sexta-feira, 13 de março de 2015

Por trás do muro alto: vida de autoridades ukrainianas nos terrenos estatais.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 07.03.2015
Texto: Roman Romanyuk
Foto: Dmitry Larin


Após a mudança de governo na Ukraina a já lendária Administração do Estado alcançou eliminação de benefícios para todos os funcionários, que residem nas casas de campo do Estado. Anteriormente, os "servidores públicos" pagavam apenas 30% por todos os serviços comunais, agora devem pagar na íntegra. Mas, mesmo nestas condições, os funcionários não estão com pressa de deixar suas casas, até mesmo pessoas como Raissa Bohateriova ou Renat Kusmin.
Ukrainska Pravda pesquisou quem e porque recebia as casas da propriedade do Estado, para posse permanente, e quanto agora é preciso pagar para viver na casa anteriormente cedida a Mykola Azarov.

Casa de Mykola Azarov
Os ukrainianos, em geral - são boas pessoas, até se tornarem altos funcionários. Assim que o ukrainiano recebe poder, mesmo sobre os cupons para restaurante de ministros, ele, imediatamente, passa acreditar que deve ser protegido, ter habitação garantida e mantido até a morte. Necessariamente às custas do governo. (Consequência do regime comunista - onde o pessoal do governo tinha satisfeitas todas as suas necessidades e desejos, enquanto o povo vivia de migalhas - OK).

Para autoridades ukrainianas é preciso, obrigatoriamente, criar meio secreta habitação, cercá-la com muro bem alto e tomá-la sob reforçada segurança pública.

Casa de Raissa Bohateriova
HISTÓRIA DA QUESTÃO: ESTADO DENTRO DO ESTADO
Após o colapso da União Soviética, Ukraina herdou não apenas a propriedade, mas também os funcionários que se acostumaram a administrá-la.

Esta era uma casta fechada de pessoas, que não tinha a intenção de desistir de tais benefícios familiares, por causa dos quais foram para o serviço público.

Então não é de admirar, que já os primeiros líderes, do Estado independente, entre outras questões, não esqueceram a preocupação sobre "proteção social" aos funcionários do alto escalão.

A vida nas "dachas" estatais em Koncha-Zaspa e Pushcha-Vodytsia não é, simplesmente, um privilégio - é um passe peculiar a um estreito círculo de "amigos". Porque é mais fácil decidir as questões quando seu vizinho não é uma professora ou um mecênico, mas, digamos, o Procurador Geral ou o Presidente.

Já em 28 de outubro de 1992, o ainda primeiro-ministro Leonid Kuchma assume o papel de árbitro e determina uma lista exclusiva dos que podem pretender ao título de "seu".
A estafeta, em seguida imitará seu protegido Viktor Yanukovych, o qual em 06.08.2003 levará esta 
lista à forma "canônica".

Vasa de Viktor Pinchuk
Para lista dos escolhidos entraram primeiros-ministros, ministros e líderes da Procuradoria Geral da Ukraina -  para os quais previam-se construções separadas, e dirigentes de diversas agências estatais e comissões, aos quais reservavam números em pensionatos.
Além disso, podiam pretender ao recebimento de terreno estatal os presidentes do país, os presidentes do Parlamento e membros de órgãos judiciais.
Estas questões decidiam-se, normalmente, por ordem do presidente, com indispensável marca "secreto". 
Curiosamente, que o Procurador-Geral e seus adjuntos, nesta lista em 2005 incluiu o primeiro-ministro Yulia Tymoshenko. Ironicamente, esta mudança permitiu a Renat Kuzmin receber o lote estatal, depois que Tymoshenko, graças a seus esforços foi para cadeia.
(Não sei se foi esquecimento, ou se continua em vigor o caso dos deputados do Parlamento ukrainiano. Os deputados que provêm do interior, recebiam (e recebem porque li sobre isto recentemente) reembolso pelos pagamentos nos hotéis, ou se isto continua sendo "direito". E aí surgem os "certinhos" que, mesmo possuindo residência na capital, pedem reembolso - OK).

FELIZES PROPRIETÁRIOS
Os proprietários do passe "ao clube dos seus" tinham motivos para alegrar-se. O Estado assumia, totalmente,  a manutenção de suas casas, ou quarto na pensão, fornecia grátis os empregados, proteção, transporte público, tratamento médico e spa em clínicas de primeira classe. Pagava serviços comunais (ou dava um grande desconto - 70%). (O spa em clínicas de primeira classe - na Ukraina é costume, entre os que podem, passar alguns para reabilitação da saúde.

Casa de Sergey Kivalov
Além disso, aos altos funcionários destinavam guardas pessoais e carros, mesmo quando as pessoas já deixaram o serviço público, ou se aposentaram. Ukraina precisou sobreviver a duas Revoluções (Revolução Laranja - janeiro de 2005 e Maidan da Independência - 2014), perder parte de território e implantação da guerra, para que os funcionários finalmente, percebessem o que era hora e honra saber.

Em 2014, primeiramente o presidente Poroshenko, e em seguida o Gabinete de Ministros de Yatseniuk, retiraram o gozo vitalício das propriedades dos ex e atuais funcionários e os obrigaram pagar suas contas.

Muito, graças a atual sociedade, conseguiu-se descobrir, quem e que benefícios, conhecidos funcionários, obtiveram para si.
Uma das histórias mais interessantes é a história do ex-presidente Leonid Kuchma. Em janeiro de 2.005, após a vitória da Revolução Laranja, quando Yanukovych foi demitido do cargo de primeiro-ministro, o chefe interino do governo, Mykola Azarov conseguiu transferir para Kuchma a residência em Koncha-Zaspa, para uso vitalício e outros benefícios "presidenciais".
Anteriormente, Kuchma vivia em residência estatal, mas ela deveria ficar ocupada pelo próximo presidente Viktor Yushchenko. Kuchma decidiu não esperar pela vontade do vitorioso da Revolução Laranja e garantir-se com as forças de Azarov, ao qual transferiu residência dois anos antes

No entanto, já em 28 de janeiro, o primeiro-ministro tornou-se Yulia Tymoshenko, a qual não tencionava garantir a Kuchma uma velhice feliz e caçou todos os seus benefícios, o que pensava seria para sempre.
Mas, da leve mão de Oleksandr Moroz, que para eleger-se presidente do Parlamento concordou na aliança dos comunistas com os regionais, e em 2006 o governo novamente liderou Viktor Yanukovych. Este, apesar de ofender-se com Kuchma, porque ele não dispersou a Revolução Laranja, em abril de 2007, devolveu ao ex-presidente a residência e todos os benefícios em acréscimo.
Depois do segundo Maidan, já Poroshenko caça todos os privilégios de Kuchma, apenas o ex-presidente até hoje não tem planos de mudar-se - e para onde irá no declínio de sua vida, de sua Koncha-Zaspa. Verdade, agora por todo este luxo ele precisa pagar do próprio bolso. (Ele não vai embora porque não quer. Afinal, ele tem um genro riquíssimo que pode acomodá-lo num palacete em Paris, ou aonde lhe aprouver - OK).

Casa de Petro Poroshenko
CORTINA MEIO ABERTA
Pagar as despesas em Koncha-Zaspa e Pushcha Vodytsia desde este ano, é obrigação de todos. Como explica a este jornal o chefe da Administração Estatal Sergey Berezenko, agora os funcionários são obrigados a pagar não apenas o condomínio, mas também a possibilidade de viver  nas casas estatais. "Anteriormente todos, que tinham o direito de viver lá, pagavam apenas 30% das despesas comunais - e nada mais. Desde 2014 este privilégio foi abolido. E, desde janeiro de 2015, além do condomínio todos os moradores pagam, de acordo com as tarifas, pelo uso das instalações", - diz Berezenko.

De acordo com ele, a tarifa para os serviços e a utilização desses recursos é 1.230 - 1.270 hryvnias por m² por ano. Os serviços públicos são cobrados separadamente. Em 2.014 para Koncha-Zaspa e Pushcha Vodytsia do orçamento foi separado mais de 38 milhões de hryvnias. Em  2.015. nenhum centavo.

Mas, mesmo sob tais circunstâncias, os funcionários não se apressam a deixar suas casas.

O jornal traz a lista completa das pessoas que recebiam, e de quem recebiam, a residência elitista para uso até a morte, com manutenção, motoristas e empregados, tratamento médico gratuito e viagens - OK).

De Pushcha Vodytsia saíram 5 famílias: chefe da Câmara de contabilidade, juízes do Supremo e da Constituição e também membro da Comissão Central Eleitoral.
De Koncha-Zaspa saíram 12 famílias. Entre elas - vice - presidente da Câmara de Contabilidade, juízes do Supremo Tribunal e ex-procurador-geral.

Tendo em conta, que em Koncha-Zaspa tem 71 residências e 4 pensionatos com 143 números, e em Pushcha Vodytsia - trinta prédios com 71 números e 1 (um) pensionato com 36 números, então o indicador de "emigração" de funcionários é muito modesto.
Mas, para todas as residências e números já aparecem candidatos.
Por um quarto individual mobiliado e sem cozinha, será preciso pagar pouco mais de 3 mil hryvnias por mês. Se acrescentar mais um quarto e cozinha, já serão necessários 8 mil.

Também está para alugar a ex-residência de Mykola Azarov, da qual ele saiu, levando até os lustres.

(Hryvnia, da qual até pouco tempo atrás era necessário 15 - 16 unidades para equivaler a um dólar, teve forte desvalorização, ultrapassando 30 unidades.
No jornal do dia 12 estavam sendo necessárias 21- 22 hryvnias para equivaler ao dólar - OK).

Putin é novamente papai?
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 13.03.2014

Por vários dias Putin não aparece em público. Então surgem notícias diversas. 
A ginasta Alina Kabaeva, considerada amante do presidente russo, deu à luz a uma menina (Putin tem duas filhas adultas, está separado da esposa a já um bom tempo), na clínica suíça St. Anne.
 Segundo jornalistas suíços o não aparecimento de Putin seria por este motivo. O parto na Suiça teria acontecido no início desta semana, mas a edição Corriere del Ticino afirma que a criança nasceu a algumas semanas. Então o sumiço de Putin não tem relação com este fato. Já a edição russa Tatler diz que a ginasta apenas está se preparando ao parto.
Alina Kabaeva, 31 anos, nega sua relação dom Putin.



Tradução: O. Kowaltschuk

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