Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 01.01.2016
Halyna TereshchukMilhares de famílias de militares ukrainianos encontraram o Ano Novo sem seus maridos, pais, filhos, mas com o pensamento sobre eles.
Como foi o ano passado para a família do lutador de Lviv?
Segundo ano seguido Marta Yaschyshyn e seu filho não decoram a árvore de Natal. A mulher divide sua vida em dois períodos - até o dia que o marido, a mais de um ano, foi servir como voluntário, e o tempo, de quando espera por ele com o filho. Ela sabia, que Oleg não conseguiria ficar em casa enquanto a solução no Donbas permanecesse inquieta. Afinal, ele participou do Maidan até o final, onde foi ferido.
Marta Yaschyshyn |
Quando o pai foi servir, seu filho Sergei, 12 anos, começou a se interessar mais com o que ocorre no Leste, monitora as mensagens de Donbas. Inicialmente, ficou muito preocupado, mas compreendeu o procedimento paterno. "Esta é a nossa pátria, se todos tiverem medo de ir à guerra, pensarem apenas em si, o que sobrará do país - nós, simplesmente, ocuparão".
Marta percebeu, que o filho cresceu, e ela ocupou-se com voluntariado, para distrair-se das inquietações. Ao mesmo tempo, Sergei foi capaz de organizar sua classe, para apoiar os lutadores ukrainianos. "Mamãe começou ocupar-se com atividades voluntárias, nós começamos enviar as encomendas pelo correio, até 200 quilogramas. Os estudantes ajudam, escrevem cartas, trazem dinheiro para comprar algo aos soldados", - diz Sergei.
Sergei, filho de um soldado, organizou sua classe em apoio aos soldados ukrainianos. |
O ano foi generoso em boas pessoas.
Durante a ausência do marido Marta Yaschychyn travou conhecimento com muitas pessoas, não apenas na Ukraina, também do exterior. E o apoio delas é o mais valioso para ela. Durante o ano o círculo de amigos mudou, permaneceram apenas ps verdeiros amigos. O ano 2015, ela diz que foi rico em boas pessoas. "Quando o marido foi servir, surgiu uma nova vida, toda parte ruím ficou em algum outro lugar, aqui ficaram coisas boas. Mas, também ela está convencida, que o exemplo do marido influi na formação do filho, como pessoa com uma posição civil clara, porque ele já aprendeu a distinguir as coisas importantes da vida, e a dar-lhes valor.
A ele, tudo ainda, é muito doloroso. O nosso futuro está nos filhos, como nós os educarmos, assim será. Se os envolvermos em tudo, então eles se sentirão necessários. Eu procuro comunicar-me com ele, como com um adulto, procuro compreendê-lo. Isto eu aprendi com meu marido", - diz Marta.
O mais difícil para as famílias dos militares é sobreviver aos feriados, quando seus pensamentos estão com aqueles que estão distantes, e eles, geralmente, não conhecem em que condições estão seus parentes, qual é a situação no Donbas. Na véspera do Ano Novo, Sergei, de 12 anos e sua mãe têm apenas um desejo: "Que tudo esteja bem."
Muito se quer, que todos os homens voltem para casa, compreendo que a guerra ainda não terminou, mas que as pessoas cheguem a receber seus maridos, pais, e filhos, com saúde. O mais importante, é que eles saibam que são esperados e que queiram voltar. A esperança transforma em possível, o impossível. Que cada um receba aquilo que quer, e o que merece".
Zona de Livre Comércio entre Ukraina e União Européia.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana ukrainiana), 31.12.2015O Acordo que entrou em vigor a partir de primeiro de janeiro de 2016, possibilita a União Européia e Ukraina um profundo e abrangente livre comércio (ZCLAA) que é parte do Acordo para Associação da União Européia - Ukraina, assinado em junho de 2014, e que entrou em vigor em novembro de 2014.
O Acordo, com aplicação ZCLLA, UE - Ukraina sobre Associação é um marco nas relações bilaterais, uma vez que oferece novos benefícios econômicos para ambos os lados. Empresários ukrainianos receberão acesso preferencial estável e previsível para o maior mercado do mundo, com 500 milhões de clientes, enquanto as empresas da União Européia terão acesso mais fácil ao mercado ukrainiano e construirão relações com os fornecedores e parceiros".
Segundo a Comissão Européia, haverá benefícios aos cidadãos ukrainianos na obtenção de produtos de qualidade e aumento da concorrência com redução de tarifas de importação, o que conduzirá a preços mais baixos.
Além disso, a aproximação da UE em áreas de concorrência, compras governamentais e proteção da propriedade intelectual, o acordo contribuirá para a modernização e diversificação de economia ukrainiana e criará incentivos adicionais para reformas, particularmente na luta contra corrupção, diz o comunicado.
Desta forma, a aprovação da zona de comércio a partir de 01.01.2016, além de permitir a Ukraina melhorar o clima de negócios e atrair investimentos estrangeiros, integração na economia mundial, proporciona a oportunidade para Ukraina se estabilizar, diversificar e desenvolver suas economias para o benefício de todos os seus cidadãos, disse o membro da Euro-comissão, Cecília Malmstrom, que a mudança "não vai acontecer durante a noite, é preciso trabalho e investimento".
Lembramos, o presidente russo Vladimir Putin emitiu um decreto caçando o acordo de livre comércio entre Ukraina e Rússia após 01.01.2016,imediatamente após a conclusão dos procedimentos ao lançamento de zona de livre comércio da UE com Ukraina.
Nem Paz, nem guerra: o que espera Donbas em 2016?
Radio Svoboda (rádio Liberdade), 01.01.2016
Dmitry Shurhalo
Os habitantes dos territórios ocupados estão decepcionados com os separatistas, que não conseguem normalizar a vida.
"Quarteto Normando": líderes da Ukraina, França, Alemanha e Rússia, durante o encontro de Minsk. |
A escalada do conflito no Donbas agora é improvável. Porque nisto não está interessado nenhum dos dois lados do conflito. No entanto, as perspectivas de uma solução pacífica também são incertas. Portanto, os especialistas tendem a acreditar que a parte ocupada de Donbas, provavelmente, permanecerá na zona cinzenta entre Ukraina e Rússia.
Ukraina não quer agravamento do conflito. Rússia espera que o Ocidente enfraqueça as sanções - então há bases para esperar a desescalada. Outra questão, é que os Acordos de Minsk não podem ser uma base confiável para um acordo de paz final no Donbas.
Já tendo experiência a o que levaram "Minsk-1" e "Minsk-2", podemos concluir que nada vai mudar para melhor. Esperar que lá haverá uma trégua atualmente não há nenhuma razão. Este conflito é longo", - diz o especialista em segurança do Centro Razumkov Alexei Melnik.
Os separatistas esperam eleições.
Na parte ocupada de Donbas esperam que escalada de conflito não haverá. Ao contrário, o vice-chefe do assim chamado Conselho do Povo da "FSC" Vladislav Deinega em entrevista à Rádio Liberdade disse que o acordo dos líderes do "Quarteto Normando" dá base para isto.
"Espero, que à tarefa de cessar fogo reagirá com compreensão o lado ukrainiano", - disse ele. (O lado ukrainiano só responde quando é provocado. São eles que, diariamente, matam de 1 a 3 militares ukrainianos e ainda querem por a culpa nos ukrainianos? - OK)
A posição dos países europeus é favorável ao cessar fogo, cuja responsabilidade, as partes do conflito colocam uma na outra. No entanto, perspectivas para prossecução do acordo não são visíveis. O presidente Petro Poroshenko insiste no cancelamento das "pseudo-eleições", que marcaram os militantes pró-russos. Segundo Poroshenko, as eleições no Donbas devem realizar-se com a participação dos partidos ukrainianos, mídia ukrainiana, Comissão Central Eleitoral e observadores internacionais. Em troca os porta-vozes separatistas enfatizam que seus planos eles não abandonarão.
"As eleições acontecerão de qualquer modo. Outra questão - quando? Aqui são possíveis diferentes soluções. Mas elas acontecerão - queira Ukraina ou não", - diz Vladislav Deinega.
"Traidores" de velhas elites buscam entendimento.
No entanto , os líderes separatistas mudam repetidamente sua posição. Eles não agem como parte independente neste processo. Sob estas condições pesa mais a posição do Kremlin e do estado de espírito da população local que, nos últimos tempos, cada vez mais expressa sua insatisfação. Afinal de contas eles convenceram-se, que à composição da Rússia, Donbas não foi aceito, e os separatistas não podem estabelecer uma vida normal na região.
"A mais de um ano, nem em Luhansk, nem em Donetsk, quase não há combates. Rússia constantemente manda a estes territórios ajuda humanitária, dinheiro combustível. Mas a população vive em condições muito difíceis. Faltam até produtos básicos de qualidade", - diz o editor do projeto "Donbas. Realidades" na Rádio Liberdade, Andrey Dikhtiarenko.
Sob as circunstâncias, há perspectivas de acordo de paz - especialmente se as partes do conflito aceitarem concessões mútuas. Em solução pacífica também estão interessados os ex-regionais. Embora as atitudes a eles, de ambos os lados da fronteira, na maior parte, são críticas, as velhas elites, ainda mantém e até aumentam a sua influência nos lugares.
É uma espécie de ponte entre o lado ukrainiano e os separatistas. Agora os "regionais" muito se infiltraram na camada superior das chamadas "FSC" e "DNR". E, uma volta suave a Ukraina pode acontecer exatamente a estes "traidores". Eu não quero dar estimativas - "isto é bom ou ruím", - diz Andrey Dikhtiarenko.
No entanto, não menos provável é o congelamento do conflito e posterior conversão de Donbas a uma zona cinzenta controlada pela Rússia, a exemplo de Transnistria. Afinal, a decisão final não é aprovada nem em Luhansk ou Donetsk, mas em Moscou.
Tradução: O. Kowaltschuk
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