segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Poroshenko declarou seus haveres
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 31.10.2016

Dados contidos na e-declaração do presidente para 2015, que apareceram no servidor NAZK (Agência Nacional para Prevenção da Corrupção) após 22:00 horas do último dia da apresentação das declarações.



O presidente Petro Poroshenko declarou a posse de mais de 100 (cem) empresas na Ukraina, Rússia, Polônia, Espanha,Chipre, Hungria, Lituânia, China, Ilhas Virgens Britânicas e na Holanda. Salário de 121.054 UAH, juros 12.375.404 UAH (hryvnia, a moeda ukrainiana - OK) e rendimentos de investimentos no montante de 49.665.361 UAH.

Em dinheiro Poroshenko tem 60 mil dólares e 900 mil UAH, mantem-se em JSC "IIB", onde ele possui 9.000 ações nominais cujo valor é de 13, 518 milhões de UAH. As contribuições para as cooperativas de crédito e outras instituições financeiras não bancárias constituem 8,19 milhões de UAH. Nas contas bancárias Poroshenko tem 540.478 UAH, 26.340.870 dólares, 14.372 euros.

Também o presidente declarou 3,85 milhões de dólares e 1,111 milhões de UAH em fundos emprestados a terceiros.

O presidente declarou coleção de pinturas de mestres ukrainianos e russos dos séculos 19 e 20, em uma quantidade de 65 unidades, coleção de quadros de velhos mestres 15 unidades, coleção de pinturas de artistas contemporâneos, impressionistas e surrealistas, 4 unidades, coleção de esculturas dos séculos 19 e 20, 6 unidades, escultura "Menino pescador" de Huhliyelmo Puhi.

A esposa do presidente tem no banco 71.146 UAH e 8.943 euros, salário do trabalho em LLC "Interstarch Ukraina" - 11.178 UAH, em "Trade House "Interstarch Ukraina" - 10.809 UAH, na organização de caridade "Fundo de Caridade Petro Poroshenko" - 66.785 UAH.

Na declaração também consta a residência de 1.331,70 m² e três lotes de terreno em Kozin (33.196 - 1200 e 7511 m²), três terrenos em Kyiv (1.000, 6.315 e 5.162 m²), 2 apartamentos em Kyiv (130,06 e 82,15 m²), apartamento em Vinnytsia (68,2 m²), acomodação não residencial em Odessa (35,3 m²), complexo "base de descanso Lebid (cisne) na cidade Lyman (Odessa) - em hipoteca (proprietária - Lídia Moskalenko), que pertence a Petro Poroshenko.

A esposa é proprietária - terreno de 1.900 m², casa de campo de 344 m² no ponto habitado Petropavlivske, próximo a Kyiv e garagem em Kyiv.

Poroshenko declarou Mercedes-bens 2010, BMW e Ranger Rover 2011, Jaguar 2008 e barco Bayliner 2005.

O presidente apressou-se em garantir ao público que todos os seus bens foram adquiridos antes da presidência. Isto ele escreveu no Facebook:
Quero salientar, que todos os bens móveis e imóveis valiosos, moradia, terras, carros, pinturas, jóias de mulheres (esposa, duas filhas e nora -OK) - foram compradas antes da presidência. Quanto às empresas, todas elas foram criadas no período em que eu me ocupava com negócios" - disse ele.

Poroshenko afirmou, que mantém dinheiro no banco - "27 milhões de dólares e, de cada centavo ele pagou imposto para o orçamento da Ukraina, e tem em dinheiro 800 mil UAH e 60 mil dólares.

"Para mim, o propósito da declaração eletrônica não é apenas para mostrar quem tem, e quanto tem, mas para demonstrar as despesas relacionadas com os rendimentos declarados. Ao longo dos últimos dez anos, em minhas declarações, declarei rendimentos superiores a 820 milhões de UAH. Para caridade e apoio ao exército em 2.014 - 2.016, por mim e minhas empresas, onde eu sou o beneficiário final, transferi aproximadamente 400 milhões de UAH", - acrescentou ele.

(Pesquisa google: Petro Poroshenko tinha um irmão maior, que com auxílio do pai criou a empresa "Ukrprominvest". Ele morreu numa catástrofe de automóvel. Petro Poroshenko assumiu a empresa. - OK).


Tradução: O. Kowaltschuk







sábado, 29 de outubro de 2016

Declarações eletrônicas confirmaram que os deputados podem emprestar ao FMI (excertos das redes sociais).
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 29.10.2016
Liúbov Bagatskaya

Caricatura política de Alexei Kustovskyi

(Prezados, já há alguns dias comentários sobre declarações eletrônicas começaram aparecer nos jornais. No início eu pensei que eram apenas alguns casos, mas não, com a aproximação do prazo da entrega das declarações, (30 de setembro) o assunto cresceu. Este texto é apenas uma amostra do assunto. Não puderam deixar de entregar as declarações, a UE exige. Mas, será que com tais declarações a Europa aceitará Ukraina na tão sonhada União Européia?
Será que o presidente vai permitir que os ukrainianos conheçam a sua declaração? Acredito que deveria, mesmo porque todos sabem que ele é rico. Sua riqueza começou ainda com seu pai, no período soviético. Mas, parece que o problema de toda esta gente é esconder ao máximo, para pagar menos impostos. As citações abaixo é apenas uma pequena amostra dos jornais - OK)

Para o final do prazo das declarações eletrônicas permanecem dois dias. O principal tema são as fortunas que declaram os funcionários públicos. No entanto, a declaração mais esperada permanece a declaração do presidente da Ukraina Petro Poroshenko.
Nos últimos dias, ocuparam-se com o preenchimento da declaração todos que adiaram para mais tarde. E, como  resultado, as redes sociais preencheram mensagens e discussões onde os usuários discutem as fortunas, por vezes bastante inesperadas.

Assim, o deputado Anatoly Matvienko, do bloco Petro Poroshenko, declarou a Igreja da Virgem (40 m²)  na região da  Vinnytsia.

Sergei Sidorenko: 
"Todos leem as e-declarações e admiram-se, como a nação mantém "debaixo do travesseiro" o dinheiro em espécie.

Senhores, e por que vocês acham, que estes fundos são reais? Em muitos casos eles não existem além da declaração. É óbvio! Se você tem um rendimento regular de corrupção, então o declarado valor não existe - é a maneira simples e legítima para localizar a renda futura. Porque você não escreverá, no próximo ano, na parte da renda, tipo, "pagamento - recebi um milhão de suborno". Mas você poderá escrever - aquele milhão era meu a muito tempo, consta na declaração. E, se você planeja receber dois milhões, por cinco anos - você fará constar 10 milhões, pensando no futuro.

Mas, se NABU vier e perguntar: cadê o dinheiro", então sempre você poderá queixar-se que os ladrões roubaram por causa desta vil - e-declaração".

Cada declaração apresentada (nos jornais) estudam instantaneamente e disseminam a parte mais interessante. No entanto o sentimento geral causado pelas riquezas apresentadas como as obras de arte, edifícios, veículos, valores em contas bancárias, dinheiro em espécie. Por exemplo:
- O casal Hrinevichiv tem, em espécie, U$ $ 33 mil.
- O presidente da NERC (Comissão que regula esfera energética) Mayo Vovk, tem 390 mil dólares e 60 mil euros, nas mãos.
- Ministro da Ecologia - tem apartamento em Kyiv, de 355 m².
- Dovhyi tem 95 pinturas, 19 empresas e U$ $1,5 milhões em espécie.
- Outros...

Litografia de Pablo Picasso, estatueta de ouro, adereço com diamantes de ouro branco, anéis de ouro, diamantes de prata do século XVIII, Ícone "Sarsa ardente" do século 18-19, coleção de pinturas, moedas de ouro, bronze, prata e cobre, coleção de armas do século 19 e 20, relógios do século 19, discos de vinil do século 20 - 21, vinhos, selos, liros antigos, 3 casacos de pele, móveis italianos: esta é longe de toda a lista da fortuna do ministro Avakov.  Com tais tesouros, é preciso sempre pensar, como escondê-los de olhos invejosos. No entanto, mesmo com tais rendimentos astronômicos e incrível luxo os Avakov não possuem nenhum (!!!) carro.


Vendo as declarações de altos funcionários, os banqueiros vão chorar pelos depósitos perdidos. Tomemos, por exemplo, o primeiro ministro. Em suas contas - 2,6 milhões de UAH. Mas, em dinheiro Volodymyr Groisman declarou 2,4 milhões de UAH, 460 mil euros e 870 mil dólares. Transferindo para UAH é, aproximadamente, 38 milhões. E isto sem o "cachê" da esposa no qual 1,6 milhões de UAH e 372 mil dólares.
Nove relógios caros. Na coleção há um Rolex e Breguet. Oleg  Kryshen da Frente Popular disse que o Breguet custa 828 mil UAH - preço de um automóvel.

O ministro da Defesa Stepan Poltorak, além das contas bancárias, colocou em lugar seguro mais de meio milhão de UAH e 42 mil "verdes". Entre os milionários em espécie - também o timoneiro da justiça Pavlo Petrenko, que declarou 870 mil UAH, 84 mil euros e meio milhão de dólares em espécie.

E o governador de Dnipropetrovsk Valentin Reznichenco: meio milhão de UAH, 830 mil dólares e 65 mil euros.

Foi ao shopping e comprou seis apartamentos e duas instalações não residenciais. Sua explicação: A ex-proprietária dos imóveis lhe devia dinheiro. Como não podia devolver, repassou-lhe os imóveis - valor total - 35 milhões de UAH.

Televisão - 140 mil, relógio - 800. Dizem que as pessoas felizes, horas não contam. Como são infelizes os nossos deputados e funcionários, se muitos tem tantos medidores de tempo que no pulso não cabem, mas nos dedos talvez coubessem. 

O governador de Dnipropetrovsk tem seis relógios caros, carabinas de caça quatro. TV custa 140 mil.

Colega de Kryshyn, Olena Koglanova citou dois casacos de pele. O deputado Volodymyr Lytven não esqueceu três pares de abotoaduras e dois relógios. Mas o principal capital do ex-speaker - 4.500 livros. O homem possui uma valiosa biblioteca, a esposa - iconoteca com 32 ícones.

Já o ministro da Justiça, Petrenko - tem fraqueza por gravuras. Possui 16.

A vice de Petrenko, Hanna  Onishchenko, enriquece com rimas. Inscreveu na Declaração o direito de autor para contos de fadas "Little Muck" e "New Adventures de Morozenko. 

O deputado Dmitry Yarosh declarou "Setor Direito". Não, não é aquele que ele encabeçava anteriormente, mas a marca de seu negócio.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Os embaixadores do G7 escreveram uma carta de alerta ao presidente da Ukraina
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 27.10.2016

Os embaixadores do G7 (Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido) escreveram uma carta de alerta ao presidente da Ukraina Petro Poroshenko sobre as perigosas iniciativas legislativas que podem minar todos os esforços anteriores do país no combate à corrupção, incluindo o enfraquecimento do sistema das declarações eletrônicas.
Isto se soube a partir da carta dos embaixadores do "Big Seven' e do presidente da representação da UE na Ukraina Hyuha Mingarelli, de 25 de outubro, ao presidente da Ukraina, que encontrou-se na posse da Verdade Ukrainiana.

Na carta os embaixadores avaliaram as realizações da Ukraina no combate à corrupção, enfatizaram a importância da Agência Nacional Anti-Corrupção da Ukraina e o lançamento de declaração eletrônica.

"Nós observamos, que durante as últimas semanas algumas iniciativas legislativas ameaçam esse importante sistema anti-corrupção (declarações eletrônicas) e reformas agendadas" - diz o comunicado.

"Em particular, alguns projetos de lei, se aprovados, poderão enfraquecer o sistema de declarações eletrônicas e suspender a idoneidade do NABU (Agência Nacional Anti-Corrupção) e da Promotoria Anti-Corrupção Especializada
na investigação e condução de processos em alto nível", - diz a carta.

Os embaixadores também expressaram sua preocupação sobre as falhas técnicas no sistema de declarações eletrônicas e instaram para tomar todas as medidas necessárias para correção.

Além disso, os embaixadores disseram, que a completa independência da interferência política é fundamental para estas instituições na luta contra a corrupção.

Lembramos, a Agencia Nacional para a prevenção da corrupção passa para o regime de 24 horas de trabalho, a fim de que o processo de preenchimento das e-declarações seja concluído até 30 de outubro.

Anteriormente, foi relatado que a Agência Nacional para a prevenção da corrupção não aprovará a decisão para extensão do prazo da declaração, apesar de problemas técnicos do sistema.

ROSHEN até hoje não desmontou Marx na sua fábrica.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 27.10.2016
Roman Malko

Semana conseguiu fotografar o monumento ao "pai" do marxismo no território da fábrica que pertence ao patrimônio de Petro Poroshenko.

Na fábrica em Kyiv, confeitaria ROSHEN (ex-fábrica Karl Marx) em Kyiv, até hoje há o monumento ao fundador da ideologia do marxismo, co-autor do Manifesto Comunista Karl Marx.
O correspondente da Semana conseguiu fotografar o monumento. Como se vê na foto, o monumento está bem preservado.



lembramos, a lei "Sobre condenação dos regimes Comunista e Nacional Socialista (nazista) regimes totalitários na Ukraina, e proibição de sua propaganda e simbolismo" entrou em vigor em abril de 2015. Note-se, em Kyiv durante 2014-2016 mudaram 151 nomes de ruas, praças, avenidas, alamedas e ecos.

Putin: A fábrica "Roshen" continua a trabalhar na Rússia, embora tenha problemas.
Interfax - Ukraina, 27 de outubro de 2016.

O presidente russo, Vladimir Putin, declara que a fábrica "Roshen", na região de Lipetsk, que pertence ao presidente da Ukraina Petro Poroshenko, continua a trabalhar apesar das dificuldades. Isso ele disse na sessão plenária do clube internacional "Valdai".

Como disse o líder russo, "não há restrições relacionadas com o uso do lucro, incluindo a transferência para o estrangeiro.

Lembramos, o presidente Petro Poroshenko, ao contrário das alegações, até hoje não transferiu seus ativos em truste, mas começou a reestruturação de seus ativos "Roshen", criando para isto três empresas offshore.

Em janeiro de 2016 Petro Poroshenko disse que transferiu sua cota "Roshen" em um independente "cego" truste, sob o controle de banco estrangeiro. 

A fábrica de laticínios de Petro Poroshenko começou a exportar para UE.
Economichna Pravda (Verdade Econômica), 26.10.2016

A fábrica de laticínios "Roshen" que pertence à Companhia Roshen, em setembro realizou as primeiras entregas para UE, segundo  "Interfax-Ukraina.
De acordo com o comunicado de imprensa, o comprador é um dos maiores comerciantes internacionais, com sede na Holanda.
Eu outubro a fábrica enviou leite em pó desnatado e manteiga já para dois compradores. Até o final do ano, no âmbito da quota recebida Roshen planeja fornecer cerca de 1.000 toneladas da produção, diz o relatório.

"Antes da assinatura do contrato houve muitas auditorias. Especialistas visitaram nossa fábrica, para certificar-se de todas as normas de qualidade, profissionalismo de nossos colaboradores e altas técnicas de produção", - disse o diretor geral da fábrica Dmitry Roshchupkin."Na verdade, chegar ao mercado europeu não é fácil, há uma série de regras e restrições que dificultam a entrada de iniciantes. Mas conseguimos convencer os nossos parceiros na seriedade de nossos objetivos e que somos capazes de cumprir com todos os requisitos das normas européias, regulamentos e directivas", - acrescentou Roshchupkin.

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 25 de outubro de 2016

"Eu vi o que fazia Motorola" - "Cyborg" Yuri Sova
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 22.10.2016
Yaroslava Tregubova

(A palavra "Cyborg" tem vários significados:  organismo biológico, que compreende componentes mecânicos ou eletrônicos; filme de ficção americana de 1989; outros. Foram chamados "cyborg" os membros das equipes de voluntários ukrainianos, que se envolveram na defesa do aeroporto de Donetsk. Pesquisa - OK).

Yuri Sova
Kyiv - evidências de que o cidadão russo Arseny Pavlov ("Motorola") é criminoso de guerra, detalhadamente testemunha o assassinato do prisioneiro de guerra, militar ukrainiano Igor Branovetskyi - defensor do aeroporto de Donetsk, combatente da 80º brigada Yuri Sova.

- Minha profissão - carpinteiro-operatório. Antes da guerra eu trabalhei na fábrica, fazíamos balcões, escadas, poços de elevador. Do exército me telefonaram quando eu estava no trabalho, disseram para vir e registrar-me. Assim me chamaram duas vezes, depois ia meu irmão porque, do meu trabalho era longe. Quando me ligaram novamente, eu fui e disse: "Ou me levem agora, ou mais eu não virei". Eles perguntaram: "E você vai?" Eu disse: "Vou".

Eu compreendi que sozinho me ofereci, provavelmente não me levariam, mas eu já planejava ir para a frente. Eu e meu amigo já tínhamos combinado, que iríamos defender o país, mesmo como voluntários. Apenas ele foi antes.

Os parentes, certamente, não compreenderam, disseram: "Por que você precisa disto", "se você tem um trabalho, então trabalhe",  "deixe essas questões para decisão política". Mas eu respondi: "Se eu não for, e ninguém for, então como será?"

Depois de dois - três - dias me telefonaram e disseram para vir com meus objetos. Então, em 14 de agosto fui convocado. Primeiro nos levaram para Starychiv, adiante de Lviv, e depois - no campo de treinamento Yavorivskyi. Lá deram outras roupas e colocaram nas tendas. Ensinavam cerca de dois meses e meio.

"Ou recuo, ou prisão".

- Em 19 de outubro nós fomos para o leste. No início - para Kostiantynivka. Lá estava relativamente calmo: na própria cidade ações de combate não havia, mas bombardeavam com "Grad", constantemente trovejavam explosões.

Aproximadamente 25 de dezembro nós fomos a Pisque. Lá, já atiravam a sério. Nós mantivemos a defesa na "casa do sol". Depois do Ano Novo, tivemos o primeiro "duzentos" (morto): uma bala penetrou debaixo da armadura. Recebemos ordem para retroceder à aldeia Vodiane, explicando que os separatistas iriam cobrir-nos com minas. Apesar de que nós não tínhamos armas suficientes, nós não queríamos retroceder. Por que devíamos abandonar nosso território?! Havia ordem-precisa, do contrário - prisão. Nós começamos desconfiar, que talvez isto fosse necessário a alguém... Porque havia o caso, o irmão na Rússia, e ele aqui comanda. 

Muito contrariados retrocedemos. Mas houveram bons minutos. No Ano Novo veio a nós o corredor de automóveis Alex Mochanov. Ele cantou e tocou guitarra. Foi muito agradável, adquirimos novo ânimo. 

No dia 31, às 23:00 horas, com fogo nos saudaram ao Ano Novo. Nós não respondemos, se nós saudaram, então saudaram. 

A linha do front passava por Vodiane. Nos dias 5 e 6 de janeiro nossa rota saiu para o aeroporto. Eu e mais dois companheiros deixaram porque nós eramos membros da tripulação BTR e não havia ninguém para nos substituir. Eu era artilheiro. 
Mas nós não queríamos ficar, então fomos ao comandante do batalhão e acertamos em passar o nosso BTR para outra rota, mas iríamos com os nossos.  Por quê? Porque a companhia é nossa, somos como irmãos, e se for morrer, então morrer juntos. Na frente age um princípio de ferro: minha vida eu darei, mas aquele que está ao lado, eu salvo.

Nós sabíamos o que lá (no aeroporto) acontecia, mas percebíamos assim: se precisa, então precisa. E, quando o comandante veio até mim e disse para recolher minhas coisas, para sair à noite, eu fiquei muito contente e rapidamente corri para aprontar-me.

"Rotação injusta".

- Os rapazes entravam de dia através do checkpoint dos separatistas pelo "corredor verde". 
Nós - três à noite. Quando vínhamos, ouvimos como as balas tilintavam. Próximo do aeroporto, em nós, começaram jogar minas. Agradeço a nossa artilharia cobrir-nos, felizmente nada nos aconteceu. 

Mas nós viemos três e retiraram do aeroporto onze, sem ferimentos e sem contusões. Nós ainda pensamos: O número de nossos reduzem, intencionalmente ou o quê?

O que vimos, chocou - em vez do novo aeroporto - completas ruínas.

Nós nos acomodamos até o amanhecer e ocupamos nossas posições. Em cada uma havia seis pessoas. Os postos tinham nomes, por exemplo, o nosso nós denominamos "Positivo", porque todos os rapazes eram alegres, juntos podíamos dar boas risadas. Lá, onde menos atiravam, chamamos "Silêncio", o primeiro e o segundo - "Dragon", e o quarto "Tartaruga".
No primeiro dia ainda era assustador, mas depois, ao assobio das balas, explosões de granadas e minas a gente se acostuma e até para de se abaixar.

"Ataque de gás".

A partir de 16 de janeiro de 2.014 começaram os primeiros ataques graves, Apenas a noite, por algumas horas, havia "trégua" e, a partir das 06:00 horas renovava-se o tiroteio brutal. Nós já tínhamos "trezentos" (feridos) e, "duzentos". Nosso posto tinha as maiores perdas. Os feridos começaram trazer para nós, depois todos nós, nos reunimos.

Em 17 de janeiro começaram nos atacar com gás. No início nós pensamos que isto era cortina de fumaça e  eles vem para ofensiva. Mas, não se poderia nem respirar, nem abrir os olhos ´e nós compreendemos, que isto era gás. Nós nos cobríamos com lenços umedecidos, e assim segurávamos um pouco a pimenta, que simplesmente comia os olhos. Sobreviver a isto era o mais difícil.

O principal perigo do ataque de gás residia no fato de que, enquanto nós nada víamos, eles podiam chegar até nós. O atirador vem e esconde-se. Todos pensavam que era o fim, mas ninguém disse isto em voz alta.

Naquele momento nós tínhamos muitos "trezentos", mas comida e água quase não havia. Para os feridos, nós esquentávamos o gelo. Apesar de que a sede era tanta que desejava-se beber urina.

Primeira explosão: "dissemos ao comando, que todos cairemos". 
- 18 de janeiro o tiroteio intensificou-se. O inimigo fez buracos no teto e começou lançar granadas sobre nós. À noite, através destes buracos jogavam lixo molhado com gasolina e ateavam fogo, fazendo luz sobre nós.

Naquele momento, nós mantínhamos território do primeiro ao segundo braço e a maior parte da grande sala - para que vocês entendam, isto é um quadrado de 150 a 170 metros, é muito pouco.

Nós, por alguma razão, não esperávamos, que haveria explosões. Nós ouvimos, que lá faziam algo e pensamos jogar lá algumas granadas, mas nos disseram, que já que o tiroteio parou, não precisava enraivecer ninguém. Depois de meia hora houve explosão.

No dia 19 de janeiro houve a primeira explosão - eles lançaram duas minas anti-tanque. Nós apenas ouvimos "tick, tick, tick". O oficial gritou para que deitássemos e não nos levantássemos por 10 minutos. Assim nós ficamos, enquanto ela não explodiu.Quando explodiu - varreu tudo o que existia. Nós tínhamos alguns "trezentos" e dois "duzentos", eles foram cobertos pela parede.

Nós relatamos sobre a situação ao chefe do Estado Maior e pedimos: "Chamem algum apoio, precisa evacuar as pessoas porque aqui todos morreremos." Então veio a última MT-LB, levaram quem puderam. Outro carro não veio, os separatistas detonaram-no em movimento. Já após a primeira explosão não havia postos, nós ficamos num pequeno quadrado, ao redor do qual construímos barricadas para que nós nos escondêssemos. Nós continuamos manter a defesa e esperávamos ajuda. Os rapazes gritavam para fornecerem apoio, para chamar fogo sobre si, porque eles vinham até nós a partir de cima. Assim nós ficamos mais um dia.

"Os rapazes saíam em grupos... Eu não consegui".

- 20 de janeiro não havia muitos tiros, estava calmo. Nós tínhamos muitos feridos e, ainda esperávamos que a evacuação viria. Mas ninguém veio até nós... Houve a idéia de descer até o porão, mas nos disseram que não devíamos fazê-lo porque lá está tudo minado e em todo lugar há extensões. Mas, como descobriu-se, lá estava limpo. Eles andavam por lá, quando levavam explosivos.
Nós ficamos próximos a janela do primeiro braço do novo terminal. Nós ouvimos, que eles, novamente nós minavam e começaram a relatar, que brevemente nos explodiriam... Cerca de meia hora antes do almoço trovejou a última explosão - e todos os andares foram abaixo.

Eu fui coberto com pequenos pedaços de sucata. Lesões graves não obtive, mas havia uma contusão significativa na cabeça. Mal recuperei os sentidos, levantei, encontrei o automático e comecei a atirar.
Aqueles que estavam mais ou menos inteiros e podiam andar, foram cavar e extrair aqueles que foram cobertos. Havia rapazes, que já não era possível alcançar. Eles gritavam: "Ajudem", mas nós nada podíamos fazer. Então já não havia nem medo, nada...
Dos escombros, nós retiramos nove pessoas. Cinco deles não viveram até a manhã seguinte, eles tinham fraturas expostas - eles simplesmente esvaiam-se em sangue. A quem podíamos, cingíamos com feixes, mas os rapazes morriam da insuportável dor.
Aqueles combatentes, que ainda podiam, saíam em grupos. Mas eu não consegui. Se eu fosse, deixaria os rapazes, então me arrependeria. Lá havia amigos, todos os rapazes eram conhecidos, então decidi ficar até o fim.

Branovetskyi e Igor Zinych

À noite, 20-21 de janeiro, eu me reuni com Igor Branovetskyi. A ele também propuseram sair, os rapazes diziam: "Vamos buscar apoio e voltaremos buscar os feridos". Mas ele disse, com firmeza, que não ía a lugar nenhum. Nós fomos até o porão e começamos trazer os rapazes para cima, tentamos achar alguns medicamentos, roupa, água.

Nós juntos, nos escombros achamos o nosso médico "Psicose" (Igor Zinych - Ed). Ele esvaia-se em sangue, nós, com dificuldade encontramos seu pulso. Depois disso ele viveu menos de meia hora. Esta pessoa eu considero um verdadeiro herói, no aeroporto ficou um mês sem rotação. Ele era excelente médico e excelente pessoa, ajudava muito os rapazes. E, quando, depois da primeira explosão, ele perdeu quase a metade da cabeça, ele sozinho a enfaixou e disse: "Eu não me considero "trezentos", contem outros feridos, eles devem ser evacuados em primeiro lugar".

Naquela terrível noite os soldados procuravam os feridos, outros estavam em posição. Nós estávamos em posição para que eles não se aproximassem. O tiroteio não cessava. Assim vivemos até a manhã. 
Aparelhos de radio telegrafia já não havia, tudo ficou sob os escombros. Ficaram dois telefones, ainda não totalmente esgotados. Nós chamamos, pedimos pela evacuação ou algum apoio. Nós encontramos três fuzis, mas sem nenhum cartucho. Pensávamos, chegaremos até a manhã e haverá algum apoio, mas não houve nenhum apoio.

"Os meninos extinguiam-se em sangue, por isso decidimos pedir um "corredor". 

Nós compreendemos que, ou nos matam, ou evacuam. Um dos dois. Sobre prisão, não havia nem conversa. Com o tempo nós compreendemos, que ajuda não haverá, mas decidimos ficar até o final. Os rapazes pioravam, durante a noite nos nossos braços morreram cinco. Decidimos, para salvar quatro, Tolik "Spartam" deve ir negociar um "corredor" para os feridos. Nós achamos um trapo branco, amarramos numa vara e ele foi.

Alguns rapazes eram contra, propunham auto explosão. Taras Kolodiy dizia, que os kadyrivtsi assim mesmo nos matariam. Então, verdade, ficamos com pena dos feridos, por eles nós nos preocupávamos mais que por nós mesmos, eles sangravam, eles tinham pernas quebradas. Por causa deles decidimos pedir pelo "corredor".

Depois de algum tempo que Anatoli foi, veio um separatista armado, seguido por outros. Ordenaram-nos levantar as mãos e nos revistaram: se alguém ainda tinha uma granada ou facas - tudo levaram. Estabeleceram uma condição: "quem não quer ser capturado deve correr para o lado - e será por nós fuzilado no local." Assustador era quando eles andavam entre os feridos e atiravam nos gravemente feridos. No início eu até duvidava, mas tive certeza quando voltei e vi o vídeo.

Os separatistas prometeram levar-nos para fora do aeroporto. No início nós pensamos que pegarão nossas armas e nos dispensarão, e nós poderemos ir até os nossos. Mas eles nos levaram como prisioneiros - total: 14 pessoas.
Claro, nós pensamos sair sozinhos do aeroporto e levar os feridos. Mas, depois da explosão, em toda parte foi espalhada sucata - cada passo podia ser ouvido. E sempre havia alguém no topo, nós seríamos fuzilados no local.

Cativeiro e interrogatório

Nos alinharam em uma fileira, os separatistas tudo questionavam: "por que quando nós dizíamos entregar-se, vocês não obedeceram, haveria mais vivos", etc. Mas desistir nós não pensávamos. Então nos levaram para o velho terminal e nós subimos no queimado MT-LB buscar o cadáver de um lutador nosso, era um rapaz muito jovem...

Depois veio um "Ural" e nos levaram até "Guivi". Lá até deram assistência a quem necessitava, água, cigarro, mudaram o curativo e depois levaram para Zakharchenko e "Motorola" para interrogatório. As mais cruéis torturas começaram no porão, onde os rapazes sofreram mais.
Zakharchenko perguntou: quem vai questionar? Ofereceu-se um dos lutadores presentes e nos levaram ao "porão". Começaram os espancamentos.

O líder do grupo "DNR" (República Popular de Donetsk), que é reconhecida na Ukraina como terrorista, Alexander Zakharchenko (esquerda) e o lutador Arsen Pavlov ("Motorola"). Donetsk ocupado, 02 de maio de 2015

Bateram com varas de madeira, tubos de metal, autômatos, pés. Se alguém não resistia e caía, gritavam: "Levante-se, mas se não levantava - ainda podiam chutar a cabeça ou bater, com tubos , nas costas.
Nos questionamentos eram envolvidos os oficiais russos. Eles perguntavam a mesma coisa várias vezes, esperavam que podíamos dizer algo anteriormente esquecido, ou não pretendido.
Tentavam obter todas as informações sobre o exército, técnica, onde, como e quantos. Nós esperávamos que eles não soubessem toda a verdade. O que não podia falar, nós não falávamos, mas os testemunhos cada um dava de forma diferente. Eles entendiam isso.

"Motorola" com dois tiros matou Branovetskyi"

- Igor Branovetskyi recebeu mais. Primeiro eles procuravam operador de metralhadora e franco-atirador, mas nós dissemos que todos eles ficaram nos escombros. No entanto Igor confessou. Por que ele fez isto? Eu não entendi então, porque da metralhadora disparavam todos, mas Igor disse que foi ele.
Como nós entendemos do interrogatório, eles vingavam-se porque nosso artilheiro, certa vez acertou e matou um seu amigo. Começaram bater em Branovetskyi ainda mais.

Nós permanecemos em pé contra a parede, e ele foi levado para o lado e começaram a bater mais. Atiravam nos pés, de pistola traumática. Atiravam e gritavam: "Veja ele continua em pé e não cai". Perguntavam: "Você o quê - patriota?", e Igor respondia: "Sim, patriota" e nada mais - e então eles ficavam ainda mais brabos. Quebraram-lhe muitos ossos no corpo. Ele nem podia sentar-se, de tanta dor. 

Depois eles chamaram um médico que enfaixou Igor e deixou-o deitado ao lado da parede. Então veio "Motorola", gritou com os seus "bem espancados". Igor estava deitado, afastado de mim uns dois metros. "Motorola chegou perto e perguntou: De quem é este corpo? O combatente "Tanchuk", nosso guarda, respondeu, que já chamaram a ambulância, e ele será retirado. 

"Motorola" abaixou-se, olhou para Igor, disse que ele não vai sobreviver, pegou "TT" (arma -Ed.) e disparou duas vezes na têmpora esquerda. Eu vi, justamente naquele momento virei a cabeça, quando ele tornava a carregar a pistola e atirava.

Em seguida cobrimos Igor com nossas coisas. Os separatistas ainda vieram, levantavam os trapos e diziam, que o cérebro estava fora do crânio."

Nós fomos retirados do porão, mas Igor continuou deitado no chão. Depois disto não o vimos mais. Ele era uma boa pessoa, depois da explosão não deixou ninguém, andava de um ferido a outro, ajudava.

Naquele momento todos nós nos preparamos para a morte, mas descobriu-se, que ele mais.

Falar sobre Igor depois nós não conseguíamos - todos sabiam que ele era uma boa pessoa - doía muito.

Nos disseram para matar um nosso. Nós recusamos, mas um encontrou-se".

Em seguida nos deram um pouco de comida, água e cigarro e então começou o interrogatório, durante o qual todos os dados registravam-se. 

Sempre diziam: se matar um dos seus, você será liberado e não vai mais apanhar. Para dobrar-nos, usavam os seguintes métodos: fechavam um em outra sala e disparavam no ar, e depois nos diziam: Tudo, um está pronto. Quem é o próximo?
Ninguém concordava atirar num nosso, mas encontrou-se um que puxou o gatilho. Descobriu-se que balas na arma não havia. Então o lutador no qual mandavam atirar, Yuri Shkapura, ergueram e disseram: "veja com quem você luta".
Depois nos levaram para o porão do antigo Serviço de Segurança, onde eu passei o próximo mês até a troca.

Os rapazes sempre eram levados ao trabalho, eu - não, porque todo meu lado direito estava quebrado - fiquei completamente incapacitado. Mas, ao hospital não me mandaram. Sozinhos me enfaixavam e aplicavam injeções. Foi no cativeiro que me roubaram minha saúde.

Continuamente a nós vinham os militantes e diziam que Moscou quer nos ajudar e tenta nos libertar. Diziam, que queriam trocar-nos. Mas nós não acreditávamos muito em tudo o que nos diziam.

No cativeiro havia, aparentemente, pessoas normais, que nos tratavam com lealdade. Mas elas também diziam, que é melhor ser "uma jovem república" e também perguntavam, por que vocês vieram na "nossa" terra, nós vamos  "protegê-la" de vocês. Em resposta nós nada podíamos dizer, porque ao nosso lado sempre havia pessoas armadas.

Os militantes falavam, que a nós, "cyborgs" dão algum tipo de droga, porque não dormimos e estamos constantemente em pé. Nós, simplesmente, defendíamos nosso território.

"Formava-se a impressão, que a direção nos deixou ao sacrifício".

- Eu fui trocado em 21 de fevereiro. Depois do cativeiro fiquei um mês em tratamento no hospital. Depois duas semanas fiquei em casa. E, novamente voltei para o leste, apesar de que em casa diziam, que não precisava voltar e ficar em casa (depois do cativeiro fui desmobilizado). Mas eu queria ficar até o final. Ações ativas de combate não havia. Então eu fiquei nos postos de controle, duas vezes fui a Horlivka. Fui desmobilizado em 18.09.2015. Agora eu me esforço para não lembrar o Aeroporto de Donetsk, mas isto não se esquece. À noite não durmo, apenas um pouco já de manhã, e imediatamente sonho com a guerra - e acordo todo molhado de suor. Mas, assim que voltei para casa, queria voltar, porque na guerra me sentia em casa. Agora eu tento voltar para minha vida anterior.

Agora frequentemente lembro os rapazes. Taras Kolody que, aliás, ainda está no cativeiro, Vitaly Rosolovskyi, Taras Pavlenko, Lubomir Grinyuk, Alexander Mashonkin - todos, que estiveram no aeroporto. Quando lembro do aeroporto, lembro dos rapazes que morreram.

Quando íamos para o aeroporto, nós sabíamos que a guerra seria "boa", mas nós não sabíamos que acabaríamos no cativeiro.

Agora penso que nós mesmos devíamos minar e explodir o aeroporto. Mas tal ordem não veio, e nós acreditamos até o final que viria apoio, que venceríamos.

Forma-se a impressão, que a liderança nos sacrificou.

Ordens eles dão, mas nós os protegemos... É insuportável ouvir, como eles, dos escombros gritam - gritam... E você não consegue alcançar, ou alcança, mas nas mãos apenas intestinos segura, mas você sabe, que sua mãezinha o espera em casa... E o quê, os rapazes deviam morrer assim? Mas você sabe, o quão é difícil para a alma, que tantos não se conseguiu salvar.

Eu tenho 27 anos, mas devido a estas contusões a saúde está prejudicada e, às vezes, tenho problemas com a memória. Mas os superiores recebem prêmios, mas eu, por exemplo, prêmio pela defesa do aeroporto de Donetsk recebi apenas no outono de 2016. E o status de partícipe de ações de combate me deram apenas no inverno deste ano.
No geral é difícil agora depois de tudo isto... Mas, eu não me arrependo, porque eu fui pela família, amigos, pela Ukraina, não pelos políticos e comandantes. Se recomeçarem as ações de combate - penso voltar, assino contrato. E os rapazes é preciso substituir, porque, como você vê, alguns lutam por três meses.

Se não houvesse mobilização, então não haveria ninguém para lutar. Muitos agora dizem: por que eu agora preciso disso, deixe que lute quem quer. Eu digo, que se ninguém lá não for, eles virão até aqui. Eles, no cativeiro, nos disseram, que até Kyiv virão.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 23 de outubro de 2016

Para alguns guerra... Como na retaguarda roubam as empresas de indústria bélica.
Verdade econômica, 14 de outubro de 2016
Inna Popovych

Para reparar o armamento, o orçamento do Estado de 2016 prevê 3,5 bilhões de UAH. Se utilizam-se estas quantias segundo designação? resposta - roubam.
 O registro judicial está repleto de processos penais contra diretores de empresas de indústria bélica, que aproveitam-se da guerra. Eis aqui alguns ressonantes casos recentes em relação às empresas estratégicas.

Empresa russa de Kharkiv (HTZ).

Fábrica de tratores de Kharkiv "Ordzhonikidze" é de importância estratégica para a economia e segurança nacional, mas há oito anos encontra-se sob o controle daqueles, que nesta segurança pretendem.

Em 2007 no capital estatutário da empresa, através de uma série de manobras jurídicas perderam-se os direitos corporativos do estado. Isto é afirmado no processo penal instaurado em março de 2016 pela polícia local.

Desde então, toda a produção e atividades da fábrica estratégica acordavam-se com a direção da corporação "Russkie Mashiny". Seu proprietário é um conhecido bilionário russo Oleg Deripaska - co-proprietário do "Basic-Element". Foi exatamente esta estrutura, que através de empresas offshore recebeu os direitos corporativos do HTZ.

Esta fábrica - maior e mais eficiente produtor de tratores agrícolas (o texto cita as qualidades, porém não encontrei tradução. Num caso, nas rodas do trator coloca-se uma corrente para aumentar a penetrabilidade - pesquisa OK), e nas condições de guerra - ainda no equipamento militar. Além disso, a fábrica tem uma produção única, que não tem substituto na Ukraina.

Possivelmente, foi isso que levou o diretor da fábrica Andre Koval, durante seu curto reinado, preparar a transmissão, com toda documentação, para Rússia.

Segundo os investigadores a manobra, cuidadosamente planejava-se alguns meses. Ao estado inimigo planejavam enviar parte das oficinas, design e documentação técnica. No entanto, a oportuna intervenção do SBU parou o processo.

Os bens e contas da empresa foram apreendidos, ao diretor avisaram sobre a suspeita na execução de um crime e anunciaram sua busca.
Parece, que o cargo de diretor geral desta fábrica estimula ao crime, porque o processo penal foi aberto a mais um diretor - Vladislav Gubin. Segundo os investigadores, Gabin, nos últimos dois anos gastou os recursos da empresa, em grande escala, através da falsificação.

No entanto, o Tribunal de Kharkiv rejeitou o acesso aos documentos, alegando falta de provas. Gabin, após o escândalo, abandonou o cargo com o consentimento das partes, e em seu lugar veio aquele mesmo Koval.

Em abril, pelo controle acionário HTZ interessou-se o oligarca doméstico Oleksandr Yaroslavsky, que foi co-proprietário da empresa até 2007. No entanto, o Comitê Antimonopolista, por enquanto, bloqueia a compra devido a compradores nominais do ofshore de Chipre, os quais, oficialmente, recusam-se a nomear o beneficiário final.
NBU (Banco Nacional da Ukraina) permitiu a Yaroslavsky financiar a recuperação da fábrica, desde que os processos penais sejam fechados, e as contas - desbloqueadas.

Mágicos de Lviv

No oeste da Ukraina, também roubam dinheiro. A gestão da fábrica de blindados tinha o seu esquema "assimilação" de orçamentos. O Ministério da Defesa, em dezembro de 2015 estabeleceu com esta empresa o contrato de fabricação de componentes para equipamentos militares. Trata-se de 40 motores da marca V-46-6 para veículos militares. Valor total do contrato - 28,5 milhões de UAH. No dia da assinatura do acordo os funcionários do Ministério da Defesa passaram à fábrica o valor total. Pequena ressalva: no momento da assinatura do ato da aceitação do bem, na fábrica não havia nem os motores, nem documentação, nem passaportes do fabricante da empresa. Escusado falar sobre teste do equipamento ou verificação técnica do estado das peças. 

Os fundos durante janeiro de 2016 gradualmente transferiam das contas da empresa para a empresa recente, de um ano de existência, "linha Bulet". Na Internet sobre esta empresa privada, não há nenhuma menção. Com a busca de negócios Youcontrol sabe-se, que esta empresa é registrada em Kyiv e, de acordo com os documentos ocupa-se com fabricação de armas. 

É estranho, no entanto, em uma conversa por telefone, os funcionários da empresa não puderam dizer com certeza, com o que ocupam-se exatamente. A chamada telefônica os alertou. Talvez não sem razão. Em dois anos, a empresa com sinais fictícios, conseguiu tornar-se réu em vários casos criminais, e todos eles relacionam-se com o orçamento estatal.

Por exemplo, os funcionários da fábrica de blindados de Zhytomyr compraram da empresa "linha Bulet" material diverso para o equipamento militar. No entanto, como estabeleceu o inquérito, a aquisição realizou-se apenas no papel. 

Quando será concluída a investigação, a empresa de Lviv não sabe. Por enquanto, cerca de 30 milhões de UAH visando às necessidades dos militares, instalaram-se nos bolsos de alguém.

"Negociata" blindada de Zhytomyr

Funcionários da empresa de blindados Zhytomyr inventaram mais um esquema. Em julho de 2014 o Ministério da Defesa e a Empresa Estatal "Zhytomyr Fábrica de Blindados" assinaram um contrato para reparo do equipamento militar, no valor de 300 milhões de UAH. Em seguida a empresa de Zhytomyr assinou um acordo de compra-venda de equipamentos reparado com a empresa comercial de recolocação de equipamento "Tchaika".

De acordo com a documentação, em dezembro de 2.014, à fábrica trouxeram quatro blocos BU-25 2c para veículos de combate. Seu fornecedor para "Tchaika"  revelou-se a empresa "Bron plus". Empresa com um capital social de 1.000 (Um mil) UAH, registrada em Kyiv um mês antes do acordo. Lugar oficial de funcionamento - não há.

- Na conta da "negociata" - aproximadamente meio milhar de processos. Como estabeleceu o inquérito, entre seus "serviços", os quais aproveitaram funcionários inescrupulosos, - evasão fiscal, retirada em dinheiro de fundos públicos, falsificação de documentos e negócios fictícios. Era exatamente a empresa "Bron plus" que deveria colocar na fábrica de blindados o equipamento no valor aproximado de 0,5 milhões de UAH. No entanto, os documentos mostram, que durante a formalização do acordo, tal serviço a empresa não forneceu. Neste assunto, a investigação já dura mais de um ano e meio, no entanto os culpados até agora não foram encontrados. Infelizmente, a maioria de tais investigações estende-se durante anos. Enquanto procuram os culpados, os fundos e os bens das empresas dissolvem-se nas contas das "negociatas".

As primeiras pessoas do país devem, urgentemente, prestar atenção às atividades das empresas estratégicas de defesa. Do contrário, a Frente ukrainiana será mantida com tanques invisíveis falsos com invisíveis veículos militares.

Esta investigação foi conduzida como parte do projeto do Centro do Governo Local "Sem corrupção" e financiada pelo International Fund "Renaissance".

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Putin não ficou satisfeito com as negociações em Berlim - Imprensa russa
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 20.10.2016



As negociações do "Quarteto Norman", dedicadas para regularizar a situação na Ukraina, bem como as negociações do "trio de Berlim" e também à regularização na Síria, não foram bem sucedidas.

À tal conclusão chegou o autor de "Três, quatro, ace", publicado em 20 de outubro na edição russa "Kommersant" Andrei Kolesnikov.

O jornal diz que as negociações do "Quarteto Norman", que duraram quase cinco horas, cada vez chegavam a um impasse.

"Petro Poroshenko insistia que, inicialmente, é preciso decidir a questão do controle da parte da divisa russo-ukrainiana, e somente depois falar sobre o acordo de anistia, eleições em Luhansk e Donetsk e sobre seu estatuto especial. Em resposta a isto, em certo momento, todas os três seus colegas (Alemanha, França e Rússia), interrompendo um a outro, diziam a ele, que nos Acordos de Minsk, o registro era outro, mas Petro Poroshenko ainda assim encontrava forças para insistir no seu", - diz o artigo.

Segundo as palavras do correspondente especial do "Kommersant", o presidente ukrainiano era inclinado ao compromisso pela chanceler alemã Angela Merkel.

"Quando mais uma vez parecia, que tudo desabou novamente, Angela Merkel levantava, pegava Petro Poroshenko pelo braço, proferia duas palavras simbólicas - "Five minutes..." e levava Petro Poroshenko para um canto, onde algo, apaixonadamente, explicava a ele, nestes cinco minutos. Voltava ele à mesa como pessoa acomodada, concordava com tudo, mas depois de alguns minutos tudo recomeçava".

De acordo com Kolesnikov, Merkel reclamava, que as negociações anteriores em Paris foram bem sucedidas, mas em Berlim elas congelaram.

"Porque nós falamos sobre a mesma coisa?! Em Paris houve resultado, mas Berlim todos vão ligar a uma falha completa! Eu não posso permitir isto! Vamos negociar!"

O artigo do "Komersant" diz, que depois das negociações, as partes manifestaram diferentes versões de acordos.

O presidente russo, Vladimir Putin, na conferência de imprensa no aeroporto Tegel parecia insatisfeito.

"O que aconteceu, Putin não gostou. Parecia, vindo a Berlim, ele fez o que achava necessário, decidindo em certo sentido, curiosamente, apoiar Angela Merkel, e nenhuma ilusão sobre sua chegada não sentiu", - diz o artigo.

O presidente da Rússia, em especial, afirmou que "todos os participantes do encontro de hoje confirmaram, que na base da regulamentação, no sudoeste da Ukraina devem estar os Acordos de Minsk, e todos reafirmaram seu compromisso com esses acordos".

De acordo com Kolesnikov, Putin falou pouco.

"Ficou muito claro, que ele não vai responder a nenhuma pergunta agora. Mas elas existiram. Então, trabalho colaborativo não houve. É pena..." resumiu o autor do artigo.

Como se sabe, na noite de 20 de outubro, em Berlim, houveram por mais de 4 horas, as conversações do "Quarteto Norman": chanceler Ângela Merkel, Presidente francês F. Hollande, presidente de Ukraina Petro Poroshenko e o presidente russo V. Putin.

Durante a reunião os líderes desenvolveram um "mapa do caminho", que seria o principal instrumento para os Acordos de Minsk - desde 05/09 e o memorando de 19.09.2014 e de 12.02.2015.

Nenhum documento da reunião foi assinado.

(Felizmente Poroshenko deixou de ser alguém que recebe ordens e responsabilidades do usurpador e conselhos de "amigos", que se preocupam apenas com a sua paz. E foi criativo, enfrentou a situação, apesar de que ele deve saber que isto lhe custará caro. Rússia não quer ficar com os territórios arrasados, ela quer que Ukraina arque com o ônus da reconstrução, que juridicamente Luhansk e Donetsk continuem territórios ukrainianos, mas sob as ordens e controle de Moscou, segundo a imprensa ukrainiana - OK).

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Reformas na Ukraina são inevitáveis, e muito ainda deve ser feito para que as mudanças sejam estáveis - Jaresko.
Política - 17 de outubro, 2016 - Voz da América
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 18.10.2016



Ukraina hoje realiza as mais fundamentadas reformas desde a independência e faz isto durante a guerra. Kyiv conseguiu estabilizar a economia e implementar uma série de mudanças fundamentais, mas Ukraina não dará conta sem apoio externo. Essa foi a principal mensagem do ex-ministro das Finanças da Ukraina Natália Jaresko aos especialistas, que reuniram-se no "Conselho Atlântico", nos EUA.

"Estas reformas não são irreversíveis, e ainda muito deve ser feito, para que as mudanças sejam estáveis", - disse Natália Jaresko.

O ex-ministro ukrainiano com educação de Harvard, nascido nos EUA, denominou três motivos na lentidão das reformas: fadiga, interesses oligárquicos e populismo. O que é preciso fazer para avançar?

Sua receita é simples.

"Eu penso que nós precisamos restaurar o apoio ao processo de reformas e reformistas, incrementar o apoio ao verdadeiramente único, ativo e dedicado setor cidadão, que não tem igual em nenhum dos países da antiga União Soviética. E nós devemos, agora, ganhar os corações e os pensamentos da sociedade ukrainiana. Isto pode acontecer, se a comunidade internacional unir-se e for incluída no processo, como foi em 2015", disse o ex-ministro.

Natália Jaresko também expressou sua idéia de apoio do lado da comunidade internacional - criação de um consórcio internacional com participação de investimento financeiro internacional com recursos de 25 bilhões de dólares.

Em resposta a pergunta da "Voice of America" sobre a realidade da perspectiva da criação de tal consórcio, o ex-funcionário disse que, nesta fase, isto é apenas uma idéia, e ela a lançou para futura apreciação por jogadores internacionais. Nesta etapa os investidores internacionais, de acordo com o presidente do Conselho Empresarial Americano - Ukrainiano, Morgan Williams, estão "sentados sobre o dinheiro", e já não conseguem esperar o momento para investir na Ukraina.

Nós cansamos após 25 anos de independência a ser vítimas de esquemas de corrupção, tribunais e sistemas de justiça corruptos. Estamos cansados da duração de 5 - 7 anos dos processos judiciais. Estamos cansados da perseguição de elementos criminosos, estamos cansados de ouvir cobranças e juízes por suas decisões. Estamos cansados de sermos vítimas de burocracia, corrupção, sistema fiscal não transparente. A privatização, inclusive de terras não funcionou. E eles dizem: "Nós esperaremos". "Nós temos que ver a massa crítica de reformas", - disse o presidente do Conselho de Negócios EUA - Ukraina.

De acordo com Morgan Williams, os investidores internacionais, hoje, não vêem suficiente vontade política para realizar reformas em grande escala, as quais tornariam Ukraina menos arriscada para investidores nos mercados internacionais. Enquanto isto não acontecer, o investimento em larga escala não irá acontecer, dizem os especialistas.

"Nós estamos cansados de sermos vítimas da burocracia, corrupção, sistema fiscal não transparente. Nós precisamos ver uma massa crítica de reformas. Morgan Williams.

(Natália Jaresco, ukrainiana dos EUA, foi designada Ministro da Economia, mas permaneceu no cargo por pouco tempo, porque houve troca de alguns ministros e ela, parece que não se encaixou na turma do presidente. Foi dispensada. Muitos acreditavam que ela faria um bom trabalho.Ela é uma mulher de negócios na Europa e nos Estados Unidos - OK)

Tradução: O. Kowaltschuk