sábado, 2 de janeiro de 2016

Maior desejo de Ano Novo: que todos os guerreiros voltem para casa - esposa de um soldado.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 01.01.2016
Halyna Tereshchuk

Milhares de famílias de militares ukrainianos encontraram o Ano Novo sem seus maridos, pais, filhos, mas com o pensamento sobre eles.


Lviv - Milhares de famílias de militares saudaram o Ano Novo sem eles, mas com o pensamento sobre as pessoas queridas e único desejo, que voltassem para casa. Familiares do militar de Lviv Oleg Woytsechowskyi dizem, que já é o segundo ano consecutivo não sentem clima festivo, e que o mais difícil é nos dias festivos. 

Como foi o ano passado para a família do lutador de Lviv? 

Segundo ano seguido Marta Yaschyshyn e seu filho não decoram a árvore de Natal. A mulher divide sua vida em dois períodos - até o dia que o marido, a mais de um ano, foi servir como voluntário, e o tempo, de quando espera por ele com o filho. Ela sabia, que Oleg não conseguiria ficar em casa enquanto a solução no Donbas permanecesse inquieta. Afinal, ele participou do Maidan até o final, onde foi ferido.

Marta Yaschyshyn
Ele, simplesmente fugiu, não disse para onde estava indo. Eu tive um forte estresse emocional. Fui até Kyiv, onde ele estava passando pelo treinamento militar, porque queria ver, aonde ele foi designado. Era a rota médica da Guarda Nacional, que acabava de ser formada", diz Marta Yaschyshyn. Hoje seu marido é mobilizado, vice-comandante da Primeira Companhia Médica da Guarda Nacional, da Administração do Território Norte.

Quando o pai foi servir, seu filho Sergei, 12 anos, começou a se interessar mais com o que ocorre no Leste, monitora as mensagens de Donbas. Inicialmente, ficou muito preocupado, mas compreendeu o procedimento paterno. "Esta é a nossa pátria, se todos tiverem medo de ir à guerra, pensarem apenas em si, o que sobrará do país - nós, simplesmente, ocuparão".

Marta percebeu, que o filho cresceu, e ela ocupou-se com voluntariado, para distrair-se das inquietações. Ao mesmo tempo, Sergei foi capaz de organizar sua classe, para apoiar os lutadores ukrainianos. "Mamãe começou ocupar-se com atividades voluntárias, nós começamos enviar as encomendas pelo correio, até 200 quilogramas. Os estudantes ajudam, escrevem cartas, trazem dinheiro para comprar algo aos soldados", - diz Sergei.

Sergei, filho de um soldado, organizou sua classe em apoio aos soldados ukrainianos.
Eu não podia ficar parada e ocupei-me com trabalho voluntário. No início, fazia mais meias de tricô, embalava e enviava, e ainda assim não conseguia dormir. Depois fiz amizade com outros voluntários, às vezes uns, às vezes outros, muito boas pessoas, e tudo enviava para a frente", - acrescenta Marta.

O ano foi generoso em boas pessoas.

Durante a ausência do marido Marta Yaschychyn travou conhecimento com muitas pessoas, não apenas na Ukraina, também do exterior. E o apoio delas é o mais valioso para ela. Durante o ano o círculo de amigos mudou, permaneceram apenas ps verdeiros amigos. O ano 2015, ela diz que foi rico em boas pessoas. "Quando o marido foi servir, surgiu uma nova vida, toda parte ruím ficou em algum outro lugar, aqui ficaram coisas boas. Mas, também ela está convencida, que o exemplo do marido influi na formação do filho, como pessoa com uma posição civil clara, porque ele já aprendeu a distinguir as coisas importantes da vida, e a dar-lhes valor.
A ele, tudo ainda, é muito doloroso. O nosso futuro está nos filhos, como nós os educarmos, assim será. Se os envolvermos em tudo, então eles se sentirão necessários. Eu procuro comunicar-me com ele, como com um adulto, procuro compreendê-lo. Isto eu aprendi com meu marido", - diz Marta.

O mais difícil para as famílias dos militares é sobreviver aos feriados, quando seus pensamentos estão com aqueles que estão distantes, e eles, geralmente, não conhecem em que condições estão seus parentes, qual é a situação no Donbas. Na véspera do Ano Novo, Sergei, de 12 anos e sua mãe têm apenas um desejo: "Que tudo esteja bem."

Muito se quer, que todos os homens voltem para casa, compreendo que a guerra ainda não terminou, mas que as pessoas cheguem a receber seus maridos, pais, e filhos, com saúde. O mais importante, é que eles saibam que são esperados e que queiram voltar. A esperança transforma em possível, o impossível. Que cada um receba aquilo que quer, e o que merece".

Zona de Livre Comércio entre Ukraina e União Européia.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana ukrainiana), 31.12.2015


Comissão Européia emitiu uma declaração antes da introdução da Zona de Livre Comércio (bloco econômico regional formado por diversos países com a finalidade de reduzir ou eliminar as taxas alfandegárias entre os países membro ). O objetivo é estimular o comércio entre os países participantes) entre Ukraina e União Européia.

O Acordo que entrou em vigor a partir de primeiro de janeiro de 2016, possibilita a União Européia e Ukraina um profundo e abrangente livre comércio (ZCLAA) que é parte do Acordo para Associação da União Européia - Ukraina, assinado em junho de 2014, e que entrou em vigor em novembro de 2014.

O Acordo, com aplicação ZCLLA, UE - Ukraina sobre Associação é um marco nas relações bilaterais, uma vez que oferece novos benefícios econômicos para ambos os lados. Empresários ukrainianos receberão acesso preferencial estável e previsível para o maior mercado do mundo, com 500 milhões de clientes, enquanto as empresas da União Européia terão acesso mais fácil ao mercado ukrainiano e construirão relações com os fornecedores e parceiros".

Segundo a Comissão Européia, haverá benefícios aos cidadãos ukrainianos na obtenção de produtos de qualidade e aumento da concorrência com redução de tarifas de importação, o que conduzirá a preços mais baixos.

Além disso, a aproximação da UE em áreas de concorrência, compras governamentais e proteção da propriedade intelectual, o acordo contribuirá para a modernização e diversificação de economia ukrainiana e criará incentivos adicionais para reformas, particularmente na luta contra corrupção, diz o comunicado.

Desta forma, a aprovação da zona de comércio a partir de 01.01.2016, além de permitir a Ukraina melhorar o clima de negócios e atrair investimentos estrangeiros, integração na economia mundial, proporciona a oportunidade para Ukraina se estabilizar, diversificar e desenvolver suas economias para o benefício de todos os seus cidadãos, disse o membro da Euro-comissão, Cecília Malmstrom, que a mudança "não vai acontecer durante a noite, é preciso trabalho e investimento".

Lembramos, o presidente russo Vladimir Putin emitiu um decreto caçando o acordo de livre comércio entre Ukraina e Rússia após 01.01.2016,imediatamente após a conclusão dos procedimentos ao lançamento de zona de livre comércio da UE com Ukraina.

Nem Paz, nem guerra: o que espera Donbas em 2016?
Radio Svoboda (rádio Liberdade), 01.01.2016
Dmitry Shurhalo

Os habitantes dos territórios ocupados estão decepcionados com os separatistas, que não conseguem normalizar a vida.

"Quarteto Normando": líderes da Ukraina, França, Alemanha e Rússia, durante o encontro de Minsk.
No último dia de 2015 os líderes da Ukraina, Rússia, França e Alemanha concordaram em estender o acordo de Minsk, em 2016.
A escalada do conflito no Donbas agora é improvável. Porque nisto não está interessado nenhum dos dois lados do conflito. No entanto, as perspectivas de uma solução pacífica também são incertas. Portanto, os especialistas tendem a acreditar que a parte ocupada de Donbas, provavelmente, permanecerá na zona cinzenta entre Ukraina e Rússia. 

Ukraina não quer agravamento do conflito. Rússia espera que o Ocidente enfraqueça as sanções - então há bases para esperar a desescalada. Outra questão, é que os Acordos de Minsk não podem ser uma base confiável para um acordo de paz final no Donbas.

Já tendo experiência a o que levaram "Minsk-1" e "Minsk-2", podemos concluir que nada vai mudar para melhor. Esperar que lá haverá uma trégua atualmente não há nenhuma razão. Este conflito é longo", - diz o especialista em segurança do Centro Razumkov Alexei Melnik.

Os separatistas esperam eleições.

Na parte ocupada de Donbas esperam que escalada de conflito não haverá. Ao contrário, o vice-chefe do assim chamado Conselho do Povo da "FSC" Vladislav Deinega em entrevista à Rádio Liberdade disse que o acordo dos líderes do "Quarteto Normando" dá base para isto.

"Espero, que à tarefa de cessar fogo reagirá com compreensão o lado ukrainiano", - disse ele. (O lado ukrainiano só responde quando é provocado. São eles que, diariamente, matam de 1 a 3 militares ukrainianos e ainda querem por a culpa nos ukrainianos? - OK)

A posição dos países europeus é favorável ao cessar fogo, cuja responsabilidade, as partes do conflito colocam uma na outra. No entanto, perspectivas para prossecução do acordo não são visíveis. O presidente Petro Poroshenko insiste no cancelamento das "pseudo-eleições", que marcaram os militantes pró-russos. Segundo Poroshenko, as eleições no Donbas devem realizar-se com a participação dos partidos ukrainianos, mídia ukrainiana, Comissão Central Eleitoral e observadores internacionais. Em troca os porta-vozes separatistas enfatizam que seus planos eles não abandonarão.

"As eleições acontecerão de qualquer modo. Outra questão - quando? Aqui são possíveis diferentes soluções. Mas elas acontecerão - queira Ukraina ou não", - diz Vladislav Deinega.

"Traidores" de velhas elites buscam entendimento.

No entanto , os líderes separatistas mudam repetidamente sua posição. Eles não agem como parte independente neste processo. Sob estas condições pesa mais a posição do Kremlin e do estado de espírito da população local que, nos últimos tempos, cada vez mais expressa sua insatisfação. Afinal de contas eles convenceram-se, que à composição da Rússia, Donbas não foi aceito, e os separatistas não podem estabelecer uma vida normal na região.

"A mais de um ano, nem em Luhansk, nem em Donetsk, quase não há combates. Rússia constantemente manda a estes territórios ajuda humanitária, dinheiro combustível. Mas a população vive em condições muito difíceis. Faltam até produtos básicos de qualidade", - diz o editor do projeto "Donbas. Realidades" na Rádio Liberdade, Andrey Dikhtiarenko.

Sob as circunstâncias, há perspectivas de acordo de paz - especialmente se as partes do conflito aceitarem concessões mútuas. Em solução pacífica também estão interessados os ex-regionais. Embora as atitudes a eles, de ambos os lados da fronteira, na maior parte, são críticas, as velhas elites, ainda mantém e até aumentam a sua influência nos lugares.

É uma espécie de ponte entre o lado ukrainiano e os separatistas. Agora os "regionais" muito se infiltraram na camada superior das chamadas "FSC" e "DNR". E, uma volta suave a Ukraina pode acontecer exatamente a estes "traidores". Eu não quero dar estimativas - "isto é bom ou ruím", - diz Andrey Dikhtiarenko.

No entanto, não menos provável é o congelamento do conflito e posterior conversão de Donbas a uma zona cinzenta controlada pela Rússia, a exemplo  de Transnistria. Afinal, a decisão final não é aprovada nem em Luhansk ou Donetsk, mas em Moscou.

Tradução: O. Kowaltschuk

Nenhum comentário:

Postar um comentário