quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Escandalosas propostas de Pinchuk: agentes de Kremlin arrancam as máscaras.

Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 02.01.2017
Nazar Zanoz

O então presidente da Ukraina Viktor Yanukovych (esquerda) e o oligarca Viktor Pinchuk
Escandalosas proposições de Viktor Pinchuk, publicadas em 29 de dezembro no The Wall Street Journal, poderiam ser interpretadas como opinião do oligarca, manifestadas durante ocasião, se não houvesse uma série de eventos anteriores. Os trabalhadores da mídia ukrainiana descobriram, que ainda em meados de 2016, nos meios de comunicação ukrainianas começaram aparecer as declarações de políticos pró-russos sobre a necessidade de restauração de laços econômicos com a Rússia.

Em seguida "choveram" artigos falsos agora já semelhantes, agora já como exigências, como se fossem das direções das empresas, grupos de trabalhadores e regiões inteiras. Tudo isso com muitos erros, como acontece, quando as pessoas trabalham com idioma, a eles alienígena.

Caricatura política de Alex Kustovskyi: "Ukraina deve, temporariamente recusar-se de ser membro da UE." Diz no cartaz.
    Tecnologias semelhantes já testaram na Ukraina. A recusa de Viktor Yanukovych à assinar o Acordo sobre associação com a União Européia precedeu a campanha "pedidos de trabalhadores" e dirigentes de empresas de que, a zona de livre comércio com a União Européia, supostamente destruirá a economia doméstica. E antes disso, os meios de comunicação russos muito ridicularizavam o próprio Yanukovych, o qual recalcitrante decidiu então afastar-se bem longe de Moscou. 

"Correto Oligarca".

Entre todos aqueles que expressavam-se sobre a necessidade de voltar aos estreitos laços econômicos com a Rússia esteve também o caído em desgraça oligarca Dmytro Firtash. No entanto, sua imagem na Ukraina e no mundo, dizendo francamente, era mais ou menos. Em compensação Viktor Pinchuk - pássaro de, completamente, outros voos. Ele, não apenas, longa e consistentemente  cultivava sua imagem no exterior e na Ukraina, posicionando-se como filantropo, apreciador da arte e do homem, que preocupa-se com o destino de seu país, e os canais que eram associados a ele, ocupavam a posição ukrainiana. Genro de Kuchma (ex-presidente da Ukraina - OK), o que é importante, não se colocou em luz negativa durante a guerra, como Firtash ou outro oligarca renomado Rinat Akhmetov.

Oligarcas ukrainianos: Viktor Pinchuk (esquerda e Rinat Akhmetov
Portanto, o aproveitamento de Pinchuk representa uma transição própria para uma fase diferente da campanha. Sua continuação lógica parece ser o artigo de Vasyl Filipchuk, ex-diretor do departamento da União Européia - Ministério de Assuntos do Exterior e do presidente do Centro Internacional de perspectivas de pesquisa. No seu texto ele propõe um plano de "reconciliação", e em suas mensagens ecoam idéias expressas alguns dias antes no The Wall Street Journal.


Oligarcas ukrainianos: Viktor Pinchuk (esquerda) e o diplomata Vasyl Filipchuk
Parece que a campanha de imposição à comunidade, a idéia de rendição em troca de terminar a guerra no Donbas, ganha impulso: a persuasão da população na inevitabilidade de entregar a Criméia através da mídia controlada pelos oligarcas; aumento de tensão, possivelmente com a ajuda de pseudo-protestos pelos "trabalhadores" das empresas, que sofreram devido ao cancelamento de laços econômicos com a Rússia; cultivo do "establishment" ocidental com sinais que Ukraina está pronta para aceitar as condições russas; pressão e chantagem popular sobre o governo.

Como resistir?

O objetivo é não permitir a encarnação dos planos de Kremlin à vida, isto é, trabalho em cada um dos níveis. Explicação àqueles, que até hoje não sabem, quais as mídias a quem os oligarcas pertencem e em que posições quanto ao futuro da Ukraina cada proprietário se posiciona. Expor movimentos de protesto embusteiros. Privação de dependências da Rússia em todas as direções possíveis, para deslocar das mãos do Kremlin o trunfo de chantagem. E, finalizando com um sinal claro de autoridade, que Ukraina não aceita capitulação. A melhor ilustração disso pode ser a continuação das reformas sob o olhar atento da UE e prosseguimento da introdução dos padrões da OTAN.

Nesta campanha há, também, momento positivo. Rússia e seus fantoches são forçados a arrancar as máscaras de seus agentes de influência. A eles está cada vez mais difícil trabalhar em segredo, por certo, aos poucos esvaziam-se financiamentos e fantasia. E, quando você conhece o inimigo cara a cara, a ele torna-se muito mais difícil apanhar os ukrainianos de surpresa e simular novos truques.

Tradução: O. Kowaltschuk

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