Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 05.03.2017
Taras Nalyvayko
Trabalhadores ukrainianos comunicam-se uns com os outros geralmente próximo a igreja.
Uma vez em Londres, eu imediatamente senti o problema com a orientação. Ironicamente, não é necessário prestar especial atenção ao nome da rua, à qual você precisa ir. Por exemplo, certa Merryland Rood pode estar no oeste, também no sul de Londres... Certa vez eu ia para o trabalho, apenas prestando atenção no nome da rua. Fiquei vagando ao redor do prédio, com o número necessário, quase uma hora, procurando ver alguém da construção, até que compreendi, que não estava no local que necessitava. É necessário orientar-se, não pelo nome da rua, mas pelo código postal. O melhor é usar o programa de pesquisa no seu Gadgets. Não imagino como se pode, na atual Londres, viajar num carro, sem navegador...
O melhor e o mais acessível tipo de transporte em Londres é metrô. Tube (como o chamam os locais) Tem 11 ramos. Todos os dias, este modo de transporte utilizam mais de três milhões de pessoas. O preço depende da zona, através da qual você viaja. Quanto mais longe do centro, a tarifa é menor.
Para melhor aproveitar os serviços de transporte, é necessário comprar um cartão de viagem. Você pode escolher a forma de sua utilização. Uma só viagem é melhor pagar com dinheiro. Se usar seguidamente a mesma rota, é melhor comprar o cartão para uma semana, ou mês, que marca as zonas percorridas. Isto permitirá, dentro dos limites das zonas determinadas, usar qualquer tipo de transporte público. Indo ao trabalho eu me esforçava em desviar a primeira zona, que é a mais cara. Isto levava a várias mudanças de veículos, ou até a viagem no trem elétrico terrestre. Os habitantes idosos de Londres chamam este trem de "cowboy", porque ele é vagaroso.
Dentro de Londres, ou distâncias curtas eu prefiro o ônibus. O mais interessante era sentar no segundo andar. Então eu tinha uma espécie de tour gratuito. quando precisava, usava o trem, a rede ferroviária é bastante ramificada. Assim, cada vez,manobrando entre o custo e conveniência, eu chegava ao local de trabalho. O horário habitual de trabalho é das 8 às 17 horas. Considerava-me feliz quando chegava ao trabalho em uma hora.
Para reduzir o tempo de viagem, muitos trabalhadores tentavam encontrar moradia mais próxima do trabalho. As células tradicionais dos trabalhadores ukrainianos localizavam-se, principalmente no leste de Londres, na região de Stradford. Em trabalhei, principalmente na parte sudoeste da cidade, então depois de alguns meses no leste eu mudei para o oeste. Durante o ano eu mudei de residência três vezes.
Encontrar em Londres o alojamento contratado, não tendo documentos e sem conhecer o idioma, é muito mais fácil que em Lviv. Não há serviços de corretagem, pague adiantado duas semanas e entre. Os principais locadores para os imigrantes, frequentemente são oriundos dos países bálticos, poloneses, romenos, indianos e os seus compatriotas legalizados. Os ukrainianos são bem aceitos nos apartamentos, às vezes dizem até nos anúncios, que aceitarão os ukrainianos. Por que? Os ukrainianos cumprem as leis, cuidam da limpeza, no caso de necessidade fazem reparos, pagam sem atraso.
A opção mais barata é um quarto para dois, com todas as comodidades: eletro domésticos, chuveiro, internet. Eu pagava 60, depois 70 libras por semana. Nas duas primeiras casas eu vivi com ukrainianos. No último caso, havia dois argelinos e um par internacional, lituano com polonesa. De todo o período de convivência, não lembro de qualquer conflito significativo. Possivelmente, a coexistência pacífica existiu porque todos nós pertencemos ao mesmo status social. Status de força de trabalho barato, embora com diferentes graus de legalidade.
Junto com a solidariedade dos trabalhadores, crescia o sentimento de pertença nacional. Entre milhões de hindus e afro-ingleses, milhares de poloneses e romenos. , de algum modo começa-se diferenciar os ukrainianos. No entanto, reconhecer os seus não é tão difícil. Afinal a saudação "Glória à Ukraina!" em qualquer ônibus no leste de Londres soa quase igual, como nas ruas de Lviv ou Ternopil. Ouvindo o natal, instantaneamente você revive, desperta algo no seu íntimo e você responde com prazer "Glória aos heróis!".Seus! Naquela mesma noite você volta para sua moradia, liga o Skype e, feliz dirá à família que hoje, no ônibus, com você havia muitos nossos...
O principal ponto de encontro dos ukrainianos em Londres permanece a igreja na Bond Street. Para mim essa oportunidade ocorreu apenas no terceiro mês em Londres. Como era indescritivelmente grande a minha felicidade quado eu ouvi as vozes de canções nativas! Quando pela primeira vez cruzei o limiar desta igreja, eu quis chorar. Senti uma compressão, e ao mesmo tempo estava confortável . Parecia um sonho tornando-se realidade... Na vez seguinte tais sentimentos não houve.
Na igreja, ou melhor, ao lado da igreja, é maior a probabilidade de encontrar alguém conhecido, e isto acontece. Na verdade, o nosso povo, frequentemente aqui, designa o ponto de encontro. Aqui trocam-se informações sobre ofertas de trabalho, habitação, taxa de câmbio e os transportadores (Pessoas que organizam as viagens de ida e volta - OK). Os transportadores viajam frequentemente e podem transportar tudo o que você precisa. Uma libra esterlina por quilo - taxa normal, adotada pelos transportadores ukrainianos.
Mas, com a igreja o trabalhador migrante não se limita. Em Londres há onde ir, no entanto, os imigrantes podem fazê-lo na maior parte apenas no domingo. Alguém participa dos eventos organizados pela diáspora ukrainiana. Algumas pessoas preferem visitar os restaurantes ukrainianos ou concertos de artistas da Ukraina. Eu até fui convidado para leituras literárias... Mas o que mais ficou na lembrança foi o futebol. No ano passado, Londres recebeu o "Dynamo" de Kyiv, que nos grupos da Liga dos Campeões, com o local "Chelsea". No ambiente dos imigrantes imediatamente espalharam-se rumores sobre onde você pode conseguir bilhetes. Infelizmente, entrar no setor ukrainiano eu não consegui. Mas, no último momento eu consegui o bilhete para o "Stamford Bridge"... e me encontrei como numa colmeia de vespas, entre os ingleses. Após o gol dos rapazes de Kyiv eu não me segurei e alegremente gritei feliz, mas, senti em mim centenas de olhares insatisfeitos. E, apesar de que ninguém me atacou, depois eu tentei reter as emoções... Anteriormente, participar de tal acontecimento na Inglaterra era meu sonho. Mas, sentado na tribuna, me peguei pensando, que os torcedores locais são um pouco fastidiosos. Eles comportavam-se como no texto: prendiam a respiração, esperavam para explodir em aplausos ou reagir com irritado zumbido na decisão do juiz.
Outra coisa - setor ukrainiano. Na maior parte ouviam-se nossos compatriotas, que não silenciavam. Como se protegessem da vergonha no seu próprio estádio, os ingleses, de tempo em tempo arrastavam sua melodia. No entanto, naquela noite nós perdemos 1:2, e eu fiquei desapontado (2:1)... Mas, na volta, alegrei-me. Pintada multidão de azul-amarelo gritava alto palavras ukrainianas de ordem e cantava canções nativas. Às vezes até era possível confundir-se, quem, aqui, está de visita...
Tradução: O. Kowaltschuk
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