"No momento, em que Moscou desaparecer do sistema de coordenação de ukrainianos, finalmente surgirá a chance de nós nos tornarmos uma nação adulta" - Shevchuk
Radio Svoboda (rádio Liberdade, 08.12.2,015
Bohdana Kostiuk
Kyiv - desde o início da dependência o tema do bilinguismo na Ukraina é usado pelos políticos para atender às suas próprias necessidades, ignorando a possível divisão do país por razões linguistícas, dizem os especialistas. Mais que isso, acrescentam, que devido a isto na comunidade ukrainiana apareceram estereótipos - digamos, usam o idioma ukrainiano no oeste e em parte no centro, com o russo comunicam-se os moradores do leste e sul da Ukraina. Os estereótipos, com sucesso, aproveitaram no Kremlin, anexando Criméia e parte de Donbas, com o slogan de proteger os falantes do russo, ukrainianos e russos, que vivem na Ukraina.
Em 3 de julho de 2012 a Assembléia Parlamentar da Ukraina aprovou a lei sobre os princípios da política linguística do Estado de autoria dos regionais Serhiy Kivalov e Vadim Kolesnichenko. De jure, a lei permitiu alargar as competências dos idiomas nacionais, mas de-fato, primeiro lançou o mecanismo da formalização do bilinguismo russo-ukrainiano na Ukraina, explicam os especialistas. A abolição desta lei, bem como a cessação da política da russificação como um todo, foi uma das exigências dos participantes da Revolução da Dignidade, e em 13 de janeiro de 2014 os deputados da Ukraina caçaram a lei Kivalov - Kolesnichenko. Kremlin usou isto como pretexto para anexação do Donbas ukrainiano. A agressão, Moscou encobriu com o slogan de defesa de ukrainianos falantes do idioma russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, em numerosos discursos perante auditório russo e mundial repete, que o mais importante para Moscou - "observação de direitos de russos e aquelas pessoas que se consideram russos e, o idioma e cultura russa-familiares".
Onde ouve-se o pop ou canções de estrada líricas russas, lá virão os tanques russos. |
"Primeiro e único idioma estatal nosso deve ser o ukrainiano. Isto, de modo algum limita os direitos de outros idiomas. Eu tive o prazer de saber, que na zona da ATO 62% de militares ukrainianos, que com armas em suas mãos protegem seu país - Ukraina - são falantes do russo. E esta é a melhor resposta a Putin, que veio, supostamente, libertar os falantes do idioma russo. Não. Nós protegemos nossa terra ukrainiana. E aqueles, que usam o idioma russo, gostam da Ukraina não menos que eu a amo, falando em ukrainiano". declarou Poroshenko.
No campo linguístico há russificação patriótica. Taras Marusyk.
No entanto, os especialistas aconselham o presidente recusar-se de tal retórica, porque o bilinguismo é perigoso para Ukraina. Esta é a opinião do especialista em linguística Taras Marusyk. Como indicou o especialista, no governo do presidente Poroshenko há mais funcionários públicos que ignoram a Constituição da Ukraina e não usam (ou não se comunicam) através do idioma estatal ukrainiano. Também não são perceptíveis projetos de autoridades de apoio ao idioma e cultura ukrainiana, disse o especialista.
E, como exemplo citou a demanda à justiça de Lviv do ativista público Svyatoslav Lityn contra o ministro do Interior Arsen Avakov: o residente de Lviv, através do tribunal conseguiu o compromisso do Ministério do Interior de lhe fornecer a tradução do discurso, em ukrainiano, do ministro Avakov. Avakov recorreu desta decisão.
"O presidente Poroshenko, ao invés de prestar atenção especial à questão do idioma, porque esta é uma questão de segurança nacional, especialmente devido à agressão russa, decidiu flertar com este assunto. Eu não diria que agora a ukrainização é maior, que nos anos anteriores, exceto, talvez, em alguns segmentos. Mas, aquilo que acontece nos meios de comunicação, e temos numerosos exemplos específicos o quanto diminuiu a quota do idioma ukrainiano.
E, quanto aos funcionários, que desrespeitam a norma da Constituição em relação ao idioma estatal, isto não aconteceu nem no período de Yanukovych, que os funcionários se permitissem usar o idioma russo publicamente", - diz Marusyk a Rádio Liberdade.
O Conselho Nacional de rádio e Televisão anunciou, que a quota do idioma ukrainiano, na música de transmissão, apenas em seis meses caiu de 28 a 23 por cento. E isto acontece, apesar de que a parcela produzida de filmes e programas em ukrainiano cresceu de 33 a 51 por cento, enquanto a produção russa - encurtou de 29 para 19 por cento, observam no Conselho Nacional.
"De comunização - componente da luta contra a russificação".
O famoso escritor e jornalista Nicholas Riabchuk em artigo a "Krytyka. com" delineou a especificidade da linguística cultural da Ukraina como pós colonial. Segundo ele a longa pressão do idioma e cultura ukrainiana enfraqueceu significativamente os seus recursos, sua funcionalidade social e, em resultado a concorrência em relação à dominante língua e cultura russa, que opressão tão abrangente e radical não experimentaram.
Para superar tal situação, como afirma Riabchuk, é imprescindível a decomunização geral da Ukraina, que deve incluir não apenas a destruição de monumentos histórico-arquitetônicos e topônimos da era russo-imperial e soviética, é uma luta decisiva contra a dominância de produtos russos linguísticos, culturais e informativos, considera o cientista.
Concorda com ele o professor da língua ukrainiana, autor do manual de estudos do idioma ukrainiano para estrangeiros Yuri Shevchuk (Columbia University, EUA). Segundo ele, o desenvolvimento do idioma ukrainiano depende da decomunização e quão rapidamente terá lugar o processo de formação da nação política ukrainiana.
No momento em que Moscou desaparecer como coordenador do mundo ukrainiano, surgirá a chance, finalmente, de Ukraina tornar-se nação adulta", - disse Shevchuk durante os debates sobre o idioma e cultura ukrainiana.
Amparo ao idioma ukrainiano - questão de voluntários...
Atualmente, como observaram Marusyk e Shevchuk, a questão de manutenção e popularização do idioma ukrainiano assumiram os voluntários. Assim, os ativistas do grupo voluntário "Exército SOS" gravaram e espalham nas redes sociais um videoclipe sobre a importância de saber o idioma ukrainiano (Infelizmente, o vídeo não funciona - OK).
Esta iniciativa a voluntária Alina Mikhaylova explicou que o idioma russo e idioma do agressor, é também fator do estreitamento do respeito ao idioma ukrainiano.
"Eu cresci numa família de língua russa", - disse Mikhaylova. Passei ao idioma ukrainiano, porque compreendi, que falar no idioma ukrainiano é fator de segurança contra agressão russa", - disse ela.
Coordenador dos cursos gratuitos que estudam o idioma ukrainiano Anastasiya Rozlutska disse, que em três anos de atividade dos cursos, o idioma do Estado aprenderam dezenas de milhares de ukrainianos russo-falantes, incluindo estudantes, funcionários públicos, professores e funcionários de empresas privadas.
Atualmente operam cursos do idioma Ukrainiano para os migrantes, disse Rozlutska à Rádio Liberdade.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 15.12.2015
A alta, em 11 meses, referente a bens e serviços, ultrapassou 42%. Mesmo no ano mais desesperançosos de 2014 a inflação não foi tão alta. No ano passado, se acreditar na estatística estatal, os preços cresceram apenas até 25%.
Os preços subiram mais nos serviços comunais - em toda Ukraina, mais que dobraram, para 103%. Menor alta nos meios de comunicação - apenas 7%.
Inflação maior foi registrada em Donetsk - 44,8%, Ternopil - 44,6%, Kharkiv - 44,6%. Menor em Lviv - 37,8%, Lugansk - 37,2% e Vinnytsia - 38,1%
Os preços para serviços públicos, em comparação com o ano passado, aumentaram duas vezes.
Em Vinnytsia, Ivano-Frankivsk, Ternopil e Cherkasy, o preço da água, eletricidade, gás e outros combustíveis aumentou mais de 125%. A menor taxa foi em Kyiv - 64,3%.
Os preços dos serviços médicos aumentaram em 20 - 25%. A pior situação é na região de Donetsk - lá a inflação foi de 43,4%.
Também, mais de 35% aumentaram os preços do vestuário, calçado, artigos domésticos, de lazer e cultura.
"O presidente, provavelmente, daria preferência a Saakashvili (governador de Odessa) diante a Yatseniuk (primeiro-ministro). Mas isto levaria a eleições antecipadas e irritaria EUA".
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 16.12.2015
Rostislav Khotin
"A política ukrainiana transforma-se numa farsa" - título do comentarista político da agência Blomberg Leonid Bershydskyi.
Ele escreve, que após uma semana da visita do vice-presidente Joe Biden a Ukraina "a guerra-fria entre as equipes do primeiro-ministro A. Yatseniuk e o presidente Petro Poroshenko tornou-se pública e violenta.
A situação atual lembra a Bershydskyi a oposição dos antigos líderes da Revolução Laranja, Viktor Yushchenko e Julia Tymoshenko "então a corrupção também prejudicava a economia, e reformas, na realidade, não foram realizadas.
O autor escreve sobre o incidente, que ocorreu na segunda-feira durante o Conselho Nacional sobre reformas, quando ocorreu uma forte batalha verbal entre o ministro do Interior Arsen Avakov, que é um aliado do primeiro-ministro Yatseniuk e o governador de Odessa Mikheil Saakashvili.
Saakashvilli, anteriormente acusou o governo, de que sob sua cobertura realizam-se esquemas de corrupção, que privam o orçamento de cinco bilhões de dólares anualmente. (Quanto a Yatseniuk eu não tenho conhecimento para expressar nenhuma opinião. Já Avakov recebe muitas críticas nos jornais. Ele, ao que me consta, foi o único que acusou dois rapazes, sem provas convincentes, ex-combatentes na ATO, de assassinato, em Kyiv, de um jornalista pró-Rússia, caso que não conseguem provar devido a muitas provas em contrário, mas também não os libertam. Avakov também emite respostas e/ou acusações grosseiras e precipitadas. Recusa-se a adotar o idioma pátrio no uso tanto particular quanto profissional, inclusive no registro de seus pronunciamentos oficiais-OK)
O artigo diz que o presidente está perante um dilema difícil. Se ele, abertamente apoiar Yatseniuk, então Saakashvilli poderá desafiá-lo. "O explosivo georgiano é popular na Ukraina e tem mais experiência política", - escreve Bershydskyi.
"O presidente, provavelmente, daria preferência a Saakashvilli diante de Yatseniuk, no papel de primeiro-ministro. Isto significaria afastar Yatseniuk, o que levaria a eleições antecipadas e irritaria USA, onde Yatseniuk e Jaresko (ministro das finanças - o Ed) são figuras populares", - observa o artigo.
Bershydskyi escreve que os favoritos do presidente russo, Vladimir Putin, desfrutam "o show de Kyiv": "As aranhas começam a devorar umas às outras", - cita o autor, deputado russo Alexei Pushkov.
"Ineficaz, rasgado pelo escândalo, o governo ukrainiano - é o que Putin precisa... Se este circo continuar, pode haver mais uma revolução. Os políticos de Kyiv devem perceber que eles são observados pelo país inteiro. Sua agressividade primitiva e venalidade, muito rapidamente podem atravessar a linha que o povo é capaz de suportar" - diz Bershydskyi.
O jornal Financial Times analisa a visita da Kyiv do presidente polonês Andrzej Duda . "Polônia procura enfatizar seu papel como o maior aliado da Ukraina na União Européia, asseveração de ainda maior apoio diplomático e financeiro num esforço de garantir a Kyiv, que o Ocidente não esqueceu a crise que dura já por dois anos na Ukraina", - escreve o jornal.
A publicação assinala que o recente conflito no leste da Ukraina caiu da agenda externa diária desde o momento da crise de migrantes e luta contra o "Estado Islâmico", no Oriente Médio.
Alguns estados-membros da UE inclinam-se ligeiramente contra sanções a Moscou, devido seu apoio aos separatistas, que se opõem às forças ukrainianas, no leste do país, diz a revista
Os presidentes Poroshenko e Duda concordaram com um empréstimo de um bilhão de euros para Ukraina para desenvolvimento do comércio bilateral. Polônia também reforça o apoio diplomático para Ukraina obter o regime de isenção de vistos com UE e continua o fornecimento de conselhos econômicos sobre as reformas econômicas da Ukraina.
Ukraina é um grande e estratégico parceiro da Polônia. A soberania da Ukraina é uma das principais questões para nosso país", - disse Duda em Kyiv.
O Financial Times também observa que o partido polonês "Lei e Justiça", que venceu as eleições parlamentares em outubro é mais eurocé(p)tico que seus antecessores. Ele tem demonstrado maior interesse em reforçar influência polonesa na Europa Central e Oriental em vez de reforçar as relações com França, Berlim e Bruxelas.
O site da TV americana ABC escreveu sobre a declaração de Arseny Yatseniuk, primeiro-ministro, quanto à cessação de comércio com Criméia ocupada pela Rússia.
Yatseniuk disse que até meados do próximo mês Kyiv cessará qualquer comércio com Crimeia, exceto ajuda humanitária e "produtos alimentares socialmente importantes".
O artigo lembra, que no mês passado, desconhecidos avariaram as linhas de eletricidade, fornecida pela Ukraina a Crimeia, o que deixou dois milhões de moradores da península sem luz. Os ativistas não permitiam a possibilidade de reparo e o fornecimento foi parcialmente restaurado somente na semana passada.
O artigo diz que, segundo Yatseniuk, a decisão de fornecimento da energia à Crimeia ainda não foi aprovado. E, os representantes da Crimeia dizem que eles, principalmente, já importam a energia da Rússia.
Tradução: O. Kowaltschuk
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