sexta-feira, 6 de abril de 2018

Atr​ocidades, assassinato e impunidade: como a mãe permitiu a morte de própria filhinha e será que se arrepende?
Verdade Ukrainiana VIDA, 04.04.2018
Valeria Tatarchuk

Ela tremia de medo e chorava baixinho. 24 horas no canto, proibição até mesmo para virar para o lado a cabecinha.
Pelo pedido ao banheiro, um golpe na cabeça, do qual o rosto da Dianka, de cinco anos, cobriu-se com hematomas.
Neste tempo, em sua irmãzinha Veronichka, de dois anos, apagavam os cigarros.

O companheiro de sua mãe, Nazar Krasulya, de 35 anos, já por vários meses maltratava as crianças.
Em vez de proteger as meninas, a mulher ficava em silêncio. Mas quando as atrocidades tornavam-se tão violentas - saía da casa para fumar.

                  69% dos casos de violência sexual contra as crianças na Ukraina realizam-se em casa.

Vizinhos e moradores da aldeia Melnyky, na região de Chernihov, relatavam repetidamente, sobre os espancamentos, agressões e fome ao Serviço Social, exigiam retirar as crianças de Halina, pediam para protegê-las.

Afinal, todo o dinheiro, sete mil hryvnias, que o estado alocava para a manutenção das filhas, "aquela" bebia junto com o carrasco.

O serviço social não funcionava: ou o inspetor não podia entrar no quintal, por causa do cachorro, ou não havia ninguém em casa.

Assim acontecia até aquele dia fatídico no final de março de 2.018.

A menor Verônica, com algo aborreceu o homem e ele começou espancá-la. Para não ver aquilo, a mãe saiu da casa, deixando ao desamparo a pequenina sozinha com o homem e irmã de mais idade, que devido ao susto, escondeu-se num canto.

Nazar batia na criança por um quarto de hora. De golpes, inclusive na cabeça, o corpo de Veronichka entrou em convulsão e para que ela se acalmasse, Krasulya ficou em em pé, sobre a criança.

Por duas horas, a mãe com o desumano tentava trazer o corpinho à vida por umas duas horas. Mas, quando, finalmente, pediram o "rápido", disseram que a criança morreu de um ataque de epilepsia.

A menininha morreu.

Por duas horas, a mãe com o desumano tentaram trazer o corpinho à vida. Mas quando, finalmente, pediram o "rápido", disseram que a criança morreu de um ataque de epilepsia. (Prezados, esta não é a primeira reportagem, deste tipo, que eu leio. A "mãe" não é menos culpada que o seu "amigo". O dinheiro que o governo fornece, também não é tão pouco. Ela poderia fazer algo para vender, ou mesmo trabalhar algumas horas e não manter, junto às filhas um animal  - OK).

Fratura do braço, afundamento do cérebro, a criança morreu de muitas lesões corporais graves - a essa opinião vieram os médicos. A maior, Diana, em cuja presença mataram a irmãzinha menor, foi levada ao hospital com numerosos hematomas nas mãozinhas, perninhas e costas.

Nazar foi preso e deve ser julgado.

Mas pense - ele foi acusado de "assassinato não intencional" e lhe darão de 7 a 10 anos. Pela tortura brutal e assassinato de uma criança!


O DESUMANO PODE EVITAR PUNIÇÃO.

Às autoridades locais não é confortável a condenação de Krasulya - sobre isso dizem os moradores locais. Eles até assediaram a administração local.

As pessoas dizem que os cargos devem deixar também aqueles que fechavam os olhos às bestialidades e com silêncio cobriam o assassino. Eles exigem justiça.

Será que vale a pena esperá-la?

Topo do cinismo - reunião da comissão de serviço social.  Nos últimos dias de março, eles deviam decidir, sobre a remoção da irmã sobrevivente, da mãe.

Várias horas de transferência da responsabilidade, de um ao outro, e conclusão: a criança resolveram deixar com a mãe. A mulher, nesta história  é "o lado sofrido", e a filha não necessita nenhuma reabilitação psicológica, é suficiente que um psiquiatra venha visitá-la.

Mesmo o fato de que, em seus 5 anos, Dianka pesa apenas 13 quilos, não se tornou um argumento de negligência materna.

No dado momento, a mãe é a única pessoa com permissão para visitar Dianka. Mesmo à tia, que sempre preocupava-se com as crianças, não é permitido ver Diana, Mesmo ela pedindo.

A mãe, felizmente, não vem ver a filha. Portanto aguardamos uma audiência sobre privação dos direitos dos pais.

Eu, que sou mãe, com esta falta de legalidade, até perdi a voz. "Salvar a criança, levá-la ao centro de reabilitação, para protegê-la, afinal de contas" é o único pensamento, que estava na minha cabeça.

Eu até encontrei um advogado, que concordou em proteger os interesses da criança, mas - não é possível. Um acordo com ele deve fazer a parte lesada, ou seja, a mãe de Dianka, mulher que é cúmplice do crime. Ela não esteve no funeral da pequena Verônica, não visita Dianka no hospital, ela não se interessa,

E, a esta mulher deixam a guarda! Isto significa apenas uma coisa: se você é uma menina pequena e não pode proteger-se, o estado não se importa com você.

                              Mãe -- a única pessoa que permitem visitar Dianka, mas ela não vem.

VERDUGO ENTRE PRÓXIMOS E PARENTES

Nos últimos 5 anos, os casos de violência doméstica só aumentam - de 110 mil fatos o número aumentou para 165 mil.

Metade das mulheres e crianças abandonam os lares por causa da violência doméstica.

Eu nunca levantei a mão para nenhum dos meus filhos, é inaceitável para mim, mas eu já vi, várias vezes, grosserias entre outras mães, mesmo nos parquinhos.

Às vezes penso com medo: o que elas se permitem em casa, quando ninguém vê, ninguém não para ou condena.

Talvez, em algum lugar, por causa da minha indiferença, sofra alguma criança?

Eu penso, a morte de Verônica, de 2 anos, da região de Chernihiv - é culpa é de todos que não prestaram atenção e passaram pela criança que precisava de ajuda, que ouviram o choro e não chamaram a polícia, que não pararam a mão da mãe, num centro comercial, que levanta a mão sobre o seu filho pequeno.

BRUTALIDADE GERA BRUTALIDADE

69% dos casos de abuso sexual de crianças na Ukraina realizam-se em casa, em famílias incompletas e em crianças órfãs. É importante notar, que na maioria das vezes (40-50%) dos casos, o abuso sexual às crianças causam aqueles que "são seus em sua casa": são os parentes ou amigos próximos.

No entanto, os defensores dos direitos humanos são unânimes - isto é apenas 40% do quadro real.

Toda agressão, dor, raiva, ofensa, que se acumulam na injustiçada criança, não podem passar sem consequências. Cedo ou tarde elas se manifestam.

As estatísticas dizem: 90% dos violadores e verdugos sofreram violência e crueldade na infância.

Se a criança testemunha regularmente escárnio da mãe, a probabilidade de que, ela tentará suicídio aumenta em 6 vezes.

E ao espancamento da Dianka e falecida Verônica, às vezes se juntava o filho do companheiro da mãe, de 6 anos.

A mãe das meninas - pupila de um orfanato. E isto é mais um problema  dolorido de nossa sociedade: os formandos de internatos, na maioria - são pessoas com psique quebrada e ausência de valores.

Psicólogos e ativistas de direitos humanos acreditam, que o problema da violência contra as crianças é uma desgraça de países pobres. No entanto, a situação pode ser superada através de um trabalho com as crianças. Afinal, se as crianças são criadas na percepção de que ninguém pode prejudicá-las - nós criaremos outra sociedade. (A autora esquece mais uma causa de peso na formação da nação: o domínio russo que, para manter o povo submisso, não permitia o seu desenvolvimento pleno, pelo contrário submetia-o a inúmeras dificuldades - OK).

EXPERIÊNCIAS DO EXTERIOR

O caminho que Ukraina pode seguir hoje, em relação ao combate com a violência doméstica não é novo - muitos países europeus e os Estados Unidos tinham problemas semelhantes em seu tempo. Por exemplo, em 1979, a Suécia foi o primeiro país no mundo em proibir a punição física de crianças.

Hoje, todas as formas de violência doméstica são criminalizadas. Você pode ser preso até mesmo por ameaças mal explicadas. Por violação de uma proibição judicial você pode pagar uma multa ou até um ano de prisão. Se você levantar a mão, poderá receber, no mínimo, uma multa, no máximo - de seis a dez anos de prisão.
Na França, em dezembro de 2016 entraram em vigor as alterações à lei que proíbem qualquer uso de violência contra crianças: psicológicas, físicas, econômicas e sexuais.

No entanto, apenas as consequências visíveis e graves são puníveis. Se a criança tem menos de 15 anos de idade, então, por violência contra ela, dependendo da gravidade das consequências, pode-se receber de 5 a 20 anos de prisão. Se a criança tem mais de 15 anos, a punição pode variar de 3 a 15 anos.


 Se as crianças são criadas na percepção de que ninguém pode prejudicá-las - nós criaremos outra sociedade.

ONDE NA UKRAINA PROCURAR AJUDA

Se você é testemunha de violência doméstica, maus tratos com crianças, ou sozinho é vítima de maus tratos - não tenha medo e não protele. Existem organizações que ajudarão nessa situação.
Uma delas é a organização pública "La Strada Ukraine", que ocupa-se com as questões de proteção dos direitos de crianças, mulheres, combate o tráfico de pessoas e combate a violência doméstica.

No caso de perigo para sua vida, saúde física ou mental ligue para o número ... Você não ficará sem ajuda.

     Se as crianças são criadas na percepção de que ninguém pode  prejudicá-las nós criaremos                                                                     outra sociedade.

JUSTIÇA A QUALQUER PREÇO

A menina Diana, que até hoje está no hospital, está com muito medo. A menina sente horror pelos homens. Aos médicos Diana diz, que Nazar não batia nela, somente a "educava". A pedido para demonstrar, freneticamente dá palmadas na mão do médico.

Os especialistas dizem, que trabalhar com o trauma psicológico de uma criança levará muito tempo e será muito difícil.

Em qualquer caso, Diana não deve voltar para família ou ser enviada para um colégio interno. Agora, o mais importante para ela é obter ajuda qualificada em um centro de reabilitação, onde será cuidada, tranquilizada e apoiada.

É extremamente importante que esta tragédia assustadora não se torne uma questão esquecida. Os inumanos, que matam e escarnecem, devem receber punição merecida.
Os assistentes sociais também devem responder à lei: todos, que com sua inatividade permitem o acontecimento trágico.
E o sistema judiciário deve mostrar que funciona em prol da justiça e não da impunidade. Porque, se casos tão ressonantes serão "menosprezados", então onde buscar justiça para milhares de vítimas de violência.

Valeria Tatarchuk, chefe do fundo de caridade "Seu apoio", especialmente para Verdade Ukrainiana Vida. 

Tradução: O. Kowaltschuk

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