Tyzhden.ua. (Ukrainskyi Tyzhden), 24.12.2015
Bogdan Butkevych
Autorizada pelo presidente na regulação pacífica da situação no Donbas, membro da equipe humanitária no sub grupo de negociação sobre troca de reféns, anistia para militantes e prisioneiros ukrainianos na FR.
- Esta é uma pergunta muito difícil, que não tem resposta simples. Eu não posso dar uma resposta leviana, porque são destinos humanos. Meu telefone está cheio de mensagens de esposas, mães e irmãs de nossos soldados. Chances de libertação há - garanto que nós fazemos tudo o que podemos. Em breve apresentaremos o relatório da equipe de negociação de Minsk. Nós usamos a lista controlada pelo Centro Interdepartamental junto ao SBU (Serviço de Segurança da Ukraina). Segundo esta lista, atualmente há 140 prisioneiros, incluindo mais de 50 civis. Os militantes tentam nos chantagear e, constantemente diminuem o número de reféns. Recentemente enviamos 21 consultas sobre o destino de pessoas concretas, especificando as circunstâncias em que foram capturadas. Sobre nenhuma delas recebemos resposta, que é a melhor prova de qualidades morais e humanas das pessoas que, daquele lado ocupam-se com estas questões. É claro, que esse tipo de comportamento, nem é a posição dos militantes, mas de seus líderes de Kremlin, que é o verdadeiro terrorista, que chantageia com reféns. Aos nossos prisioneiros nem sequer permitem a missão da Cruz Vermelha, a qual permitem nas prisões da Síria e Iraque, e outros países que guerreiam muitos anos.
E, quanto aos ukrainianos, presos na Rússia?
- Apenas oficialmente, na própria FR há, pelo menos, nove ukrainianos. Estes são presos políticos, reféns, que foram capturados pelo estado terrorista. Trabalhamos na frente diplomática, para que as pessoas, que foram capturadas com sacos na cabeça e retiradas de Donbas ou Crimeia, e o mundo todo entendam o que acontece. Quando às pessoas, à força, dão passaportes russos para julgá-los pelas leis russas, como a Sentsov. Nós devemos provar, que estes procedimentos não podem ser tomados como norma, porque então, a FR começará raptar pessoas de outros países para torturá las. Por isso, nossos presos políticos na Rússia - é um desafio para o mundo todo. Para sua libertação tentamos usar métodos diferentes. Por exemplo, todos já estão cientes sobre a troca do nosso herói cyborg Andrew Rahman Hrechanova pelo major do Exército da FR, capturado pelas Forças Armadas da Ukraina. Mas, para que a troca ocorra, o presidente perdoou este major, o qual foi condenado a 14 anos de prisão (Infelizmente, não há outro peixe graúdo russo preso na Ukraina - OK). Compreendem o conflito? Segundo Acordos de Minsk devem ser libertados todos os detidos ilegalmente (E, por acaso Rússia respeita os Acordos de Minsk ? OK).
OS MILITANTES TENTAM CHANTAGEAR A QUESTÃO DA ANISTIA E CONSTANTEMENTE DIMINUEM O NÚMERO DE REFÉNS.
Assim, todos os militares e civis que foram capturados e são torturados na parte ocupada de Donbas, estão detidos ilegalmente. No território ukrainiano, em princípio, não há detidos ilegalmente - há criminosos, que cometeram delitos e contra os quais há processos penais. Quanto à escravidão, eu não tenho informações e, não posso me permitir a operar com rumores. No entanto nós temos duas listas: reféns e desaparecidos. Ukraina, como um Estado, tem a obrigação de encontrar os corpos ou, ao menos, estabelecer as circunstâncias da morte dos incluídos na segunda lista. Hoje, nesta lista constam 762 pessoas, das quais aproximadamente 400 civis, restante militares. Na última reunião do subgrupo humanitário da equipe de negociação de Minsk, finalmente participaram os representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, aos quais, anteriormente, nós passamos estas listas. E depois disso, pela primeira vez, os representantes da ORDILO (Ou ORDiLO são as regiões individuais de Donetsk e Lugansk, dominadas pelos separatistas - OK) declararam, que começaram trabalhar com as listas de desaparecidos e estabeleceram o destino de 63 pessoas. Esperamos pelos nomes e cuidadosamente verificaremos as informações sobre cada fato, e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha esperamos que atue como mediador apolítico e imparcial, o qual poderá trabalhar no território ocupado. Os militantes, supostamente, concordaram. Também cooperamos constantemente com os voluntários nas questões de procura de informações sobre os presos. Porque frequentemente eles têm acesso ao território ocupado. Se podemos negociar, independente de Minsk, sobre a libertação de prisioneiros, naturalmente, entramos em tais negociações.
Já houve casos em sua prática, quanto a pessoa, que é considerada desaparecida, na verdade é um desertor ou mesmo, voluntariamente, passou ao lado inimigo?
Isto é guerra, e nela acontece tudo. Claro, deseja-se falar apenas sobre heróis. Repito, nós usamos em nossas conversações apenas aquela informação, que semanalmente atualiza SBU (Serviço de Segurança da Ukraina). Particularmente, sobre quem foi encontrado ou libertado. Assim, de acordo com os últimos dados isto são 2.900 pessoas. Entre elas há os mortos, e há aqueles, digamos, que foram encontrados em circunstâncias diversas. Penso, você entende o que eu quero dizer.
Ukraina está pronta para trocar "todos por todos"?
Quando se trata de alteração da medida de prisão preventiva, então fazemos. Mas entenda, que o outro lado frequentemente faz perguntas paradoxais. Por exemplo, recentemente nos propuseram libertar uma pessoa que foi condenada ainda em 2003 (!) por assassinato, e já havia cumprido 11, de 15 anos de prisão. Isto é, frequentemente, inserem na lista de troca, pessoas, que não têm nenhuma relação com a situação atual, mas são amigos dos atuais bandidos. Claro, aceitaremos quaisquer opções, para libertar nossas pessoas. No entanto, nem sempre conseguimos. Por exemplo, já por dois meses, lutamos pela libertação de uma pessoa ferida gravemente: com as duas pernas amputadas, olho e abdômen ferido. Nós preparamos tudo para cirurgia, reanimobile e já esperávamos com a esposa, para levá-lo. Os militantes recusam e dizem, que esta pessoa eles não tem.
Depois, quando citamos suas declarações, argumentam que a Cruz Vermelha não visitou todos os detidos na Ukraina e que, no início, querem ver todos os militantes detidos, para depois nos mostrar o ferido. Conto este fato, para que vocês compreendam, com que tipo de bandidos nós precisamos lidar. Frequentemente eles concordam em entregar-nos o prisioneiro quando ele já está próximo da morte. Recentemente morreu um dos libertados ainda em julho, não se recuperando dos ferimentos a faca: ele foi severamente torturado. Os militantes, quando nos entregam pessoas semi mortas, esperam isentar-se da responsabilidade pelas torturas e morte. Eu, realmente temo pelos habitantes das partes ocupadas de Donbas, que caíram reféns de tais pessoas. Deve ser entendido, que segundo Acordo de Minsk Moscou deve usar todas as alavancas de influência sobre os militantes, para sua implantação.
Se julgar os Acordos de Minsk, em geral, executaram os militantes e a Rússia pelo menos alguma coisa?
- Eles não executaram nenhum item dos Acordos de Minsk. Repito: nenhum. Único, que conseguiu-se alcançar, é certo progresso em relação ao cessar-fogo. Apesar de tudo os "Grad" (lançador de foguetes múltiplos de fabricação soviética - OK) quase não trabalham, e anteriormente, quando constantemente utilizava-se artilharia pesada, nós perdíamos de 40 a 60 de nossos melhores rapazes Agora morrem principalmente por causa das minas e ações de grupos de sabotagem e de reconhecimento. Isto é, as lutas abertas agora acalmaram-se um pouco. Foi possível implementar alguns projetos humanitários de ajuda aos habitantes do território ocupado. É importante o nosso trabalho com a desminagem. Mas o acordo, em geral, os militantes não cumprem. Embora deve ser entendido, que Minsk funciona, porque ao seu desempenho estão vinculadas as sanções contra a Rússia. Nós claramente, com fatos, provamos ao mundo que Rússia nada cumpriu e, por isso é indispensável continuar com as sanções. Putin precisa ser barrado pelo mundo todo, e os acordos de Minsk, justamente ajudam nisto. Pois quem será o próximo; Belarus, Cazaquistão, Polônia, Estados Bálticos? Ninguém no mundo pode se sentir seguro ao lado do país, que cinicamente viola todas as normas do direito internacional.
Qual é a situação com amnistia, exigida pelos militantes?
- Hoje, nós estudamos ativamente a experiência semelhante de outros países, como Croácia, Indonésia. Embora é preciso compreender, que nos países citados, o conflito era interno, no nosso trata-se de guerra provocada pelo lado de fora. Nós, do mesmo jeito, estaremos forçados à execução deste ponto dos Acordos de Minsk, porque queremos paz. Mas o debate fundamental sobre a lei de anistia terá lugar no Parlamento, que decidirá este assunto. Posso, com responsabilidade absoluta, declarar, que nenhum documento em relação a anistia, nos subgrupos de Minsk, políticos ou humanitários não se comentou, nem se desenvolveu. Minhas palavras podem confirmar Roman Bezsmertnyi e Vladimir Horbulin do subgrupo político. Em geral, a posição da Ukraina permanece inalterada: anistia só é possível após a estabilização da situação, desarmamento das gangues, regime estável, cessar-fogo. Além disso, exclusivamente para aqueles que não cometeram crimes graves e crimes contra a humanidade.
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Deputada polonesa, Malgorzata Hosyevska publicou em 18,12,2015, um relatório sobre os crimes de russos e insurgentes no Donbas, no ano de 2014.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 19.12.2015
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"Eu acredito que a publicação de nosso relatório vai estimular outros. Esses crimes não podem ficar impunes. Crimes de guerra não tem estatuto de antiguidade. E, o maior terrorista do mundo não deve ser recebido nos compromissos políticos", - escreveu Hosyevska.
Ela também lembra os acontecimentos na Criméia e na Rússia, para onde levavam os presos.
São 153 páginas e os principais relatórios serão entregues ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.
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Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 25.12. 2015
Segundo o presidente da Câmara de Assuntos Internacionais Konstantin Kosachev, esta decisão não trará perdas para o orçamento russo, pelo contrário, sem esta decisão, o orçamento russo sofreria uma perda de cerca de 3,5 bilhões de dólares. E, segundo o vice-presidente da Defesa e Segurança Franz Klyntsevych "esta é uma reação natural ao acordo de livre comércio entre Ukraina e União Européia, que entra em vigor em 01.01.2016. O governo ukrainiano considera a decisão da Rússia como sanção e fala em tomar medidas.
Tradução: O. Kowaltschuk
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