quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Entregaram Savchenko - tomaram como refém Sushchenko
Vysokyi Zamok (Castelo Alto, 03.10.2016
Ivan Farion

Na guerra contra Ukraina, Kremlin continua com métodos cínicos de piratas somali.



A Ukraina chegou outra triste notícia de Moscou: o Serviço Federal de Segurança da Rússia deteve, e o tribunal mandou para a infame prisão "Lefortovo" por dois meses, o correspondente da agência nacional Ukrainform na França. Roman Sushchenko.
O jornalista foi acusado de espionagem.
Nosso conterrâneo entrou para a lista de prisioneiros que Kremlin utiliza em seus jogos políticos sujos.

Segundo pessoas próximas a Sushchenko, ele estava em férias, voou até Moscou não devido a assuntos de trabalho, mas particulares. Planejava encontrar-se com os parentes na Rússia. Assim que chegou foi detido pelo FSB. Violando normas internacionais, o lado russo não comunicou a sua detenção nem o Ministério das Relações Exteriores de seu país, nem sua esposa Angela. Também não enviou informações para o seu local de trabalho.

Mas, em seguida cresceu histérica propaganda sobre captura de espião ukrainiano. Sushchenko é retratado como principal espião ukrainiano capturado, do Ministério da Defesa da Ukraina, cuja missão desempenhava em Moscou.O FSB afirma que o ukrainiano "decididamente recolhia informações sobre a atividade das Forças Armadas e da Guarda Nacional da FR, que constituem segredo de Estado e vazamento das quais podia prejudicar a defesa do Estado."

A mania de espionagem tornou-se uma das doenças obsessivo compulsivas da liderança russa. No início de agosto deste ano  como espião-sabotador, o qual supostamente planejou ataques terroristas na Criméia, o FSB russo acusou o morador de Energodar - Zaporozhye Yevgeny Panov (ele foi sequestrado pelos serviços secretos russos e levado à prisão na península ocupada). 

Anteriormente, seus reféns, tornaram as forças de segurança russa, os ukrainianos Suprun, Soloshchenko, Kozlovsky e muitos outros. Em 2014, da Ukraina à Rússia levaram à força e lá julgavam o combatente do batalhão voluntário "Aydar", a antiga piloto Nadia Savchenko. O destino desta cativa, por longo tempo foi trunfo de Putin em seu diálogo com o Ocidente. Precisamente, em sua chantagem. 

Parece que agora preenchendo suas masmorras com novos reféns da Ukraina, Moscou tenta colocar pressão não apenas em Kyiv, mas também no mundo ocidental, quer extorquir para si preferências econômicas e políticas. Procura reforçar a retirada sobre si o peso de sanções dolorosas. Concomitantemente Kremlin quer continuar a manter Ukraina no gancho. Se não nos faz um ato sórdido, faz outro. Espera que não suportaremos tanta pressão e faremos concessões...

Como declarou o primeiro vice-presidente do Parlamento da Ukraina Iryna Gerashchenko, "todos esses espiões" somente tem uma culpa - todos eles tem passaporte ukrainiano e eles - ukrainianos". De acordo com a vice oradora, o governo russo age no estilo de piratas somalis... 

Em defesa de Roman Sushchenko  saiu a liderança da Ukraina, jornalistas internacionais, organizações de direitos humanos. Exigem a libertação imediata do jornalista, seu retorno ileso à Pátria. O "speaker" do Parlamento Andrew Parubiy apresentou a iniciativa, em resposta às ações do Kremlin denunciar, isto é, que perdeu sua força o acordo intergovernamental sobre o regime  de isenção de vistos entre Rússia e Ukraina.

Os especialistas políticos, unânimes na opinião, que "questão da Ukraina Sushchenko" - é a tentativa da vez em comprometer a "junta ukrainiana". E, também esta manobra que Putin aplicou para desviar a atenção da comunidade mundial do crime, em grande escala, que causou Rússia, enviando a Ukraina o sistema de mísseis "Buk" que em julho de 2014 derrubou o avião da Malásia com 298 pessoas.

Precaução fatal da Ukraina e suas consequências no caso de MN17 abatido
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 04.01.2016
Anna Mallar

As conclusões da equipe de investigação internacional foram surpreendentemente cautelosas, apesar do fato que os culpados, porém, são óbvios. Estabeleceram apenas a arma que derrubou o avião, de onde vieram as armas e de onde vinha o fogo.

Os autores materiais do crime não foram nomeados. Há, apenas, uma lista de suspeitos com 100 pessoas que não foi divulgada, e planejam apresentar as acusações apenas em 2017.

Os parentes resolveram esperar as conclusões finais do inquérito internacional, já incluíram advogados especializados em direito aéreo internacional. Até a data de hoje (04.10.2016), os familiares das vítimas do acidente entraram com ações contra:
  - Federação Russa e seu presidente Putin
  - Girkin (um dos "comandantes" do conflito no leste da Ukraina - OK)
  - Malaysia Airlines
 - Fabricante de aviões Boeing - 777
 - Ukraina

Coincidência?

Apesar de que o envolvimento da Rússia no desastre é óbvio, Rússia usa todas as ferramentas possíveis para transferir a responsabilidade a Ukraina.

Hoje, ao Tribunal Europeu dos Direitos da Pessoa entraram várias ações judiciais contra Ukraina. Estranha coincidência, as alegações são preparadas pelo famoso advogado alemão e especialista em direito aéreo, que em 1991 até 1988 foi assessor do governo russo Elmar Giemulla.

E o primeiro dos três processos contra Ukraina, em novembro de 2.014 era processo de cidadã russa Helena Ioppe, mãe da falecida Olga Ioppe, de 23 anos. Outro fato interessante: os advogados de outros países recusaram-se da participação do processo contra Ukraina. Talvez seja apenas coincidência.

Compromissos internacionais da Ukraina quanto a segurança de voos.

O território da Ukraina é parte de rotas aéreas. Ukraina é uma das partes da Convenção Internacional para a Segurança da Aviação Civil, conhecida "Convenção de Chicago". É nisto que se apoia o advogado alemão nas demandas contra Ukraina

Embora na Convenção não há nenhuma obrigação direta para "fechar o céu", no caso de perigo, mas ela decorre do conteúdo e propósitos da Convenção.

No anexo 19, a Convenção estabelece que cada Estado assegura a segurança de vôo, a nível nacional e deve fornecer informações sobre incidentes perigosos. Assim, Ukraina devia informar outros países sobre a ameaça à aviação civil e proibir voos sobre os territórios de Donetsk e Luhansk. 

O que Ukraina não fez como devia.

Ukraina tomou algumas medidas, medidas muito cautelosas. Alguns dias antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou os embaixadores e disse que, no Oriente,  a luta mudou para um nível diferente, devido ao fato de que os separatistas - e não o agressor! - apareceram com o Sistema de Defesa Aérea (Note bem, os separatistas, não o agressor. Cuidaram para não acusar Rússia? -OK)

Os embaixadores não soaram o alarme como, de fato, o lado ukrainiano. Deste modo a responsabilidade pela decisão de vôos foi como se fosse transferida para outros países. Informados - portanto armados.

Mas os embaixadores - isto, então não compreenderam.

Esta informação agora aproveitam os advogados dos cidadãos malaios cujos parentes morreram no acidente. Eles acusam as companhias aéreas da Malásia, que sabiam sobre o perigo, mas não mudaram a rota. Também foram acusadas as autoridades alemãs. O jornal alemão S. Zeitung escreveu que um pouco antes do acidente MN17 a inteligência alemã alertou o governo sobre os perigos de voar sobre Ukraina, mas Berlim ignorou a informação. O Tribunal de Berlim decidiu que o Ministério das Relações Exteriores alemão deveria anular o caráter secreto sobre dados de que sabia sobre o risco de voar sobre Donbas, mas não tomou medidas.

Na opinião da Comissão de Segurança dos Países Baixos, em outubro de 2014, acusaram Ukraina na ausência de medidas de segurança dos voos sobre o seu território. Na opinião dos holandeses, Ukraina não fechou o céu de propósito, devido a ganância por dinheiro que vem das taxas sobre o trânsito. Segundo Washington Post Ukraina recebe anualmente $ 200 milhões pelo uso de voos comerciais do espaço aéreo sobre o território da Ukraina.

Também a Ukraina creditam o medo de reconhecer o controle sobre seus territórios. E o fato do nome "ATO" (inventado pelo presidente Poroshenko - OK) ao invés de "Guerra" levou Ukraina para armadilha no caso desta catástrofe. Se Ukraina, desde o momento da invasão russa, declarasse oficialmente e chamasse os bois pelos nomes - sobre Ukraina não haveria a obrigação de garantir a segurança no território ocupado.

Se o Estado não controla parte de seu território - não é soberano - ele não pode e não deve garantir a segurança do território não controlado.

Deste modo, a oportuna declaração verdadeira sobre a perda de controle de parte do território não deixaria motivos formais para processá-la.

Tradução: O. Kowaltschuk

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