediata de Matios, o qual acusam em atraso voluntário das investigações de Debaltseve e Ilovaisk (batalhas em que morreram ukrainianos em grande quantidade na recente guerra - OK), como também na abertura de processos relacionados com combatentes voluntários.

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Rinat Akhmetov escolheu ent​re a paz e dinheiro, mas perdeu um e outro (imprensa mundial).
Iana Polianska
Revista popular irlandesa The Iris​​h Times escreve sobre o oligarca ukrainiano Rinat Akhmetov, que entre a paz e dinheiro escolheu o segundo, e acabou perdendo os dois.
Sobre o oligarca ukrainiano Rinat Akhmetov, que perdeu a chance de evitar a guerra no leste da Ukraina e acumulou inimigos em ambos os lados das barricadas, escreve The Irish Times. Quatro anos atrás, na Ukraina ficavam na fila por ingressos para a partida do clube de futebol "Shakhtar"no estádio de 50 mil lugares "Donbas Arena". Hoje os moradores de Donetsk enfrentam fila apenas pela ajuda humanitária, que distribui o Fundo Akhmetov.
Os militantes pró-russos no Donbas, e pró-ukrainianos habitantes da região concordam, escreve a edição. Após o Maidan, ainda no comecinho do conflito no Donbas, era Rinat Akhmetov que tinha poder suficiente, e relações, para parar a guerra. Mas, em primeiro lugar o oligarca colocou o próprio negócio e lucro, esforçando-se para manter a neutralidade. Acabou caindo em desfavor de Kyiv e dos militantes apoiados pela Rússia.​
Seu secretário de imprensa salienta, que o oligarca sempre apoiou a unidade da Ukraina. Ao mesmo tempo, a ele acusam que não ajudou e não apoiou no momento certo Maidan - pró-europeu e anti-corrupção, Mas também recusou-se das propostas dos militantes tomar sob sua responsabilidade Donbas. Como consequência, a fortuna do oligarca em 2016 diminuiu em 13 bilhões de dólares, em comparação com 2013 (dados da Forbes). E, os imóveis e empresas de Akhmetov foram significativamente afetados, embora parcialmente continuam trabalhando nos territórios ocupados de Donbas. Desde junho deste ano, os lideres dos militantes "DNR" lhe proibiram a entrada no território controlado por eles.
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O presidente russo, Vladimir Putin, procura novos amigos econômicos. Ele gostaria de incluir China, Índia, Irã e Paquistão para o acalentado projeto "Eurasian União". Esta proposta ele expressou no Fórum Econômico Internacional na semana passada, escreve Forbes.
Rússia vê a China como tábua de salvação, que compensa parcialmente os efeitos das sanções européias. Principalmente, seus acordos referem´se aos gasodutos e oleodutos. Kremlin espera no futuro contratos agrícolas e relações entre Bolsa de Moscou e Xangai.
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Sobre as perspectivas de cooperação entre Ukraina e Canadá escreve o ex-ministro da Economia, Stephen Kubiv para a publicação de The Globe and Mail. O Primeiro Ministro deste país Justin Trudeau deve visitar Kyiv em 11-12 de julho.
Ukraina pode propor ao Canada a produção de bons e mais baratos centros de produção para empresas internacionais. Além disso, os especialistas IT ukrainianos progridem a cada ano, e este é aquele potencial, que o país de Trudeau deve prestar atenção.
No entanto Ukraina compreende, que, para atrair investimentos é necessário combater corrupção. É por isso que foi criado um departamento anticorrupção, escreve Kubiv. Kyiv continua trabalhar nesse sentido, pois a cooperação econômica é benéfica tanto para Ukraina, quanto ao Canadá.

Tradução: O. Kowaltschuk






Sem nenhuma chance. Afanasyev e Soloshenko sobre como o Serviço Federal de Segurança alquebra as pessoas no cativeiro. 
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 17.06.2016
Oksana Kovalenko, Galyna Tytysh 

Segunda parte - Yuri Soloshenko

 

Nascido em Poltava, formou-se pela Universidade Nacional de Kharkiv, trabalhou 48 anos na fábrica de 
produtos de defesa "Znam'ya" - de engenheiro chegou a diretor geral. 


A empresa especializava-se na fabricação de radares e componentes para complexos anti-mísseis. O único cliente para estes detalhes era Rússia. Em 2010 ele aposentou-se mas apesar do fechamento da fábrica, utilizando as antigas ligações, ajudava Kyiv e Moscou no comércio do equipamento especial. Ele tem esposa e filho. Yuri Danelovich foi aprisionado quando tinha 72 anos. 11 dias atrás ele completou 74 anos.


Eu até hoje não sei o que está escrito nestes papeis secretos. Eu era diretor da fábrica, constantemente trabalhava com o Ministério da Defesa da Rússia. Era o nosso único comprador, porque nós fabricávamos produtos técnico-militares; produtos que se exploravam nas Forças Armadas da FR.

Nós trabalhávamos normalmente ainda dos tempos da União Soviética. Nós eramos convidados para seminários, que por causa de nossa presença eram considerados internacionais. Nós íamos lá com a nossa bandeira, e a arriávamos ao som do hino da Ukraina. E isto era tão agradável,  respeito tão sincero.

Certa vez um dos principais clientes, coronel do exército russo, telefonou e disse, que eles queriam uma quantidade maior de nossos produtos e pedem o nosso "acordo" para aproveitamento em seu complexo.


Digo a ele - precisa verificar, se os produtos apresentam condições conforme os requisitos. Ele perguntou: "Você pode fazer isto?"

Eu me recusei por um bom tempo - preparava-me viajar para  tratamento da esposa, já havia comprado os bilhetes. E da fábrica eu já me despedi ainda em 2010. Mas insistiram: 

Convenceram. Chego em Bilgorod, passo pelo controle de passaportes, a funcionária verificou meus documentos, foi a outra sala e voltou: "Preciso ver seu passaporte, por favor".


Dei-lhe o meu passaporte. Ela entrou na sala vizinha e, escuto que pelo telefone envia meus dados para alguém.  E, eu compreendi, que me "conduziam". (VAT "Ruseletrônica" , a qual chamou Soloshenko para Rússia - Verdade Ukrainiana) era a empresa na qual Soloshenko trabalhou 12 anos.

Eu nem este sobrenome pronunciar quero. Não posso considerá-lo pessoa. Quantas vezes já me persuadia, que eu sou cristão, e preciso perdoar - mas alguns indignos perdoar simplesmente não é possível. 


Em Moscou me encontram Kolehov e Demianov, também ex-coronel: "Por que veio assim, sem nada?"


Eu respondo a eles: "Vim para algumas horas, sem nada. Vocês tem os aparelhos para verificação?" - "Sim".

Chegamos à oficina, no pátio há um carro, dentro produtos fabricados que eu conheço. Não consegui eu, cumprimentar as pessoas, quando as portas se abrem  - e de acordo  com as regras de gênero policial: "Todos permaneçam nos seus lugares! FSB!"

Penso: "Provavelmente, estes rapazes fizeram algo... É por causa deles, não é nada comigo".


Quando o tenente-coronel se aproxima, me coloca contra a parede, mãos na parede, pernas afastadas. Eu nada entendo. Procuraram, levaram dois telefones, colocaram num saco plástico, me deram: "Pegue seus telefones". Olho, lá com os telefones há alguns papéis.

Eu digo: "Isto não é meu". - "Não, isto é seu. Você viajou com isto".



Revela-se, eles prepararam certos documentos secretos, pelos quais eu vim, para roubá-los na Rússia.

"Materiais secretos" revelaram-se papéis sobre S-300, operados pelas Forças Armadas da Ukraina 40 anos, e componentes feitos na fábrica "Generator".


Colocaram algemas, fotografaram, tudo conforme o esperado.


A única "prova" - são aqueles telefones com documentos, que eles mesmos forneceram. Nos papéis nem minhas impressões houve. Eu não os li, até hoje eu não sei, o que lá estava escrito. Eles, absolutamente, não me interessaram.

Chegamos ao Departamento de Investigação. Penso, que agora perceberão o problema, e eu irei para casa. O meu bilhete é para 9 horas e 15 minutos. Eu observo, eles com muita seriedade redigem o protocolo de detenção.


O investigador avisa: nós notificamos a embaixada".  Chegamos ao tribunal, mais uma vez eu começo dizer, que esta acusação é absurda.


Mas o juiz diz: "A questão não é acusação, mas para rever,  a medida de precaução." E decide para, por dois meses me colocar na prisão no "Lefortovo".

Eles me fecharam em confinamento solitário. No dia seguinte, sob guarda, me levam para o departamento de investigação.

Depois o operatório diz: "Você escreve essas petições, todos riem. Nós sabemos escrever, nós escrevemos tudo e fundamentamos devidamente.


Aceite a cidadania russa, e você será transferido para o status de testemunha. Nós não estávamos atrás de você, mas atrás de Kolehov. Você sabe, ele tem tal posição, ele sempre esteve sob nossa supervisão. Você é como companheiro de viagem. Se você aceitar a cidadania russa, nós o transferiremos para o status de uma testemunha que será protegida pelas leis da Rússia.


Bem, eu, é claro, não concordei.

Então eles, simplesmente, me aprisionaram.

Se você se reconhecer culpado de espionagem, após uma semana transferiremos para prisão domiciliar.

Meus amigos de Moscou ajudaram, forneceram tudo o que deve ter o prisioneiro, porque até minha escova de dentes deixei no trem - pensava voltar no mesmo.

No Departamento de Invesigação me disseram: "Aqui anda um advogado, de seus amigos. Ele só lhe prejudicará, porque ele foi enviado especialmente, para pesquisar os motivos de sua detenção, para proteger os seus líderes". De todos os modos insistiam, para que eu recusasse este advogado.

2 de outubro novamente tribunal  de medida preventiva. Depois do tribunal... novamente medida preventiva de dois meses.

Quando eu soube, que não me deixarão ir, eu quase tive um ataque deo coração, eu me senti muito mal. Esperava que em dois meses os mal-entendidos terminassem.

Passa um mês, eu não saio da câmera.  Depois de um mês e alguns dias me conduzem, sob escolta ao Departamento de Investigação, dizem: "Nós não podemos conduzir investigações. Seu advogado não quer vir. Portanto, aconselhamos este outro advogado, que é maravilhoso, tem princípios."

Em suma, "recomendam". Trouxeram o advogado, e ele diz: "A partir de amanhã começaremos preparar os materiais para reclassificação do artigo porque espionagem - um artigo particularmente difícil, a partir de 10 a 20 anos, a nenhuma anístia está sujeito, a nenhumas concessões".

Prometeu muito - mas apenas o dinheiro adiantado, em seguida começaremos o trabalho.

Bem, meus filhos lhe pagaram.

O advogado, assim que recebeu o dinheiro, imediatamente declarou: "Você tem duas opções - declarar-se culpado, então serão, no mínimo dez anos. Se não se declarar culpado, serão 20 anos.

E eu disse a ele: "Olhe para mim, 10 ou 20 anos para mim, realmente tem sentido? Claro, eu não vou admitir a culpa."

No total, sem advogado fiquei 10 meses, e 8 meses sem o cônsul. E eles precisavam ter algo para fechar.

Eu não reconheço - e eles, obviamente tem insuficiência de materiais. Convocam-me outra vez e dizem que a seguinte condição é acordo pré-julgamento com investigação. "Se você se reconhecer culpado de espionagem, nós, depois de uma semana transformaremos sua prisão em prisão domiciliar", - à residência de seu amigo, que vive perto de Moscou.

Eles prometem que o chefe tem um amigo - Vice-Presidente do Tribunal da cidade de Moscou, ele concordou - eu receberei uma sentença condicional.

Meus filhos escrevem, que medidas estão sendo tomadas, que viajam até Kyiv, negociam, depois vieram os defensores. O defensor russo Ella Pamfilova disse: "Eu agora não posso lhe ajudar, apenas depois do Tribunal".

Eu sei que as acusações são absurdas, que na Ukraina ninguém acreditará, que eu tentei roubar exatamente estes materiais - porque eles existem lá.

Eu penso: Tudo bem. "Concordo com prisão domiciliar".

Mas no início disse a este investigador: "Eu não acredito em você, que venha qualquer outra pessoa de sua chefia e confirme".

Veio o chefe do departamento, coronel Rastvorov e diz: "Danylovych, meu pai também é Yurui Danelovych, e também de 1942. Eu tenho muito respeito por você. Quando eu avisei ao vice-presidente do tribunal, quantos anos você tem, ele disse: Mas que conversas? Condicionalmente, que vá para casa, tudo será feito".

Eles foram até o meu amigo, pegaram uma declaração que ele possui uma moradia, onde eu posso ficar sob prisão domiciliar. Mostram a carta, eu conheço a letra. Penso - pode ser assim...

Assinei este terrível papel. 

Eu nem terminei de lê-lo, o quanto isto era improvável, absurdo e assustador.

Depois de algum tempo, me convidaram ao Departamento de Investigação. Na chefia a mesa está coberta, uma garrafa de conhaque e sanduíches. "Compreende, todos concordam, exceto um problema. Ele disse, que eu não tinha registro na Rússia, então não podia estar sob prisão domiciliar... Vamos beber". Eu não bebi...

A mim o investigador, certa vez, em uma explosão de sinceridade, disse: "Se eu emitir a assinatura para sua absolvição, isto significará  que eu pedi demissão. A questão de sua detenção resolvia-se a nível da Procuradoria Geral e FSB.

Eu não tinha lá absolutamente nenhuma chance. Eu escrevi para a administração do presidente e chefe do Departamento de Investigação. Nem resposta, nem saudação.




O tempo passa, preciso me familiarizar com os materiais do caso. Novamente não tenho advogado, eu estou sozinho.

Li o primeiro volume. No primeiro volume FSB escreve uma informação, que na Ukraina estes produtos produzem-se numa só fábrica. A informação é a meu favor, se alguém inteligente  a lesse.

Em nenhuma parte do texto, nenhuma conversa de minha iniciativa.  Tudo isto é especialmente assim preparado.  Telefonavam, conversavam, e tais perguntas... Depois eu compreendi - especialmente me provocavam, para que eu dissesse , que isto pode me interessar.

Um volume eu assinei. Eram 4 volumes. Me apressam: "Corra, porque tudo é acordado, tudo deve ser rápido".

Então tudo girou rapidamente. Dia 11 eu assinei todos os volumes, dia 16 os receberam no Gabinete do Procurador e registraram a minha questão, e dia 19 recebi o aviso que tudo foi enviado ao tribunal.


Eu penso: "Talvez de verdade, lá resolveram, condicionalmente, me enviar para casa?... E vem imediatamente do tribunal uma mensagem - marcada uma reunião pública em 1 de outubro.

NÃO ME BATERAM - TENTARAM QUEBRAR MORALMENTE.

O tribunal foi fechado, ninguém pôde entrar, nem TV, nem cônsul.

Na terceira sessão, eu falei em minha defesa. O juiz me ouviu. Mas no veredicto escreveram, que minhas palavras "o tribunal percebeu de forma crítica".
No dia 14 leram o veredicto. Todos foram liberados. Os ativistas dos direitos humanos, o cônsul.

E eis que vem uma carta - executar a sentença e enviar-me ao lugar de cumprimento da pena. Neste período eu estive no hospital, "Silêncio do marinheiro". Ella Pamfilova através de direitos humanos, Zoe Svetova avisou, que em 10 de dezembro no encontro com o presidente Putin vai discutir a questão do meu perdão.

E dia 10 de dezembro eu espero. Liguei a TV, lá mostram Ella Pamfilova sentada com Putin, fala sobre algo... Aqui se abre mais uma esperança: "Solochenko com os pertences na saída". Os rapazes dizem: Tudo bem, "Pamfilova resolveu tudo". Eu também pensei assim, junto minhas coisas.

 ... Estes vagões Stolypin. São semelhantes aos normais: corredor, ao longo dele compartimentos, apenas ao longo deles, grades. Janelas não há. três prateleiras dos dois lados. 12 pessoas no compartimento fumam. Perguntei ao guarda de segurança: Se começasse o fogo neste cupê, você abriria as grades, para que nós pulássemos?" Ele diz: "Não, para mim é mais simples relacioná-los, do que depois informar, para onde vocês correram.

Da coluna me colocaram, no início, em Nyzhny Novgorod, no hospital da prisão, para duas semanas, e depois preparavam-se para próxima etapa. Mas eu fiquei doente, me colocaram no hospital regional da prisão, no território da colônia 5. Lá, permaneci de cama 2,5 meses. De lá transferiram para colônia. 

Lá eu já podia telefonar. Eu já sabia, que já havia algumas ações, esperava algo.

Eu fiquei detido com pessoas muito respeitáveis - dois doutores em ciências. Um coronel de Forças Especiais, homem autêntico, de guerra, com distintivos. Com um georgiano eu ensaiava, a seu pedido, o hino da Ukraina e baixinho cantávamos na câmera. Com o rapaz de 22 anos Oleksii de Kuzbass certa vez eu lembrei palavras de Tychyna (foi grande poeta ukrainiano - OK):
"Para viver, não devo pedir direito a ninguém, para viver eu despedaço todas as algemas. Eu me afirmo, eu me reafirmo, porque eu vivo". E ele pediu para escrevê-los na página principal de seu diário.

Não me batiam - tentavam destruir moralmente. Eu perder... Claro, eu queria conhecer meus netos. O investigador dizia: "Claro, é melhor morrer em casa", - mas eu pensava: "Não espere". Bem, eu estou quase em casa. (Quando ele chegou em Kyiv, foi direto para hospital - OK).

Tem a organização "Prisioneiro russo"- escreviam para mim. "Há Rus sentada". E há simplesmente pessoas, que viram na internet, e escreviam. Do Canadá uma certa menina Olia, escrevia. 

Quando me transportavam, entregaram as cartas, uma delas do artista homenageado da Ukraina Sergey Arkhypchuk que me cumprimentou com o meu aniversário em 06 de maio. Mas eu recebi a carta no dia 06 de dezembro. Também escreviam Valéria Lutkovska (ombudsman, funcionária que monitora os direitos e interesses da pessoa - OK) e Klimkin (Ministro dos Assuntos do Exterior).

Na Rússia contar com humanismo não vale a pena. Neste monstro, Rússia, a autoridade - uma autocracia com FSB.

Àqueles que agora encontram-se como reféns da Rússia, quero dizer que não percam as esperanças, acreditem, porque Ukraina não os esqueceu - ela luta por cada cidadão seu.


Perder a fé não pode. 

Se eu não acreditasse, que um dia estarei em casa - não sei, se viveria até hoje.

Eu adormecia e acordava com este pensamento, isto tornou-se minha oração.
Tradução: O. Kowaltschuk