sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O governo se livra do excesso de bocas
Presidente e Primeiro-Ministro relatam ao FMI sobre dispensa de milhares de funcionários e prometem continuar as dispensas em grande escala.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 13.08.2015
Zinovia Voronovich


Tarifas elevadas com pequeno salário apresenta-se não sendo o maior problema ukrainiano. O mais assustador é ficar sem os meios de subsistência. Porque, apesar da "trabalhada" estatística oficial, segundo a qual temos "no total" meio milhão de desempregados registrados, na verdade não têm emprego mais de 1,7 milhões de pessoas. E isto também são dados de estatística oficial. E, se a pouco tempo a quantidade de trabalhadores equivalia, praticamente, ao total de pensionistas, então agora, aqueles que trabalham oficialmente e contribuem ao Fundo de Pensões é muito menos que pensionistas. Portanto, o aumento das pensões aos aposentados, ao longo dos próximos anos, pode-se esquecer - para aquela mísera quantia que hoje recebem, haja como pagar.

Os professores são cortados junto com as escolas.

De acordo com o Serviço Estatal de Emprego, o número de pessoas seguradas, pelas quais se paga a taxa obrigatória de seguro social, em maio de 2015, comparado com maio de 2014, diminuiu em dois milhões e fixava-se em 10,2 milhões de pessoas. Assim, as tentativas do governo para trazer os salários "da sombra" resultaram ao contrário. O número dos ukrainianos que trabalham informalmente, é estimado em 4,2 milhões de pessoas. No entanto, os pensionistas, que são mais de 12 milhões, com isto não se alegram - contribuições ao Fundo de Pensões os ilegais não pagam. Mas, os que trabalham legalmente, tornar-se-ão cada vez menos. No início do ano o primeiro-ministro declarou, que será preciso cortar aproximadamente 100 mil funcionários. E esta promessa eles cumprem.
"Nós reduzimos o número de funcionários para 26.000 postos de trabalho no primeiro trimestre e continuamos executar a planejada redução prevista do número de funcionários para 3% em todas as situações até o final do ano" - diz uma versão atualizada do memorando sobre política econômica e financeira com FMI, que recentemente assinou o presidente. Então, lentamente reduzem não apenas funcionários, mas também médicos, professores e assistentes sociais...

As reduções ocorrem, mas elas são lógicas, - diz o presidente da Confederação dos Sindicatos Livres de Lviv Andrew Sokolov. - Falando de instituições de ensino, não há tal situação, que a cada escola vem a ordem que diz: vocês devem diminuir tantos trabalhadores. Mas há otimização. Primeiramente por conta da ampliação das escolas. Em algumas aldeias fecham pequenas escolas, as crianças transferem para maior. E está certo, porque, se na escola há apenas uma classe, com crianças de diversas idades, qual é a educação de qualidade? Às vezes o décimo primeiro ano convertem em nono. Claro, os pais lutam para que permaneça a escola da aldeia, para que esta sobreviva, mas não há jeito. Do ponto de vista econômico, é mais confortável adotar os ônibus escolares que, de várias aldeias trarão as crianças à escola maior, e de melhores recursos, que manter escolas pequenas. Mas os ônibus devem ser vários, não somente um, que levará até duas horas para trazer a criança à escola.

Desde o início da reforma, tal consolidação e associações realizarão mais ativamente, portanto os professores de pequenas escolas devem pensar, com o que se ocuparão. E não somente professores - médicos também. Mesmo se os hospitais de pequenas cidades não fecharem, então o número de leitos e procedimentos diminuirão. Correspondente pessoal também diminuirá. No entanto, a redução do número de funcionários não deve ser apenas pelo ajuntamento, diz o líder sindical.

Na Ukraina Ocidental é comum o fenômeno, quando muitos médicos organizavam-se por um quarto de salário. É claro, que por tais migalhas ninguém vive. Mas, para estes médicos, o importante não é o salário, mas o "acesso ao corpo" do paciente. Este é um dos elementos da corrupção. Errado, quando no setor, onde há cinco especialidades médicas, trabalham 10 - 15 médicos, diz Andrey Sokolov.

"Se o trabalho que era realizado por 100 pessoas, transferir para 50,é pouco provável que o resultado seja melhor".

No entanto, com a redução do número de funcionários, as autoridades devem lembrar-se não apenas da redução da folha de pagamento. Parte dessas pessoas registra -se no centro de desemprego. A pessoa que não recebe um salário, não pode ir a loja, e isto afeta a economia.

"Eu mesmo pertenço ao orçamento reduzido, portanto, dificilmente posso ser considerado objetivo - diz o especialista do pacote de reformas, mas até recentemente trabalhador do Ministério de Desenvolvimento Econômico Evgeny Oleynikov - Redução do número de funcionários públicos pode ser  compreensível, se com isto reduzirem-se as despesas. E, o que é que temos. O número de funcionários reduziram, mas as despesas com o aparelho não diminuíram. Dizem, por conta da diminuição de funcionários, surgiu a possibilidade de pagar aos que permaneceram, um salário melhor, então eles serão mais eficientes. Como exemplo, você pode pagar 10 mil UAH a 10 pessoas, elas irão à loja e comprarão 10 pães. Mas se você pagar 10 mil à uma pessoa, ela comprará apenas um pão, porque mais ela não precisa. O restante gastará em objetos de luxo que, geralmente, são importados. Então o que é melhor para economia do país? Por outro lado, eu, como dirigente de departamento não me queixava do baixo salário. Os dirigentes de subdivisões recebem salários normais. Uma outra nuance. Se o serviço que era realizado por 100 pessoas, passar para 50 pessoas, mesmo com salários melhores, dificilmente o resultado será melhor. Dizem que é preciso introduzir as abordagens européias. Sim, precisa. Mas, para o início, introduzam os instrumentos europeus. Primeiramente o governo eletrônico graças ao qual Europa necessita menos funcionários, que nós. Aqui apenas está sendo iniciado, ainda não é eficaz. Sem o governo eletrônico, sem bases normais de dados, e o número de funcionários que restam, não há tempo para analisar todos os papéis, que exigem a cada passo

Comentário de Sergey Kaplin, representante de sindicatos, com plenos poderes no Parlamento.

De acordo com o FMI o governo já cortou 26 mil funcionários do setor público. Faz isto com as mãos das autoridades locais. Até o final do ano, irão para rua mais 70 mil funcionários do Estado. Estes são os que nos dão os serviços essenciais, - educação, saúde e assistência pessoal. A economia será de 6,3 bilhões de UAH e a vida dessas pessoas. Parte delas encontrar-se-á no limite da pobreza e não poderá pagar as taxas comunais, comprar produtos e serviços. O fundo de Pensões permanecerá sem desconto dessas 100 mil pessoas. Surge o círculo vicioso - economizando pagaremos mais.

O governo seguiu pelo caminho mais fácil - passou a carga nos ombros das pessoas. Na Ukraina, quase cinco milhões trabalham sem registro, e seu salário atinge 200 bilhões de UAH. Compare: quanto economiza Yatseniuk (Primeiro-Ministro) nos professores ou médicos, e quanto poderia obter o orçamento do Estado se não houvesse salário em envelopes (Salário em envelopes é quando o trabalhador não é registrado, ou é registrado parcialmente, o que diminui a arrecadação previdenciária - OK). Agora estamos com novas demissões. Muito depende de iniciativas locais. Das regiões recebemos sinais que eles estão prontos para protestos. Então, não se exclui a possibilidade de grandes manifestações em todo o país.

Tradução: O. Kowaltschuk

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