Ukrainska Pravda/Verdade Histórica, 02.12.2015
Timothy Snyder, Ph.D., professor da Universidade de Yale (EUA).
O aldeão, especialmente ukrainiano, é improvável que gostaria de ser considerado parafuso de grandes transformações históricas. Mesmo quando ele compreendia o objetivo final da política soviética, o que é improvável, como também é improvável que a apoiaria. O aldeão, não podia deixar de resistir à política direcionada para despojá-lo de sua terra e de sua liberdade.
A coletivização levava a grande confronto entre o maior grupo da sociedade e o Estado Soviético, que se baseava no aparelho repressivo da OGPU (Administração Conjunta da Política Estatal-OK). Prevendo essa luta, Stalin, em 1929 lançou a maior campanha da história soviética de reforço do aparelho estatal.
A construção do socialismo, dizia Stalin, se assemelhará a "domesticação do oceano". E, em dezembro de 1929, ele anunciou, que os "kulak" (aldeão - proprietário abastado. Não havia na Ukraina aldeões ricos, isto é, fazendeiros - OK), é necessário "eliminar como uma classe.
Os bolcheviques compreendiam a história como luta de classes - os mais pobres contra os mais ricos, e isto move a história para frente. Portanto, do ponto de vista oficial, liquidar os "kulaks" não foi apenas uma decisão do tirano e sua comitiva, mas necessidade histórica, que dava a severa, mas bem intencionada Clio (Uma das nove musas, protetora da canção heroica, depois - história - OK).
O ataque decisivo das autoridades públicas sobre uma categoria da população, que não cometeu nenhum crime, apoiava uma poderosa propaganda. Um dos anúncios dizia: "Destruiremos os "kulaks" como classe" e reproduzido um "kulak" sob as rodas do trator, outro "kulak", como um macaco, abastecendo-se com grãos, e o terceiro sugando o leite diretamente do úbere de uma vaca. Moral do anúncio: estas criaturas - não são pessoas, mas monstros.
Quem é "kurkulh" (aldeão proprietário; pessoa ávida - OK), e quem não é - na prática decidia o Estado. Os "chequistas" (oficiais de segurança-OK) expulsavam os proprietários de maiores extensões de terras, os quais mais perderam com a coletivização. Em janeiro de 1930, o Politburo encarregou os órgãos de segurança para verificar a população camponesa de toda a União Soviética.
A ordem da OGPU (Administração Conjunta da Política Estatal) de 2 de fevereiro, precisou medidas necessárias para "liquidação dos kulaks como classe". O destino concreto do aldeão, nos locais devia decidir o chamado "trio" - grupo de três pessoas. O "trio"compunha-se do representante da OGPU, chefe local do partido e do Ministério Público, e tinha autoridade para declarar as penas mais graves (pena de morte, exílio) incluindo sentenças finais.
Os membros comuns do partido, frequentemente davam recomendações: "Na reunião do conselho da aldeia, - disse um membro do partido, - nós determinamos os kulaks a critério próprio". Na União Soviética havia leis e tribunais, mas isto ninguém considerava - a decisão aprovavam três pessoas, como elas desejavam. Segundo os veredictos dos trios foram fuziladas, aproximadamente, trinta mil cidadãos soviéticos.
Nos primeiros quatro meses de 1930 da Ukraina soviética foram deportadas 113.637 pessoas, que eram consideradas "kulaks". Isto significava, que permaneceram vazias até trinta mil casas camponesas. Aos camponeses chocados quase não deram tempo para se aprontar ao caminho desconhecido.
Milhares de vagões frios, mercantis, cheios de assustados e doentes pessoas, partiam para o norte da Rússia européia, aos Urais, Sibéria e Cazaquistão. A última visão de casa, - tiros, choro e gritos. Frio e humilhação na estrada. Desespero e alienação, quando os agricultores eram desembarcados no campo ou taiga (floresta boreal de coníferas - OK) e eram usados lá como trabalho escravo. Os aldeões - agricultores souberam o que são campos de exílio desde meados de 1920. Eles compuseram versos, que já então se tornaram populares:
Oh, Solovki, Solovki!
Longa jornada...
De terror, o coração amortece,
Há ansiedade na alma.
Solovki - complexo de campos nas ilhas do Mar Branco. Nas mentes dos camponeses ukrainianos Solovki eram o símbolo do exílio - de tudo estranho, repressivo e doloroso. Para a liderança soviética Solovki tornou-se o primeiro lugar para usar o trabalho dos presos.
Em 1929 Stalin decidiu expandir o modelo Solovki para toda União Soviética, foram organizados "assentamentos especiais" e campos de concentração. Nos campos de concentração, cercados por arame farpado e guardas, usavam o trabalho dos prisioneiros.
Assentamentos especiais construíam para si os próprios os presos, depois de desembarcados no campo ou taiga. Do total de 1,7 milhões de kulaks, deportados para assentamentos especiais à Sibéria, norte da Rússia e Cazaquistão, aproximadamente 300 mil eram os ukrainianos.
As deportações em massa, com a finalidade de punição coincidiu com o aproveitamento de trabalho forçado na economia soviética. Em 1931 os assentamentos e acampamentos especiais combinaram em um único sistema - GULAG (Administração principal dos acampamentos - OK).
Gulag formava-se, paralelamente com a coletivização da economia agrícola e dependia dela. Ao sistema GULAG entraram 476 acampamentos, nos quais cumpriam pena 18 milhões de pessoas, deles de 1,5 a 3 milhões morreram durante o exílio.
Os camponeses livres transformaram-se na força escrava de trabalho, que era aproveitada na construção de grandes canais, minas e fábricas, que, segundo o plano de Stalin, deviam modernizar a União Soviética.
Os aldeões ukrainianos tiveram grandes chances de serem direcionados à construção do Canal do Mar Branco - Báltico, entre o Mar Branco e o Mar Báltico, ao qual Stalin dispensava atenção especial. Com picaretas, pás, às vezes com cacos, ou simplesmente com as mãos, 170.000 pessoas cavavam o solo congelado durante 21 meses. De esgotamento e doenças as pessoas morriam aos milhares, encontrando seu fim na parte inferior do canal, que concluíram em 1933, e que não teve especial significado para transporte.
A taxa de mortalidade em assentamentos especiais também foi alta. O poder soviético calculava em 5%, mas de fato a mortalidade era de dez a quinze por cento. Um residente de Arkhangelsk, uma grande cidade do Mar Branco, observava o absurdo da situação: "uma questão é destruir os kulaks no sentido econômico; mas matar os seus filhos no sentido físico - é simples barbárie".
As crianças, no extremo norte, morriam em tal quantidade, que "seus corpos enterravam no cemitério, em três ou quatro num túmulo, sem caixão". Os trabalhadores de Vologda perguntavam, se de verdade "o maninho para revolução mundial" deve passar "pelos corpos dessas crianças".
A taxa de mortalidade no GULAG foi alta, mas não maior do que aquela, que acontecerá breve nas aldeias ukrainianas. Aos trabalhadores no Canal do Mar branco davam rações muito pequenas, apenas 600 g por dia ( aproximadamente 1300 calorias). Mas, ainda esta alimentação era melhor do que a que tinham, naquela época, as pessoas na União Soviética.
Os trabalhadores do Canal do Mar Branco tiveram duas, três, seis vezes mais, do que os trabalhadores dos "Kolkhozes" (fazendas coletivas-OK) em 1932-1933 - estes não recebiam nada.
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