domingo, 3 de julho de 2016

Se Rússia recorrer a ofensiva em larga escala, suas perdas não se igualarão aos objetivos.

"Atualmente, começou uma nova fase da Guerra Fria. A corrida armamentista está em curso "
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 21.06.2016
Irena Hnatyshyn

Verificação  das unidades militares na FR ao longo da fronteira ukrainiana - não é outra coisa, que a criação do exército de reserva, porquanto na Rússia exauriu o recurso de voluntários, declarou na Rádio Liberdade o especialista militar Oleg Zhdanov. Assim, a decisão final sobre a guerra aberta do Kremlin será aprovada segundo os resultados destes exercícios. Em qualquer caso, o alvo principal para o agressor permanece Ukraina, diz o especialista. Além disso, de acordo com especialistas, a demonstração de força - a única maneira  para Rússia voltar à "grande política".

- Senhor Oleg, o quanto razoável é o medo dos especialistas ocidentais e ukrainianos, que Rússia aumentará a pressão sobre Ukraina, ou abrirá mais um front contra um outro estado?


- A questão agora é que , a Federação Russa parcialmente esgotou seu recurso de voluntários, que deseja estar pronto, pegar em armas e guerrear.  Essa decisão foi tomada para criar um exército-reserva. E a atual verificação de unidades na Federação Russa ao longo de nossas fronteiras - é nada mais, que a criação de exército de reserva, renovação da mobilização de recursos, sua formação e configuração para o sistema. E estes treinamentos mostrarão o quanto  a sociedade russa está pronta para defesa de sua pátria. Porque lá age a propaganda que eles estão cercados e que todos querem atacar a Rússia.

Com base nos resultados a liderança da Federação Russa vai tirar conclusões sobre o quanto eles estão prontos para o combate, o quanto, rapidamente, podem aumentar suas forças e aplicá-las. Neste caso, o objetivo principal das Forças Armadas da Rússia, infelizmente, permanece o nosso país. Porque hoje somos o elo mais fraco em toda esta cadeia. Nos países bálticos, nós sabemos, aproximadamente três mil soldados enviaram, para lá enviaram tanques, aviação, sistema REB (guerra eletrônica) e reforçaram outras unidades. Polônia colocou aviação da OTAN ao longo da nossa fronteira ocidental, e também se sente mais confiante.

A Aliança envia forças da América para Europa continental. Isto, talvez, pela primeira vez em 25 anos de expansão da OTAN acontece por conta da transferência de tropas, mas não por conta  de aceitação de novos membros. Mas o comando da OTAN também mudou para mais próximo de sua fronteira oriental - mudou-se para Romênia. Na Romênia, e na Polônia ativamente constroem-se defesas de mísseis. Isto é, de fato no dia de hoje foi dada a partida para a nova etapa da Guerra Fria. A corrida armamentista está em curso. Além disso, de todos os lados.

- Senhor Oleg, você diz, que Ukraina - é o objeto principal, mas nenhuma menção sobre Belarus. Há qualquer ameaça para o outro vizinho nosso?

- Para Bielorrússia qualquer ameaça não pode haver, porque, de fato, Bielorrússia encontra-se sob o controle da Federação Russa. E a economia da Bielorrússia é muito dependente da Rússia, além da presença de tropas russas no território bielorrusso. O fato é que, eu lembro, em 2014 com o início das ativas hostilidades, a Federação Russa tomou Bielorrússia ao grupo militar de ataque de aviões, cerca de 5-6 mil de soldados. Isto é, Bielorrússia, em geral, não tem nenhuma chance para mostrar alguma independência. A questão agora está resolvida: em Bryansk construirão uma grande base militar, a qual em tempo de paz abrigará uma divisão, mas em tempo de guerra na base desta divisão será implantado exército de campo. Isto é sobre o que eu falei. Portanto a questão da Bielorrússia não vem ao caso.

- Em termos de sanções e declínio da economia, qual a razão do Kremlin entrar num conflito militar aberto? Talvez isto seja dissuasão da atenção?

- Este é um modo de voltar às potências mundiais, retornar ao "Big Sete" "G7" e, no geral se declarar como uma "superpotência" e império. O fato é que Rússia não pode gabar-se nem com uma economia forte, como, por exemplo, a Alemanha, nem fortes finanças, como EUA. Assim, o caminho para a escalada para eles é a única maneira, isto é, eu sou forte, eu posso vencer qualquer um, por isso precisa contar comigo, eu posso vencer qualquer um, e comigo é preciso conversar. Esta é a variável de retorno à grande política. Outra, infelizmente, não há. Além disso, isto ajuda a regular a situação dentro do próprio país, quando há a imagem do inimigo - a nação se unifica - isto é a mentalidade russa. Eles fecham a cortina de ferro e preparam-se para guerra, e deste modo, de um lado consolidam a sociedade, de outro - esforçam-se para retornar à geopolítica como uma superpotência.

- Se admitir a nova rodada de agressão militar do lado russo, estará  a Ukraina pronta e o que deve fazer  o governo, para evitar isso tanto quanto possível?

-  Hoje Rússia não está pronta para uma guerra aberta e em grande escala contra Ukraina nem economicamente, nem militarmente, especialmente nas forças armadas. Por isso eles agora realizam treinamento extensivo e constroem o seu poder militar. Eles criaram três linhas de defesa, implantaram o exército para 250 mil e até se assumirem o uso da aviação e introduzirem os exércitos, as perdas serão simplesmente incomensuráveis. E, o principal objetivo da guerra - capturar o território da Ukraina - não será alcançado. Principalmente, se a ofensiva falhar na primeira fase, a subsequente a guerra virar-se-á contra ofensiva do nosso lado. E, certamente, neste caso, o Ocidente não vai duvidar se fornecer as armas, ou não, para nós, e também os conselheiros, e até mesmo os especialistas para treinar nossas unidades.

Tradução: O. Kowaltschuk

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