Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 20.10.2016
À tal conclusão chegou o autor de "Três, quatro, ace", publicado em 20 de outubro na edição russa "Kommersant" Andrei Kolesnikov.
O jornal diz que as negociações do "Quarteto Norman", que duraram quase cinco horas, cada vez chegavam a um impasse.
"Petro Poroshenko insistia que, inicialmente, é preciso decidir a questão do controle da parte da divisa russo-ukrainiana, e somente depois falar sobre o acordo de anistia, eleições em Luhansk e Donetsk e sobre seu estatuto especial. Em resposta a isto, em certo momento, todas os três seus colegas (Alemanha, França e Rússia), interrompendo um a outro, diziam a ele, que nos Acordos de Minsk, o registro era outro, mas Petro Poroshenko ainda assim encontrava forças para insistir no seu", - diz o artigo.
Segundo as palavras do correspondente especial do "Kommersant", o presidente ukrainiano era inclinado ao compromisso pela chanceler alemã Angela Merkel.
"Quando mais uma vez parecia, que tudo desabou novamente, Angela Merkel levantava, pegava Petro Poroshenko pelo braço, proferia duas palavras simbólicas - "Five minutes..." e levava Petro Poroshenko para um canto, onde algo, apaixonadamente, explicava a ele, nestes cinco minutos. Voltava ele à mesa como pessoa acomodada, concordava com tudo, mas depois de alguns minutos tudo recomeçava".
De acordo com Kolesnikov, Merkel reclamava, que as negociações anteriores em Paris foram bem sucedidas, mas em Berlim elas congelaram.
"Porque nós falamos sobre a mesma coisa?! Em Paris houve resultado, mas Berlim todos vão ligar a uma falha completa! Eu não posso permitir isto! Vamos negociar!"
O artigo do "Komersant" diz, que depois das negociações, as partes manifestaram diferentes versões de acordos.
O presidente russo, Vladimir Putin, na conferência de imprensa no aeroporto Tegel parecia insatisfeito.
"O que aconteceu, Putin não gostou. Parecia, vindo a Berlim, ele fez o que achava necessário, decidindo em certo sentido, curiosamente, apoiar Angela Merkel, e nenhuma ilusão sobre sua chegada não sentiu", - diz o artigo.
O presidente da Rússia, em especial, afirmou que "todos os participantes do encontro de hoje confirmaram, que na base da regulamentação, no sudoeste da Ukraina devem estar os Acordos de Minsk, e todos reafirmaram seu compromisso com esses acordos".
De acordo com Kolesnikov, Putin falou pouco.
"Ficou muito claro, que ele não vai responder a nenhuma pergunta agora. Mas elas existiram. Então, trabalho colaborativo não houve. É pena..." resumiu o autor do artigo.
Como se sabe, na noite de 20 de outubro, em Berlim, houveram por mais de 4 horas, as conversações do "Quarteto Norman": chanceler Ângela Merkel, Presidente francês F. Hollande, presidente de Ukraina Petro Poroshenko e o presidente russo V. Putin.
Durante a reunião os líderes desenvolveram um "mapa do caminho", que seria o principal instrumento para os Acordos de Minsk - desde 05/09 e o memorando de 19.09.2014 e de 12.02.2015.
Nenhum documento da reunião foi assinado.
(Felizmente Poroshenko deixou de ser alguém que recebe ordens e responsabilidades do usurpador e conselhos de "amigos", que se preocupam apenas com a sua paz. E foi criativo, enfrentou a situação, apesar de que ele deve saber que isto lhe custará caro. Rússia não quer ficar com os territórios arrasados, ela quer que Ukraina arque com o ônus da reconstrução, que juridicamente Luhansk e Donetsk continuem territórios ukrainianos, mas sob as ordens e controle de Moscou, segundo a imprensa ukrainiana - OK).
Tradução: O. Kowaltschuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário