Como observavam o grande feriado os combatentes da OUN-UPA(¹) no exílio.
Gazeta Denh (Gazeta Dia), 30 12.2015
Para os soldados OUN-UPA o Natal sempre foi associado com a esperança de renascimento nacional de sua terra natal, conquista da Ukraina de seu Estado independente. Portanto, nos cartões de Natal, que mesmo em muito difíceis condições na clandestinidade tentavam elaborar, para cumprimentar amigos e familiares com a Boa Notícia - não havia apenas anjos. Aqui, as pessoas com armas em mãos vão à casa modesta dos Cárpatos, reverenciar, onde a Virgem em trajes bordados combinou em si as características de suas mães amadas e irmãs... Acima da casinha a estrela brilha - não a soviética, mas a de cinco pontas, aquela verdadeira, de Belém.
"Nova alegria, nasceu, Mas Stepan Bandera
A que não havia Tudo isto observa
Sobre a gruta estrela clara Levanta os braços a Jesus,
Iluminou o mundo todo, A Jesus apela:
Oi, você irmão, ouça, Jesus, meu querido,
A triste notícia: Eu lhe imploro,
Acorrentaram em grilhões Esta comuna, ajude-me
Nossa mãe Ukraina. Expulsar do país..."
Saudades de Natal Branco
"... Hoje na terra do nosso país, onde domina o bolchevismo moscovita, não se ouvem sinos felizes. Terra entristecida não ouve canções de louvor Àquele que a criou, não andam sob as janelas os cantores de músicas natalinas e não cantam "Nova alegria surgiu". Porque neste dia forjam-se algemas e constroem-se prisões. As pessoas rezam secretamente, sem alegre badalar de sinos natalinos, - escrevia a revista ukrainiana da diáspora londrina "Caminho para Libertação" de janeiro de 1952. - Lembre-se, que Ukraina é insubmissa, e hoje, no dia de nascimento de Cristo ela vive! e se consolida. Nas montanhas dos Cárpatos, nas planícies de Poltava e ravinas de Kyiv, em toda parte comemoram o Natal de Cristo. Nos esconderijos do subsolo reúnem-se os guerreiros e pedem ajuda a Ele, em sua grande luta pela liberdade da Ukraina. Abençoe-os, filho de Deus, abençoe suas espadas! Levante esta aurora da luta ukrainiana cada vez mais e mais!".
No entanto - os rapazes demoravam muito para casar e não aceitavam a cidadania britânica. Esperavam, que a luta de libertação seria exitosa, e eles se tornariam cidadãos da Ukraina, voltariam à sua pátria. Mas, mais tarde, quando as moças já não estavam livres, precisaram casar com inglesas, escocesas. E, claro, houve assimilação. No Natal, aqueles que tinham ligação com a "terra" - tentavam mandar presentes aos parentes. As organizações ukrainianas dedicavam as edições natalinas dos jornais ao tema da libertação da Ukraina. Porque nação sem Estado - é uma grande injustiça, e Deus - sempre ao lado dos perseguidos e escravizados.
Mas, por enquanto, espalhados por toda parte, os ukrainianos trocavam cartões de Natal. Nos arquivos preservaram-se muitos cartões confeccionados na Alemanha, nos EUA, Canadá. Em sua maioria eles difundiam-se no exílio e na Ukraina eles chegavam através da OUN. Nos cartões escreviam: "Pedimos a ti, ó Rei, pedimos todos hoje, envie destino, devolva a liberdade a amada Ukraina!"
Em seu artigo "De inesgotável fonte", escrito por ocasião dos feriados de Natal de 1957 (fonte: S. Bandera - Perspectivas da Revolução Ukrainiana - K. 1999) Stepan Bandera escreveu: "A fé consolida as maiores potências da alma. Através da verdadeira e profunda fé em Deus, o Salvador, cada pessoa e toda a nação têm possibilidade de continuamente tirar da fonte eterna e viva, tanta força, quanto sua alma é capaz de perceber. Especialmente nas piores situações, na grande infelicidade, sofrimentoe luta, fé em Cristo dá a mais forte, frequentemente única e certa ajuda. (...) Desta fonte de fé nós devemos colher o máximo de força, para resistir no caminho certo. Conscientes, que Deus está conosto - é provavelmente a maior ajuda para todos nós, especialmente para todos os lutadores e sofredores do movimento de libertação da Ukraina.
(1) - OUN-UPA - Organização dos Nacionalistas Ukrainianos - Exército Insurgente Ukrainiano.
(2) Kuttia - Principal, entre os 12 importantes pratos do jantar da Noite Santa. (Consta de trigo em grão cozido, 0,5 litro.Acrescenta-se semente de papoula, previamente cozida s e esmagadas, nozes cortadas ou esmagadas, 100 g de mel e 200 g de passas. O mel e passas de acordo com o gosto. Mistura-se com o trigo e acrescenta-se água ou compota. O trigo, inicialmente deixar de molho por algumas horas. Lavar e cozinhar. Lavar novamente e acrescentar os outros ingredientes).
Tradução: O. Kowaltschuk
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