quinta-feira, 14 de junho de 2018


Irmã de Sentsov apelou ao Conselho da Europa - Kuleba.
Radio Svoboda, 14.06.2018

Irmã do aprisionado na Rússia, ucraniano Oleg Sentsov, Natalia Kaplan, enviou um apelo aberto ao Comité de Ministros, Secretário Geral e Comissário para Direitos Humanos do Conselho da Europa, informou no Facebook o representante da Ucrânia no Conselho da Europa Dmitry Kuleba. Segundo o diplomata, ele entregou a carta aos destinatários. 

No apelo, Natália Kaplan descreve as difíceis condições do irmão, que permanece na colônia russa Labitnangi, no Círculo Ártico, onde no inverno a temperatura do ar cai para 60 graus.   Ela também apela ao estado de sua saúde, particularmente os problemas crônicos do sistema cardiovascular e observa, que durante a transição entre as prisões, Sentsov perdeu, no mínimo 10 kg de peso, e então declarou greve de fome com exigência de libertação de todos os prisioneiros políticos ucranianos na Rússia

"Eu não sei se o Conselho Europeu ousará fazer algo. Espero que sim. Eu serei infinitamente grato. E, não apenas eu. Mas, no momento, para alguns, no Conselho da Europa, torna-se cada vez mais complicado pronunciar a palavra "Rússia" em um contexto crítico, para não irritá-los, porque é muito desejável que Rússia pague a dívida. E alguns, até outono, não conseguem encontrar 30 minutos em sua agenda, para encontro com um funcionário ucraniano e discutir os direitos humanos na Criméia ocupada. As pessoas estão muito ocupadas. Elas têm assuntos importantes. Mas, apesar desta decadência institucional - temos que fazer a nossa parte", - escreveu Kuleba.

Em 14 de maio, Sentsov anunciou a greve de fome com exigência de libertação de todos os presos políticos ucranianos nas prisões russas. Em 4 de junho, seu advogado Dmitry Dinze disse que os médicos observam a condição do prisioneiro ucraniano Oleg Sentsov, e esperam que aos 30 dias de sua greve de fome, haverá uma reação negativa que exigirá sua intervenção. Então eles começarão alimentar o prisioneiro com uma sonda pelo nariz.

Com Sentsov, faz greve de fome, outro detento ucraniano, na Rússia, Aleksandr Shumkov.
Também continua a greve de fome Volodymyr Balukh, já por mais de 80 dias. (Eles comem algo, o mínimo do mínimo. Ou lhes é introduzido, à força, algum alimento, por isto sobrevivem tantos dias - OK). 

Em 7 de junho, devido a uma grave deterioração da saúde, o outro cidadão da Criméia - Alexander Kolchenko, parou com a greve de fome.

Os ativistas na Ukraina e no mundo continuam a exigir da Rússia e do presidente Vladimir Putin que liberem os ucranianos detidos ilegalmente. Realizam-se ações em diferentes países e diferentes continentes sob os slogans: # FreeOlegSentsov e #    SaveOlegSentsov.

Oleg Sentsov e Oleksandr Kolchenko foram detidos pelos representantes de serviços especiais russos na Criméia em maio de 2014, juntamente com outras duas pessoas acusadas de organizar atos terroristas na península. Em agosto de 2.015, o Tribunal Militar do Distrito do Norte do Cáucaso, em Rostov-on-Don, condenou Sentsov a 20 anos de prisão em regime estrito, acusado de atividades terroristas na Criméia. Kolchenko recebeu 10 anos de colônia. Ambos não reconhecem sua culpa.

O Centro de Direitos Humanos "Memorial" incluiu Sentsov e Kolchenko à lista de presos políticos.

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Em sua "Linha Direta" anual, na qual o presidente russo comunica-se com os cidadãos, na Rússia, e na Ucrânia, ele respondeu: "Vocês sabem, nosso jornalista Vishinsky, foi preso na
Ucrânia por sua atividade profissional direta, por sua função jornalística. Esta é uma política absolutamente inédita e absolutamente inaceitável dos governantes ucranianos de hoje, que deve refletir-se na reação da comunidade jornalística e das organizações internacionais de direitos humanos e de aplicação da lei. O que se referee ao senhor Sentsov, realmente, ele está detido na Criméia, não pela atividade jornalística, mas pela preparação de um ato terrorista, pela preparação da explosão, em cujo resultado poderiam sofrer pessoas concretas. Estas são coisas completamente diferentes e incompatíveis. Eu penso que o bom senso deve vencer na Ucrânia e espero que nós conseguiremos a libertação do jornalista russo, inclusive sob a pressão de organizações internacionais, das quais, de um modo ou outro, o governo ucraniano depende", - respondeu Putin.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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