quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Celebravam como uma família
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 14.01.2016
Galina Yarema
Como minorias nacionais reuniram-se na véspera do Velho Novo Ano (Lviv - Ukraina).

O Ano Novo pode-se celebrar de diferentes maneiras. Alguém considera este dia como dia da família, e alguém outro deseja encontrá-lo numa boa e alegre comunidade. Para que o encontro do Ano Novo fosse lembrado por um longo tempo, representantes da comunidade bielorrussa de Lviv decidiram, em conjunto com os amigos russos sentar-se em volta de uma mesa com uma taça de champanhe. Reservaram um pequeno restaurante. Depois de algumas horas, a organizadora Svetlana Merzloviy começou receber telefonemas de georgianos, tártaros, húngaros, gregos, judeus, azeris (de Azerbaijão), alemães, representantes dos povos dos Balcãs... Os presidentes das comunidades ficavam indignados, diziam - realizam um evento interessante e não nos convidam?!

Foi necessário pedir desculpas à direção do restaurante e encomendar um grande salão, porque ao feriado desejaram vir duas centenas de pessoas, - sorri a responsável pelo setor de cultura e turismo da comunidade Belarus Svetlana Merzloviy.  - Nossa comunidade, fundada por Sergei Kulikov, frequentemente se reúne. Celebramos o Dia da Independência da Bielorrússia, e outros feriados nacionais. Desta vez, a idéia consistia de que, cada comunidade nacional mostrasse seus talentos - era necessário não apenas descrever, como encontram o Novo Ano em seu país, mas cantar ou dançar, como isto fizeram os representantes da comunidade judaica. E, claro, oferecer a todos seus pratos nacionais. Nós oferecemos crepes, azerbaidjanos - cerveja doce, judeus - maçãs com mel...

Quando entrei no salão, parecia que errei a porta, porque aos olhos mosqueavam reluzentes trajes nacionais de quase todas as comunidades. Os representantes dos povos dos Balcãs, sob a direção de Svetlana Chankovoi  brilhavam nos compridos vestidos de cetim, os poloneses atraiam atenção cm seus trajes nacionais, os bielorrussos destacam-se com roupas idênticas. Mas o que eu gostei acima de tudo foram os pequenos representantes da comunidade de Azerbaijão - Ruslan Mamedov de cinco anos, e Ilvin Musmulov de dois e meio, que os pais vestiram com roupas de sultão. As crianças compreenderam que toda a atenção estava sobre elas e posaram para as câmeras como estrelas de Hollywood, com satisfação.

A noite começou com o desempenho do Hino Nacional da Ukraina. De acordo com o representante, ator Juris Haziyeva, quantas nacionalidades não vivessem em Lviv, todas lembram, que vivem como uma grande família no solo ukrainiano. Fiquei surpresa porque, além de pessoas jovens e de meia idade, também havia muitas pessoas de idade respeitável. Quando eu vi como cantam e dançam "Sete quarenta" homens e mulheres respeitáveis, não consegui me segurar - pernas sob a mesa saltavam no ritmo da alegre música judaica.Os homens idosos galantemente convidavam não só representantes de sua comunidade. Tártaros com alemães, russos com poloneses, azeris e georgianos dançavam o "hopak" ukrainiano, a polka e a lezguinka georgiana... Mas, o mais importante é que todos ouviam com atenção os discursos dos representantes de outras nacionalidades. Não importava, se isto era a canção "Oi, neve, nevosinha...", desempenho de um coletivo amador russo, se "Meu Azerbaijão", pela cantora profissional de Azerbaijão Kurban Kulczycki. Aqui não houve divisão em minorias étnicas, ninguém contestou ninguém e não olhou de soslaio para o lado do representante de outra nação. Todos demonstraram grande respeito um pelo outro,e pela cultura de outra nação.

Natália Mamedova, representante da Assembléia das Nacionalidades na Ukraina Ocidental disse que um evento desse porte internacional realiza-se primeira vez.
Mesmo os muçulmanos que não celebram o Ano Novo e Natal, vieram.
A comunidade bielorrussa presidida por Tamara Kozak e líder ideológico Svetlana Merzloviy reuniram todos sob o mesmo teto. Nesta celebração nós vimos, que as relações culturais entre os povos irmãos contribuem para a consolidação da paz.

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 16.01.2016

"Malanka" é uma comemoração popular na véspera do Ano Novo, no dia 13 de janeiro. A comemoração religiosa referente ao Ano Novo é no dia 14 de janeiro. (Lembramos, as Igrejas na Ukraina, tanto a Ortodoxa, quanto a grego-católica, seguem o Calendário Juliano - OK).

O dia 13 de janeiro é dia de Santa Melania, daí o nome Malanka (Dia 14 é dedicado ao Santo Basílio). Neste dia preparavam comidas especiais. Os jovens andavam de casa em casa, realizando diversas brincadeiras. Desempenhavam diversos papéis, por exemplo: Um aldeão idoso, vovô  Uma cabra e urso puxam um arado, ou espalham sementes pela casa, o que significava que semeavam o campo e desejavam boas colheitas. Também cantavam canções pertinentes ao dia. As brincadeiras variavam de região em região, mas a finalidade era desejar prosperidade. 

Os personagens principais eram - Vovó Malanka e vovô Basílio. De um antigo dia festivo religioso, transformou-se num divertido entretenimento. Atualmente usam motivos e personagens modernos: soldados, médicos, etc.

Na Bukovyna, o feriado termina com um mergulho no rio.

A TV canadense (No Canadá vivem muitos ukrainianos - OK) apresenta um vídeo sobre a Malanka ukrainiana. O apresentador do programa da TV canadense Rick Mercer, no Canal CBC/Rádio Canadá mostrou os representantes da diáspora ukrainiana em Saskatoon comemorando Malanka. "Quem são estes ukrainianos? Como são eles? Por que celebram o Ano Novo em meados de janeiro? 
Estas perguntas Mercer prometeu responder.

https://www.youtube.com/watch?v=at7n-DAYA9k

Vysokyi Zamok (Castelo Alto) Outras Notícias:

01.06.2016: Nas fileiras dos militantes pró-Rússia, no Donbas, estão ocorrendo deserções.
Na véspera do ano novo no "primeiro batalhão de assalto Somália", pediram demissão 14 militantes. Motivo: Atitudes desumanas de seu líder, um criminoso, apelidado "Givi" (Mikhail Tolstuh), que para satisfação de suas próprias necessidades, não considera seus subordinados como pessoas. (Esta já não é a primeira notícia que aparece sobre deserções. O problema é que sempre surgem pessoas novas, sem emprego e, pior, sem possibilidade de conseguir um. Como Rússia lhes paga um salário razoável, então... OK).
Além disso, entre os militantes aparecem pessoas que realmente observam a difícil situação nos territórios.

17.01.2016: Segundo a investigação do jornal alemão "Bild", Rússia gasta em pensões e salários das chamadas "DNR" e "FSC" um bilhão de euros por ano.
No momento, na região de Donetsk há 653 mil pensionistas, em Luhansk - 425,791 pessoas. O gasto mensal com as pensões é de 2.418.378.168 rublos ou trinta milhões de euros (O dólar está, atualmente, cotado em 70 rublos -OK).
Os militantes no Donbas, dependendo do grau, recebem de 90 a 465 euros. Um professor 50 euros. Rússia gasta, mensalmente, 79 milhões de euros para pagamento de funcionários e pensionistas.
No total, isto dá cerca de 1 (um) bilhão de euros por ano, o que corresponde ao gasto de países como Armênia ou Moldávia - são 0,6% dos gastos do orçamento. 
No entanto, o jornal observa que estes gastos são apenas uma parte do custo total do apoio russo às áreas ocupadas de Donbas. O pagamento pelo gás, gasolina, petróleo, alimentos, ajuda humanitária, bem como munições, custam centenas de milhões de euros por ano.
O jornal escreve, que após a cessação dos pagamentos ukrainianos em julho de 2014, e até meados de 2015, os separatistas não podiam pagar as pensões e salários. Mas na metade do verão de 2015 começaram receber os salários em rublos. 
Para transferir o dinheiro ao Donbas Kremlin usa os bancos da ocupada Abkhazia (pertencia à Geórgia).
Os rublos vem para Ukraina em trens especiais, uma vez por mês para Sukhodilsk, Debaltseve e Ilovaysk. Depois são distribuídos em automóveis de coletores, para outras regiões ocupadas.

18.01.2016
Girkin (apelido Strelkov) "chefe" das forças da "Nova Rússia" admitiu que deu ordens para fuzilar a, pelo menos, 4 (quatro) pessoas de Slovyansk. Esta declaração ele fez na "Rádio - KP"."Com base na legislação de 1941 introduzida por Stalin, nós julgamos e fuzilamos.... Durante minha estadia em Slovyansk, ao todo nós fuzilamos quatro pessoas", - declarou Girkin

Ele explicou que foram "dois soldados por saques, entre os próprios militares, um local também por saques, e um por assassinato de militar (Não dá para entender como funciona o cérebro do bandido russo. Entre eles não pode haver roubo, mas roubar e destruir outro país não é apenas permitido, é louvável.-OK)

Quanto à observação que, de acordo com o direito internacional, ele é criminoso de guerra, Strelkov respondeu:
"Eu, absolutamente, não me preocupo com o direito internacional, porque isto é um instrumento nas mãos de vencedores. Se nós formos derrotados - bom, então, significa, que estas normas serão aplicadas a mim".
E, se ele estava pronto para comparecer perante o Tribunal de Haia, Strelkov respondeu: " Eu estou profundamente convencido, que eu não chegarei a isto".
"Como se costuma dizer, eu saia demais, como no famoso filme. E, em segundo lugar, eu cuidarei para fazer tudo de minha parte, para que isto não aconteça. " -  disse ele.

Ele também acredita que o destino de Donbas "decide-se em Moscou". "Isto pode-se dizer, infelizmente, e felizmente - de qualquer lado de observação. Se Moscou conseguir apoiar estas repúblicas, se elas voltarão para Ukraina, porque há tendências também para isto, e para absolutamente contrário, então estas repúblicas poderão sobreviver.

"Eu penso, com o tempo eles vão se unir, e espero, cedo ou tarde, se tornarão parte da Rússia, e não por quaisquer independência. Ninguém queria isto, tudo começou sob as bandeiras russas e, por assim dizer, a criação aqui desses países - pseudo, ainda não são países, infelizmente, sob todos os parâmetros - isto não correspondia e ainda não corresponde aos interesses da população" - considera o ex-líder dos militantes.

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Na Ukraina aumentou o número de desempregados. Em 01.01.2016 eles já são 490.800 pessoas.
O salário-desemprego recebem 398.000 ukrainianos. As estatísticas não incluem Criméia, nem os territórios ocupados.

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Na Ukraina, já foram registrados 1.684.815 pessoas deslocadas, segundo o Ministério de Assuntos Sociais.
Pediram auxílio financeiro 695.708 famílias, 652.105 já recebem.

Verdade Ukrainiana - Verdade Econômica, 18.01.2016

Petróleo atingiu a economia mais fortemente que as sanções.
O vice-primeiro-ministro da Rússia disse que o país, desde o inicio de 2015, devido as sanções perdeu 0,5 pontos percentuais, enquanto 3 pontos percentuais foram perdidos devido a preços baixos do petróleo.

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Os invasores usam medidas direcionadas para destruir a indústria na região.
Assim, nas regiões controladas de Luhansk desmontam e removem para Rússia, no mínimo seis empresas, a saber: CJSC "Lugansk Machine -Building Plant - Parhomenka", JSC "Machine - Building Plant - 100",  GP "TSKBM Donets", JSC "Zavod hirskoryatuvalnoyi Técnica", JSC "Lugansk-teplovoz" e LLC "POLI-PACK, avisa a inteligência.

Como observam na Principal Gestão da Inteligência, por causa da situação financeira e econômica, Rússia é forçada restringir o financiamento de empresas e restringir a produção nos territórios ocupados da Ukraina. Isto aplica-se em especial ao JSC "Lugansk-teplovoz" (76% das ações pertencem à russa ZAO  "Transmashholding").
O número de trabalhadores em 2014 - aproximadamente 7 mil pessoas. A partir de 1º de janeiro deste ano - 2,8 mil. Iniciam-se medidas para cessar a produção destinada ao transporte ferroviário. Planeja-se a redução para 350 trabalhadores. Atualmente funcionam apenas algumas oficinas que ocupam-se com reparação de veículos blindados, danificados, dos militantes de "FSC".
Se um dia a Rússia retirar seus blindados, a região ficará completamente arrasada.

Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 17.01.2016

50 bilhões de UAH representavam as perdas devido à corrupção nas compras públicas - Yatseniuk.
As perdas com a corrupção e a má administração nas compras públicas ascendiam a 50 bilhões de UAH por ano, ou um quinto do volume total de compras. Sobre isto falou o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk em "10 minutos com o primeiro-ministro" na noite de 17 de janeiro. 
De acordo com Yatseniuk, o problema deve ser resolvido pelo sistema eletrônico de compras estatais ProZorro.

"A partir de 01.04.16 ao ProZorro entram todos os grandes clientes de serviços - ministérios, departamentos, maiores empresas estatais. Em 03.08.16 começarão entrar as demais", - disse o primeiro-ministro.
Ele acrescentou, que desde o início do sistema em modo piloto, desde fevereiro de 2015, a economia orçamental ultrapassou 500 milhões, embora pelo sistema passassem apenas 2% dos concursos públicos.
Depois de completa transição, nós esperamos uma economia de dezenas de bilhões de UAH. No ano seguinte poderá ser várias vezes maior", - disse o chefe do governo.

A reforma do sistema de compras estatais aumentou o PIB do país em 0,6% ao ano, disse, ainda em meados de dezembro o vice´ministro do Desenvolvimento Econômico da Ukraina Maxim Nefedov. Segundo ele as bases da reforma são: aumento da transparência, redução das barreiras de acesso ao negócio e profissionalismo dos compradores.

Como declaram os peritos do "Centro de Combate à Corrupção", os maiores esquemas de corrupção permanecem na esfera dos contratos públicos.

Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 17.01.2016

Ukraina cessou, oficialmente, o comércio com a Criméia ocupada.
A regulamentação governamental entrou em vigor sob o Nº 1035. A decisão do governo entra em vigor na data de hoje.
À Criméia está proibido o fornecimento de bens e serviços, com exceção de objetos pessoais, determinados pelo primeiro parágrafo do artigo 370 do Código Alfandegário da Ukraina, que transporta-se em bagagem de mão e/ou em bagagem acompanhada; produtos alimentícios socialmente importantes realizados por pessoas, cujo valor não ultrapasse a 10.000 UAH e peso não superior a 50 kg por pessoa.

No dia 16 de janeiro, os participantes da blocada cidadã da Criméia retiraram seus postos de controle da península e agora pretendem trabalhar apenas como observadores.

Lembramos, os tártaros da Criméia e ativistas, em 20 de setembro, iniciaram a ação de "bloqueio alimentar", que consistia no impedimento de transporte de mercadorias à península. Como consequência do bloqueio houve aumento dos preços de alguns produtos alimentares.

Tradução: O. Kowaltschuk

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