Verdade Européia (Anexo à Verdade Ukrainiana), 09.09.2015
Aida Bolivar
"Verdade Européia continua a série de publicações sobre a crise imigratória na UE. Nós já publicamos a análise sobre as possíveis consequências de acontecimentos atuais, e tentamos compreender se existe o risco de "colapso" da zona de Schengen, e também sobre o impacto da crise sobre as perspectivas da Ukraina (A ameaça ao migracionismo ukrainiano: haverá perigo a União Européia do Oriente?).
Nosso próximo artigo - do autor, que encontrou-se num dos epicentros da crise. Ele é bastante discutível mas não se parece com a corrente principal dos artigos sobre migrantes do Oriente Médio. Mas este pensamento - apesar de sua coloração emocional - também existe na sociedade.
E, nós temos certeza - ao longo do tempo esta posição será ouvida com mais frequência na União Européia.
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Penso que muitas pessoas me condenarão por este artigo.
Especialmente na onda de compadecimento geral aos migrantes árabes.
Possivelmente, eu mesma estaria entre os "críticos", se não fossem os acontecimentos, que iniciaram exatamente em 31 de agosto - exatamente quando eu deveria visitar Viena em assuntos familiares.
A mim era mais fácil voar a Hungria, que eu visito frequentemente
Então, quando cheguei na estação ferroviária em Keleti, eu não a reconheci.
Este belo edifício estava cercado por enormes montes de lixo e grupos de pessoas sujas que, sem nenhum constrangimento faziam suas necessidades biológicas diretamente na praça.
Entrar na estação não foi fácil - estas pessoas faziam apenas barulho, mas tentavam tirar as valises.
Dentro, a estação também estava ocupada pelos imigrantes árabes.
Mídia criticou o governo húngaro, que não colocou banheiros suficientes na praça em frente à estação e, desta forma, "encorajava", a condições insalubres. Foto HVG.hu |
Eu tinha uma reserva de bilhete eletrônico "Budapeste - Viena - Budapeste", mas os caixas eletrônicos estavam desligados. Isto foi feito de propósito, para que os imigrantes não pudessem comprar bilhetes internacionais. Os caixas comuns, onde os bilhetes custam uma vez e meia, além de fechados ( os caixas bloqueavam por dentro), como também cercados pela multidão dos imigrantes, que a polícia mal continha. Fui salva por um policial que consegui encontrar na "zona de acesso". Segue sua citação:
"Para os brancos foi aberto outro caixa, secreto. Sem placa para que os imigrantes não encontrassem, mas você o reconhecerá pelo círculo de policiais, este é o lugar!"
Com dois rapazes da Polônia, que também estavam em choque - iam para Bratislava, conseguimos chegar ao caixa secreto. No canto da sala - uma grande concentração de polícia, no perímetro - grande concentração de imigrantes. Dentro do círculo - uma multidão de pessoas de aparência européia com malas, na fila à minúscula sala.
Uma hora na fila - e, finalmente, eu tenho os bilhetes.
Até a partida ainda havia tempo, e eu, finalmente, tive a oportunidade de ver o que acontecia ao meu redor. Um grande número de jornalistas húngaros e operadores de câmeras esforçava-se obter quadros "quentes" agarrando alguém da multidão de muito sujas pessoas, uma que diz algo parecido com alemão, ou inglês.
Falantes de inglês ou alemão, entre os imigrantes, eram pouquíssimos, então eles iam de uma câmara para outra, contando sobre a sua má sorte e exigindo apoio. Todos os demais milhares de imigrantes não entendiam outra língua, além do árabe.
Parecia, que eu - em algum filme terrível, que isto não podia estar acontecendo. Mas foi apenas o começo.
Chegou meu trem, com a saída marcada para 11:10, e eu decidi que poderia relaxar um pouco.
Ao vagão entraram cinco pessoas com bilhetes.
Em seguida começou algo terrível: nós ouvimos gritos, e ao vagão adentraram, em inacreditável quantidade, os árabes... Eles ocupavam os lugares vagos, sentavam no chão, ocupavam os banheiros até o telhado.
Polícia não conseguia detê-los, os jornalistas húngaros corriam na multidão, filmando as brigas entre os imigrantes.
Finalmente, o trem se moveu...
Foi horrível. A temperatura de 40 graus e uma enorme multidão de pessoas, que não se lavavam a uma semana.
Ao meu lado viajava uma jovem síria com três crianças.
Meninas de 5 e 6 anos e um pequeno bebê. Em frente a ela sentou-se seu marido.
Os pais se sentaram, mas suas pequenas filhas ficaram em pé, no corredor.
Mais tarde a "mãe amorosa" instalou seu bebê no chão entre os meus sapatos.
Já durante anos dura a guerra síria.Em minha opinião, quando estas mulheres davam à luz, elas tinham consciência, que condições para criar os filhos não existiam, mas não queriam pensar sobre isto...
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Depois de algumas horas nosso trem parou. Desligaram o ar condicionado e ficou ainda mais difícil... Depois de algum tempo, nós (eu me refiro às cinco pessoas de aparência não árabe) começamos abrir caminho para a saída.
Nós compreendemos, que o trem não iria prosseguir, e nossa única chance para sobreviver - transferir-nos para um comboio regional para nos levar até a cidade, onde haveria trem direto até Viena.
Depois de mudar três trens e perder meio dia ao invés de duas horas, eu cheguei a Viena, mas estava feliz porque tudo havia acabado.
Por muito tempo me perturbou aquilo que eu vi: como a mãe tira o alimento de uma criança, como as pessoas não se envergonham em satisfazer suas necessidades na frente de todos, como nenhum deles não tem respeito por outra nação, mas todos exigem uma vida melhor e nem mesmo planejam agradecer àqueles que os recebem...
FotoHVG,hu |
Eu sei que muitos ficaram impressionados com a notícia sobre o menininho sírio morto, sobre seu pai, que abraça sua criança com lágrimas nos olhos...
Mas eu vi outros - que pisavam sobre as crianças, que tomavam seus alimentos, que batiam em suas mulheres...
Então a Europa tolerante deve aceitá-los?
Estou convencida - estes migrantes nunca serão leais a seu novo país. Apenas um pequeno número deles apoia os valores europeus!
Ao mesmo tempo, os sírios exigem acesso aos países com maior nível de vida.
Eles não permanecem na Grécia, Eslováquia e Hungria. Eles se esforçam para obter entrada na Alemanha, Suécia, Áustria... E por que isto de repente?
Por que, ao mesmo tempo os ukrainianos devem suportar um procedimento humilhante para obtenção de vistos e cada vez condições mais rigorosas para o registro?
Por que Europa não abre as fronteira para nós - para pessoas que socializam-se, que trabalharão, que tem educação/instrução, que aprenderão o idioma, que são cristãos. Esta é outra mentalidade.
Por que os meios de comunicação silenciam quantos, cada dia, rapazes ukrainianos morrem na defesa de seu país, mas constantemente falam sobre estes refugiados. A grande maioria dos migrantes - homens saudáveis de 20 - 45 anos, que não defendem o seu país, mas vão com sua religião e língua para outro país.
Por que estas pessoas não vão para Marrocos, Argélia, Arábia Saudita, Tunísia, Emirados, onde a religião e o idioma são os mesmos? Por que lá será preciso trabalhar, lá não pagarão uma grande ajuda social por um grande número de filhos!
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Eu ainda tinha muitos questionamentos, mas me aguardava a viagem de regresso. E ela foi ainda mais complicada e longa, porque se os trens não vem de Budapeste para Viena, então não há no sentido inverso.
... E na estação de Keleti eu vi, novamente, multidões de migrantes, que gritavam ao nos ver, que veio Europa, mas eles não podiam entender...
A situação na praça tornou-se ainda pior, que aquela que vi na ida. Os migrantes já tinham grande quantidade de tendas, estavam em maior número e comportavam-se com mais atrevimento. Seus filhos exigiam dinheiro, não comida, porque os "tolerantes" europeus trouxeram montes de alimentos. Sob seus pés rolavam maçãs, pão. Isto eles não necessitavam. Crianças árabes puxavam os europeus pelas mãos e malas, gritando apenas uma palavra "mani" (money)...
Praça - monturo, onde estas pessoas não se interessam com nada, e recolher nada não tinham intenção. Hungria para eles, para quê, quando por eles aguardam países mais ricos?
Particularmente me preocupa, que daqui a 10 anos, exatamente estes recém-chegados "alemães", e "austríacos" influenciarão na decisão de seu país: se aceitar Ukraina na OTAN e na UE?
Eles residirão na Europa, onde estaremos nós - eu não sei...
Por Aida Bolivar - candidato a Ciências Psicológicas.
Publicação na seção "Opinião de Especialistas" não são artigos editoriais e refletem apenas as opiniões do autor.
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O vídeo abaixo não consta do texto:
Tradução: O. Kowaltschuk
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