sábado, 30 de setembro de 2017

​​​Minoria ukrainiana na Polônia em perigo: o que faz Kyiv?

Europeiska Pravda (Verdade européia), 28.09.2017
Askold Lozinsky, ex-chefe do Congresso Mundial dos ukrainianos.


A "Verdade Européia" acompanha de perto as últimas tendências desconcertantes nas relações entre Ukraina e Polônia. É difícil negar que nossas relações se deterioraram significativamente nos últimos anos? E há uma saída da atual situação? E Ukraina está ativa na procura de saída?

Publicamos a coluna do ex-presidente do Congresso Mundial dos Ukrainianos e prontamente consideramos a possibilidade de publicar uma coluna oposta - daqueles que têm outra opinião.

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Durante o último meio século, as relações ukraino-polonesas foram, para dizer brandamente, tensas. Isso inclui não menos três ocupações do território ukrainiano pelos poloneses e acusações de genocídio de ambos os lados.

No entanto, em 1991, quando os ukrainianos proclamaram um estado ukrainiano livre e independente, a República da Polônia foi, quase, o primeiro país a reconhecer a independência da Ukraina.

A aproximação  periódica da Polônia com Ukraina, independentemente da história, não foi inteiramente estranha em relação ao recente reinado da Rússia Soviética, a memória aguda sobre o que aconteceu na Hungria em 1956 e Checoslováquia em 1968. Mas com o entendimento de ambos os lados de que a atual Federação Russa, legal e espiritualmente, é herdeira do império.

Polônia considerava Ukraina independente como um pára-choque da Rússia, uma fonte constante de preocupação para ambos os países. As relações ukraino-polonesas eram boas ou, pelo menos, práticas em quase todas as esferas, incluindo questões, que eram resolvidas através do diálogo.

Mas, desde que na Polônia, ao governo chegou o partido "Direito e Justiça", parece que tudo mudou.

Durante os últimos anos, a minoria ukrainiana tornou-se perseguida. Os chauvinistas, gradualmente sentiram que suas atividades anti-ukrainianas agora não são apenas invulneráveis, mas até encorajadas pelas autoridades.

O território sudeste da atual Polônia anteriormente era considerado parte da Ukraina, se não politicamente, então etnograficamente, porque antes de 1947, ali havia grande concentração de ukrainianos. Em 1947, o governo comunista polonês, transferiu à força essa comunidade étnica ukrainiana para o extremo oeste da Polônia, no território que antes da Segunda Guerra Mundial pertencia à Alemanha.

O propósito desta ação violenta, que muitos consideraram coo uma tentativa de genocídio de ukrainianos, não foi apenas uma reinstalação, mas também a "solução do problema ukrainiano na Polônia." Esta linguagem particular foi, até, aproveitada na diretiva desta ação.

Os ukrainianos foram transferidos em a finalidade de sua destruição como uma associação étnica.

Depois de 1989, e a restauração da independência (já não soviético satélite) república democrática polonesa, alguns ukrainianos do extremo oeste da Polônia voltaram para suas terras tradicionais. Lá, eles exumaram e enterraram seus antepassados civis. mortos a muito tempo, bem como os soldados mortos do Exército Insurgente Ukrainiano, que lutaram contra os soviéticos e comunistas poloneses, no território polonês depois de 1945.


A maioria das antigas propriedades e igrejas ukrainianas, que foram capturadas pelo governo comunista polonês, no final de 1940, permaneceram com seus novos donos, mas objetos isolados foram devolvidos à comunidade étnica ukrainiana.
Exatamente esses edifícios, igrejas, memoriais, monumentos e lápides tornavam-se objetos de recentes ataques de elementos chauvinistas da sociedade polonesa que, possivelmente, foram sancionadas pelo atual regime.

A aprovação dessas ações pelo Estado manifesta-se de várias formas, até com ajuda de declarações oficiais mas, principalmente, devido a impossibilidade de investigação ou perseguição judicial. (Durante o presidente polonês anterior, eu não lembro de problemas  registrados nos jornais ukrainianos, agora são bastante frequentes - OK) .
Um exemplo recente - ataque de desordeiros poloneses a uma procissão religiosa em Przemysl, antiga cidade ukrainiana, com gritos "Polônia para poloneses" e insuficiente ou completamente ausente de protetores da lei.

Recentemente, enviei ao representante permanente da República da Polônia junto às Nações Unidas uma cronologia de ataques recentes aos ukrainianos na Polônia, em quatro páginas


Este documento foi preparado pela Associação dos ukrainianos na Polônia. Não houve resposta.
Cronologia semelhante será transmitida ao Secretário Geral da ONU, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e ao seu Alto Comissário, bem como aos 192 Estados membros da ONU.

O que a comunidade Ukrainiana, organizada, na Polônia (E hoje é mais de um milhão de ukrainianos na Polônia) procura, é simplesmente observações à 

Carta da ONU. Este documento será transmitido à Comissão da Europa e à Organização para Segurança e Cooperação na  Europa.
Esses eventos são uma ameaça não somente para a comunidade ukrainiana na Polônia. A falta pelo respeito dos direitos humanos e pelos direitos das minorias  é um desafio entre nossos países. Mas o que Ukraina faz? O representante permanente da Ukraina junto às Nações Unidas decidiu não lidar com esta questão. Foi assim que ele respondeu ao meu apelo. Parece que os ukrainianos atuais  são meio ausentes e é vendo a falta de sua atividade, que estimula os poloneses a dar-se ao luxo de zombar de nós. Mas, então, a nação se defenderá sozinha.

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Chantagem linguista húngara: se Budapeste enterrará o futuro europeu da Ukraina?
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 26.09.2017
Sergey Sidorenko, Yuri Panchenko



No dia de seu aniversário, Petro Poroshenko recebeu um "presente" da Hungria.
"Ukraina pode esquecer a integração à Europa, "Hungria bloqueará quaisquer iniciativas benéficas para Ukraina, nas organizações internacionais, especialmente na UE" - estas não são exatamente as frases que gostaria ouvir não só o presidente, mas também o oficial Kyiv.

Como isto aconteceu.

Ukraina entrou em um forte confronto com vários países da União Européia. Não se trata apenas de húngaros - na semana passada, o presidente da Romênia cancelou uma visita  à Ukraina e não permitiu ao "speaker" do Parlamento da Ukraina visitar Bucareste, enfatizando que as relações amigáveis não devem ser discutidas até o problema educacional ser resolvido.

As ações da Hungria tornaram-se as mais quentes. As intenções do governo de bloquear todas as etapas de integração da Ukraina - um problema cujo valor não pode ser superestimado.

Ao mesmo tempo, tal afirmação não é motivo para polvilhar a cabeça com cinzas. É preciso entender como Kyiv deve agir, que erros cometemos e se possíveis concessões em nossas discussões com vizinhos.

"De alguma forma será."

O motivo da exacerbação sem precedentes, das relações entre Kyiv e Budapeste foi a adoção da lei "Sobre educação". A lei é enorme e complexa. A crítica dos vizinhos é ouvida apenas num de seus artigos: "Sobre a linguagem". Hungria, Romênia, Bulgária, Grécia e Polônia (Polônia, em menor medida) afirmam que a lei ukrainiana restringe os direitos das minorias nacionais; uniram-se a eles mais dois países, fora da UE: Moldávia e Rússia.

Vale a pena reconhecer: estes problemas não surgiram ontem, mas ainda nos dias do presidente Kuchma.

A situação que surgiu, não pode ser considerada normal. No Transcarpatia e Bukovina onde concluem a escola na língua romena e húngara, nem sempre conhecem o idioma ukrainiano, isto é, o idioma oficial. 

Mas, para o governo foi mais fácil não discutir com Hungria e deixar tudo como estava. "De alguma forma será". (O famoso ukrainiano: Якось воно буде - OK). Embora, de fato, o abismo aprofunda-se ano a ano.

O enclave linguístico que existia no Transcarpatia, repelia o futuro da juventude local e tornava impossível a integração de húngaros com a sociedade ukrainiana além dos limites de sua região. No entanto, esta situação era completamente adequada à Hungria. E nisto reside  a questão fundamental.

Esta situação complicava-se com o aproximamento das próximas eleições parlamentares dos nossos vizinhos.

Mitos e inverdades.

"Hungria, pertencendo à UE, bloqueará e vetará quaisquer medidas, que possam implicar novos progressos no processo de integração europeia da Ukraina no espírito do programa da Parceria Oriental".

Em outra declaração feita na terça-feira, o governo húngaro alega que Ukraina violou "muitas convenções internacionais" (não especificando quais).
A culpa da Ukraina para as autoridades húngaras é um axioma, não requer prova. Estes documentos testemunham que as autoridades húngaras guiam-se pelos mitos, ou com propagação deliberada de mentiras. 
Há uma semana o Parlamento húngaro aprovou a resolução, a  resposta à adoção da lei ukrainiana.

Uma situação incrível para o parlamentarismo europeu: o documento foi aprovado por unanimidade. Ninguém votou contra, ninguém se absteve.

Apenas as pretensões aos deputados ukrainianos, aprovados por seus colegas húngaros, revelaram-se distantes da realidade.

A decisão do Parlamento afirma que a lei sobre educação exige o "encerramento" de todas as escolas, universidades e instituições vocacionais no idioma de ensino húngaro. Embora, isso é claro, não é verdade, a lei não abrange o fechamento de instituições educacionais.

O Parlamento húngaro tem certeza, que o processo educativo no idioma das minorias torna-se impossível, embora a lei sobre educação refere-se à possibilidade de ensinar vários assuntos nas línguas da UE (inclusive húngaro e romeno).

De acordo com dados da Verdade Européia os húngaros informaram, que Ukraina queria ouvir seus desejos, mesmo com o fato de que nas escolas húngaras, a maioria ou metade dos assuntos será ensinada em húngaro.
Mas prontidão para diálogo não havia. Houve apenas para conflito. 

Alguém explica isto como período pré-eleitoral. Na primavera serão realizadas eleições parlamentares na Hungria. O primeiro ministro Viktor Orban estabeleceu o objetivo para manter a maioria constitucional. E esta é uma tarefa difícil.

Uma das estratégias do partido húngaro no poder "Fides" é a criação de inimigos. Então, a história ukrainiana acabou sendo muito relevante. Questões de estratégias (e não apenas no Transcarpathia!) os húngaros são muitos sensíveis, e o governo húngaro não quer nem falar sobre possíveis mudanças no "status quo". Mesmo que essas mudanças sejam melhores para os próprios húngaros. É por isso que todas as explicações, todas as propostas de Kyiv são simplesmente rejeitadas.

Seja como for, todos os interlocutores da "Verdade européia concordam: "Em Budapeste agora - uma completa histeria, além de limites de quaisquer fatos".

O que Ukraina deve fazer? Então, como deve agir Kyiv?

Primeiro, como nós devemos agir? De acordo com o autor - e esta opinião compartilham todos os diplomatas, com quem conversamos, - nós não devemos sacrificar nossos interesses em resposta à chantagem dos vizinhos. Perdoem pelos termos não diplomáticos, mas o que está acontecendo é difícil nomear de outra forma - trata-se de chantagem.

A "norma linguística" apareceu na lei sobre educação, não para brigar com os húngaros, sua presença tem outros motivos. É perfeitamente possível uma discussão interna na Ukraina, sobre conveniência de mudança desta lei, mas a decisão não deve ser aprovada em Budapeste, Atenas ou Moscou.
Ukraina já tem experiência, quando o estado vizinho procurou definir nossa ordem diária. Isto deve permanecer no passado.

Claro, os ukrainianos da Hungria são nossos cidadãos e a decisão final deve ser de seu interesse. Agora vamos retornar à possível resposta da Ukraina ao ultimato húngaro.

Em Kyiv já ouvem-se proposições para responder com a mesma moeda. "O que Hungria faz é chantagem, portanto, devemos agir da mesma forma", disse Volodymyr Ar'iev.
Ukraina realmente tem a possibilidade de uma resposta "áspera", muitas são as opções.
Também pode reunir fatos de ações não democráticas do governo húngaro e levá-los às instituições internacionais (como promete fazer o governo húngaro).
Afinal, pode-se recordar as próximas eleições húngaras, e o fato da Hungria contar com os votos dos compatriotas que vivem na Ukraina. Então, Ukraina poderia proibir a campanha de políticos estrangeiros na Ukraina - como a Alemanha proibiu a agitação na véspera do referendo turco.

Mas, essa estratégia seria razoável?

É necessário nutrir a hostilidade? Vale a pena excluir, que depois das eleições húngaras as paixões se acalmarão e surgirá oportunidade para um diálogo tranquilo? Em nossa opinião, as pontes queimadas com um vizinho, definitivamente não são a melhor estratégia.
Claro, isso não significa que nos próximos seis meses, anteriores às eleições, deve-se ficar com as mãos cruzadas. Os que sabem "ler entre linhas" já perceberam que Budapeste, apesar de toda a retórica bélica, deixa o caminho para reconciliação.

Na semana passada Kyiv e Budapeste concordaram na reunião da ministra ukrainiana, da educação, Lilia Grinevich, e de seu colega de recursos humanos Zoltan Baloha, ministro de recursos humanos da Hungria, na qual Ukraina poderá explicar como Kyiv garantirá os direitos dos húngaros locais no âmbito da lei educacional adotada. (Mas estava tudo explicadinho no artigo traduzido anteriormente. Será que a lei não estava? E, adotando o idioma húngaro até o vestibular, o aluno não sente dificuldades na hora do vestibular, no idioma ukrainiano, já que vive na Ukraina ? - OK)

E, na terça-feira, em uma declaração tempestuosa do ministro húngaro apareceu uma linhazinha dizendo que Budapeste está pronta para seguir esses acordos e aguarda negociações com Ukraina.
E este é, exatamente, o caminho que Ukraina deve escolher. Claro, não renunciar a nenhum passo dos nossos interesses nacionais.  E, percebendo que antes das eleições o governo húngaro não admitirá seus erros e não dará um passo para trás. Sim, o diálogo não será fácil. Mas destruir as pontes não está nos nossos interesses.

Erros de Kyiv.

Para não formar-se uma falsa impressão, enfatizamos: o lado ukrainiano nesta situação também cometeu erros estratégicos. O desenvolvimento do conflito mais uma vez demonstrou que, quando se trata de etapas estratégicas, de comunicação internacional e de ações conjuntas de várias autoridades, Kyiv  parece que perde a inteligência e aparecem erros após erros.

Era difícil não compreender, que a "norma linguística " da lei sobre educação se tornaria um trapo vermelho para os países vizinhos, mas para Kyiv isto foi possível.

A reação nervosa das capitais vizinhas, que apareceu imediatamente após a votação foi uma "surpresa" para todos os departamentos envolvidos, principalmente para o Ministério da Educação e Ciência.

Foram necessários sete dias (!!!) para realizar o encontro da ministra Grinevich  com os embaixadores dos poderes indignados. A ocupação exagerada  da ministra não é justificativa suficiente, ela tem substitutos ou chefes de departamentos. Apenas era suficiente compreender, a que problemas em grande escala dirige-se Ukraina, se estiver em silêncio. 

Detalhe interessante: na Bankova (na presidência - OK) Também não consideraram esta questão como prioridade. A crítica no Facebook  dos autores dessas linhas, causou genuína indignação na Administração Presidencial - algumas pessoas escreveram mensagens públicas e privadas, que aos húngaras enviaram explicações escritas, o que ainda lhes falta? Ou a visita de Lilia Grinevich a Budapeste - ela ocorrerá após um mês após a adoção da lei.

Ou a situação desta terça-feira. Lembramos, o conflito é antigo. Não era difícil prever, que a assinatura desta lei causaria nova indignação, Budapeste, por sinal, estava à espera da decisão de Poroshenko. Assim que a manhã chegou, os ministros húngaros fizeram uma declaração sincrônica.
Mas Kyiv, como sempre, não estava preparado - o Ministro das Relações Exteriores, o dia inteiro preferiu o silêncio (embora fosse suposto ter uma declaração preparada!) Somente no final da tarde apareceu a declaração da Bankova, e depois dela - tweet da ministra.

Embora haja um positivo. Ele é importante. Apesar da lentidão, a resposta de Kyiv foi correta e adequada à situação. O comentário das autoridades foi exatamente como devia ser. Ukraina continua pronta ao diálogo, não aceita ameaças, mas ao mesmo tempo não vai para exacerbação deliberada do conflito. 
Sim, nós reagimos devagar e nem sempre sabemos nos comunicar com o mundo. Mas, por sorte, neste caso, temos uma posição única das autoridades ukrainianas. Tendo o presidente, o Ministro dos Negócios Exteriores, o Ministro da Educação  e a maioria parlamentar  concordam, que a verdade com o conflito com a Hungria é do nosso lado. Há uma unidade no pensamento, que esta chantagem não deve funcionar. E isto é realmente importante.

No entanto, há sempre o risco, que depois de dois anos, próximo das eleições ukrainianas, entre as forças políticas ukrainianas surgirão os dispostos a usar "o caso húngaro" e novamente levantar a questão, para atrair os votos dos húngaros ukrainianos.

Papel da Europa

Após o ultimato húngaro, o conflito deixou de ser uma questão de relações bilaterais. Precisamos de uma decisão do árbitro e o seu papel será desempenhado pelo Conselho Europeu.
Aqui a nosso favor joga a reputação medíocre da própria Hungria, como um país frequentemente criticado pela violação de padrões democráticos (lembremos a brincadeira do presidente da Comissão européia Jean-Claude Juncker que cumprimentou Orban na cúpula com a frase "Saudações, ditador!"

Além disso, a questão do idioma é particularmente problemática. Os húngaros têm pretensões de todos os vizinhos -  à Romênia e Sérvia. Ultimamente, Budapeste oficial, em troca da extensão dos direitos da maioria húngara, convocou os húngaros locais a apoiar o partido no poder.
Mas todos esses argumentos não são suficientes para vencer em Estrasburgo - Kyiv deve provar a disponibilidade da Ukraina verdadeiramente proteger os direitos de nossos compatriotas de outras nacionalidades. Nós devemos explicar, que não há nenhum encerramento de escolas e os representantes húngaros, romenos e outras minorias terão horizontes mais amplos e oportunidades para uma carreira não apenas em húngaro ou romeno, mas também o idioma ukrainiano. (Para entrar na Universidade, na Ukraina, todos devem dominar o idioma ukrainiano - OK).

E aqui vale  a pena enfatizar um detalhe importante: quando, finalmente, obteremos as conclusões do Conselho da Europa, Kyiv deve cumprir suas recomendações e observações.

Conclusão para o futuro.

E, finalmente - sobre conclusões a longo prazo para Ukraina.
A démarche húngara - já é o segundo sininho para Ukraina,o que indica a necessidade de mudar as relações com os países da União Européia. O primeiro, lembramos, foi a decisão do Senado e Sejm da Polônia sobre a tragédia de Volyn.
O desejo de levar Kyiv a concessões usando o status de "advogado da Ukraina na União Européia" piorou significativamente as relações entre Kyiv e Varsóvia.
Uma crise ainda mais profunda nas relações com Budapeste mostra: a nova tendência da Europa Oriental é trocar seu apoio pelas nossas concessões.
E não espere uma mudança rápida dessa tendência.
Afinal, não há motivos para esperar mudança de governo nos próximos anos, quer na Hungria ou na Polônia. Além disso, não está excluído o aumento de problemas nas relações com a Eslováquia e a República Tcheca, onde cresce a popularidade dos eurocéticos.
Ukraina deve prestar atenção nessas tendências. Simplificando - pense em "mudar os advogados".

Atualmente, Lituânia e Suécia são os amigos mais consistentes da Ukraina. A Dinamarca nos ajuda cada vez mais, e a França, que anteriormente criou obstáculos na rota européia de Kyiv, aos poucos muda de posição.

Mas o futuro europeu da Ukraina depende, principalmente, da posição da Alemanha.

A diferença fundamental entre seu apoio (especialmente quando se trata da Suécia, Alemanha e outros países da Europa Ocidental) e o apoio usual dos vizinhos -  é que para esses países, as ambições europeias da Ukraina são confirmadas não pela nossa situação  geográfica e pela história comum, mas em primeiro lugar pela verdadeira reforma do país.

É por isso que Kyiv terá que trabalhar, provar a Berlim e outras capitais o realismo de nossas aspirações europeias. Entretanto, como mostra a démarche húngara caminhos fáceis nós não temos.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 25 de setembro de 2017


Continuação: 
Lilia Grinevich: "Que não se ofendam colegas professores, mas o sistema educacional  é criado para crianças".​

- O Ministério da Educação declarou, que aumentarão os salários dos professores. Seus salários diferirão dos salários dos professores universitários. Então você precisa aumentar os salários dos professores universitários? Além disso, o orçamento não tem esse dinheiro. Como você sai da situação?

- Nós não apenas afirmamos, que vamos aumentar,  - nós já levantamos. Este ano, seu salário, em média, cresceu 50%. O salário médio de um jovem professor, sem experiência - 3.930 UAH (Os professores ainda têm determinadas sobretaxas). Os professores da categoria mais alta tem, em média, no país (o salário médio leva em conta a carga média mais um pagamento adicional) 10 mil UAH. Ou seja, o salário médio do professor, de todas as categorias, agora é 6.500 UAH. No ano passado era 3.500 UAH.

No projeto do orçamento, que será submetido ao parlamento, é a promoção de professores para uma categoria, ou seja, o salário deve crescer em mais 25%. Eu levantei a questão na reunião do governo, para que, em 1º de setembro de 2.018 nós avancemos, em 25%, o salário dos professores do ensino superior, que são muito maiores. Se queremos uma educação de maior qualidade no ensino superior, devemos apoiar o professor ukrainiano.

Os recursos no orçamento, é claro, são limitados, mas os aumentos salariais são uma tendência, atenção da comunidade aos educadores. A reforma não ocorrerá, sem haver mudanças nos métodos de trabalho e no pensamento dos professores. Podemos aceitar excelentes padrões de trabalho, conseguir melhorar os livros didáticos e colocar computadores. Mas tudo isso não funcionará, se o professor não mudar.

Renovados os programas para 5 - 9 séries. Na internet. Nos sites do Ministério da Educação e Ciência, no Instituto de Modernização Educacional, no site "Nova Escola Ukrainiana" e EdEra há muitos sites didáticos novos  que os professores podem usar. Mas, se o professor não sabe usar o computador, não pode ir ao site e ver estes materiais, mostrá-los às crianças através do projetor, não haverá reforma.

O treinamento de professores é o maior desafio para estas reformas, e estamos prontos para investir nela. No projeto do orçamento para 2018, já há meio milhão de hryvnias para treinamento de professores.

- Como fazer, para que à escola vá um jovem e ativo professor, já que às faculdades pedagógicas entram não os estudantes mais fortes?

- Sim o principal - trazer para esta profissão pessoas talentosas. Para isto deve haver um elevado status social da profissão. Conheço muitas pessoas que tem vocação e estão prontas a para trabalhar na escola, mas dela se afastaram porque não conseguiam alimentar sua família. E, se a família tem dois professores? Quando eu concordei para o cargo de ministro, eu disse, que a prioridade - professor ukrainiano. O governo e o primeiro-ministro compreenderam e aceitaram isto. É por isso é preciso fazer, neste ano, esse progresso no salário. Além disso, para pessoas com talento, é importante realizar-se na profissão, porque hoje o professor está obstruído com muitas instruções e não inerentes, para ele, trabalhos. A lei sobre educação dá mais liberdade pedagógica a um professor. Os padrões educacionais determinam o resultado do ensino, como chegar a esses resultados o professor pode determinar sozinho.

- Alguns analistas sugerem, que o aumento de salários - é uma espécie de reverência para os professores, uma espécie de suborno político antes das próximas eleições. Afinal, opinião do professor, os pais consideram, os professores são membros da comissão nas eleições...

As eleições serão em 2019, propusemos o conceito de uma nova escola escola ukrainiana assim que cheguei ao cargo de Ministro. Aumentar salários e melhorar as qualificações do professor faz parte da reforma. E isto está sendo feito em 2017. Porque a reforma exigirá do professor mais do que ele faz agora. Precisará aprender novas técnicas de ensino, trabalhar em seu próprio desenvolvimento. O professor precisará dispor de mais tempo para sua atividade profissional. Se não confirmar isto com o crescimento de seu salário, essa chamada será um apelo vazio. O Estado deve dar um passo em direção ao professor - para ele estudar e mudar. Se temos vontade política, e queremos fazer nossa atual escola ukrainiana nacional, o aumento salarial é um passo necessário.

- Tudo isso é bom, mas para os professores urbanos. O destino do professor rural não é invejável. Quase todos eles mantém vacas, cultivam a terra, muitos professores vão à Polônia para trabalhar nas férias de verão. Sobre qual auto-desenvolvimento, novos materiais, criatividade pode tratar-se?

- O aumento de salários em 50% diz respeito aos professores rurais também. O professores da aldeia é um dos poucos, que tem garantia no recebimento do salário mensal. Frequentemente eu me encontro com professoras das aldeias, converso com eles e, acredite, que eles percebem este aumento. Obviamente, não é suficiente. E eles continuam precisando cultivar as hortas e manter gado, e isto é parte da cultura rural, porque a terra não pode permanecer simplesmente assim.

Nós precismos melhorar a infra-estrutura das escolas rurais. Nos últimos anos muito foi feito. Abrem-se escolas de apoio, nelas muito dinheiro é investido, são reparadas. O governo deu, no ano passado e neste também, dinheiro para os ônibus (Os ônibus compramos na proporção de 70 para 30. 70% do orçamento do estado, 30% - local).. Ou seja, as crianças têm o direito de estudar em condições normais. Estamos no século XXI, e ainda temos escolas com banheiros nas ruas!

- Quantas escolas assim na Ukraina?

- 841 instituições na Ukraina, das 16 mil, 600 escolas na Ukraina, agora tem o banheiro na rua. Portanto, deve-se investir na infra-estrutura escolar. Nossa posição: a escola primária deve estar o mais próximo do local da residência da criança. Lá, onde há crianças pequenas, deve haver uma escola primária. As crianças maiores devem ser trazidas para as escolas melhores. Se houver um lugar, onde houver menos de dez alunos numa classe - isso significa que um professor ensina várias matérias. Isto impede, imediatamente, o acesso a uma educação de qualidade. Nós já observamos, que quando os pais vêem que não somente falamos sobre essas escolas básicas, mas que o dinheiro está sendo investido nas escolas, e que elas tornam-se melhores, não reclamam que seus filhos são encaminhados para outras escolas. Aos pais mostraram estas escolas, eles concordaram. Hoje, já há casos, quando os próprios pais levam seus filhos para as escolas de apoio, apesar de ter uma escola mais velha em sua aldeia. Porque eles começam a entender o papel da boa educação para a criança.

- Claro, os professores que perdem seu local de trabalho e não querem ir a outra escola, são os que mais protestam. Que meus colegas professores não se ofendam, mas o sistema educacional foi criado para crianças. Portanto, ele deve funcionar de acordo com os interesses da criança.

- Quantas escolas na Ukraina estão conectadas a internet?

- Formalmente mais de 90%. Mas o  acesso à internet pode ser diverso, portanto, não temos estatísticas precisas.
No orçamento de 2018 há uma certa quantia de dinheiro, determinada, para iniciar o desenvolvimento da chamada plataforma eletrônica. Vocês sabem, que os manuais para 9ª série já não estão somente em livros impressos, mas há também versões gratuitas que podem ser baixadas. A criança pode ter todos os manuais didáticos no table. A plataforma eletrônica é o material eletrônico que os professores podem usar para construir a lição, o ensino.
Nós discutimos os programas para as classes 1-4 e para 5-9 na plataforma eletrônica. Para nós é importante, que a sociedade se torne nosso companheiro nesta reforma, para não haver retorno deste caminho. Para os pais pressionarem os professores e perguntarem, por que você não aproveita os materiais disponíveis gratuitamente?
Haverá agora uma experiência piloto em cem (100) escolas da Ukraina, onde um novo padrão para o ensino fundamental será preparado.Essas técnicas serão implantadas a partir de 1º de setembro de 2018. É o maior desafio para nós - treinar 20 mil professores, que receberão a primeira série no próximo ano letivo. Agora, para eles, preparamos um curso a distância, e depois eles terão cursos presenciais, onde estes métodos serão testados na prática. Tudo isso exige que as escolas tenham uma boa experiência na Internet e que tenham logística adequada. Vamos trabalhar nisso.

- A grande preocupação dos reitores é o fato de que, apesar de uma diminuição significativa no número de graduados das escolas, todos os anos cerca de 15 mil meninos e meninas (longe do pior nível de conhecimentos) vai estudar na Polônia e em outros países. Claro, com as medidas administrativas esse processo não se conseguirá sustar. Então, o que fazer?

- Aumentar a qualidade do ensino superior. Os pais pensam, que, se pagam uma certa quantia nos países vizinhos, seus filhos terão melhores condições no albergue juvenil, diploma de padrão europeu. Mas, muitas vezes, os pais se tornam vítimas do engano. Nem todas as instituições estrangeiras  de ensino superior são tão maravilhosas assim. Várias universidades no exterior são "pontos de transbordo".  Fazem parecer que há um processo educativo, emitem diplomas, e esses diplomas no mercado de trabalho não são citados. No exterior, como em nosso país, existem instituições de ensino superior com baixo nível de ensino.Existem outros fatores de "migração estudantil". É a guerra no leste. Os pais querem proteger as crianças e enviá-las para outras condições. O terceiro fator é o mercado de trabalho. Os pais esperam, que o filho (a) após o estudo no exterior possa encontrar o trabalho lá. A única saída é aumentar a qualidade do ensino superior na Ukraina, desenvolver o mercado de trabalho, para que o nível dos salários no mercado aumente, desenvolver pequenas e médias empresas, para que haja mais lugares onde nossos graduados possam se realizar.

- Continuamos a receber sinais de que, durante a compilação de exames, professores em universidades e nas escolas continuam a receber subornos. Quantos professores na Ukraina tiveram de ser afastados pela aceitação de suborno?

- Pelo que os professores nas escolas podem receber suborno... Aqui há um outro problema: repetência. Quando uma criança não acompanha o ensino na escola, e depois isto é carregado através de tutoria, então por isto, os pais devem pagar. No entanto, os exames escolares importantes realizam-se sob a forma de ZNO (Testes externos de avaliação independente), o espaço para abuso é menor. Nas instituições de ensino superior, esse problema existe. Isto depende da cultura acadêmica de cada universidade. Se isto se permitem a administração, os professores, então lá aceitarão subornos. Esta pergunta é para o Ministério Público. Concretos números, quantos professores concussionários, nós não temos. Porque não é o Ministério da Educação que mantém esses registros, mas as agências de aplicação da lei.

À parte de estudantes é mais fácil dar o suborno do que estudar. Frequentemente temos sinais - ora alguém foi pego no suborno, ora lá. Melhor maneira - punir por isto, outros terão medo.

Você se tornou ministro pela quota da Frente Popular. Sabemos, qual é a classificação dela agora. Você não tem preocupação sobre o destino da nova escola ukrainiana, se o equilíbrio do poder no parlamento mudar significativamente?

Uma nova escola ukrainiana será obrigatoriamente. Isto já é um capricho de um grupo específico de funcionários do governo, especialistas. Esta escola é desejada por maior parte da sociedade ukrainiana. Nós temos pais, jovens progressistas, que vêem, que no século XXI não se pode ensinar seus filhos, do mesmo modo de dez - vinte anos atrás. Nós devemos fornecer novos métodos para que as crianças aprendam novas competências. Isto significa que eles devem receber não apenas conhecimentos mas também a capacidade de aplicá-los para resolver problemas práticos. Porque o fluxo de informações hoje, não é comparável a o que foi a 20 - 30 anos atrás. Eles precisam entender a informação neste mar, pensar criticamente, argumentar sua posição. Então teremos cidadãos normais que poderão fazer uma escolha consciente, inclusive políticas. Então haverá perspectivas para o desenvolvimento do país. 
Se me preocupo com uma nova escola ukrainiana? Sim, porque ela pode vir logo, mas pode demorar. E isto depende da vontade política. Portanto dispensamos muita atenção à popularização destas idéias. Quando esta idéia é idéia da sociedade, não de uma força política ou governo, então com a mudança (e em uma sociedade democrática o poder deve mudar) a sociedade vai pressionar os novos governantes, para continuar o trabalho.

Conte sobre sua família. Onde trabalham, estudam seus filhos, marido. Sei que você tem duas netinhas. Como você conseguiu permanecer tão jovem?

- Meu marido - professor. Trabalha como vice-diretor de uma escola profissional, uma das maiores da Ukraina (em Kyiv). Esta escola sofre devido a todos os problemas clássicos nos locais de construção intensiva. Ela foi projetada para 1.100 alunos, hoje tem 2,5 mil. Os professores devem realizar o processo de aprendizagem nas aulas, onde há 42 alunos.  Minha mãe é professora em Lviv. Já tem muitos anos mas sempre é convidada para dar aulas. E isso lhe dá inspiração. Ela sempre foi meu exemplo. Minha filha é advogada, mas agora trabalha no sistema educacional. Ela conclui a Academia Kyiv-Mohyla, e para nós falta advogados no setor educacional. O filho é graduado pelo Kyiv-National Linguistic University. Tenho dois netinhos, e quando penso em uma nova escola ukrainiana, faço esta escola para eles também.

Como consigo parecer "tão jovem"? É necessário ter uma finalidade  pela qual você compreende, que deve levantar cedo, apesar de tudo. Felizmente esse objetivo eu tenho, é a reforma da educação. Também me mantem o amor e o apoio de meus parentes.
Terceiro - a todos os nossos adversários, devemos ter boa aparência, lutar e ter forças para esta luta. Para isto é preciso cuidar da aparência e restringir a alimentação.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 24 de setembro de 2017

Lilia Grinevich: "Que não se ofendam colegas professores, mas o sistema educacional é criado para crianças".
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 21.09.2017
Julia Lishchenko

O ministro da Educação e Ciência da Ukraina explicou a Castelo Alto sobre o escândalo que circunda as disposições linguísticas da lei sobre educação, a "consolidação" mística de certos materiais, aumento salarial para professores, destino da nova escola ukrainiana e sua vida privada".



O assunto de todos - uma nova lei "Sobre Educação". Seu "artigo linguístico" causou quase um escândalo - apelação para órgãos superiores europeus para concessões diplomáticas a Budapeste, Bucareste, Varsóvia, Chisinau e Moscou.
Lá indignaram-se com o fato de que Kyiv violou os direitos da pessoa, restringindo as capacidades das minorias nacionais na aprendizagem de sua própria língua. Ministro da Educação e Ciência da Ukraina Lilia Grinevich sobre as disposições linguísticas da lei reuniu-se com chefes das missões diplomáticas. Sobre as características da nova lei "Sobre Educação", Lilia Grinevich contou numa entrevista exclusiva para o "Castelo Alto".

- Senhora Lilian, há motivos para tal "distúrbio linguístico"?

- Principal idéia da Lei "Sobre Educação" - dar chance a cada criança ukrainiana, independentemente de sua nacionalidade, acesso a uma educação de qualidade. Desde o início da independência da Ukraina, nas escolas de minorias nacionais, todas as disciplinas tradicionalmente ensinadas em sua língua nativa, e o idioma ukrainiano estudam, apenas, duas horas por semana, e mais duas horas destinam-se ao estudo da literatura ukrainiana. De acordo com os resultados "ZNO" (Avaliação Independente Externa), 75% dos formandos do distrito de Berehove, onde a comunidade húngara vive de forma compacta, compões testes da língua ukrainiana de 1 a 3 pontos em uma escala de 12 pontos. A compilação bem sucedida de habilidades do idioma ukrainiano - é um pré-requisito para a entrada em universidades ukrainianas.  Deste modo, as crianças de escolas de minorias nacionais não têm acesso igual ao ensino superior porque a escola não fornece conhecimento suficiente para isso. Sem o conhecimento do idioma ukrainiano essas crianças não poderão ocupar cargos públicos. A partir deste ano foi introduzido o exame obrigatório do idioma ukrainiano para serviço estatal. Quando nossos oponentes nos dizem, que com esta lei restringimos os direitos das minorias nacionais, estamos prontos para argumentar, que nós expandimos os direitos das crianças das minorias.

A língua ukrainiana é uma ferramenta de construção do estado. Portanto, é extremamente importante tornar o sistema de educação na Ukraina verdadeiramente ukrainiano. Obviamente, temos obrigações internacionais para com as minorias nacionais. Além disso, todos os educadores entendem que, se a criança emergiu de seu ambiente linguístico, onde ela nunca falou ukrainiano, é preciso dar tempo ao tempo para adaptação e estudar o idioma. Se ela começar, imediatamente, estudar todas as matérias em outro idioma, isso imporá dificuldades de aprendizado adicionais, e ela pode falhar desde o início. A prática de sistemas educacionais de diversos países é a seguinte: se a criança é pequena e apenas começa os estudos, ela deve ter oportunidade de estudar em sua língua materna. E, ao mesmo tempo, aprender intensamente, outra língua, na qual continuará seus estudos. Portanto, a lei estabelece um tempo, durante o qual a criança pode fazer isso,  - durante o pré e ensino fundamental. E dominar, na escola primária, ao nível da língua estadual, para a partir da quinta série, todas as matérias possa estudar no idioma ukrainiano. 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo explodiu com comentário histérico sobre "proteção da população da língua russa"...

- Há uma diminuição do número de escolas com ensino em idioma russo - nos últimos dois anos em 5%. Como trabalham estas escolas? Exatamente do mesmo modo que as húngaras e romenas. Ou seja, todas as matérias até 11ª série são estudadas em russo. Assim não deve ser. Do ponto de vista da lei, nós estamos cumprindo nossas obrigações para com os russos como para as minorias nacionais. Nenhum exceção ou indulgência para esta minoria nós não faremos. Suas crianças também poderão, durante o pré-escolar e primário estudar intensivamente o idioma ukrainiano. Este ano nós cancelamos ZNO (Equivalente ao nosso Vestibular - OK). do idioma russo, que não mais participará da lista de assuntos para teste. Este é um grande progresso. Precisamos, finalmente, de um sistema nacional de educação progressiva que atenda às necessidades dos filhos do século XXI que saiu do sistema educacional soviético. Claro, Ukraina tem obrigações internacionais, da Constituição, e nós iremos observá-las. Todas as mudanças que introduzimos no artigo da linguagem, são completamente constitucionais.

- Quanto ao "artigo linguístico", você conversou com os chefes das missões diplomáticas. Você conseguiu convencê-los?
- Parte dos embaixadores compreendeu, que há muita politização e reações inadequadas de certos países. Expliquei, como será implementada a lei, que há um período de transição. Nós entendemos que, para as crianças de nacionalidades minoritárias, que pertencem a outros grupos linguísticos é mais difícil dominar o é mais difícil dominar o idioma ukrainiano, isso pode levar mais tempo. Ela explicou, que nós estamos prontos para dar apoio a estas crianças para dominar o ukrainiano. Em particular, aumentar o número de atividades individuais sobre o idioma ukrainiano, dividir as classes em grupos nacionais para quem a língua nativa é uma das línguas da União Européia, terão a oportunidade de usar o seu idioma em parte de outras disciplinas. Os embaixadores também enfatizaram que é importante para eles que os filhos de minorias nacionais que desejam estudar em sua língua nativa tenham terminologia científica, em particular em disciplinas naturais e matemáticas, não apenas no idioma ukrainiano. Nossos parceiros estão prontos para oferecer a essas crianças educação gratuita em suas instituições de ensino superior. Argumento dos embaixadores: privando as crianças das minorias da oportunidade de estudar amplamente a língua materna, nós restringimos suas capacidades educacionais. Para resolver este problema, estamos prontos, ensinando em ukrainiano, propor dicionários terminológicos e treinamento de professores, para que possam durante o ensino em ukrainiano, dar às crianças também terminologia no idioma das minorias. Nós já fizemos tal experiência, e ela deu resultados positivos. É importante realizar um adequado aumento da classificação na formação dos professores, que agora ensinam as crianças com o idioma dos minoritários, em particular húngaros e romenos. Os professores também devem estar preparados para mudanças.

O representante do Conselho da Europa apresentou a iniciativa para um exame da lei quanto ao cumprimento de nossos tratados internacionais. Nós estamos prontos para criar um grupo de trabalho com o Conselho  da Europa  e  condução de diálogo. Acreditamos (nós trabalhamos nisso com o Ministério dos Negócios Estrangeiros), que não violamos documentos internacionais. Há países onde as eleições estão próximas e algumas forças políticas exploram essa questão.

- Quando as disposições linguísticas entram em vigor?

- Assim que a lei for assinada pelo presidente. Antes do novo ano letivo (1º de setembro início, término não depois de 1º de julho - OK) devem estar preparados os novos programas educacionais, nos quais aumentará a parte de ensino em ukrainiano. Nós já fizemos isso. Ao publicar os livros didáticos para a 9ª série, eles foram liberados para escolas minoritárias em ukrainiano, mas não com a língua materna dos alunos de História, Geografia da Ukraina e direitos. Adicionando a isto, tradicionalmente publicam-se pelo Estado os livros didáticos do idioma e literatura ukrainiana. Assim que a lei entrar em vigor, anunciaremos e vamos aumentar, em cada grau, o número de disciplinas cursadas em ukrainiano.

As crianças que irão à escola na primeira série no próximo ano escolar, 2018 - 2019 na 5{ série, irão estudar todas as disciplinas em ukrainiano. Na escola primária terão a possibilidade de preparar-se para esta transição. Para as crianças que estão agora estudando, é necessário um período de transição, e ele está estabelecido nas disposições transitórias da lei - até 2020. Até agora, essas crianças estudavam o idioma ukrainiano apenas como um objeto. É impossível para eles, no próximo ano começar a ensinar todas as disciplinas com o idioma ukrainiano no próximo ano, eles não estão preparados para isso. Isto, simplesmente, reduzirá a qualidade da educação. Portanto, até 2020, devemos ensinar a todas as crianças das escolas minoritárias o idioma ukrainiano, aumentando o número de disciplinas ensinadas em ukrainiano, aumentando o número de horas para estudo da língua ukrainiana, ensinando partes de materiais simultaneamente, em dois idiomas - nativo da criança e do estado.

- O presidente assinará esta lei? Por que a pausa foi adiada...

- Várias vezes afirmou que assinará, porque esta lei é muito mais importante que uma questão de idioma. Ela contém muitas disposições essenciais além do idioma. Isto refere-se à reforma do ensino secundário, do ensino profissional em relação ao mercado de trabalho, da avaliação independente da qualidade do ensino superior, da educação inclusiva (para crianças com necessidades especiais, com a qual preocupa-se pessoalmente a esposa do presidente, Marina Poroshenko)). Esta lei diz respeito à mudança no sistema de gestão na educação, garantia de liberdade do professor, quando estávamos em uma oposição surda em 2013, com base no Comitê de Questões da Educação e Ciência, que eu dirigia na Verkhona Rada (Parlamento).

A lei contém disposições para a "consolidação" de certos materiais. Alguns indignam-se, que "reúnem" Física com Química e outras ciências e fazem uma disciplina "Homem e Natureza".

- Tal "consolidação" na lei não há. Nossos opositores, que não querem aceitar o documento, usam este mito para criticá-lo. Existem currículos piloto que foram desenvolvidos ainda dentro do antigo padrão para escola de 10 - 11ª classes. Uma escola de perfil - é escola, na qual a criança deveria ter o direito de estudar não 25 disciplinas ao mesmo tempo e mesmo volume, mas escolher aquelas disciplinas mais necessárias para preparar-se à admissão no ensino superior e construção de sua própria carreira educacional. Porque agora as crianças estudam 25 matérias ao mesmo tempo e, na décima primeira série quase não frequentam a escola, mas vão aos professores particulares onde, profundamente estudam aquelas disciplinas, que lhes serão necessárias para o ZNO (Vestibular). Isso está errado. A escola deve dar às crianças a oportunidade de aprender aquelas instruções que elas mesmas escolheram.

Por exemplo, escolhendo a direção física e matemática, os estudantes da escola superior terão a oportunidade de gastar menos tempo nos assuntos humanitários, mas mais nos assuntos precisos, aprofundando conhecimentos sobre física, biologia, matemática, etc. O dia tem 24 horas...

\não se trata de introduzir algo dentro do país, mas de um instrumento piloto para estabelecimentos humanitários
que desejam participar dessa experiência. Dentro dos limites do plano piloto, em vez de uma grande quantidade de assuntos naturais que estudam-se uma hora por semana, estudar com as crianças o curso integrado.

"Ciências naturais" quatro horas por semana. Não sei quantas escolas assim haverá em toda Ukraina - uma, duas, cinco, é improvável que sejam muitas. Um desafio importante para implementação bem sucedida deste experimento. 

O que fazem nossos oponentes? Pegam um piloto estreito, que não tem nada a ver com a lei e usam isso para desacreditar mudanças fundamentais no campo educacional. Este é um exemplo de manipulação. Agora com isso manipula o "Bloco de Oposição". Este é o principal argumento contra a lei "Sobre Educação".

Nos principais sistemas educacionais, inclusive aqueles que preparam os laureados de Nobel, que muito tem praticado a maneira integrada de ensino de ciências naturais. Fazem isso não para economizar tempo, mas com a finalidade de dar à criança uma imagem completa do mundo.

(Continua)

Tradução: O. Kowaltschuk 

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Uma decisão importante.
O senado aprovou a provisão de armas letais para Ukraina e US $ 500, milhões em ajuda militar.
Gazeta Denh (Gazeta Dia)19.09.2017
Natália Pushkaruk

A visita do presidente da Ukraina Petro Poroshenko aos EUA continua, e uma boa notícia para o nosso país apareceu no primeiro dia da viagem. Na noite de terça-feira o chefe de Estado disse ao Facebook que o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei "Sobre o orçamento dos EUA para as necessidades de defesa nacional em 2018". Segundo ele, os gastos militares dos EUA serão de US ​$ 692 bilhões no próximo ano. Além disso, espera-se que forneçam US $ 500 milhões para apoiar Ukraina no campo da segurança e da defesa. "Pela primeira vez, a nível legislativo, propõe-se fornecer à Ukraina meios decisivos: defesa aérea, baseada em radar e vigilância da superfície, contra medidas navais, navios costeiros e guarda costeira", escreveu ele. 

Note-se que o documento autoriza o fornecimento a Ukraina, de armas letais de natureza defensiva, permite o uso de fundos do orçamento estadunidense para as necessidades de reabilitação nas instituições médicas do país, das forças armadas ukrainianas do país dos militares ukrainianos feridos e o fortalecimento das capacidades das forças aéreas e navais do país.

O primeiro evento do presidente da Ukraina nos Estados Unidos foi um encontro com os líderes da comunidade ukrainiana e representantes de organizações Tatar da Criméia neste país. Petro Poroshenko destacou a ajuda e o apoio da diáspora,inclusive a criação de um novo exército ukrainiano, informa a Administração Presidência.


Durante a visita à mais antiga academia militar dos EUA, "West Point", Poroshenko enfatizou, que as armas americanas "aumentarão o preço da agressão russa". "Em face de uma contenção tão severa, Moscou pode pensar duas vezes antes de permitir uma nova ofensiva, disse ele.

O presidente também reuniu-se com os representantes de instituições internacionais de investimento. Ele felicitou os investidores estrangeiros pela conclusão do processo de colocação de títulos soberanos ukrainianos em US $ 3 bilhões e agradeceu pela confiança à Ukraina. "Cada um dos investidores com seu dólar vota pelo sucesso de nossas reformas", - disse o chefe de Estado.

Como se sabe, durante sua visita aos Estados Unidos, o presidente participará de uma série de eventos, o mais importante dos quais é o encontro com o presidente dos E.U., Donald Tramp, agendado para 21 de setembro, e sua apresentação com discurso durante os debates gerais da Assembléia Geral da ONU, que se realizará no dia 20 de setembro.

O "Dia" apelou para os especialistas para comentar a decisão do Senado americano quanto ao fornecimento à Ukraina  de meio bilhão de dólares em apoio à segurança e à defesa e explicar se tal passo de Washington é capaz de parar a agressão da Rússia.

" A SITUAÇÃO SOBRE A CONCESSÃO DE ARMAS LETAIS PERMANECE NÃO DETERMINADA".

"Hryhoriy PEREPELYTSIA, Doutor em Ciências Políticas, Conflictólogo, Professor da Universidade Nacional Taras Shevchenko de Kyiv:
- Esta é a maior ajuda ajuda financeira que nosso país conheceu após o plano Nanna - Lugara sobre  desarmamento nuclear da Ukraina. É praticamente meio bilhão de dólares com o propósito de realizar reformas militares e apoio à capacidade de combate das Forças Armadas. Isto irá, obviamente, incluir a venda de equipamentos militares para Ukraina, a melhoria da infra-estrutura militar na Ukraina, etc. Ou seja, é uma grande ajuda significativa.

Quanto às armas letais, o Congresso, no passado, recomendou ao presidente fornecê-las. Mas, a decisão final é do presidente. Até agora, a situação em relação à provisão de armas letais permaneceu incerta.

Em geral, esta questão é bastante controversa. Não apenas porque Rússia é extremamente histérica sobre quaisquer  conversas de fornecimento de armas letais à Ukraina, mas também porque nós próprios não temos um plano claro de condução da guerra e a retirada dela.  Afinal, a política do presidente rejeita completamente o uso de meios militares nesta guerra, que ainda não é reconhecida. O governo oficial não reconhece legalmente que estamos em estado de guerra com Rússia.

Além disso, de acordo com o armistício, introduzido pelo processo de Minsk, o Presidente percebeu o uso de armas. Então, qual é o senso em obter armas letais americanas, quando nossos lutadores nem sequer podem usar as domésticas? Isto, de fato, pode influenciar como dissuasão de transição da guerra, de baixo nível de intensidade à escalada de ações hostis e uma ofensiva em ampla escala de tropas russas. Mas isso não pode aumentar significativamente nossas ações militares, pois sua condução é proibida pelo presidente.

Seria compreensível,  à comunidade internacional se nós reconhecêssemos, que estamos em guerra internacional que Rússia conduz, a guerra contra Ukraina. Mas aqui, em todos os níveis do nosso país está fixado um conflito interno, os Acordos de Minsk - são um modelo para resolução de conflitos internos e não intergovernamentais. Então, se nós temos conflito interno, então por que vocês querem armas letais, vocês vão usá-las contra seus próprios cidadãos?

Isto não é apenas falta de vontade de Tramp, mas a posição controversa na qual Ukraina sozinha entrou, confundindo a todos com a abreviatura ATO e fixando isto como um conflito interno. Se nós reconhecêssemos o conflito interestatal, penso que não haveria objeções especiais da Casa Branca. E assim há, não apenas apoiantes para fornecer armas letais para Ukraina, mas também oponentes. Sob o presidente Obama, eles diziam que isso apenas aumentaria o conflito, e agora a situação é bastante incerta.

A situação desenvolve-se para, e isto indicam até os mais recentes treinamentos em escala global "West-2017" na Bielorrússia. Mostram que Rússia prepara-se para uma guerra ofensiva. Como resultado, isso aumenta a necessidade de uma arma letal para, no caso de uma operação ofensiva em grande escala, poder conter o inimigo. (Este treinamento da Rússia, que realizou-se há alguns dias na Bielorrússia, quando apareceu o anúncio, houve vários artigos preocupados nos jornais ukrainianos. Muitos temiam a invasão da Ukraina. Depois apareceram artigos descrevendo tais treinamentos russos já realizados em outras localidades. As pessoas da Ukraina cansaram ou acalmaram-se um pouco - OK).

"UKRAINA PRECISA CONTINUAR DEMONSTRANDO PREPARAÇÃO PARA PROMOVER REFORMAS NO SETOR DE SEGURANÇA".  
Anna Gopko, deputado do povo, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento.

- Ukraina sempre teve apoio de dois partidos no Senado, republicanos e democratas, e este é um apoio muito forte. A administração anterior não apresentou nenhuma decisão, o presidente Obama não queria dar armas.

Agora vemos que há vontade política, o Senado envia um sinal a Tramp, de que está pronto para fornecer a Ukraina armas letais, e continuar o apoio a Ukraina no campo da defesa, na prestação de assistência médica aos nossos militares para reabilitação, sistemas de radar. Isto sugere que Ukraina deve continuar as reformas no setor da segurança e defesa, combate à corrupção e controle civil parlamentar. 

Esta é uma decisão particularmente importante na véspera do encontro entre Tramp e Poroshenko, e depois das visitas a Kyiv de: Rex Tillerson em julho, Kurt Volker, que já esteve na Ukraina 4 (quatro) vezes, e o Secretário da Defesa dos EUA, James Matheus. Esses são esforços diplomáticos que devem crescer para fortalecer a capacidade do exército ukrainiano de nos proteger da hostilidade das ações militares da Federação Russa no leste da Ukraina.

Muito falaram sobre a possível redução da quantidade de assistência militar. Claro, nós gostaríamos de obter mais ajuda. Mas agora é bom que ela não seja reduzida em relação aos últimos anos.

Rússia viola, constantemente, os acordos de Minsk, não as realizava desde a invasão da Ukraina e ações militares no leste da Ukraina. Nós não temos garantias, que Rússia, num dia qualquer não começará a nova escalada de conflitos no leste, tendo já uma base bastante boa: mais de 1.200 tipos diferentes de artilharia pesada, tanques. Portanto, Ukraina, obviamente, usará essas armas para sua defesa.

Tradução: O. Kowaltschuk