Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 03.08.2016
Natália Kravchuk
Por que o Sejm polonês fechou os olhos para as atrocidades aos ukrainianos, durante a tragédia de Volyn durante 1943?
A Anna Ishchuk, 91 anos, diariamente lembra sore as atrocidades polonesas a fileira de sepulturas em frente a janela. |
Da morte salvou... javali.
A dor não desaparece nos corações dos moradores das aldeias vizinhas Malenivka e Marianivka da região Rozhyshchensk. Seus pais, avós-avôs, irmãos-irmãs, os poloneses vieram matar na festa de Andrii Pervozvannei, 13 de dezembro. Na véspera os jovens preparavam-se para "vechornetsi"
(Nas aldeias ukrainianas, no outono e inverno, os jovens reuniam-se, nos dias de semana, para trabalho e divertimento, nos dias santificados para divertimento - OK), mas, pelal manhã a aldeia estremecia de gritos e lágrimas, desmaiava com o cheiro de sangue.
Testemunhas daquele drama hoje, entre os vivos sobraram poucos. Mas, desde as primeiras palavras sobre dezembro de 43, em cada um deles aparecem lágrimas nos olhos.
Deus, o que foi aquilo, começa o relato um dos mais novos testemunhos daquela tragédia, Mykola Nazarchuk, 77 anos. Quando os poloneses vieram destruir Bohushivka (antigo nome da aldeia Malenivka), ele tinha apenas 4,5 anos. - Atacaram a aldeia. Mataram 26 pessoas.
Ele era uma criança pequena, mas até hoje guarda lembranças horríveis.
Veio o polonês com uma arma de fogo grande, vejo como se fosse agora. Minha mãe pegou-me pela mão e disse: Por que, para ele sofrer?". O polonês disparou uma, duas, três vezes. (A arma apresentou falha na ignição - Ed.)! Os poloneses pegavam tudo o que viam - xales e mantas, cobertas e lãs, porcos também levavam. Nós não fomos fuzilados, porque um veio correndo e disse ao que atirava: "Vamos, não conseguimos colocar o porco na carroça". O nosso porco pesava dois quintais métricos e meio.
Perante seus olhos infantis mataram a tiro sua tia. Ela estava com a criança junto ao berço. Teve pena de entregar seu casaco ao polonês, porque era inverno. Ele pegou o casaco e sua vida.
Os poloneses íam para Bohushivka a noite. Dizem, próximo a Peresly (cerca de oito quilômetros de Malenivka) reuniram-se uns duzentos. No caminho os pararam... alemães, que guardavam a travessia ferroviária. Então os poloneses, com carroças, desviaram através de Bortiahivku. Isto atrazou os assassinos por algumas horas. Se, de repente, entrassem na sonolenta aldeia, será que alguém teria sobrevivido?
Anna Ishchuk, 91 anos, vive em Malinivka, em frentee ao cemitério. As janelas de sua casa estão de frente para duas fileirass com dezenas de sepulturas, com diferentes datas de nascimento, mas a mesma data da morte. Todos os enterrados morreram naquele dia sangrento - Santo André, 13 de dezembrode 1943.
Nós criávamos porcos. O pai disse: "Se eu estiver em casa, talvez nãoo peguem nada". E nós, com a mãe, três crianças, fugimos para Bortiahivku. Lembro, quando voltamos para aldeia. Vejo, o pai deitado debaixo da janela, do lado de fora. Atirado, deslizou pela parede, - lembra Anna Efimovna - Ao redor todos choravam - em um único dia muitas pessoas foram mortas. Havia dois irmãos, Fedos e Kindrat Antoniuk, a eles braços e pernas deslocaram das articulações, tanto os torturaram.
A famaília de Mykola Nazarchuk conseguiu salvar-se. A mãe rapidamente juntou alguns pertences, e assim que se ouviram os primeiros gritos na aldeia - eles fugiram para Bortyahivku. No início do ano 2000 o pai ajudou concluir a lista dos campoeneses mortos naquele dia. Então contaram, que as vítimas foram vinte e seis.
Atiraram na cabeça da menina que abraçava o pai.
Compartilha as memórias daquele terrível dia a moradora da vizinha Bohushivka-Marianivka Maria Sinyuk. Quando tudo aquilo acontecia, ela tinha dezesseis anos.
- De manhãzinha veio o vizinho e diz: provavelmente, são os poloneses que vão para Raymisto (aldeia na região de Rozhyshche - Ed). Podia-se ouvir como as carroças fazem ruído. Assim que o dia clareou o irmão foi ao celeiro - os poloneses já estavam aqui. Ele grita: "Fujam!". Nós - em casa, pegamos o que alguém conseguiu, e saímos. Havia lama congelada, e nós quase todos descalços. Cinco correram para um monte de feno, no qual havia um esconderijo, já que havia guerra. Queríamos nos escnder, mas o irmão não deixou, disse, os poloneses vão queimá-lo. Nós - à vala, através da pinguela, à ilhota. Lá nós nos escondemos sob os montes de feno. O irmão trouxe cachaça, com ela nos esfregava os pés, enrolamo-nos nos casacos de pele, defendíamo-nos do frio. A aldeia está em chamas, nossos bois andam nas margens de Stokhid. Enfim, pensamos, nossos mãe e pai já não existem, porque conosco eles não estavam.
Quando tudo ficou quieto, as crianças saíram do monte de feno e voltaram para casa. As janelas estavam destruídas, e na rua... a mãe chora: "Onde vocês estavam, filhos?" Quanta alegria houve quando ela viu todos vivos e bem! A mulher contou que salvou-se na cozinha, atrás do forno.Ela ouviu quando à porta vinha um polaco. Ele viu que as janelas já estavam destruídas (significa que aqui já vieram outros, fizeram o serviço sem ele), então foi embora. A mãe contou, que os bandidos mataram Olga, a amiga da Maria e a prima Liúba, que viviam nas casas vizinhas.
Entraram na casa, Liúba estava no canto, toda cabecinha destroçada. Seu pai anda e lamenta-se. Liúba era única filha. Quando o polaco tencionava atirar no vizinho, Liúba abraçava-se a ele. A bala veio direto à cabecinha da Liúba.
Sim, foi tão terrível, que nem posso contar facilmente - diz a avô Maria. - Na casa, do outro lado da rua estava minha amiga Olga. Quando ela viu que mataram o pai, resolveu fugir. Assim que chegou atrás do estábulo, um polaco da rua atirou - e ela morreu. O pai da Olga sobreviveu, apesar de que recebeu ferimento no pescoço. Numa casa puseram no quintal cinco pessoas, - continua a vovozinha - Queimaram a casa e as pessoas colocaram na rua e atiraram nelas. Havia entre eles mais um rapaz. Ele recebeu ferimento na mão e começou gritar. O polonês aproximou-se e matou-o. O outro também foi ferido mas não gritou. Permaneceu vivo. O pai de Maria Zinyuk era artesão. Quando na aldeia começou o tiroteio, tentou fugir mas foi pego. Pegaram Ivan Khomovych em frente da casa da irmã. O marido tinha um armazém de grãos. Os poloneses enchiam os sacos e mandavam Ivan carregá-los até o carro. Ele levava, mas ainda apanhava, batiam com força. Ele sofria, mas surgiu um momento e ele fugiu. Escondeu-se no chiqueiro.
Depois que os polacos foram embora de Marianivka, Ivan Khomovych voltou para casa e começou fazer caixões (para os mortos).
- Tudo foi como depois de um grande trovão, - chora avó Maria. No nosso quintal sete caixões, o pai fazia. Vinham pessoas, pegava quem precisava.
"Os guerrilheiros russos" deixaram as pessoas em apuros.
Teodósio Naumchuk, da mesma aldeia, de manhãzinha foi pescar. Ele lembra:
- Eu fui para o rio ao amanhecer. O primo, correndo, diz: "Irmão, fuja, os polacos vem". Já se escutava os tiros. Aqui corriam as crianças, os velhos, e os jovens. Apesar de que era inverno, a geada não era forte. Eu sabia bem, onde a água congelou, onde ainda não. Então ajudei a todos que corriam. Com certeza, cincoenta pessoas, não menos.
Pelo rosto do avô, preso na cama, corre uma lágrima. Não podia não lembrar dos guerrilheiros.
- Próximo da aldeia havia 36 guerrilheiros russos. Nenhum veio nos proteger, - com reprovação na voz diz. - Escondiam-se nas proximidades, a menos de um quilômetro da aldeia. Todos sabiam em casa de quem estavam. A eles correram meu primo e meu irmão mais velho. Então, eles os seguraram até de tarde, até que tudo acalmasse, as pessoas apanhassem. E, em segundos as lembranças do velhinho pintam mais um quadro. Como morreu o tio Stepan (os bandidos mataram no campo), os corvos começaram chegar, mas o cachorro vigiava o corpo e espantava os corvos, para que não bicassem os olhos...
Aos velhos permitiram rezar.
Os poloneses queriam matar meus pais. Eles ficaram em casa, não fugiram. Meu irmão escondeu-se no porão, feito na terra em frente ao forno, os pais dentro da casa. Vieram os poloneses queriam atirar neles. Então o pai pediu para rezar. Quando nós chegamos em casa, cinco cartuchos estavam no chão! O pai mostrou: "Vejam onde a nossa morte estava". Todos os cinco falharam... E aqueles polacos deixaram os pais e foram à casa vizinha. Verdade, da casa levaram tudo. Cavalo e javali para dois quintais méricos.
Não se perde na velha memória o nome do polonês local, que apontava aos poloneses onde as pessoas arrumavam os esconderijos. Um estava disfarçado no campo. Os aldeões cavaram adega e habilmente a disfarçaram: na porta jogaram terra e semearan cereais. As pessoas que se escondiam ali, ouviram os passos do inimigo. Mas ele, andou para um lado e outro, cuspiu, e disse que não conseguia achar o esconderijo, e foi embora. Lá sobreviveram várias almas.
Os véus faziam de gaze.
Os polonses "trabalharam" em Bohushivka e Marianivka até uma da tarde.Depois fugiram.
- E começaram trazer, os mortos, à noitinha, precisava vestí-los.
As pessoas vinham, carregavam roupas. A irmã de Liuba amarraram bem o lenço porque atiraram em sua cabeça. A Olga fizeram uma coroa de flores, véu de gaze - vestiram como noiva, - lembra aqueles tempos terríveis Maria Zinyuk.
A vovozinha diz que os ataúdes na aldeia ficaram três dias. Porque os alemães andavam de casa em casa, verificavam se eram os poloneses que bateram nos camponeses, se não havia guerrilheiros. Mas quando viram as crianças fuziladas, deram permissão para enterro de todos.
Cemitério havia em Bohushivka (atual Malenivka). Todos os caixões colocaram em fileira. Ainda não conseguiram baixá-los nas covas quando sobrevoou avião alemão. Tão baixinho bramiv, que os aldeões quiseram fugir.
- O padre disse: "Gente, não fujam. Que aconteça conosco o que acontece a todos", - lembra a avó Maria. - E as pessoas voltaram.
Nós conversamos com ela várias horas. Não percebemos quando o sol começou a rolar para o horizonte. Vendo o crepúsculo além da janela, ela respirou com dificuldade.
- Quando deito para dormir, tudo está diante de meus olhos, aqueles caixões levam...
Atiraram em mulher grávida que salvava uma porca prenhe.
Mas antes desta tragédia foi queimada a aldeia Rudka-Kazynska, também da região Rozhyshchensk. A aldeia foi transformada em cinzas, mataram 13 pessoas. Foi em 9 de julho de 1943.
Os idosos contam, que vinha um bando de Peresly em vinte carroças. Jogaram´se todos na Mykhailivka e rua Gusta, a qual depois, por muito tempo chamavam "Queimada". Três rapazes e uma moça morreram imediatamente, mas a quinta, Milia, gemeu longamente. Ela segurava nas suas mãos... seus intestinos e pedia água.
Os poloneses atiravam em todos, em quem não conseguiu esconder-se nos campos de centeio. Queimavam a casa, o gado, mas os implementos levavam. Juntando um rebanho pediram para levá-lo a outra aldeia para um rudentsya (Não encontrei explicação para esta palavra. Parece ser adjetivo pátrio - OK). Ele tinha que obeder. Mas quando o gado passou pela passagem de nível, que foi fechada diante do nariz dos polacos, porque vinha um trem, o homem fugiu para floresta. Compreendia, que por ele esperava a morte iminente. Então parte do enlouquecido bando voltou e queimou o restante das casas. Vendo num dos quintais uma mulher grávida, que voltou para liberar a porca prenhe, também não pouparam. Próximo de uma casa, sob a palha havia um esconderijo. Então, as pessoas que ali se escondiam sufocaram devido ao fogo.
Entre os mortos meu avôzinho - padre.
Enquanto os ukrainianos foram destruídos na nossa terra, terra de nossos antepassados - Kholmshchyna! Queimaram dezenas de aldeias, assassinaram centenas de pessoas. Entre os assassinados pelo bando polonês mataram e esquartejaram em Laskov. "Culpado" porque veio à aldeia para enterrar os ukrainianos mortos... Depois de
Terrível história de sua família, expulsa de Kholm, conta o morador de Perespe, do distrito Rozhyshche Volodymyr Tuz. Seus pais moravam na aldeia Shekhovychi. Então Volodymyr ainda não havia nascido, os pais cuidavam de duas filhas. Quando os polacos começaram matar as pessoas e queimar as casas, os pais com as meninas esconderam-se no esconderijo que as pessoas fizeram entre a vegetação. Camuflaram bem mas os poloneses seguiram os que corriam por último. Trouxeram sob a porta acolchoados de pena e incendiaram.
O pai tentou sair - lhe deram com a coronha nos dentes, ele caiu - e as pessoas puxaram pelos pés, de volta para o esconderijo. Ele com a mãe abraçou as irmãs - e assim todos desmaiaram. Mas os pais caíram com o rosto na terra. E como eles respiravam através daquelas bolotas de terra, permaneceram vivos, funcionou como filtro. As irmãs morreram, e sob a casa foram enterradas, - diz Volodymyr. - Eu nasci depois da guerraa. Muito pedi ao pai, para ir até lá, para ver tudo - mas ele não quis. Dizia que os poloneses queimaram a aldeia completamente. E, as pessoas, que permaneceram vivas, comiam cadáveres de porcos, e ate´de pessoas.
Tais histórias terríveis, que expõem atrocidades sangrentas dos poloneses, há muitas. Terrível massacre sem sentido. Massacre polonês de ukrainianos. Mas sobre este massacree lá, além do Bug (rio), silenciam. Sua crônica da tragédia de Volyn os historiadores de lá, começaram compor imediatamente após Segunda Guerra Mundial. Nós nos atrazamos há mais de meio século - os investigadores ukrainianos começaram estudar esta página apenas após a independência da Ukraina. Em 2003, ao 60º aniversário da tragédia de Volyn os presidentes polonês e ukrainiano, Kwasniewski e Kuchma assinaram uma declaração conjunta - reconciliação. Nela, em particular, estavam as palavras "Pedimos perdão e perdoamos". Nós últimos anos este tema diminuiu. E aqui novamente, aguçadamente e unilateralmente, decidiram levantá-lo os poloneses. (Este assunto voltou com a chegada do atual governo polonês. Polônia acusou os ukrainianos de genocídio. O fato é que uns matavam os outros, porém, os ukrainianos não íam à Polônia matar os poloneses! - OK).
Tradução: O. Kowaltschuk
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