terça-feira, 14 de novembro de 2017

Manafort recebia mais de dois milhões de dólares por mês na Ukraina.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 09.11.2017
Inna Pukish-IYunko

Como fica a questão americana contra escandaloso político e seus "empregadores" ukrainianos?


Akhmetov denominava Manaforth seu amigo. E o que "cantará", quando o "amigo" americano falar sobre esquemas com "lavagem" da imagem de Yanukovych e Ko no ocidente e recebidos honorários por isto.

Por 40 anos na frente do lobby político-tecnológico, Paul Manaforth ganhou não somente nome, mas também honorários, que mediam-se com somas extraordinárias. Mesmo com manchas na reputação (depois de trabalhar com ditaduras e políticos com duvidosa reputação) tentava permanecer no top mundial de melhores tecnólogos e mais altamente remunerados. Enquanto a ganância não o prejudicou. Com tal lista de acusações, feitas a Manafort nos Estados Unidos, nem as bilionárias fortunas, nem o alinhamento ao Oval Office não ajudarão. O ex-funcionário chefe de Donald Trump (o cargo Manaforth precisou deixar para trás depois de tornarem-se conhecidos seus honorários "âmbar" do Partido das Regiões na Ukraina) e lhe ameaçam 80 anos de prisão. Com tais perspectivas, nada a perder (a julgar pelo fato de ele mesmo entregar-se ao FBI, há evidências suficientes no caso). Se Manaforth colaborar com a investigação, pode aparecer muita coisa interessante. E, sobre atividades na Ukraina também. Para quem a questão Manaforth pode tornar-se um barril de pó - em uma entrevista com politecnólogo Andriy Zolotarev.

- O que começou como uma questão de influência da Rússia nas eleições americanas, gradualmente transferiu-se para outra dimensão. Trata-se de um lobby ilegal de certos políticos ukrainianos por Manaforth - diz o especialista - para a sede de Yanukovych, Manaforth trouxe Rinal Akhmetov. Por alguns anos Manaforth foi o principal e estratégico assessor de Yanukovych. Seu escritório localizava-se no centro de Kyiv - na Mikhailivska (nome de rua e praça em Kyiv - OK).  No escritório do Partido das Regiões na Lipsky (nome de rua e travessa em Kyiv) ele era pouco frequente. Mas sua influência era significativa. Há informações, de que foi Manaforth que vendeu a idéia da euro-associação como base para a campanha eleitoral de Yanukovych para um segundo mandato.

- A Manaforth creditam também outra retórica, a qual ativamente usava Yanukovych e os "regionais" (deputados do Partido das Regiões), sobre a opressão na Ukraina da "população russo falante"...

Os poli tecnólogos americanos, bem como os russos, trabalham arduamente na segmentação da população. A questão do idioma russo fazia parte do conjunto de mensagens propostas por Manaforth. Ele ocupava-se com o conteúdo político do Partido das Regiões e Yanukovych: a quem e como deviam ser endereçadas as comunicações relevantes. E, já com questões rotineiras (de que modo essas questões deviam ser comunicadas) ocupava-se a sede do "Partido das Regiões" na rua Lipsky , e o escritório de Klyuyev, que incluía muitos especialistas, que agora trabalham para o governo para o governo atual. Pelo seu trabalho, Manaforth recebia altos honorários - mais de dois milhões de dólares por mês.

- Ou seja, os montantes relacionados ao link para o "Livro Banner" do Partido das Regiões, são apenas uma pequena porcentagem dos ganhos ukrainianos de Manaforth (de acordo com informações  certificadas pela Nabu, no período 2007-2012, o nome de Manaforth é mencionado na "contabilidade negra" do Partido das Regiões 22 vezes, a soma de pagamentos - US$12,7 milhões) ?

Sim. Mas no "lobby case" de Manaforth, o mais interessante não são os honorários, mas o possível desenvolvimento. Se os Estados Unidos irão averiguar como o Sr. Manaforth deveria promover a imagem positiva de Akhmetov e Yanukovych nos Estados Unidos, o que fazia para isto e como isto se acopla à legislação americana, podemos ouvir muitas coisas interessantes.

- Parece que com o branqueamento da imagem de Akhmetov o processo  ia mal, já mesmo tendo ativos    americanos nos EUA, o oligarca não conseguia obter o visto americano por anos.

- Em certos passos, Manaforth era um conselheiro efetivo para Yanukovych e aos "regionais". Na véspera do Maidan, a classificação  de Yanukovych estava próximo de 30%. Este é o resultado, o qual o presidente Poroshenko, hoje, pode apenas imaginar. Manaforth sabia e fazia o seu trabalho bem. Mas, nos Estados Unidos, sua capacidade de lobby para os interesses de Yanukovych e Akhmetov era limitada.

- Além de Akhmetov , ligado ao Manaforth aparece o nome de Sergei Lyovochkin e Dmytro Firtash (segundo informação do deputado Serhiy Leshchenko, Manaforth "ajudava a sair seco da água a Firtash, que foi aprisionado na Áustria segundo mandado de Estados Unidos, onde ele está, até hoje, sob investigação por corrupção"). O quanto as confissões do político podem levantar novas acusações nos EUA e conseguir sua extradição da Áustria?
As posições de Firtash são instáveis. Ele não pode dar um passo fora de Viena. Quanto à sua extradição, não tem certeza. Mas, a ele podem surgir questionamentos, o que pode causar um bom golpe para Lyovochkin.

- Na imprensa surgiu a informação de que a Akhmetov aconselhou Manaforth, um próximo a Putin bilionário russo, Deripaska. Será que isto não sugere que Manaforth foi colocado como fantoche de Yanukovych por ordem do Kremlin?

- Esta  é uma versão da categoria de conspiração. As conversas sobre fantoche são um exagero. Em vez disso, outras conversas sobre fantoche são um exagero. Em vez disso, outra definição sugere - agente de influência. 

- Agente, é claro, não por "obrigado". Pelas "instruções corretas" para Yanukovych e Partido das Regiões Manaforth podia receber também honorários russos? 

- Não penso que trata-se de dinheiro. Lá, há outra contabilidade: serviço pelo serviço.

- Os reconhecimentos de Manaforth podem, não apenas lançar luz sobre seus "empregadores", mas também "iluminar" políticos e organizações na Ukraina que foram financiados por dinheiro russo.

É improvável que, se Manaforth tivesse alguma informação, então apenas "em palavras". Interessante pode ser um outro momento. Na Ukraina recorrem aos serviços americanos desde meados dos anos 1990. As agências de aplicação da lei dos EUA também podem estar interessados em outros consultores políticos que trabalharam na Ukraina.

- Levando em conta, que é improvável que tenham recebido todos os honorários da "bilheteria branca", pode-se esperar outros escândalos "âmbar" na Ukraina?

- Tal probabilidade existe. Por exemplo, Júlia Tymoshenko utilizou por algum tempo os serviços americanos.  Com ela trabalhava um conselheiro americano, o conhecido politólogo russo Oleksiy Sitnikov que "acendeu-se" na sede eleitoral de Sobchak. Com Sobchak algo não deu certo e, depois de uma semana, Sobchak saiu da sede.

- A muitos surpreende, que com apego a Manaforth não "acendeu-se" o nome de Medvedchuk. Será que não houve contatos?

- Manaforth com Medvedchuk não trabalhou. Como se posicionaria a tal relação Akhmetov, cujas relações com Medvedchuk não se desenvolveram? A resposta é óbvia.

- Anunciadas no verão as declarações do chefe do SAP, Nazar Kholodnitzki, que chamou a história do envolvimento de Manaforth aos pagamentos "âmbar", ao Partido das Regiões como uma tentativa de "branquear" Manaforth. Obviamente, isto não foi iniciativa própria de Kholodnitzki. Agora, como SAP se afastará de uma situação inconveniente?

- Considerando as comunicações de Kholodnitszky  com Bankova, Kholodnitszky parece ter sido usado para tais declarações, com a intenção de mitigar a relação de Kyiv com Tramp. Tramp não esqueceu nada e não perdoou. Ele lembra bem como certos círculos na Ukraina não conseguindo prever o futuro, permitiam-se ataques ao seu endereço durante a campanha presidencial nos EUA...

- Mudará SAP sua retórica quanto a Manaforth? Penso, Kholodnitsky fingirá que não houve nada, que suas declarações já esqueceram.

- O chefe  do Departamento de investigações  especiais da Procuradoria Geral Sergei Gorbatyuk declarou, que nos últimos dois anos, ao lado americano foi dirigido sete perguntas com o pedido de ajudar na organização de interrogatório a Manaforth, como testemunha dos casos, em que ele participa na Ukraina ( Trata-se, em particular, do caso do ex-ministro da justiça, Alexander Lavrynovych. Ele é acusado no desvio de 8,5 milhões de hryvnias pagos a uma empresa jurídica americana para preparar um relatório, com as conclusões de que a questão contra Tymoshenko não era perseguição política. Ao "branqueamento", de tal modo a imagem de Yanukovych no Ocidente dedicou-se Manaforth).
Mas, nenhuma resposta foi recebida. Se vale a pena contar com o fato de que a investigação sobre o caso de Manaforth irá intensificar a cooperação das autoridades relevantes nos EUA com o lado ukrainiano?

- A falta de reação às investigações ukrainianas, aparentemente, foi ditada pelo fato de que os Estados Unidos estão bem cientes: Manaforth, como uma pessoa inteligente, quase não deixou vestígios. Também, nos órgãos ukrainianos de aplicação da lei, que em suas ações, frequentemente são guiados por conveniência política, não têm a melhor imagem no Ocidente. Ajudá-los na criação de shows políticos - não é para os Estados Unidos. Acho que, com o caso Manaforth, nada mudará. Isso será realizado nos Estados Unidos, sem vinculação com as questões que Manaforth tem com as agências ukrainianas de aplicação da lei.

- Se podem as confissões de Manaforth esclarecer os detalhes no caso de traição ao Estado, de Yanukovych? Dado que Manaforth trabalhou com o "legítimo"  quase até sua fuga da Ukraina, se é possível admitir a participação do politólogo americano aos cenários trágicos causados durante a Revolução da Dignidade (os meios de comunicação ocidentais relataram sobre quebrada pelos hackers uma transcrição das filhas de Manaforth. "Não se engane, o dinheiro, que temos, é dinheiro de sangue", - esta anotação os jornalistas da edição The Independent divulgava como premissa de suspeita de Andrea Manaforth no envolvimento do pai aos eventos sangrentos no Maidan. The New York Daily News escrevia, que em outra carta Andrea  perguntava à irmã: "Sabe você, de quem foi a estratégia, para enviar essas pessoas e forçá-las a matar?").

- Na fase inicial, isso poderia ser dito. Mas em janeiro - fevereiro de 2014 a influência de Manaforth caiu bruscamente. Yanukovych fechou-se num círculo estreito de sua comitiva, onde os conselheiros de fora não penetravam. E, Manaforth não esteve em Kyiv, durante os eventos no Maidan.

O caso Manaforth ameaça o "Bloco de Oposição" e afastamento dele daqueles que não querem sujar-se como partícipes do "escândalo de âmbar". Há ameaça ao "Bloco de Oposição". Um bloco poderosos pode voltar-se contra Lyovochkin e os principais partícipes do Bloco.

Tradução: O. Kowaltschuk

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