domingo, 14 de agosto de 2016

Putin quer mudar o governo em Kyiv.
Radio Svoboda (Radio Liberdade), 12.08.2016
Paul Felhenhauer

O agravamento atual da situação político-militar na Criméia pode transformar-se numa guerra regional em grande escala entre Ukraina e Rússia. Tal opinião em entrevista à Rádio Liberdade expressou o militar e comentarista russo Paul Felhenhauer.

Na quarta-feira, 10 de agosto, o Serviço de Segurança da Rússia informou que na noite de domingo, perto de Armyansk, que localiza-se no norte da Criméia ocupada, deteve um grupo de "sabotadores" de 15 pessoas. No tiroteio morreu um russo. De acordo com o FSB, na noite para segunda-feira, houve duas tentativas de ruptura de "grupos de sabotagem e rconhecimento" atraves da fronteira, com o uso de armas pesadas. No departamento argumentam, que os "sabotadores" foram treinados diretamente pelo Ministério da Defesa da Ukraina. Kremlin oficial acusou Kyiv de "passar para prática do terrorismo".

Kyiv rejeitou as acusações de terrorismo e apelou ao Conselho de Segurança da ONU. O presidente Petro Poroshenko ordenou trazer as tropas ukrainianas a Donbas e próximo à fronteira administrativa com a Criméia, em prontidão para combate completo.

O observador militar russo Paul Felhenhauer comentou os acontecimentos recentes na Criméia e prognosticou uma possível escalada do conflito na região.

"Um maior crescimento da tensão é perfeitamente possível na situação atual. É provável que a escalada militar se transforme em uma guerra regional de grande escala. Por exemplo, não se exclui a marcha das tropas russas à Odessa, com o objetivo de criar um corredor para Transnistria", - acredita o especialista.

Segundo ele, a probabilidade de futura grande guerra entre Rússia e Ukraina é de 50 por cento: "O grande perigo é que, ao contrário do conflito no Donbas, agora acontece um confronto aberto entre dois Estados soberanos. As últimas declarações de Putin ao endereço oficial de Kyiv testemunham sobre sua intenção de mudar lá o poder. Tudo deve ser resolvido dentro de algumas semanas. Depois de outubro é improvável que Moscou fará ações militares".

O especialista militar acredita, que para agressão, Kremlin hoje conta com favoráveis condições internacinais: eleições nos EUA, Brexit no Reino Unido, crise migratória naEuropa.

Putin tentará usar o momento, em que o Ocidente dividido não estará em condições de implantar novas sanções contra Rússia - diz Felhenhauer. - O principal objetivo continua o mesmo - conseguir, que Ukraina pare o processo de integração européia. Para cnseguir isto, Putin poderá utilizar métodos de força.

Manobras crimeanas de Putin. Ukraina espera pela guerra em grande escala?
Radio Svoboda ( Rádio Liberdade), 11.08.2016
Petro Kraliuk


O fato de que 2016 será muito difícil para Ukraina em seu confronto com a Rússia, poderá não haver dúvida. É agora que Putin e sua equipe realizam suas conquistas dos anos passados de 2014 e 2015. E, parece, que eles conseguem alcançar o sucesso na arena internacional, e também na desestabilização da situação dentro da Ukraina. Se falarmos de sucesso da política externa, um dos últimos é "reconciliação" com a Turquia.

Putin também espera, que nos países do Ocidente, ao poder virão forças que simpatizam com ele e, então, será possível atualizar a ofensiva na Ukraina.

Quanto à situação interna da Ukraina, o atual governo não conta com apoio, as instituições do Estado não tem suficicente autoridade. Obviamente, o governo da Rússia espera por uma explosão social na Ukraina - e então será possível, facilmente, cometer a agressão.

"Incidente na Criméia" como provocação de agressão?

Atuais eventos na Criméia são bastante reveladores neste plano. É um dos elos da guerra da Rússia contra Ukraina - nem mais nem menos. Seu dúvida, é provocação. O lado mais fraco "ataca" o lado mais forte, para que este responda com agressão. Isto já aconteceu - e não somente uma vez. Não é primeira vez que com este cenário  Rússia desencadeia a guerra. No entanto agora tais ações - crise de gênero. Quem, a sério, no mundo, aceitará a estória, que o lado ukrainiano cometeu ataques terroristas na Criméia? Talvez, os crédulos cidadãos russos, que firmemente acrditam na propaganda russa. E mais - "idiotas úteis" no Ocidente, que amam Putin.

Terão capacidade os dirigentes da Rússia agora iniciar contra Ukraina uma guerra em grande escala? À primeira vista, há certos motivos para tal.

Primeiro, há sinais de inquietação porque nas fronteiras orientais da Ukraina e Criméia Rússia aumenta as forças armadas. Também, não longe destas fronteiras são realizados grandes treinamentos militares.

Segundo, o  "monolito ocidental" (países ocidentais) que apoiam Ukraina, deu algumas rachaduras. Aqui vale a pena lembrar também o referendo holandês, a visita a Criméia do parlamento francês, a resolução de "genocídio" do Sejm polonês, a visita de Putin a Eslovênia e, afinal, a recente visita de Erdogan à Rússia.

Terceiro, a atenção da mídia mundial está focada nos Jogos Olímpicos. Então, por que neste cenário ruidoso não cometer uma nova agressão contra Ukraina? Algo semelhante houve em seu tempo com a agressão russa contra a Geórgia.

Quarto, ultimamente, em Kyiv abalava-se e abala-se a situação. Isto é: "demonstração tarifária" dos sindicatos, e "procissão sagrada" do Patriarcado de Moscou em Kyiv, e processos judiciais explosivo-perigosos contra aydarivtsi e tornadivstsi (de Aidar e Tornado - algumas pessoas que pertenciam a estes grupos militares voluntários que lutavam pela Ukraina, mas, na prática, revelaram-se perigosos bandidos, partícipes de crimes, tórturas, narcóticos, rapto, violação... ) Finalmente - protestos que organizou Nadia Savchenko. A última é um bom indicador de operações especiais de Putin. Se esta digna senhora começa ficar ativa então é esperar problemas do lado russo (Eu tenho curiosidade, quase certeza, quanto ao verdadeiro papel dos advogados da Savchenko - pareciam ser verdadeiros amigos da prisioneira, até trabalharam de graça, já que ela não tinha meios para pagar. Especialmente com um deles ela mantinha longas conversas. Eram eles a favor da Rússia, plantados pelo governo de Putin? Afinal, procuraram-na e ofereceram-se para defendê-la gratuitamente, por quê? OK).  Finalmente - protestos, que organizou Nadia Savchenko. O último é um bom indicador de operações especiais de Putin. Se esta digna senhora cmeça ficar ativa - então é esperar problemas do lado russo.

Será que uma grande guerra espera pelos ukrainianos?

No entanto, nós vemos, que Rússia, normalmente inicia a guerra, quando o inimigo está enfraquecido. Estará, agora, Ukraina suficientemente enfraquecida e sua frente de apoio no Ocidente, para fazê-lo?

Apesar de todos os problemas e significativo nível de desconfiança da nação, em relação ao poder, a situação na Ukraina não conseguiram balançar significativamente. Assim chamado "Terceiro Maidan" não aconteceu. Apesar da desconfiança em relação ao governo atual, é generalizada na sociedade a compreensão, que a destruição das instituições governamentais, a revolução da vez pode não só piorar a situação, mas na atual guerra com a Rússia pode levar à catástrofe o Estado ukrainiano. Hoje podem haver ações locais de protesto, mas eles são susceptíveis de se transformar em grande escala. Especialmente no verão, quando a atividade de protesto não é alta. Assim, na presente situação, Putin não conseguirá, com as "mãos" levar Ukraina como foi em 2014 - esperar um blitskrieg não há nenhuma razão. E envolver-se em grande escala e conflito prolongado, agora, é pouco provável ser necessário.
(Blitzkrieg, palavra alemã, significa guerra relâmpago. Foi criada no início do século XX, de acordo com a qual a vitória é alcançada em termos calculados, em dias ou meses, antes que o inimigo se mobilize e implante suas forças principais - Pesquisa Google - OK)

Quanto ao "monolito ocidental" que, apesar de todas as suas fendas, "fadiga da Ukraina", massa de seus problemas, os países do Ocidente continuam a apoiar o nosso país. Afinal de contas, os vizinhos ocidentais da Ukraina entendem que, se Ukraina cair sob os golpes do agressor russo, poderá chegar até eles. Não convém superestimar  o apoio pelo lado ocidental, como não convém menosprezar. Se Putin decidir pela agressão contra Ukraina, haverá reação do Ocidente - pelo menos na esfera de sanções econômicas. Será que isto é necessário à Rússia agora, cuja situação econômica não é brilhante?

O incidente da Criméia "cria possibilidade para agressão russa. No entanto a probabilidade de que esta possibilidade se torne uma realidade - é baixa. Parece, que este tipo de manobras é peculiaridade de Putin. Ele observa qual será a reação da comunidade mundial, e também da Ukraina, para esta provocação, "apalpa" os pontos fracos do nosso país e de nossos aliados. Não é excluído, que ele tentará apresentar Ukraina como "estado-Terrorista", para enfraquecer o seu apoio ocidental e alcançar, pelo menos, levantamento parcial das sanções. Aqui, naturalmente, muito dependerá das autoridades ukrainianas. Por enquanto a sua reação parece bastante adequada. Temos declarações de altos funcionários do governo, incluindo o presidente, sobre o "incidente da Criméia", bem como a ação do governo quanto a preservação da estabilidade no país.

Claro, as questões com o "incidente da Criméia" não se limitarão. Vale esperar outras surpresas de Putin. Especialmente no 25º aniversário da independência. Afinal, para os russos, o simbolismo na atual guerra hibrida pesa muito. No entanto não devemos temer isto. Não é tão poderosoo Putin como pinta sua propaganda russa. E Ukraina já aprendeu guerrear um pouco. Resta aprender como ganhar.

Petro Kraliuk - vice-reitor da Ostrozka Academia.

Putin após a declaração do FSB da Rússia sobre Criméia: Ukraina caminha para o terror.
Notícias internacionais, 10.08.2016


O presidente Vladimir Putin disse que Ukraina não busca uma solução negociada, mas caminha para o terror.
Ele denominou preocupante a afirmação do FSB da Rússia (Serviço de Segurança Nacional) sobre os preparativos da Ukraina "ao ataque terrorista na Criméia" e declarou, que realizar a cimeira em "formato Norman" em tais circunstâncias é sem sentido (Ele deveria reconhecer que nunca deu a mínima para estas reuniões, conforme sempre escreveu a mídia ukrainiana - OK).

Segundo suas palavras, após o anúncio do Serviço Federal de Segurança, para evitar o "ato terrorista" na Criméia anexada, as autoridades russas reforçarão as medidas de segurança.

"Nós, certamente, faremos tudo para garantir a segurança da infra-estrutura, e dos cidadãos. Aplicaremos medidas adicionais para garantir a segurança, e isso terá medidas adicionais graves", - disse ele.

"Do lado russo há perdas, mortos dois soldados. Claro, isto nós não perdoaremos", - acrescentou Putin (E o que ele acha das mortes de milhares de militares e simples cidadãos ukrainianos mortos por sua culpa? E outros milhares de desalojados? - OK)

- Hoje, mais cedo, o Serviço de Segurança Federal da Rússia anunciou que impediu ataques à Criméia em "infra-estruturas criticamente importantes e sustento da vida na península". No ministério russo declararam, que preparava os ataques a inteligência ukrainiana.

No ar do programa da Rádio Svoboda, o orador do Estado Maior das Frças Armadas da Ukraina Vladyslav Selesnyou disse que a declaração do FSB russo é provocação. O Secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ukraina Oleksandr Turchynov denominou a declaração do FSB  da Rússia para evitar "ataques terroristas" na Crimeia como elemento da guerra hibrida contra Ukraina.

Tradução: O. Kowaltschuk

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