quarta-feira, 13 de julho de 2016

"Procissão - religiosa" pelo "mundo russo".
Vyssokyi Zamok (Castelo Alto", 12.07.16
Ivan Farion

Na marcha de orações da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou os especialistas suspeitam provocação anti-estatal encomendada por Kremlin.



Aos participantes da caminhada a direção da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou garantiu que rezarão para a paz na Ukraina.

De Pochaiv - Lavra, na região ocidenal (Ternopil) e Svyatogirskoia - Lavra (grande monastério ortodoxo masculino, subordinado em sua atividade ao mais alto governo da Igreja, que fica no leste (Donetsk), à Kyiv, acompanhados por ícones da Mãe de Deus, vem as colunas ao encontro uma da outra de cidadãos da Igreja Ukrainiana Ortodoxa do Patriarcado de Moscou. Ação, que denomina-se "All-ukrainiana procissão da paz, amor e orações para Ukraina", abençoou o Metropolita Onuphrius, da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou, chamando-a "ato espiritual". As colunas se reunirão, na véspera do Dia de Batismo da Rus-Ukraina (Rus era o nome primordial da Ukraina, que foi roubado pelos russos. Então os habitantes da região mudaram o nome do país para Ukraina - OK).
Em 27 de julho elas caminharão da Colina de Volodymyr à Kyiv-Pechersk Lavra, onde acontecerá um serviço final (missa). 

Na UOC MP (Igeja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarado de Moscou) proclamam o nobre objetivo da unidade dos cristãos ortodoxos ukrainianos, que supostamente orienta a organização deste evento. 
No apelo do Metropolita Onuphrius, afirma-se, que a procissão "de fato une Ukraina, porque a Igreja Ortodoxa sempre foi e é agora a força, que une todas as pessoas da nossa Ukraina". O rpresentante da UOC MP Arquimandrita Viktor (Kotsaba) enfaticamente declarou. "... Nós devemos afastar a raiva, o ódio, a maldade, armando-nos com amor e perdão, fortalecer nssas orações: para que cessem as lágrimas maternas, que as crianças não fiquem órfãs, as mulheres - viúvas, para que a juventude não se torne inválida, para que nossas cidades e aldeias não sejam destruídas, e as casas - abandonadas. Este é exatamente o propósito desta procissão ukrainiana - marcha da paz, amor e oração pela Ukraina.

No entanto os opositores da UOC MP têm uma opinião diferente. Consideram esta procissão quase uma provocação política, uma encomenda do Kremlin, cuja missão - provocar um novo ponto de tensão na Ukraina e assim desacreditar nosso país aos olhos do mundo. A afirmação da UOC MP como "força unificadora" os analíticos consideram astuta.

Ao mesmo tempo lembram, como os sacerdotes desta denominação participaram de atividades separatistas no Donbas, recusavam-se a enterrar os participantes mortos da ATO, mas em seus sermões enaltecem o guia espiritual do presidente russo - patriarca de Moscou Cirilo, que, como se sabe, no início da agressão apelava aos ukrainianos para não resistir à ocupação... Os especialistas também não excluem, que nas colunas dos fiéis, que vem do leste, podem encontrar-se os "exilados cossacos" - agitadores propagandistas das chamadas DNR, FSC e militantes, que estarão prontos para inspirar ações violentas para os meios de comuncação russos.

Para movimentação política desta marcha aponta, em particular, o arcebispo de Chernihov Nizhensks, secretário do Santo Sinodo da UOC MP, chefe da Informatin Management do Patriarcado de Kyiv Yevstratii Zoria:

"Lembra, como em resposta no Maidan o partido de Yanukovych fazia sua concentração, que em seguida denominaram Antimaidan?  Sim e neste caso, o Patriarcado de Kyiv desde 2009, realiza em 28 de julho uma procissão no centro de Kyiv, em honra de duplo santificado: o Batismo da Rus-Ukraina e reverenciamento de Santo Volodymyr. No passado ano de 2015, a liderança do Patriarcado de Moscou teve a idéia de fazer o mesmo: em 27 de julho, para capital foram reunidos os simpatizantes da ortodoxia russa para sua própria manifestação. Este ano pareceu pouco a caminhada de um dia - decidiram organizá-la durante quatro semanas.  Patrocinam este evento (organização e mídia) - aqueles mesmos políticos que estavam por trás do Antimaidan. Juntos, eles querem provar que o Patriarcado de Moscou - é a Ukraina, que aqui - espaço do "mundo russo".

O que devem fazer os que não acreditam no "mundo russo"? Quem está inquieto com isto (e eu observo, como esta inquietação espalha-se na comunidade)? Penso, que a melhor resposta deve ser uma procissão em 28 de julho - a partir da Catedral de St. Volodymyr até o mnumento de St. Volodymyr.

Em 30 de novembro de 2013 a Igreja Ukrainiana defendeu o direito de seu povo no Maidan. Em 28 de julho de 2016 a nação tem a oportundade de defender a independência da sua igreja. Pacificamente. E por isso - venceremos". 

Enquanto isto, os ativistas sociais preparam-se para sair em protesto contra o surgimento em Kyiv do "exército hibrido de São Putin" (espera-se que do leste, a Kyiv vem, no mínimo, 10 mil leais à Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou). Os voluntários dirigiram-se ao prefeito de Kyiv Vitaly Klitschko, à gestão da aplicação da lei, com a exigência de proibir conflitos armados, motivados por diferenças religiosas e opiniões políticas. De acordo com os ativistas, durante o conflito militar com a Rússia é inaceitável a realização em Kyiv de eventos maciços iniciados pela UOC MP.

Oleksandr Paliy, cientista político
Com esta marcha o Patriarcado de Moscou quer voltar o "mundo russo" na Ukraina após seu descredito na guerra. Quer reabilitá-lo com seus apelos hipocritas para a paz. Isto é - parada de astutos! Em vez de conclamar Putin para cessar  a guerra (ele é o único que pode fazê-lo, porque foi ele que a desencadeou), os fariseus de Moscou organizam manifestações na Ukraina.
Provocações durante esta caminhada, é claro, são possíveis. Os padres moscovitas estão interessados em cobrir o derramamento de sangue provocado por Putin na Ukraina.


Taras Wozniak, editor da revista cultural "Ji".
A atual "caminhada de oração" - uma provocação obvia de duas unidades do FSB. Uma delas tem este nome. A outra - Igreja Ortodoxa Russa. Esta provocação é destinada a minar, tanto quanto possível a situação na Ukraina, e não é solitária. Ela revigora-se com a deterioração da situação no front, bloqueio da tribuna parlamentar do lado dos representantes do Partido Radical e "Pátria"(Partidos ukrainianos - OK). Isto é - organiza-se o colapso do país. Quanto antes e quão asperamente nosso governo reagir, mais rapidamente venceremos esta provocação súbita. Na Ukraina há guerra, e aqui novamente "kozachky". Como deve agir o governo? Ele sozinho sabe! Para isso nós o escolhemos, para isso ele tem serviço secreto, exército, polícia. Para isso nós lhe pagamos o seu salário...





Andrew Yurash, chefe do Departamento de Assuntos religiosos e étnicos do Ministério da Cultura da Ukraina.
Esta caminhada é destinada a ação da Igreja Ortodoxa ukrainiana em união com o Patriarcado de Moscou para exibir sua massa, força e influência na Ukraina. Objetivo final - reunir a maior quantidade de crentes em 27 de julho na colina de St. Volodymyr e demonstrar sua força. Trata-se de uma ação tecnológica, que tem uma gama completa de logística, mídia, estrutura jurídica, gestão forte.
Por lei, os cidadãos ukrainianos tem o direito e a oportunidade de auto expressão religiosa ou quaisquer outras convicções e sentimentos. Portanto esta procissão se encaixa no quadro da lei ukrainiana. Mas, se durante a procissão os participantes exclamarem slogans, participarem ações, que contradizem a legislação ukrainiana (como aconteceu recentement em Kharkiv, onde gravaram a fita de St. George, ícone da família real de Nicholas III), então isto será violação da legislação nacional. E, em seguida, a polícia e outras autoridades devem agir em conformidade.

Tradução: O. Kowaltschuk  

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