quinta-feira, 11 de agosto de 2016

"Nós não temos nenhuma dúvida, que estas - vítimas de repressão da NKVD" - historiador sobre a descoberta em Lviv.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 10.08.2016
Halyna Tereshchuk

Lviv - por mais de sessenta anos permaneceram na terra, no pátio do museu memorial da "Prision on Lontskoho", os restos de doze pessoas. Agora eles foram descobertos durante a escavação. Os pesquisadores, no entanto, falam sobre um número bem maior de pessoas. Até o dia de hoje cavaram dois buracos. De acordo com informações preliminares, os restos podem pertencer a pessoas que sofriam repressões do NKVD.

Orestes-George Yarynych examina i o pátio da prisão. Aqui, nos anos 1949 - 1950, ele e outros prisioneiros, eram levados para a rua Lontskoho por 10 - 15 minutos para passeio. O homem foi condenado pelos órgãos da NKVD pelo apoio à Organização de Nacionalistas Ukrainianos. Saiu para liberdade depois do funcionamento dos campos de Mordovia em 1953. (Os campos políticos da Mordóvia, também chamados "Dubravlah", funcionavam além da Mordóvia, em várias regiões da União Soviética. Havia, também, outros campos para prisioneiros políticos - pesquisa OK).

"Eu sabia, que nesta prisão fuzilavam aqueles, que assim "heroicamente" em junho de 1941 fugiram dos alemães, isto é NKVD. Meus pais contavam, que aqui tudo estava em sangue, quando vieram os alemães, as pessoas levavam para fora os corpos dos familiares mortos. Meu pai e minha mãe vieram aqui, eu, eles não levaram, mas eu sabia o que acontecia aqui. Meu pai também foi preso", - diz o homem.

"As pessoas também eram baleadas em suas celas, faziam diversos tipos de atrocidades - abriram a barriga do padre e lá colocaram um bebê, uma crucificação... Isto foi aniquilação da flor da nação", - compartilha memórias o ex-prisioneiro político Orestes-George Yarynych.

"Isto - são vítimas de repressões políticas da NKVD".

A alguns dias no pátio do museu, onde antigamente acomodou-se a prisão, começaram escavações. Sobre o fato de que aqui havia pessoas enterradas, prisioneiros, ainda há 15 anos dizia à Rádio Liberdade a prisioneira política, figura pública Iryna Kalynets, que também esteve aprisionada numa das câmaras na "Prisão no Lontskoho".

No ano passado, parte do território examinaram os investigadores, mas nada foi encontrado. Mas, recentemente, no meio do pátio, num local encontraram os restos de duas pessoas, no outro - dez. Mas isso ainda não é tudo, diz o diretor do museu "Prisão no Lontskoho", o historiador Ruslan Zabily.


"Nós não temos nenhuma dúvida, de que estas são vítimas da repressão política da NKVD dos anos 40 - 50. Nós não podemos dizer com certeza, se este é o período 1939 - 1941, ou mais tarde, a partir de 1944. Nós poderemos estabelecer, quando limparmos completamente a inumação e a abrirmos totalmente. Hoje, num dos restos foi encontrado um documento, com ele trabalham os restauradores. Isto - impressão soviética, letra círílica, escrito com tinta. O documento está em mau estado, mas restaurado, saberemos a data do enterro. Talvez, com sorte, saberemos o nome da pessoa", - diz o cientista.

Já é sabido, que foram encontrados os restos de pessoas civis, eles estavam dispostos aleatoriamente, o que leva os investigadores a acreditar, que assim fazia a NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos ou Ministério do Interior da URSS), jogando os corpos no buraco. Também durante as escavações foram encontrados involucros de cartuchos soviéticos. Os restos humanos foram cobertos com várias camadas de terra e resíduos de lixo comum, entre o qual há objetos do período soviético - garrafas, copos, panelas.

"Porquanto não havia terra suficiente, então traziam lixo, aparentemente, de Lviv. Os enterros realizavam-se em câmadas: restos, terra - e assim três vezes. Quantos exatamente há aqui restos de pessoas é difícil dizer, os restos que vão à profundidade e parede da escavação. Agora estamos a uma profundidade de dois metros e meio. O fosso então cavaram profundo e o cobriam com lixo e terra", - diz Volodymyr Khavchuk, reprsentante da busca corporativa "Destino".

Esperam estabelecer nomes.

"Por quase setenta anos, algumas famílias não conhecem o destino de seus parentes, aprisionados e detidos em seu tempo na "Prisão no Lonstskoho". Tomar conhecimento de pelo menos alguma verdade pode-se dos documentos que estão armazenados no arquivo central do Ministério de Assuntos Internos (MIA). Eles, finalmente, foram abertos mas, por enquanto, nenhum dos cientistas ainda lá não trabalhou. O arquivo do MIA é três vezes maior que o arquivo do SBU (Serviço de Proteção da Ukraina), é valioso porque, dele saberemos sobre as atrocidades cometidas pelas autoridades soviéticas.

Para quem pertencem os restos humanos encontrados no pátio da prisão somente poderá ser descoberto com o exame do DNA com o consentimento dos parentes, os quais acreditariam que estes poderiam pertencer a alguém da família.

Não apenas na região de Lviv, mas também em outras regiões da Ukraina há muitas valas comuns do período soviético, ainda não reveladas.


"Este não é o último sepultamento. O nosso grupo trabalhou na região de Rivne, porque há testemunhos de moradores, que lá foram sepultadas vítimas da NKVD. Revelou-se a mesma situação que em Lviv - no pátio da prisão. É necessário investigar os territórios, onde haviam acomodações do sistema punitivo, cemitérios especiais. A partir da experiência pode-se dizer, que até 1945 enterravam nos pátios dessas acomodações, depois de 1945 já levavam os corpos das pessoas além dos edifícios," - disse Svyatoslav Cheremet, chefe da empresa de pesquisa "Destino".

O Museu Nacional "Prision on Lonstskoho" foi criado na antiga prisão, onde desde 1919, na rua Lonstskoho estavam aprisionados os presos políticos durante o governo polonês, austríaco, soviético e alemão (De todos estes povos o povo ukrainiano recebeu sofrimento na sua própria pátria -OK). De setembro de 1939 até o final de junho de 1941 aqui dirigia NKVD, cujos trabalhadores incluíam a repressão política. Durante apenas seis dias, desde 22 a 28 de junho de 1941, na prisão, a NKVD, antes da chegada das tropas alemãs, matou cerca de 1.700 (um mil e setecentas) pessoas. Tais museus de vítimas dos regimes de ocupação, na Europa Oriental, além de Lviv, há em Berlim e Vilnus. A prisão na Lonstskoho era considerada a mais brutal em Halychyna (região da Ukraina).

Tradução: O. Kowaltschuk

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