A Autocefalia da Igreja Ortodoxa da Ucrânia é libertação do ditame eclesiástico de Moscou.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 04.06.2018
Grupo de Iniciativa "Primeiro de dezembro" formado em 2011 em resposta ao apelo das três Igrejas ucranianas, e é constituído por pessoas de diferentes crenças e tradições religiosas, apóia o apelo do Presidente da Ucrânia e a resolução da Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia com solicitação ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu, que conceda Tomos (alvará, decreto, autonomia na gerência) sobre autocefalia da Igreja Ortodoxa na Ucrânia.
Esperamos que classificação histórica, apoiada por Sua Santidade Patriarca Bartolomeu e positivamente percebida pelo Sínodo Patriarcal de Constantinopla, às vésperas do 1030 aniversário de Batismo de Rus-Ucrânia, torne-se um evento de especial significado histórico. Afinal, a memória histórica do povo ucraniano mostra que:
- A Igreja de Constantinopla, é para Rus-Ucrânia, a Igreja Matriz;
- O ato de subordinação do Metropolitanato de Moscou (1686) é ilegal. O Patriarcado de Constantinopla não reconhece Ucrânia como um território canônico da Igreja Ortodoxa Russa;
- Ucrânia privada de sua igreja, já por cem anos (1917-1918) levantava a questão do Concílio da Igreja Ortodoxa Autocéfala, com a boca de seus bispos. A lei relevante sobre autofilia foi adotada em 1919.
- Os Concílios Ecumênicos estabeleceram uma regra, segundo a qual a divisão entre a Igreja e a administração deveria coincidir com as fronteiras dos povos que praticavam a Ortodoxia, levou à consagração das Igrejas desses povos.
Estes fatos históricos, jurídicos e canônicos não deixam dúvida, de que a Igreja Ortodoxa na Ukraina, como no seu tempo a Igreja Ortodoxa da Albânia, Bulgaria, Grécia, Geórgia, Polônia, Romênia e Sérvia, tem o direito inerente à autocefalia - como convém a Igreja Ortodoxa de um país europeu independente.
Mas há mais uma - dolorosa e urgente - razão para acelerar o processo de libertação da
Ortodoxia Ucraniana sob o ditame eclesiástico de Moscou.
A razão para isto é a guerra russa contra Ukraina, a anexação da Criméia e a ação contínua das forças armadas russo-terroristas no Donbas.
Sob a influência da ideologia imperial-chauvinista degrada não apenas o Estado russo e sociedade russa: degrada também a Igreja Ortodoxa Russa, transformando-se num servo afetado pelos complexos imperiais do estado, parceiro de seus serviços especiais.
Formou-se uma situação paradoxal: no território da Ucrânia age estrutura da igreja, de fato subordinada à Igreja Ortodoxa Russa, e duas Igrejas Ortodoxas Ucranianas (Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kyiv e Igreja Autocéfala Ortodoxa Ucraniana). São consideradas "não-canônicas" aquelas que, supostamente, não tem o direito de serem independentes, escolher o Patriarca canônico e iguais para se comunicarem com as Igrejas iguais de Países Independentes.
O grupo de iniciativa " Primeiro de Dezembro considera esta situação totalmente inaceitável e espera que a Igreja Ortodoxa na Ucrânia receba autocefalia o mais rápido possível.
Consideramos esta questão não apenas como um fator puramente religioso, mas também como um fator nas perspectivas de segurança espiritual e de perspectiva nacional-estatal da Ukraina.
Acreditamos, que a normalização do status canônico e da vida religiosa daqueles crentes ortodoxos que buscam reviver as antigas formas da devoção com a Igreja de Kyiv influenciará positivamente o clima espiritual da Ucrânia.
Esperamos que todas as questões complexas e controversas da organização administrativa da vida religiosa na Ucrânia sejam resolvidas de forma legítima, no campo legal e canônico de um estado soberano ucraniano.
O grupo apela à sociedade civil para apoiar os esforços do Estado ucraniano e líderes das
diversas igrejas na criação da Igreja Ortodoxa Independente.
Chegou a hora não apenas de sonhar, mas de agir. História e verdade estão do nosso lado.
Participaram do Grupo Iniciativa "Primeiro de dezembro": Vyacheslav Briukovetsky, Ivan Dzyuba, Yevhen Zakharov, Joseph Zisels, Myroslav Marinovich, Volodymyr Panchenko, Vsevolod Rechitsky, Vadim Skuratovsky, Yuriy Shcherbak, Igor Yukhnovsky, Yaroslav Yatskiv.
A grafia dos autores foi preservada.
(Presados, o texto é complexo e bastante difícil. Traduzi apenas para dar uma idéia sobre o assunto, temo que haja alguns erros -OK)
Tradução: O. Kowaltschuk
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