terça-feira, 14 de março de 2017


Três anos de mentira
Ukraina Moloda (Ukraina Jovem), 10.03.2017
Roman Semenuha, deputado da Ukraina ("Samoponich").

Veteranos ATO firmes na consecução de seus objetivos cessar negociações "com sangue".
Exaustos mas determinados. Exatamente assim eram os rostos daqueles ukrainianos, que há três anos, arriscando a vida e a saúde, iam à frente. Eles lutaram por Slov'iansk e centenas de outras cidades e vilas. Eles estavam prontos para lutar até a morte e continuam fazendo isto até agora.

Entre eles - milhares de voluntários, aos quais debilitado país não podia fornecer nem mesmo as necessidades básicas de lutador. No entanto, aos verdadeiros patriotas isto não assustou, não parou, porque os ukrainianos conseguiram mobilizar forças próprias e avançar com única frente. Indiferentes ao destino do país naqueles dias não havia. Este compromisso e mobilização consciente, afinal, protegeram então, em 2014, o Estado ukrainiano. Mas reconhecimento, não adianta esperar. Em vez disso - negra ingratidão, velada sob slogans patrióticos e doces promessas.

Mentiras e sangue

São felizes as famílias, cujas relações sustentam-se nas mentiras, serão felizes seus filhos? Nosso estado, que teve a chance de construir feliz e abastada geração, novamente voltou ao estado, quando o "negro" chamam de "branco". Quando, ao invés de cirurgia de um tumor canceroso nos oferecem tratamento  ineficaz, sabendo de antemão, que a morte provocada pela doença - só uma questão de tempo. 

Seus sintomas, primeiramente sentem os rapazes, que retornaram da guerra. Afinal, a pensão mínima do participante da guerra - é humilhante: um pouco mais, de duas mil UAH. A ajuda mensal específica aos pensionistas participantes de ações de combate - 40 (quarenta) UAH. Mas lembram como, publicamente, o governo prometeu, dotar aqueles que perderam sua saúde ao estado, não apenas com dinheiro, mas também com pedaços de terra?

No entanto, aqui também fracasso total. Por exemplo, em Lebedyn - Sumy, onde eu conversei recentemente, após um ano e meio o governo não conseguiu separar aos veteranos nem um pedacinho de terra! Argumento forte - na região não há terras livres para destinar à lavoura. A estatística geral da Ukraina também não alegra. Durante os anos da guerra, ao Cadastro Estatal, com pedido dentro das leis e justiça, para receber a terra, dirigiram-se aproximadamente 140 mil participantes da ATO. No entanto, receberam seus pedaços menos que a terça parte, deles apenas quarenta mil veteranos. Descobriu-se que neste processo, contra os veteranos, frequentemente está um verdadeiro exército de funcionários: uns escondem a informação sobre a existência de áreas livres, propondo comprar estas áreas, outros - atrasam o processo de emissão de licenças, terceiros - recusam, aproveitando desconhecimento jurídico e confusão de lutadores. Mas um quarto - simplesmente mente! E com cada exemplo de ilegalidade e indiferença emerge a triste verdade: àqueles, que defenderam o nosso país apareceu um novo inimigo, na retaguarda. E, seu nome é: "exército papelista", funcionários, que encabeçam os mais altos cargos do governo.

Vizinho ou inimigo

Mas o cinismo atingiu o mais alto nível nos gabinetes daqueles funcionários, que esconderam os gastos do Ministério de Defesa, explicando isto como necessário esconder os segredos militares do país. Na verdade aconteceu  o seguinte. O orçamento do país que luta transformou-se em guerra de oligarcas pelo orçamento da defesa. Então, o que tão valioso não nos apresentam os lutadores do "exército papelista"? O custo do cartucho ou do pepino para cada soldado? E por que cada ukrainiano, que paga a coleta militar, não tem o direito de saber, aonde vai o seu dinheiro? 21 (vinte e um bilhões) de UAH. É exatamente tanto que os ukrainianos pagaram do próprio bolso para financiar o exército desde o início. Ao ponto, introduzindo o imposto, o governo prometeu às pessoas, que ele era temporário. A nação concordou, suportou, porque sabia - assim ela defende o estado. E como foi recompensada? Com o fato, que atrás da cortina do alegado segredo militar acontecem crimes secretos - assimilação de rios de bilhões, do orçamento de seus para seus. Lembrem o amplamente divulgado projeto de Arseny Yatsenyuk (ex-primeiro-ministro) "Aterro europeu", que seria uma parede entre Ukraina e vizinho agressor. Em dois anos, o Serviço Estatal de Fronteira, ao invés dos prometidos bilhões, recebeu apenas, para sua realização, 600 milhões de UAH. Este total cobre apenas 12% de trabalhos indispensáveis para equipar a fronteira. Por exemplo, na região de Lugansk este processo apenas começou. O que temos em resultado? Em vez do aterro - fronteira esburacada. Parece, que o governo já não está ansioso de aportar-se do vizinho. E nisto consiste seu maior cinismo. Chegando no seu Olimpo no sangue dos maidanivtsi e voluntários, ele não é, nada melhor daqueles, que substituiu. Porque aqueles, inspiraram e desencadearam a guerra. Estes, de hoje, aprenderam viver dela. Com abastança e satisfação. Eles alimentam-se com negócios que construíram no sangue daqueles, aos quais não dão a terra, aos quais recusam a pensão, sobre os quais lembram nas eleições e aniversários.
Eles são parasitas durante a guerra. Por isto temem chamá-la de guerra, não querem reconhecer os territórios como ocupados e Rússia - agressor. Eles levaram para além das discussões a questão da Criméia, voltando a ela apenas no momento favorável. Se não fosse a explosão nas linhas de transmissão na região de Kherson no ano passado e posição russa - recusar-se de luz da Ukraina, - eles ainda forneceriam eletricidade para península , pela qual não pensam lutar. Eles continuariam "iluminar" a vida àqueles, que ignoram os direitos de nosso povo lá - aprisionam, oprimem, colocam atrás das grades sem julgamento.

Sobre este parasitismo cínico do governo os ukrainianos adivinhavam antes. No entanto silenciavam.
Porque há "guerra", porque "não temos o direito de nutrir no interior do país um inimigo interno, enquanto junto às fronteiras está um vizinho sanguinário", porque "devemos mostrar unidade aos parceiros". 

Bloqueio com raios - X.

O nosso silêncio e fé espalharam-se em pedaços, em face da dura realidade. Isto ilustra claramente a reação das autoridades na ação dos voluntários - veteranos que decidiram bloquear o comércio com os terroristas ORDLO.

Bloqueadores, e junto cm eles todo o país, de repente com seus próprios olhos viram toda a mesquinhez das declarações e promessas, com as quais a todos nós tão generosamente alimentavam.
Algumas centenas de rapazes, que arriscavam suas vidas pelo Estado, decidiram verificar, se é honesto com ele (o país) em suas promessas? Se não trai às suas costas feridas pelo inimigo? Apesar de ser desagradável, o bloqueio fez raio-X e colocou um diagnóstico decepcionante - o poder esta doente, com vírus de mentira e indiferença.
Descobriu-se que o inimigo externo pode ser um parceiro de negócios quando se trata de muito dinheiro. Descobriu-se, que a poucos quilômetros de batalhas sangrentas, onde morrem rapazas ukrainianos, nas ferrovias ukrainianas podem passar comboios de vagões com toras de madeira, materiais de construção, produtos de petróleo, metais, quantidades industriais de álcool, cigarros e outros claramente "não humanitários, carregamentos.
Mas os números falam melhor que as palavras. Apenas em janeiro deste ano, na frente oriental morreram 18 soldados ukrainianos. Enquanto isso, em menos de um mês de bloqueio no ocupado Debaltseve, na estrada de ferro acumularam-se algumas centenas de vagões com carvão, que os ocupantes não podem enviar para Ukraina.
Peguem um mapa e avaliem a dimensão da praga. Num ponto matam, no outro, em algumas dezenas de quilômetros, sob a cobertura de boas intenções negociam com o inimigo. "Nada pessoal. Apenas negócio" - nos diria o governo, sobre estes números, se fosse honesto. Mas não. Eles, até o último momento defenderiam seus esquemas, onde o bloqueio - inútil componente. Agora, no dia do terceiro aniversário da Revolução da Dignidade, quando o país rapidamente caminha para o fundo econômico, quando as dívidas da população por serviços públicos atingem 20 bilhões de UAH, quando o governo reduz as taxas de consumo e propõe aos cidadãos quitar em parcelas, descobriu-se, que o aumento catastrófico de preços da eletricidade podia ter sido evitado.
Afinal de contas, introduzindo na primavera a fórmula Rotterdam+NKERP  gerando tarifa de energia elétrica ao preço da Bolsa no porto holandês, introduzindo lá ainda os gastos de transporte de carvão antracite para Ukraina. E o que nós, afinal recebemos? O governo diz, que oficialmente compra carvão nas minas ORDLO, ao preço de 1730 UAH por tonelada. O proprietário admite, que vendem por 600 - 800 UAH. O preço no porto de Rotterdam para o período de maio de 2016 quando NKREP
começou calcular a tarifa, até janeiro de 2017 cresceu de 48 dólares, por tonelada, para 83. No entanto, comprar por tal dinheiro, no exterior, ninguém pretendia. Para que, se você pode ganhar nisso, com as menores contagens, de 10 a 15 bilhões de UAH? Para o bolso de quem foram estes recursos, não é segredo. Outra questão, quem recebeu a porcentagem disto? E por que estas relações comerciais deve patrocinar cada ukrainiano, para o qual aumentou não apenas a tarifa de luz, mas também o custo das mercadorias nas prateleiras. De acordo com as menores estimativas de macroeconomistas, tal aumento retirou dos bolsos dos ukrainianos um aumento de 1.200 UAH por mês!

Nós e eles. Quem é mais fraco?

A retórica do governo - humanamente flagrante. Descobre-se, que comprando o carvão aos ocupantes, nós garantimos com o trabalho as pessoas que poderiam lutar contra nós. Assim parece, que salvamos a nós mesmos.
Claudicante lógica, dado o estado catastrófico, em que se encontram os mineiros deste lado da fronteira.
Apenas alguns números eloquentes. Os mineiros DP"Volyn-vuhillya (Carvão de Volyn) não pagam desde dezembro. 
E os trabalhadores de DP "Lisichanskugol" receberam apenas 40% de dezembro e nenhum centavo em janeiro e fevereiro. Em vista disso, verifica-se, que os problemas destes ukrainianos preocupam o governo menos que os problemas daqueles que permaneceram do doutro lado da fronteira?
"Eles pereceram pela família." Tal inscrição pode ser encontrada na entrada da mina "Shcheglovskaya - Profunda" que localiza-se em Makiyivka ocupada. Ela apareceu lá depois que dos ataques, na mina morreram alguns trabalhadores.
Perguntei a quem pendurou este cartaz, qual a sua pátria e por que eles gostam dela? Resposta dolorosa e banal. Sua terra natal - não é Ukraina e dela eles necessitam apenas pelo dinheiro. Eles recebem o pagamento em UAH no cartão do banco ukrainiano. Na média de cinco mil UAH.
No entanto a maioria deles não tem sentimentos em relação a nós.  Apenas negócios. Porque "nós" são aqueles que vivem "aqui" pagam por esta guerra várias vezes - no início colaboração militar, depois entrega aos voluntários, e agora ainda pagam-se os serviços comunais,várias vezes mais que aqueles, que vivem "lá". Eles sua chance não perdem. Pelo contrário, confortavelmente aproveitam. Afinal, hoje, nos caminhos da estrada de ferro, o inimigo traz munições, que descarregam nossos cidadãos. Hoje, nossos médicos tratam os combatentes que depois matam nossos soldados.
E depois disso os militantes e seus familiares vem até nós, para receber a pensão ukrainiana do Fundo de Pensões, que está à beira da falência. O pior é que isto - não é seu mérito, é nosso. Porque somos nós ukrainianos pagando tarifas acima das forças pelo carvão fornecido pelos ocupantes, esquentamos s apartamentos do inimigo. É graças a nós que neste inverso gelado esteve quente nas moradias de Zakarchenko, Plotnetskyi e outros assassinos!
Olhe agora seu pagamento e compreenda, que tão catastrófico valor lá poderia não existir, se você, além de seu apartamento, não pagasse pela moradia dos terroristas. Apenas o governo teve vergonha de dizer isto a você.
Todos nós precisamos, finalmente, reconhecer que viver nas condições não esclarecidas ou mentira declarada, é impossível. A ferida mal curada vai doer e atrasar o ritmo vital de todo o corpo. A chance de Ukraina  proteger o seu corpo ainda não se perdeu. Para isso devemos, finalmente, dar alguns passos importantes: regular o status dos territórios temporariamente ocupados, minimizando a possibilidade de corrupção e contrabando, colocar os limites reais, proteger os interesses nacionais. E só então iniciar uma nova fase de luta pelos territórios, cinicamente tomados pelo inimigo. O tratamento é complexo e sem quaisquer garantias. Mas sem ele todos nós não sobreviveremos.

Tradução: O. Kowaltschuk

(Prezados, estive ausente porque o computador exigiu assistência técnica.)



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