quinta-feira, 28 de junho de 2018

Migrantes ucranianos
Portal informativo Znaj. ua, 20.06.2018
Zhenya Steko

Os trabalhadores, migrantes ucranianos, enfrentam perigo mortal onde menos esperam.
"Bons vizinhos" preparam armadilhas mortais para trabalhadores ucranianos.



Os trabalhadores ucranianos na Rússia, cada vez mais, tornam-se vítimas do tráfico de seres humanos. Com enganos e ameaças são atraídos para negócio de narcóticos e, como resultado, centenas de pessoas já receberam penas de prisão na Rússia, em vez dos altos ganhos prometidos.

O ativista de direitos humanos Yevhen Chekarev divulgou detalhes do esquema criminoso no ar de Oboz TV.
De acordo com Chekarev, os ucranianos, enganados, vão a Moscou, onde não demoram muito tempo.



A partir de 2.013 apareceu um problema muito sério, relacionado com a participação no tráfico de drogas. O esquema é seguinte: cidadãos da Ucrânia, e possivelmente da Federação Russa, recrutam aqui nossa gente. A eles dizem - há um serviço muito bem pago na Rússia. A pessoa decide ir, até recebe o bilhete, em regra, para Moscou. Em Moscou dão o bilhete, ou o dinheiro para viagem para uma outra cidade", - disse Chekarev.

Como diz o ativista dos direitos humanos, após a sua chegada, o trabalhador aluga um quarto e recebe a primeira missão - "levar para algum lugar um certo pacote". Depois de alguns dias a pessoa compreende, que transporta narcóticos, mas frequentemente, já é tarde.


"Eles telefonam a seus empregadores, e dizem - nós sabemos onde estão seus parentes na Ucrânia, se você não continuar a fazer este trabalho, eles terão problemas. De alguns tomam os passaportes, de alguns não - os esquemas são diversos. Mas, como resultado, os aplicadores da lei da FR, encontram esses "traficantes de drogas", e eles recebem prazos muito longos, nas prisões da Rússia", - disse o especialista.

Checarev ressaltou, que pelo menos 250 trabalhadores já foram condenados na Rússia pelo tráfico de drogas.
"Mas, na verdade, isto é tráfico humano", - disse ele.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Alemães, não comprem gás roubado!
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 24.06.2018
Alexander Beljavsky

Com a participação ativa da Ucrânia na distribuição do mercado europeu de gás, Rússia será forçada a sentar-se à mesa de negociações sobre depósitos na Criméia, e o retorno da Crimeia.

Estranhamente destacou-se o presidente dos EUA, Tramp, na reunião do G7 no Canadá. Ele disse, nos corredores, que os moradores da Criméia usam o idioma russo, e essa foi a razão do ataque à Ucrânia e a adesão da Criméia à Rússia. Sob tal lógica, os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália e até a África do Sul teriam sido atacados pelo Royal British Feet com a finalidade de serem juntadas à Coroa Britânica, porque em seus países falam inglês. 

Parte da culpa é pelo fato, que até agora sobre o manifesto roubo dos depósitos de gás no Mar Negro, que pertencem a Ucrânia, não falam no mundo, está no Ministério dos Negócios Estrangeiros. E, não enfatiza particularmente o que foi, é e será o principal objetivo do governo russo na Criméia, mas: com verdades e inverdades recebem rendas provenientes da exploração do gás roubado. 

No poder da Rússia encontram-se representantes do setor petrolífero da economia russa, que dá mais de 50% da parte das receitas do orçamento da Federação Russa. Foram eles que decidiram o apossamento da Criméia para administrar os depósitos  de gás do Mar Negro, que pertencem a Ucrânia, mas falam no mundo, está no Ministério dos Negócios Estrangeiros. E, não enfatizam particularmente o que foi, é e será o principal objetivo do governo russo na Criméia, mas: verdades e inverdades, é receber rendas provenientes da exploração do gás roubado. No poder da Rússia encontram-se representantes do setor petrolífero da economia russa, que dá mais de 50 por cento da parte das receitas ao orçamento da Federação Russa. Foram eles que decidiram o apossamento da Criméia para administrar os depósitos de gás ucraniano. E, é exatamente isto que é preciso falar, bem alto, em todos os forums internacionais: da ONU aos debates na livre imprensa européia. Então, nem a chanceler Merkel, nem mesmo o presidente Tramp não se atreverão proteger publicamente os ladrões de petróleo e gás. E até o presidente checo Zeman, nunca mais vai enrubescer, justificando os ladrões do Kremlin.

O fato de que o Congresso dos EUA examina a apreensão da Criméia como um franco roubo de jazidas, confirmam as sanções introduzidas ainda em 2014, sanções que deveriam, em primeiro lugar, impedir a exploração de depósitos roubados. Isto também confirmou o Departamento do G-7. Então, por que os representantes do poder executivo dos governos da Alemanha e da França não nomeiam as coisas pelo seu nome?

Porque o custo dos depósitos é de pelo menos US$ 500 bilhões de dólares, e isso é uma soma muito significativa que pode ser aproveitada em negociações com a Rússia para pressionar os interesses dos mesmos governos da Alemanha e França. Claro, à custa dos interesses ucranianos e, pelas costas da Ucrânia.

O maior benefício do roubo de depósitos, é tomado pelo governo da Rússia, que já outorgou a si, em janeiro de 2018 o direito de emitir concessões e celebrar acordos pela divisão de produtos. Isto acrescentaria ao orçamento russo, no mínimo, 4 bilhões de dólares por ano, durante 70 anos, se não houvesse sanções dos EUA. O segundo maior benefício de tais roubos - Gazprom, que roubou a empresa "Chornomornaftogaz" (Petróleo do Mar Negro), no valor de US$ 20 bilhões. E esse ladrão, constantemente retirava das sanções a Alemanha, começando em 2014. E agora, com ele constrói o gasoduto North Stream - 2.

Portanto, é extremamente importante chamar a atenção dos meios de comunicação dos países do G-7 para o aspecto predatório da captura da Crimeia, para o qual existem muitos fatos inegáveis. Se houver consciência do roubo, como motivo principal para a captura da Crimeia e for esclarecida pela mídia dos países livres, então será muito mais difícil para os governos desses países aproveitar o produto roubado, como assunto de negociações com a Rússia, sem o conhecimento da Ucrânia.

O presidente Tramp não preocupa-se com sua reeleição em 2020. Isso o distingue de todos os presidentes anteriores, que queriam manter este cargo por dois mandatos permitidos pela Constituição dos EUA. Ben Bernanke, que liderou o Banco Nacional dos Estados Unidos (Sistema de Reserva Federal) durante o período mais difícil da crise financeira de 2009, notou recentemente que Trump assinou reduções de impostos corporativos e um aumento nos gastos do governo de US$ 300 bilhões. Ao mesmo tempo ele não levou em conta o fato de que isso levará a uma recessão na economia em 2020. Este fato é a melhor evidência de que Trump pretende realizar todos os seus planos durante a permanência de um mandato como presidente dos EUA. 

Quais são esses planos? Em primeiro lugar, isso é uma redução do deficit no comércio exterior. Primeiro de tudo, com a China, cujo déficit alcança 375 bilhões por ano. O presidente acredita, que tal quebra no comércio bilateral deveu-se ao fato de que China não paga pela propriedade intelectual de empresas americanas, por exemplo, programas de computador. Em segundo lugar, é encontrar mercados para os excedentes de petróleo e gás que surgiram em produtores americanos devido à revolução do xisto.

Na última década, os Estados Unidos evoluíram do país de consumo de petróleo e gás para o maior produtor desses produtos. Esses excedentes é necessário vender em algum lugar, mas a venda de petróleo e gás é o ramo mais politizado do comércio mundial. A Arabia Saudita e a Rússia, inicialmente esperavam, que os preços baixos do petróleo, que caíram brutalmente em julho de 2014, e alcançaram a produção de óleo de xisto nos EUA. As empresas de ardósia sobreviveram a esse período devido a preços baixos. Então Rússia e Arábia concordaram em limitar as vendas diárias de petróleo para aumentar os preços. Funcionou, e os preços de 45 subiram para 65 dólares por barril. Mas isto estimulou ainda mais as empresas norte-americanas a extrair petróleo e gás de xisto. E, agora, Rússia e Arábia Saudita querem vender o máximo possível de petróleo, sem levar em conta a possível queda nos preços. Eles esperam que a queda na produção na Venezuela, no Irã  e na Nigéria não permitirá que os preços caiam demais. Eles não estão mais esperando reduzir a produção de petróleo nos EUA. Os Estados Unidos ocuparam o primeiro lugar no mundo. E essa separação da Rússia e Arábia Saudita só vai crescer. O desejo de poupar as jazidas para futuros depósitos também não restringe os fabricantes dos americanos, porque a partir de 2.022 o uso do petróleo no mundo vai ao constante declínio devido aos veículos elétricos, que nos próximos 30 anos quase completamente substituirão os carros com motores a gasolina. E isso se aplica não apenas aos carros, mas também aos ônibus e caminhões . Embora os motores que consomem produtos petrolíferos em caminhões sobrevivam por mais tempo do que em carros. Isto não promete um futuro brilhante para países como a Arábia Saudita ou a Venezuela. 

Os ladrões de Kremlin tiveram mais sorte que a Arábia Saudita, que vende uma quantidade significativa de petróleo, mas não de gás. Rússia tem a maior reserva de gás natural do mundo, é o maior exportador dessa energia. Ao contrário do petróleo, os veículos elétricos não afetam o consumo do gás. Apenas no mercado europeu, a participação do gás russo ultrapassa 40% de todas as entregas. São estas posições fortes no mercado de gás europeu que acrescentam insolvência ao comportamento bandido da Rússia,  porque grandes economias como a alemã, a francesa ou a holandesa, são sensíveis ao preço do gás. Por isso, o fornecedor desse produto - a Rússia - lhes interessa muito mais que Ucrânia. Além disso, devido a altas receitas da venda de petróleo e gás, Rússia é um mercado muito maior para a venda de produtos alemães e franceses em comparação com Ucrânia. Levando tudo isso em conta, é difícil esperar que Alemanha e França possam ser mediadores imparciais entre Rússia e Ucrânia.

O secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo observou recentemente que um aumento na oferta de gás americano para Europa contribuirá melhor para o retorno da Rússia aos padrões de conduta geralmente aceitos. Porque reduziria a dependência dos países europeus do fornecimento do gás russo, e assim acabaria a flutuação dos países europeus na aplicação de sanções contra os violadores do direito internacional.

Ucrânia não deve ficar ao lado, mas contribuir propositadamente para aumentar o fornecimento de gás americano ao mercado europeu. Isto pode ser feito, tanto no que diz respeito ao fornecimento de gás liquefeito a partir do terminal polaco através de uma interconexão que liga os oleodutos ucranianos e polacos, como também envolvendo as empresas dos EUA no desenvolvimento do campo Olesko do gás de xisto. Introdução ativa à política de fornecimento de gás para o mercado europeu (em vez de participação possessiva como um país de trânsito para o gás russo) vai ajudar a garantir que a voz da Ucrânia seja ouvida em quaisquer negociação como sujeito, não como objeto de negociações. Então, pelas costas da Ucrânia não irão discutir as questões geopolíticas, das quais depende a própria existência do estado. Com a participação ativa da Ucrânia na distribuição do mercado europeu, Rússia será obrigada a sentar-se à mesa de negociações sobre os depósitos da Criméia, e o retorno da Criméia a Ucrânia.

Como um grande transportador do gás russo, Ucrânia, por um lado, está interessada em aumentar o trânsito do gás russo à Europa. Um claro entendimento dessa prioridade será o verdadeiro fio condutor da Ariadne nas relações bilaterais com a maior economia da Europa - a Alemanha. Como o maior comprador de gás russo, a Alemanha não pode ter certeza de que não recebe gás da empresa roubada "Chornomornaftogaz" ou dos apreendidos depósitos da plataforma da Criméia. Ucrânia tem todo o direito de apelar: "Alemães, não comprem gás roubado!".

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 22 de junho de 2018


Oleg Sentsov - Notícias da Ucrânia (jornais ucranianos - 22.06.2018)

Sentsov foi aprisionado a 20 anos de privação da liberdade. Ele se move pouco e quase não sai da cama, diz o advogado.

Denisova - ombudsman (Ombudsman - pessoa encarregada pelo Estado, para defender os direitos dos cidadãos, recebendo e investigando queixas e denúncias de abuso de poder ou maus serviços por parte de funcionários ou instituições públicas) visitou Sentsov, que faz greve de fome já por 40 dias.

 Moscal'kova (ombudsman do lado russo) propôs a Denisova deixar a Federação Russa sem visitar Sentsov.

O advogado Dmitry Dinze visitou o diretor ucraniano Oleg Sentsov na colônia "Urso Branco", em Yakut, e falou à representante do Parlamento para os Direitos Humanos Liudmyla Denisova sobre a saúde de Sentsov.

"Dmitry, novamente, esteve com Oleg Sentsov. Diz que Oleg está muito pálido, movimenta-se pouco, quase não levanta da cama. Os médicos dizem que já se negam os receptores. A segunda crise pode ocorrer em qualquer momento (a primeira foi com 26 dias de jejum). O advogado diz, que a partir desse momento elas começarão, imediatamente," - avisou a ombudsman em sua página no Facebook, na sexta-feira, 22 de junho.

A ombudsman russa Tatiana Moscal'kova propôs visitar Cyril Wyszynski..., depois Oleg Sentsov em Labytnangi, mas Denisova queria visitar primeiro Oleg Sentsov que já está no 40º dia de fome.

"Nós queremos, em primeiro, visitar Oleg Sentsov, Roman Sushchenko, Klyh, Alexander Kolchenko, Vladimir Baluh... todos os nossos rapazes!" - disse ela.

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                                                                      Oleg Sentsov

Em conexão com a deterioração da saúde de Sentsov, Denisova apelou para a liderança do Serviço Penitenciário Federal para permitir que ela visitasse o prisioneiro político ucraniano.

"A situação é muito perigosa! Portanto, faço apelo ao diretor do Serviço Penitenciário Federal Gennady Kornienko, com um pedido urgente para, a mim, dar permissão para visitar Oleg Sentsov", disse Denisova.

Anteriormente, Dinze disse a Denisova que Sentsov, após 39 dias de fome, começou ter problemas com coração e rins. O advogado esclareceu que Sentsov bebe 3,5 litros de água por dia, além de, com conta gotas lhe introduzem 2 (dois) litros de uma mistura líquida (O texto traz o nome, mas não consigo explicar o que é, exatamente - OK).

Denisova não consegue permissão para visitar Sentsov. Poroshenko, numa conversa telefônica, levou a questão ao presidente russo, Vladimir Putin. Os presidentes aprovaram a visita dos ombudsman aos aprisionados. Mas isto não se realizou ainda, por enquanto são apenas palavras. 

Sentsov recusa-se pedir perdão a Putin, segundo advogado.

O diretor ucraniano, Oleg Sentsov, em greve de fome há 40 dias, não vai escrever ao presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, um pedido de perdão, avisou seu advogado. Oleg é contra solicitação de indulto. Ele não vai escrever nada ao presidente russo", - disse o advogado Dinze.

Segundo o advogado, Sentsov, predominantemente, fica deitado "desde que é difícil para ele se mover".

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A ombudsman Denisova apelou ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para visitar o preso político Baluch. Ela exige acesso imediato ao ativista ucraniano que está detido na Crimeia. Ela quer que forneçam a ele uma assistência médica qualificada.
Segundo Denisova, a vida do preso político está em risco. "Ele não se alimenta já 96 dias. Hoje, Volodymyr Baluch declarou uma transição para fome seca.

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Oleksander Kolchenko foi aprisionado na Criméia

A Oleksandr Kolchenko permitiram um longo encontro com a mãe. Ele foi aprisionado na Criméia em 10.05.2014 com Sentsov, com quem trabalhava. Eles foram acusados na preparação de atos terroristas. Kolchenko foi condenado a 10, e Sentsov a 20 anos de prisão.
Kolchenko já praticou greve de fome mas, devido a problemas de saúde não pratica mais. Agora até lhe trazem as cartas, inclusive no idioma ucraniano.

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Sul: militantes realizam a ameaça de "queimar tudo".
Tyzhden. UA (Semana ucraniana), 08.06.2018.
Elizabeth Goncharova




Da aldeia sob Toretskyi os militantes expulsam os moradores,  massivamente atiram e incendeiam casas civis.

É difícil entrar na aldeia Pivdenne (do Sul) perto de Toretskyi: no território, que os locais chamam Tchegari, agora quase sempre "regime vermelho". É impossível adivinhar quando os próximos disparos começam. A aldeia, que situa-se entre dois montes, não foi ocupada no sentido tradicional desta guerra. O assentamento está, há muito tempo no status informal de "zona cinzenta", onde, de fato, não havia militares. As pessoas recebiam pagamentos sociais, a eles vinham representantes das organizações humanitárias, mas, na verdade a população era muito limitada na locomoção - tanto para o lado do libertado, Toretskyi, como para o lado de Gorlivka ocupada. Além disso, nessas circunstâncias era difícil reparar a tempo as danificadas, pelos militantes, partes do encanamento, o que resultava em diminuição do volume da água que entrava na cidade, como também causava inundação das casas dos habitantes locais. Bem, é claro, bombardeios - de Pivdenne constantemente vinha fogo aos territórios sob controle da Ukraina. Em maio deste ano, a situação mudou um pouco, ox militares entraram em Pivdenne, para privar os ocupantes de um ponto conveniente ao lançamento de fogo. Mas os inimigos começaram ações de combate ativos, direcionados para destruição das casas. Os moradores dizem que os militantes até avisaram: nós queimaremos tudo. Isto é, nós destruiremos sua aldeia, para salvar os milhares de moradores de Gorlivka. Assim aconteceu: "Salvadores" (Eles se denominam salvadores do povo ucraniano - OK) começaram a destruir as casas, nas quais disparavam, com estudada pontaria, bombas incendiárias especiais.
Os combates nesta direção quase não param. Portanto, até voltar para casa, para pegar algo, os moradores, que recentemente deixaram suas casas, correm risco. Sem mencionar aqueles que permanecem em Pivdenne, apesar de que estes diminuem a cada dia. As autoridades locais preparam para os migrantes de Tchegari, quartos na construção do orfanato, mas eu mesma (autora do texto) vi, que agora, lá está vazio: o chefe da instituição diz, que as pessoas não vão para lá. As pessoas, como podem, retiram seus objetos, para de alguma forma colocá-los nas grandes áreas comuns, o que não é muito conveniente. E, próximo da linha de frente, em Toretskyi, alugar uma casa, não é muito caro, apesar de que, aqueles que perderam suas casas, esperam que na cidade aparecerá a oportunidade de fornecer-lhes apartamentos de propriedade comunal. Por enquanto, as pessoas compõem os atos de destruição e juntam os documentos.

Em Toretskyi encontro duas mulheres com grandes pacotes, com logotipos de organizações internacionais. Pergunto, se não era de Tchegari, porque ouvi dizer, que vários fundos proporcionam ajuda humanitária, dirigida às vítimas dessa povoação. As mulheres confirmam, dizendo que estão em processo de reassentamento: trouxeram dois avós, um dos quais está paralisado, para um apartamento alugado em Toretskyi. Agora planejam voltar, enquanto as casas, e aquilo que elas contém, ainda estão intactas.
"Alugamos moradia para duas famílias, porque assim será mais barato. Nós não sabemos o quanto vamos ficar aqui, portanto, vamos buscar a louça, roupas e objetos cotidianos. Embora seja assustador ir até lá", diz a mulher apressando-se para conseguir ir para casa antes do anoitecer.

O fato de que o perigo pode esperar em "Pivdenne" em qualquer lugar, provavelmente sabe Volodymyr Zaika, que foi gravemente ferido, durante o a alongamento próximo de seu quintal. Em 27 de maio, ele foi até a cerca olhar, se era possível fazer algo com um fio elétrico que rompeu-se durante os disparos. Esticou-se até a flor brilhante, e sentiu uma dor aguda.

"Ele, instintivamente, cobriu o rosto com a mão, então o ferimento da cabeça não se tornou muito perigoso. Mas o braço e a perna ficaram gravemente feridos, havia muitos fragmentos em todo o corpo, começou o sangramento", - diz a esposa Valentina que cuida seu marido na traumatologia local de Toretskyi . Agora a vida do homem já está segura, a família recebeu ajuda financeira da Cruz Vermelha e de outras organizações humanitárias. Mas aquelas lembranças ainda  trazem lágrimas: "Eu estava em casa, ouvi a explosão. Nós já sabemos, que durante o tiroteio não devemos sair de casa, então o marido somente vi, quando ele, de fato, arrastou-se até em casa. Quase imediatamente, os militares vieram à nossa casa. Vendo que Volodymyr foi ferido, deram-lhe a primeira indispensável ajuda - enfaixaram, colocaram garrotes (Não sei se a palavra "garrotes" é tradução correta - OK). E começaram telefonar, chamando a "Rápida". Mas os médicos não vieram, porque havia a informação de que, quaisquer carro sofreria tiroteio do lado de Gorlivka. Então ele ficou aguardando por três horas, enquanto não nos ocorreu levá-lo em um carrinho de mão comum.  
Os militares queriam ajudar, mas todos compreendiam: se ele for levado pelos militares, o fogo cobrirá a todos. Portanto, os homens locais arrastaram aquele carrinho com Volodymyr ensanguentado até o posto de controle onde o rápido já esperava.

Vendo como se esforçavam para trazer o ferido, os médicos do "rápido" foram ao encontro. E, no mesmo momento eles foram tiroteados do lado da mina de Gagarin, de Gorlivka. Ficamos todos chocados - isto é, simplesmente bárbaro!".

A família, por enquanto, de fato, mora no hospital, quando voltarão para casa, eles não sabem. Recentemente, a Sra. Valentina viajou para Pivdenne. Mas quando ela estava juntando as coisas, os militares deram ordens para sair com urgência, porque começou um forte bombardeio. Mas, algumas pessoas não têm porque, nem mesmo para onde ir. Lidia Potapova morava em Pivdenne desde 1969 até o final de maio de 2018, quando sua casa foi destruída por impacto direto.
A mulher trabalhava em Gorlivka até aposentadoria, o marido era mineiro (trabalhava em minas-OK). Depois de sua morte, A Sra. Valentina, ficou só com sua filha mais nova, Yulia, uma pessoa com deficiência nos olhos, desde a infância. Todos estes anos de guerra, ir para algum outro local não queria, dizia que acostumou-se até com os bombardeios, e ainda tinha uma chácara, um grande e velho cachorro e pombos, e memórias sobre o marido falecido.

                                                                       Lídia e Yulia Potapov.

"Nossa aldeia - entre dois montes. Atrás deles estavam os postos de controle. Nós, depois de tantos anos, simplesmente nos acostumamos com este, constante, canhoneio. Sobre nossas cabeças, muitas coisas já voaram. Às vezes, devido as explosões, trincava o vidro, havia ferimentos e diversas destruições, porque guerra é guerra. Mas agora, os ocupantes, simplesmente nos destroem - casa após casa. Aquela tarde eu fiquei sozinha, porque minha filha mandei, com a vizinha, para Toretskyi. Yulia precisa, a cada seis meses, passar por um tratamento, porque devido a essas tensões, quase perdeu, completamente, a visão.

"Nós estávamos indo dormir, e então começou", - diz Lydia Stepanivna, coçando atrás das orelhinhas do ruivo gatinho, único que foi salvo na casa em chamas.  "No começo eu senti um cheiro muito cáustico, mas depois um flash - brilhante. Corremos para fora, escondemo-nos atrás de um vagão de três toneladas, do lado da Ukraina, porque compreendo, que vem do lado oposto. A casa está queimando, e nós aguardamos... Vieram os militares e perguntam - lá há mais alguém vivo? E eu respondo - eu estou viva..."

 - E Lydia Stepanivna diz, mais para casa não vai. Até ao lado do ônibus, que vai para Pivdenne, passa fechando os olhos. "Para mim, esta página da vida passou. Como, quando morreu o marido: voltei para casa depois do funeral e digo a ele em pensamento: tudo Nicholas, nós começamos uma nova vida. Provavelmente ruim, mas nova. Então agora, eu apelo para ele: desculpe, não salvei o que você construiu. Tornamo-nos, eu e a filha sem casa. Mas devemos continuar a viver. "Yulia, que na aldeia é, talvez, a única representante da juventude, tenta manter-se corajosa. Todos os dias vai à cidade para aprender orientar-se num lugar desconhecido. Porque acredita que isto é por muito tempo. E, eis mais uma moradora desta migrante luvinha, a vovó Klava, que na oitava dezena de anos, quase enganada, retiraram os parentes da perigosa aldeia, constantemente chora, secando com lenço o rosto enrugado: "Por que eles nos destroem? É tão assustador, quando as casas começam queimar! Lá em casa, todos os vidros das janelas já caíram, todo o pátio queimou, mas a casa mantem-se. Eu sonho que estou voltando para casa. Eu nomeei o galo Petro. 
Quando o chamo, ele corre para mim igual cachorro, e conduz as galinhas. Agora os militares os alimentam, mas eu já estou preocupada porque o grão está acabando."

Um pequeno "batalhão de mulheres" de diversas mulheres, mantem-se junto. Nossas condições espartanas: recebem certificados de migrantes, ajudam um ao outro como vizinhos. Dividem seus medos e expectativas, discutem o quão rápido limparão o país, até as fronteiras, preocupam-se se será suficiente o diploma que um neto recebe em Donetsk, porque não havia dinheiro para enviá-lo estudar em outro local. Corajosamente brincam, contando como tinham medo cumprimentar os militares, que primeiros, há um mês, vieram à aldeia, porque não sabiam quem eram. Mas depois telefonavam às crianças, e diziam: "Graças a Deus, porque sempre havia os Correios". Não tendo TV, eles mesmos organizam as informações políticas. Por exemplo, ao discutir os motivos da guerra atual, contam as histórias das famílias dos tempos do Holodomor, após o qual no território de Donetsk começaram importar os trabalhadores da Rússia...

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 14 de junho de 2018


Irmã de Sentsov apelou ao Conselho da Europa - Kuleba.
Radio Svoboda, 14.06.2018

Irmã do aprisionado na Rússia, ucraniano Oleg Sentsov, Natalia Kaplan, enviou um apelo aberto ao Comité de Ministros, Secretário Geral e Comissário para Direitos Humanos do Conselho da Europa, informou no Facebook o representante da Ucrânia no Conselho da Europa Dmitry Kuleba. Segundo o diplomata, ele entregou a carta aos destinatários. 

No apelo, Natália Kaplan descreve as difíceis condições do irmão, que permanece na colônia russa Labitnangi, no Círculo Ártico, onde no inverno a temperatura do ar cai para 60 graus.   Ela também apela ao estado de sua saúde, particularmente os problemas crônicos do sistema cardiovascular e observa, que durante a transição entre as prisões, Sentsov perdeu, no mínimo 10 kg de peso, e então declarou greve de fome com exigência de libertação de todos os prisioneiros políticos ucranianos na Rússia

"Eu não sei se o Conselho Europeu ousará fazer algo. Espero que sim. Eu serei infinitamente grato. E, não apenas eu. Mas, no momento, para alguns, no Conselho da Europa, torna-se cada vez mais complicado pronunciar a palavra "Rússia" em um contexto crítico, para não irritá-los, porque é muito desejável que Rússia pague a dívida. E alguns, até outono, não conseguem encontrar 30 minutos em sua agenda, para encontro com um funcionário ucraniano e discutir os direitos humanos na Criméia ocupada. As pessoas estão muito ocupadas. Elas têm assuntos importantes. Mas, apesar desta decadência institucional - temos que fazer a nossa parte", - escreveu Kuleba.

Em 14 de maio, Sentsov anunciou a greve de fome com exigência de libertação de todos os presos políticos ucranianos nas prisões russas. Em 4 de junho, seu advogado Dmitry Dinze disse que os médicos observam a condição do prisioneiro ucraniano Oleg Sentsov, e esperam que aos 30 dias de sua greve de fome, haverá uma reação negativa que exigirá sua intervenção. Então eles começarão alimentar o prisioneiro com uma sonda pelo nariz.

Com Sentsov, faz greve de fome, outro detento ucraniano, na Rússia, Aleksandr Shumkov.
Também continua a greve de fome Volodymyr Balukh, já por mais de 80 dias. (Eles comem algo, o mínimo do mínimo. Ou lhes é introduzido, à força, algum alimento, por isto sobrevivem tantos dias - OK). 

Em 7 de junho, devido a uma grave deterioração da saúde, o outro cidadão da Criméia - Alexander Kolchenko, parou com a greve de fome.

Os ativistas na Ukraina e no mundo continuam a exigir da Rússia e do presidente Vladimir Putin que liberem os ucranianos detidos ilegalmente. Realizam-se ações em diferentes países e diferentes continentes sob os slogans: # FreeOlegSentsov e #    SaveOlegSentsov.

Oleg Sentsov e Oleksandr Kolchenko foram detidos pelos representantes de serviços especiais russos na Criméia em maio de 2014, juntamente com outras duas pessoas acusadas de organizar atos terroristas na península. Em agosto de 2.015, o Tribunal Militar do Distrito do Norte do Cáucaso, em Rostov-on-Don, condenou Sentsov a 20 anos de prisão em regime estrito, acusado de atividades terroristas na Criméia. Kolchenko recebeu 10 anos de colônia. Ambos não reconhecem sua culpa.

O Centro de Direitos Humanos "Memorial" incluiu Sentsov e Kolchenko à lista de presos políticos.

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Em sua "Linha Direta" anual, na qual o presidente russo comunica-se com os cidadãos, na Rússia, e na Ucrânia, ele respondeu: "Vocês sabem, nosso jornalista Vishinsky, foi preso na
Ucrânia por sua atividade profissional direta, por sua função jornalística. Esta é uma política absolutamente inédita e absolutamente inaceitável dos governantes ucranianos de hoje, que deve refletir-se na reação da comunidade jornalística e das organizações internacionais de direitos humanos e de aplicação da lei. O que se referee ao senhor Sentsov, realmente, ele está detido na Criméia, não pela atividade jornalística, mas pela preparação de um ato terrorista, pela preparação da explosão, em cujo resultado poderiam sofrer pessoas concretas. Estas são coisas completamente diferentes e incompatíveis. Eu penso que o bom senso deve vencer na Ucrânia e espero que nós conseguiremos a libertação do jornalista russo, inclusive sob a pressão de organizações internacionais, das quais, de um modo ou outro, o governo ucraniano depende", - respondeu Putin.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Greve de fome de Sentsov    
Quarta-feira, 13 de junho de 2018.

Zaporizhzhya: ação em apoio a Sentsov, liam os nomes dos presos políticos.

        Participantes da ação em Zaporozhye, 12 de junho de 2.018

No palácio do Zaporizhzhya da Cultura, "Titan" em 12 de julho, uma ação foi realizada em apoio ao diretor ucraniano, prisioneiro na Rússia, Oleg Sentsov. Durante a qual, os ativistas leram os nomes de 64 ucranianos que estão aprisionados na Rússia por razões políticas, relata o correspondente da Rádio Liberdade.


"A idéia, como você sabe, é uma - salvar a vida do diretor de teatro Sentsov. Se nós nos unirmos e conversarmos, haverá resultado. Se nós nos desapontarmos e permanecermos em casa, nada será feito. Não podemos esperar uma situação explosiva e sairmos para o Maidan. É necessário lutarmos todos os dias, isso diz respeito a todos nós. Nós retrocedemos centenas de anos, quando pessoas isoladas, roubavam lindas moças ucranianas, agora eles roubam todos - homens e mulheres lindas. Os cossacos uniam-se na Sich e iam salvar. E isto que precisamos fazer agora. Só que agora o procedimento é diferente. Resgate não dão - eles ficam presos e sofrem torturas" - disse o representante do Zaporizhzha Teatral Society", Viktor Popov.

Depois houve um concerto gratuito e a mostra do filme "O processo" sobre Oleg Sentsov. Também foi lida a carta de Evgeny Panov, o qual acusam as autoridades russas na preparação de sabotagem no território da anexada Criméia.

Ativistas na Ucrânia e no mundo continuam exigindo da Rússia e de seu presidente, Vladimir Putin, que libertem os ucranianos detidos ilegalmente. As ações são realizadas em diferentes países e diferentes continentes sob os slogans #FreeOlegSentsov e 
#SaveOlegSentsov.

O diretor Oleg Sentsov com o ativista Alexander KOLCHENKO e duas outras pessoas foram detidos pelos serviços de segurança russos na Criméia em maio de 2014 sob a acusação de organizar ataques comunistas na península ocupada. Em agosto de 2015 Cáucaso Norte Distrito Tribunal Militar da Rússia de Rostov-on-Don condenou Oleg Sentsov a 20 anos em uma colônia penal, sob a acusação de ativista terrorista no território da Criméia. Kolchenko recebeu 10 anos de colônia.

Eles não se reconheceram culpados. O Centro de Direitos Humanos "Memorial!, na Rússia, incluiu Sentsov e Kolchenko à lista de presos políticos.

Atualmente, Oleg Sentsov está numa colônia penal na cidade de Labitnangi, no norte da Rússia (Região gelada -OK). Em 14 de maio, ele declarou uma greve de fome interminável, exigindo a libertação de todos presos políticos ucranianos detidos na Rússia e na Criméia.

De acordo com a iniciativa  ucraniana de direitos humanos, Let My People Go, 64 ucranianos são mantidos na Rússia por razões políticas.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Despediram-se, mas esqueceram dizer: Ucrânia obriga o FMI a fazer as malas.
Ekonomichna Pravda (Verdade Econômica), 07.06.2018
Galina Kalachova



                 Presidente Petro Poroshenko com a representante do FMI.



O governo prepara-se para despedida com o Fundo Monetário Internacional. Verdade Européia explica, por que, antes de tudo, o programa de cooperação será interrompido, e como isto relaciona-se com os últimos escândalos.

Nas duas últimas semanas, o gabinete inquieta-se. O conflito do primeiro-ministro Volodymyr Groisman com o ministro das finanças Oleksandr Danylyuk, a decisão do Gabinete Fiscal, a relutância do Parlamento em aprovar as lei sobre o Tribunal Anti-Corrupção (AC) e não implementação do orçamento intensificaram as relações da Ukraina com o Fundo Monetário Internacional. Além disso, tudo isso põe em perigo a implementação de reformas aprovadas.

Crucial pode tornar-se 7 de junho. Neste dia, o Parlamento continuará a revisão da Lei Anticorrupção.

Sua aprovação é um dos requisitos mais importantes no âmbito do programa de cooperação da Ucrânia com o FMI. De acordo com o resultado da votação, ficará claro como Ukraina trabalhará com o credor.

Depois disso, outra questão importante - demissão do Ministro das Finanças. Na véspera, o ministro entrou com o pedido da demissão. Comissão da Verkhovna Rada recomendou a libertação de Danylyuk. Como sabemos, o Ministro das Finanças foi o principal negociador com o FMI.

Desde o início de 2.018, o orçamento não é executado segundo receita . De acordo com o Tesouro do Estado, para janeiro-abril o não cumprimento do plano é de 5,1 bilhões de UAH.

Os motivos para aprofundamento do orçamento escondem-se nos planos fiscais e dívidas.

Primeiro, o orçamento para 2.018 foi calculado com base de que Ucrânia permanecerá no programa do FMI, receberá financiamento interno e externo, vai realizar privatização. No entanto, essas condições já não realizam-se

Os interlocutores da Verdade Européia, no Gabinete Ministerial falam sobre grandes problemas com o financiamento do déficit orçamentário. O plano não se consegue executar, nem empréstimos externos, nem internos. Com os problemas de dívida surgem no orçamento rendas irrealistas, por exemplo, 22,3 bilhões de UAH da privatização.

De acordo com o Tesouro, em janeiro-abril, ao fundo do orçamento do Estado conseguiu-se incluir 55 bilhões de UAH dos 111,8 bilhões planejados para cobrir o déficit do orçamento. 56 bilhões de UAH do déficit cai em empréstimos externos.

Em segundo lugar, o orçamento foi calculado com a taxa média anual de 29,3 UAH por dólar, enquanto desde o início do ano a taxa média é mantida ao nível de 26 UAH por dólar, o que reflete-se na renda de impostos sobre as importações. Segundo fontes da "Verdade européia", o preço das perdas orçamentárias devido ao fator taxa - 3 (três) bilhões de UAH de receita por mês.

Em terceiro lugar, os pagamentos pelo gás são muito inferiores aos de 2017. No primeiro trimestre de 2017 "naftogaz" (gás de petróleo) pagou mais de 12 bilhões de hrevnias, no primeiro quartal, em 2018 - apenas 3 bilhões de hrevnias.

Há, também, falta de impostos especiais de consumo doméstico.

A baixa do orçamento da renda e indicadores individuais irreais, aumentam os riscos fiscais e colocam o governo diante da necessidade de revisar o orçamento, mais precisamente, seu sequestro.

O sequestro  do orçamento é uma redução proporcional das despesas do orçamento para todos os itens do orçamento durante o tempo restante até o final do ano fiscal atual. O sequestro não se aplica a itens protegidos do orçamento - pagamentos de salários, pensões e subsídios.

As causas do sequestro são o não cumprimento dos planos de renda e a superação do nível marginal do déficit. O sequestro do orçamento na Ucrânia foi realizado em 2010 - o ano pós-crise no quadro da estabilização da situação financeira e econômica. Uma grande redução nos gastos também houve em 2014.


Ao mesmo tempo, um orçamento estatal equilibrado é um requisito fundamental, após o qual o FMI tradicionalmente aloca financiamento a qualquer país.

Isso significa que mesmo a adoção da Lei do Tribunal Anticorrupção e o aumento das tarifas do gás não garantem o recebimento de uma parcela. Não haverá um orçamento equilibrado - não haverá parcela.

Imediatamente após a aprovação do orçamento de 2018, o FMI disse que tinha riscos fiscais significativos: crescimento rápido das despesas e receitas irreais.

Agora, a posição do FMI permanece inalterada: o orçamento de 2018 está desequilibrado. Como disse a fonte, familiarizados com a posição do credor, discute-se a conveniência de revisão do déficit orçamentário dos atuais 2,5% do PIB para 3,5-4% do PIB.

Qual o tamanho do ajuste orçamentário, ainda não é conhecido. O governo tomou um curso para mobilizar todos os recursos adicionais para equalizar a situação. Recursos adicionais que ele vê principalmente no segmento tributário.

Dependendo dos vários fatores - inflação, curso, sombreamento, redução do estoque dos produtores - as receitas fiscais podem ser equilibradas e parcialmente bloqueadas pela escassez em outras áreas, por exemplo, da privatização. No entanto, o recurso fiscal para cobrir o déficit, obviamente, não será suficiente.

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Por que Alemanha permite que Rússia se torne uma superpotência energética?
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 23.05.2018
Natália Baliuk

O que está por trás da conspiração sobre a construção escandalosa do North Stream - 2.

A julgar pela conferência de imprensa conjunta do Presidente Putin e da chanceler alemã, Merkel, que teve lugar em Sochi em Sochi, e as declarações que lá foram feitas, a Alemanha e a Rússia finalmente concordaram com a construção do gasoduto North Stream 2. Os propagandistas russos, comentando esta reunião, sufocavam da felicidade, eles diziam, Putin, novamente, venceu todos.

Na conferência de imprensa, o líder russo parecia um mestre absoluto da situação. E, não apenas porque o encontro era puramente formal em seu território. Satisfeito com a aparência e a retórica autoconfiante, deixava claro que, para ele, estava tudo bem, tudo sob controle. Em compensação, Merkel parecia deprimida, insegura, era evidente que ela sentia desconforto, em pé, próximo ao presidente russo. Talvez estivesse esperando pela próxima piada obscena de Putin, como já aconteceu várias vezes? Mas, simplesmente, ela sentia vergonha pelo que acontecia com sua participação. E acontecia mais uma traição. Traição da Ucrânia, traição a seus aliados, traição de princípios europeus fundamentais.

Em geral, a conferência de imprensa conjunta de Merkel e Putin, onde eles falam sobre as brilhantes perspectivas de um novo gasoduto, na decadência criminosa do comportamento russo e como resultado das sanções totais, é um surrealismo. A impressão é que esta é uma realidade paralela.

E, a segunda realidade é essa bravata em torno de um projeto estratégico que pode redesenhar o mapa geopolítico da Europa e fazer a Rússia uma super potência de poder. E Merkel, que há alguns anos, primeira colocava a Putin um diagnóstico angustiante, que ele permanecia separado da realidade do mundo, agora está sob suas rédeas e com suas próprias mãos encurrala Europa para direta dependência deste louco.

Merkel, como se estivesse sob alguma influência. Seguindo Putin, como mantra, repete que "North Stream - 2" é um projeto puramente comercial. Claro, ela não pode não compreender que isso é uma astúcia colossal, mais precisamente, uma mentira descarada. Portanto, tenta salvar, de alguma forma, a sua própria cara e numa conferência de imprensa em Sochi faz uma observação, dizendo que discutiu com Putin a questão do trânsito de gás para Ucrânia e, cita, "nós estamos convencidos que após a construção do "Nord Stream - 2" o papel da Ucrânia como país de trânsito permanecerá.

"Precisamos pensar nas garantias para Ucrânia", - acrescenta Merkel, baixando os olhos acanhadamente. Neste momento Putin, cheio de si, desinteressadamente olha o salão, ele não tem nada para se envergonhar, ele não prometeu nada para Ucrânia. Na mesma conferência de imprensa, falando sobre as perspectivas do gás russo através da Ucrânia, após a construção do "Nord Stream-2" Putin declara: "O abastecimento continuará, se for viável economicamente."

Em outras palavras, eu não lhes garanto nada, ou, nas futuras relações as condições serão ditadas pela Rússia. Neste caso, Putin revelou-se mais honesto que a senhora Merkel.

Por que a Alemanha decidiu por esse passo vergonhoso e desastroso? As poderosas empresas alemãs foram severamente afetadas por sanções, mas os lobistas russos de alguma forma persuadiram Merkel de que a Alemanha se beneficiaria estrategicamente com a construção desse gasoduto. Deixaram-se seduzir porque Alemanha se tornará a maior e quase única central de gás na Europa.

O que é isto, senão a "Conspiração de Munique - 2"?! A propósito,  nas tradições checa e eslovaca a conspiração de 1938 é chamada "Ditames de Munique" ou "Traição de Munique". O que aconteceu há alguns dias em Sochi, é traição óbvia, o que levará ao ditado: Junto com Rússia Alemanha vai ditar o preço do gás para Europa. E então, finalmente consolidará sua posição de liderança na Europa. No século XXI, para governar, não é necessário solucionar a guerra, isto já é arcaico.

Ambições e interesses eclipsaram tanto os olhos das empresas alemãs e da elite política, que ela fecha os olhos na astúcia desse projeto. E está pronta para entrar em confronto com os parceiros da UE, que se opõem categoricamente ao novo gasoduto. Polônia, Lituânia, Eslováquia, Estônia, Dinamarca, Suécia e muitos outros países simplesmente clamam sobre as ameaças do North Stream 2, - de problemas políticos e ambientais. De fato, Alemanha vai à divisão da UE, abusando do direito do mais forte. E aqui, com sua posição de bulldozer pouco se diferencia da Rússia, a qual constrói sua política externa segundo princípio "girafa é grande, ela vê melhor". Com isso demonstra padrões duplos. Porque quando se trata de prolongar as sanções contra Rússia, é necessário um consenso total. Se há pelo menos um país da UE contra prolongamento das sanções, estão prontos para cancelá-las. Mas em um projeto geopolítico, estrategicamente importante, a união não é necessária? A opinião de muitos membros da UE pode ser ignorada grosseiramente?!

Além disso há a probabilidade de um conflito com a América, que inequivocamente alertou os alemães, que aplicará sanções a todos os participantes do processo. Ou seja, a Alemanha está pronta para estragar as relações com os Estados Unidos por causa do gasoduto.  Estados Unidos, que depois da Segunda Guerra Mundial, graças ao Plano Marshal, reviveram os alemães das cinzas.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 4 de junho de 2018


A Autocefalia da Igreja Ortodoxa da Ucrânia é libertação do ditame eclesiástico de Moscou.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 04.06.2018

    A foto da direita é do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, durante as celebrações por ocasião do     1.020º aniversário da Ucrânia-Rus. Kiev, 26 de julho de 2.008.

Grupo de Iniciativa "Primeiro de dezembro" formado em 2011 em resposta ao apelo das três Igrejas ucranianas, e é constituído por pessoas de diferentes crenças e tradições religiosas, apóia o apelo do Presidente da Ucrânia e a resolução da Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia com solicitação ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu, que conceda Tomos (alvará, decreto, autonomia na gerência) sobre autocefalia da Igreja Ortodoxa na Ucrânia.

Esperamos que classificação histórica, apoiada por Sua Santidade Patriarca Bartolomeu e positivamente percebida pelo Sínodo Patriarcal de Constantinopla, às vésperas do 1030 aniversário de Batismo de Rus-Ucrânia, torne-se um evento de especial significado histórico. Afinal, a memória histórica do povo ucraniano mostra que:

- A Igreja de Constantinopla, é para Rus-Ucrânia, a Igreja Matriz; 

- O ato de subordinação do Metropolitanato de Moscou (1686) é ilegal. O Patriarcado de Constantinopla não reconhece Ucrânia como um território canônico da Igreja Ortodoxa Russa;

- Ucrânia privada de sua igreja, já por cem anos (1917-1918) levantava a questão do Concílio da Igreja Ortodoxa Autocéfala, com a boca de seus bispos. A lei relevante sobre autofilia foi adotada em 1919.

- Os Concílios Ecumênicos estabeleceram uma regra, segundo a qual a divisão entre a Igreja e a administração deveria coincidir com as fronteiras dos povos que praticavam a Ortodoxia, levou à consagração das Igrejas desses povos.
Estes fatos históricos, jurídicos e canônicos não deixam dúvida, de que a Igreja Ortodoxa na Ukraina, como no seu tempo a Igreja Ortodoxa da Albânia, Bulgaria, Grécia, Geórgia, Polônia, Romênia e Sérvia, tem o direito inerente à autocefalia - como convém a Igreja Ortodoxa de um país europeu independente.

Mas há mais uma - dolorosa e urgente - razão para acelerar o processo de libertação da 
Ortodoxia Ucraniana sob o ditame eclesiástico de Moscou.

A razão para isto é a guerra russa contra Ukraina, a anexação da Criméia e a ação contínua das forças armadas russo-terroristas no Donbas.
Sob a influência da ideologia imperial-chauvinista degrada não apenas o Estado russo e sociedade russa: degrada também a Igreja Ortodoxa Russa, transformando-se num servo afetado pelos complexos imperiais do estado, parceiro de seus serviços especiais.

Formou-se uma situação paradoxal: no território da Ucrânia age estrutura da igreja, de fato subordinada à Igreja Ortodoxa Russa, e duas  Igrejas Ortodoxas Ucranianas (Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kyiv e Igreja Autocéfala Ortodoxa Ucraniana). São consideradas "não-canônicas" aquelas que, supostamente, não tem o direito de serem independentes, escolher o Patriarca canônico e iguais para se comunicarem com as Igrejas iguais de Países Independentes.

O grupo de iniciativa " Primeiro de Dezembro considera esta situação totalmente inaceitável e espera que a Igreja Ortodoxa na Ucrânia receba autocefalia o mais rápido possível.

Consideramos esta questão não apenas como um fator puramente religioso, mas também como um fator nas perspectivas de segurança espiritual e de perspectiva nacional-estatal da Ukraina.

Acreditamos, que a normalização do status canônico e da vida religiosa daqueles crentes ortodoxos que buscam reviver as antigas formas da devoção com a Igreja de Kyiv influenciará positivamente o clima espiritual da Ucrânia.

Esperamos que todas as questões complexas e controversas da organização administrativa da vida religiosa na Ucrânia sejam resolvidas de forma legítima, no campo legal e canônico de um estado soberano ucraniano.

O grupo apela à sociedade civil para apoiar os esforços do Estado ucraniano e líderes das
diversas igrejas  na criação da Igreja Ortodoxa Independente.
Chegou a hora não apenas de sonhar, mas de agir. História e verdade estão do nosso lado.

Participaram do Grupo Iniciativa "Primeiro de dezembro": Vyacheslav Briukovetsky, Ivan Dzyuba, Yevhen Zakharov, Joseph Zisels, Myroslav Marinovich, Volodymyr Panchenko, Vsevolod Rechitsky, Vadim Skuratovsky, Yuriy Shcherbak, Igor Yukhnovsky, Yaroslav Yatskiv.

A grafia dos autores foi preservada.

(Presados, o texto é complexo e bastante difícil. Traduzi apenas para dar uma idéia sobre o assunto, temo que haja alguns erros -OK)

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 2 de junho de 2018

Oleg Sentsov - prisioneiro ucraniano
Texto publicado em 02.06.2018)
Notícias da imprensa ucraniana.

Em 14 de maio, Oleg Sentsov anunciou greve de fome exigindo libertação de todos os presos políticos ucranianos na Rússia. Sentsov afirmou que, ou ele perece, ou suas exigências serão satisfeitas. Segundo o advogado, ele não exige sua própria libertação.
Através do advogado, Oleg Sentsov passou a seguinte declaração: "Eu, Sentsov Oleg, cidadão da Ucrânia, ilegalmente condenado por um tribunal russo, e permanecendo na prisão, na cidade Labitnangi, declaro greve de fome a partir de 14 de maio de 2.018. A única condição para o término da greve é a libertação de todos os presos políticos ucranianos na Rússia. Juntos até o fim. Glória à Ucrânia!

Máximo Butkevich: Perante o tribunal, Sentsov disse que 20 anos de regime estrito, somente Putin não aguenta.

Em 1º de junho, de 1918, o jornalista russo Shura Burtin anunciou o início de uma greve de fome em apoio a Oleg Sentsov. "Eu compreendo, que lá, as pessoas realmente arriscam a vida, eu não arrisco nada. Isso é apenas um tipo de ação, não uma observação forçada de morte de outra pessoa. Pelo menos a sensação de fome interrompe a sensação de vergonha". Ele tem a sensação, que se participarem algumas pessoas famosas, de importância, isto poderá, talvez, influenciar um pouquinho.

Em Tel Aviv, uma ação foi realizada em apoio a Oleg Sentsov.

Estados Unidos instam Kremlin a libertar Sentsov, Baluch e outros presos políticos.

"O que me assusta? A reação do mundo." (Gerashchenko, sobre presos políticos na Rússia.

Sobchak: "Ele está muito magro, pálido, mas muito confiante em sua decisão."

Ex-presos políticos Myroslav Marinovych e Zoryan Popadyuk compartilharam suas memórias e experiências da greve de fome no cativeiro.

O ucraniano Alexander Kolchenko, condenado na Rússia, por suposta organização de um grupo terrorista, declarou greve de fome exigindo a libertação de Sentsov. Kolchenko foi condenado para 10 anos de regime severo. Segundo sua mãe, parece que não se deve contar com simpatia e misericórdia da Rússia.

Ucrânia está pronta para entregar 23 russos, para libertar os ucranianos das prisões russas.

Oleg Sentsov, diariamente, recebe a visita do médico que analisa seu estado. Parece que o tratamento a Sentsov é um pouquinho diferenciado. Sua prisão localiza-se no Círculo Polar do Ártico. Melhoraram um pouco o aquecimento da câmera, mas sua saúde está prejudicada.

Vieram representantes da Procuradoria e Serviço Federal  para dissuadi-lo da greve da fome. Não adiantou.

Segundo seu advogado, Oleg exige que todos os presos políticos ucranianos sejam libertados na Rússia. Ele está pronto para ir até o fim e morrer de fome, sua própria libertação não exige, segundo seu advogado Dmitry Dinze, que visitou o ucraniano  na semana passada. Oleg Sentsov pretende seguir com a greve de fome até o final fatal. Ele desiludiu-se esperando algo dos governos ucraniano e russo, observou o advogado.

O prazo médio, quanto a pessoa pode sobreviver à fome, é de dois meses. O advogado diz que Sentsov calculou tudo, de tal maneira, que o final negativo ocorra durante a realização da Copa do Mundo da Fifa, na Rússia. Dinze diz que propôs a Sentsov outras ações no plano legal, mas ele recusou e decidiu usar o último recurso. 

À fome, Oleg Sentsov preparou-se por 1,5 meses. Ele se recusou dos produtos enviados pela família e amigos, e da possibilidade de aquisição de produtos na mercearia, reduzindo seu consumo. Assim que ele declarou a greve de fome, foi isolado segundo o regulamento da colônia.

Tradução: O. Kowaltschuk