segunda-feira, 22 de maio de 2017

Reação à proibição das redes sociais russas. A nação não é sábia.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 21.05.2017
Myroslava Barchuk - Jornalista e apresentadora da TV.

Apresentadora da TV ukrainiana e jornalista Myroslava Barchuk

Alguns de meus colegas a quem eu respeito e gosto, batem recordes de concepção do mundo denominando o bloqueio de recursos russos, de autoritarismo e "bordadura" (Com a palavra derivada de "bordar", querem dizer que os ukrainianos dedicam-se com exagero ao ato de bordar, usar roupas bordadas. A crítica vem apenas dos ukrainianos porque os outros povos elogiam os trajes nacionais ukrainianos - OK).
Dizem, a sociedade sozinha pode separar as moscas de costeletas, é necessário dar escolha à nação, as pessoas são sábias e assim por diante. 

Em primeiro lugar, devemos reconhecer, a nação não é sábia, infelizmente. Não vamos dissimular com este mito sobre nação ukrainiana sábia.

A maioria da sociedade continua a viver na escuridão - moral, econômica e ausência de valores. Quem não acredita, inicie no metrô suburbano de Kyiv uma simples conversa sobre política... Ou, até no metrô de Kyiv fale apenas sobre a vida. Olhe para as ruas da cidade, varandas, expressões faciais, ouça o vocabulário dos vizinhos do outro lado da parede, a música que eles escutam, pergunte-lhes sobre os seus livros e filmes favoritos...

Alexandre Paskhaver diz, que a quarta parte da sociedade é consciente quanto à sua nacionalidade, um quarto é anti-ukrainiano (anti-estado), e o restante é inerte, indiferente mar. Os cérebros destas pessoas é o alvo de todos estes "Vkontaktue", Odnoclassnykov", "Inter", TRK Era" e a maioria dos meios de comunicação pró-russos na Ukraina. (Presidente Poroshenko, demorou mas proibiu o seu uso na Ukraina. A gritaria é grande - OK). Essas pessoas, por exemplo, votarão pelo condicionado Lesik Dovhei por 200 "hrevnia" ou introduzirão no Parlamento, o Rabinovich, que subiu, exclusivamente, por conta do canal controlado e teses de Kremlin "mundo a quaisquer preço" e "guerra é conveniente aos oligarcas."



Inscrições nas fotos: Ele perdeu a vida / Ela perdeu o pai / Eles perderam os pés / Eles perderam a casa - Diga, o que você perdeu lá, na Internet?

Nós fornecíamos o anti-ukrainiano, anti-estado ponto de vista como "alternativa" em nossas transmissões.

Em segundo lugar, quanto a separar as moscas das costeletas. Nós, com vocês, por longos decênios "equilibrávamos" as posições políticas no ar, fazíamos dos esbofeteamentos os pontos de nossos canais, apresentávamos anti-ukrainiano, anti-estatal ponto de vista como "alternativa" em nossas transmissões, criávamos conflituoso campo de informações de hostilidade e ódio. Eu precisei, por vários anos, ouvir no ar as mentiras do serviço secreto russo de - Vladimir Krnilov, Ischyenko, Chalyenka, Tsarev, Kalashnikov, Oliynik,  comunistas Grach e Kilinkarov, e Hmyria (historiador que me dizia no ar, que Holodomor - é invenção dos americanos), deputados do Partido das Regiões. E cada vez me parecia, que o espectador via o óbvio e entenderia. Mas não, o espectador não vê!!! Preponderantemente ele engole este produto tóxico não digerido. E é natural para a sociedade pós-genocida, pós-colonial, afiada para sobrevivência. 
Este desastre, que atualmente atravessa o país, perda de territórios, guerra - é realmente evidência deste mal-entendido. E nessa catástrofe é nossa e vossa responsabilidade.

A maioria dos canais pertence aos emigrantes políticos de Moscou ou oligarcas pró-russos.

Eu frequentemente pergunto, quais são as chances do país que está em guerra, conservar o estado, se a maioria dos canais pertence aos emigrados políticos de Moscou ou oligarcas pró-russos que simplesmente situados na Ukraina e espalham a retórica russa no auditório de milhões, diariamente... (14-16 milhões de público do "Inter" no dia da Vitória). Esperar pela "sabedoria da nação"? Bem, eu não sei.

E, quanto à vasta concepção do mundo e imparcialidade muito bem disse, ainda no início da guerra, Yuri Makarov que, de fato, nós temos a questão não simplesmente com a poderosa propaganda do estado autoritário russo, mas também com os restos de ideologia totalitária e valores nas cabeças da maioria dos cidadãos - aqui nenhuma posição de jornalistas "sobre a batalha" não pode haver, por definição. Não pode medir a situação "não à democracia" com centímetros à democracia perfeita. Porque nós, simplesmente, perderemos o país.

Tradução: O. Kowaltschuk

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