segunda-feira, 21 de maio de 2018

​"Ou as minhas condições serão cumpridas, ou eu morrerei na colônia..."

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 17.05.2018
Ivan Farion

O prisioneiro político ukrainiano Oleg Sentsov deu um ultimato às autoridades russas.















                 Carta de Oleg Sentsov à liberdade antes do início da greve de fome.

Aprisionado por fabricadas acusações, o cineasta ukrainiano Oleg Sentsov (O tribunal russo aprisionou-o para 20 anos atrás das grades), começou greve de fome. Só parará a greve se Kremlin libertar todos os presos políticos ukrainianos de suas prisões. Segundo várias fontes, são aproximadamente oito dezenas na Rússia e na Criméia ocupada.

sobre seu passo radical Sentsov, que atualmente está detido na colônia "Urso Branco" da cidade russa Labitnangi (cinco mil quilômetros de Kyiv), disse em uma carta à sua prima. A declaração sobre a fome Sentsov concluiu com as palavras "Juntos até o fim! glória à Ukraina". Disse, que persistirá com suas exigências até o final vitorioso. "Ou minhas condições serão cumpridas, ou eu morrerei na colônia" - transmitiu as palavras do refém ukrainiano seu advogado.

À fome, Oleg começou a se preparar há dois meses, quando ele se recusou às entregas da liberdade (dos parentes). A irmã diz que ele não tem uma dieta normal, sente falta de vitaminas, não vê o sol. Que ele emagreceu, que seu cabelo começou cair e começaram esfarelar-se os dentes. 

Em 19 de março, a ex-candidata à presidência da Rússia, Kcenia Sobchak, enviou uma carta a Vladimir Putin pedindo-lhe que perdoasse 16 presos. Nesta lista havia dois ukrainianos, residentes da Crimeia ocupada, que foram acusados sem fundamento de terrorismo - o diretor de cinema Oleg Sentsov e o estudante Alexander Kolchenko.

Em respostas às notícias alarmantes de Labitnangi, o presidente ukrainiano, Petro Poroshenko, pediu às forças internacionais que pressionem Putin para "trazer prisioneiros políticos ukrainianos de volta para suas famílias o mais rápido possível".

Com o pedido de ajudar na libertação de Sentsov, Lyudmila Denisova, comissária de Direitos Humanos, dirigiu-se ao "ombudsman"  russo (é aquele que controla a atividade da administração estatal e órgãos da justiça na manutenção dos direitos da pessoa).

Oleg Sentsov não é o único ukrainiano que agora faz greve de fome em casamatas russas. A tal protesto, ainda em 19 de março iniciou outro cidadão da Criméia, Vladimir Baluch, que foi condenado a três anos e sete meses pelo poder ocupante da península. Da comida da prisão, Baluch recusou-se devido a sentença injusta e condições desumanas, espancamentos de prisioneiros, roubo de pertences pessoais, recusa da administração penitenciária da realização de exames médicos.

Com sua greve de fome expressou desprezo pelo regime de ocupação. Os deputados da Ukraina pediram ao prisioneiro abandonar a decisão radical. Para não acrescentar  sofrimento a seus parentes, o ukrainiano "abrandou" sua greve de fome: começou tomar dois copos de creme de aveia, 50 - 70 gramas de pão preto, e chá com mel. (Pode-se notar que não é comida fornecida na prisão - OK).

Enquanto isso, o ex-prisioneiro político, vice-presidente do Mejelis Akhtem Chyyhoz aconselhou Oleg Sentsov e Volodymyr Balukh desistir da greve. E citou argumentos: "... Não deve haver desespero", disse Chyyhoz. - Isto é luta, e ela pode durar um certo período. Mas o fato, que nós retiraremos todos das prisões russas, e esse terrorista colocaremos num beco sem saída, libertaremos nossos territórios - é inequívoco. 20 anos na prisão Sentsov não vai ficar. Todos os demais também não... Para Sentsov e Baluch vençam na sua frente, todos nós devemos dar-lhes força. Nós devemos convencê-los, que para vencer, eles precisam sobreviver. E para chegar à liberdade - precisa ter saúde.

Tradução: O. Kowaltschuk

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