sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Fotos de russos procurando queijo e pêssegos.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 07.08.2015

Como foi divulgado, o Serviço Aduaneiro Federal da Rússia e órgãos de supervisão, procurarão destruir os produtos de importação proibidos a entrar na Rússia, não somente na fronteira, mas também em lojas e armazéns das cadeias de supermercados.
A foto abaixo mostra como os russos procuram pedaços de queijo, em cima do qual passou um buldózer (trator).  


E abaixo as fotos de pêssegos que permaneceram inteiros.




Conforme divulgado, em 29 de julho, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto sobre a destruição de alimentos da UE e EUA, que caíram sob embargo russo. As atividades estraram em operação a partir de 6 de agosto e não afetarão produtos que os cidadãos importam para seu uso pessoal.

Reação dos meios de comunicação ocidentais.

A CNBC observa que a "luta simbólica" com os produtos sancionados começou com a disparada dos preços dos alimentos, que atingiram cerca de 20% ao ano.

Reuters, o "crematório para alimentação" causou choque no país, cujos cidadãos lembram os famintos anos soviéticos.

Agence France Presse, observa que a destruição pública dos alimentos causou "uma explosão rara de raiva pública". E que empurra milhões de russos à pobreza. 

The New York Times, loucura apesar de politização flagrante das importações. No entanto a mídia russa "alegremente" publicava o evento.

The Associated Press, "Kremlin ignorou o clamor público." A destruição da comida ressalta a determinação do Kremlin ma continuação da tensão nas relações com Europa e USA devido a crise ukrainiana. The Associated Press observa que os produtores russos precisarão trabalhar alguns anos para compensar a proibição da importação e, até lá haverá escassez de alimentos e aumento dos preços.

De Guardian, continua a discussão de uma série de outras restrições . O governo russo planeja limitar a importação de dispositivos médicos - máquinas de raios - X, meios de higiene e contraceptivo feminino.

Der Spiegel, a queima de produtos mostra a fraqueza do regime Putin uma vez que a lei não
funcionou. "Moscou não tem força para, com métodos civilizados garantir a proibição da importação de mercadorias importadas. Medidas radicais mascaram a fraqueza do sistema".

Die Welt, desperta memórias sobre períodos de décadas passadas, quando as pessoas passaram sobre períodos de décadas passadas, quando as pessoas passaram fome: o bloqueio de Leningrado, os déficit da era soviética, a pobreza do início dos anos 90. Hoje a pobreza - um problema crescente. Quase 23 milhões de russos vivem abaixo da linha de pobreza, que é de 140 euros por mês.

Lá, onde soa o pop russo, com o tempo vem os "libertadores" russos. 
Vysokyi Zamok ( Castelo Alto), 15.06.2015
Natália Baliuk


Pela primeira vez em cinco anos a música ukrainiana tornou-se mais popular na Ukraina que a russa. Significativamente cresce a popularidade dos dois estilos: ukrainiano pop e rock. Ao lado disso, chanson e canções do período soviético (anos 60, 70 e 80) sem as quais era difícil imaginar um ônibus típico, mesmo na Ukraina Ocidental, perdem dramaticamente a afeição entre os ukrainianos. Este é o resultado da pesquisa TNS MIMI, realizada nas cidades ukrainianas com população superior a 50 mil habitantes.

Forte e claro exemplo desta tendência - projeto popular da canção na TV "1 + 1" "Voz do país". Esta é a primeira vez desde a existência dessa competição, que foi demonstrado, significativamente, o espírito ukrainiano. De repente tornou-se claro (surpreendentemente para os produtores), que a canção ukrainiana - é real! E mais, as canções ukrainianas, tanto as atuais, quanto as populares, percebem-se como água energética para terra seca.
Finalmente, os dirigentes dos canais da televisão lembraram, em que país vivem e ganham dinheiro. É pouco provável que eles tornaram-se verdadeiros patriotas, antes desencadeou-se o instinto de auto-preservação. Porque se continuarem a implementação da prática bilíngue e imposição da canção russa, poderão ter sérios problemas como público assistente. 

A agressão militar russa expôs e agravou muitos pontos pungentes da Ukraina. O que antes a sociedade engolia como amarga pílula, hoje separa porque lhe causa aguda rejeição. Por muitos anos, ininterruptamente, pelas mãos da quinta coluna, Rússia, objetivamente, impingia a Ukraina os valores do chamado "mundo russo".
Metodicamente ensinavam aos ukrainianos tudo russo, idioma russo, canções, filmes... Introduziam isto em hábito. O hábito, como sabemos, é a segunda natureza. Então, de muitas maneiras destruía-se a identidade. Queriam fazer dos ukrainianos pessoas sem tradições nacionais, sem valores, sem moral, sem identidade cultural e civilizacional. Era continuação política do período soviético quando criavam o novo tipo de cidadão - pessoa soviética  que não tem consciência nacional, nem memória, mas está artificialmente imbuída com concepção filosófica soviética. Lembra a canção popular: "Meu endereço não é a casa, não é a rua - meu endereço - União Soviética"? Apenas agora, em vez da visão soviética Rússia, que se considera sucessora da União Soviética, tenta impor o "Mundo russo". E, para isso é preciso primeiro diluir, e em seguida limpar a identidade nacional. O idioma ukrainiano tornar impopular, música sem qualidade, palco provincial, cinema ukrainiano - pobre e primitivo. Com Yanukovych e sua equipe infestada de agentes do Kremlin, isto faziam bem e de forma eficiente.

Houve a ocupação cultural rasteira da Ukraina. O idioma russo como segundo estatal era apenas uma questão de tempo. Porque, de fato, já existia a muito tempo, faltava apenas formalizar. Aos proprietários dos canais da TV e estações de rádio, os quais são patriotas apenas dos seus bolsos, obviamente deram a orientação adequada, e eles, felizes, esforçavam-se. E, a nação engasgava, indignava-se, brigava com a TV, mas consumia este "veneno." E, para quem deveria queixar-se dos canais da TV ukrainiana? A Yanukovych? Azarov? Ou talvez Tabachnyk?

A rastejante russificação, apesar de ser paradoxal, parou o próprio Putin. Precisamente, parou a guerra, que desencadeou contra Ukraina o dono do Kremlin.

Às vezes me surpreendem as pessoas, que hoje falam sobre artificial ukrainização. Dizem, não vale fazer isto, precisamos ser cuidadosos e tolerantes, para não causar prejuízo. Dizem, com a tentativa de cancelar a lei linguística de Kolesnichenko - Kivalov, provocaremos Putin para guerra. Completo engano! Em primeiro lugar, fazer mais mal, que fizeram os "popieriedniki" (os anteriores), difícil. Segundo, não se trata sobre "ukrainização artificial", mas sobre a restauração da justiça, cobrança de dívidas diante do idioma ukrainiano, que por séculos oprimiam e destruíam. Exatamente agora há uma oportunidade única para devolver à língua ukrainiana o conteúdo ukrainiano, a identidade ukrainiana.

Infelizmente, as mudanças na nossa TV e rádio ocorrem com muita lentidão. Embora a atmosfera seja favorável. Por um lado, há uma forte resistência inercial, por outro lado, aqueles mesmos proprietários, parece que não têm sensação do momento histórico. Apesar de algumas mudanças positivas na legislação, continuam transmitindo séries de TV e filmes russos. A norma de dublagem obrigatória foi substituída por um sucedâneo -legendas ukrainianas, às quais ninguém presta atenção. 
Mas, aos poucos o gelo derrete. E aqui a última palavra deveria dizer o Estado. Melhor tempo para tirar conclusões. Nós já vimos muitas vezes, como termina a política de total russificação: lá, onde soa a música pop russa, com o tempo vem os "libertadores" russos. Se agora não protegermos nosso espaço linguístico e cultural, onde está a garantia de que não vai acontecer vingança?

Tradução: O. Kowaltschuk

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