"Olhava para o filho insurreto morto e não se atrevia derrubar as lágrimas...
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 05.01.2019
Ivan Farion
Com Obelisco-tridente, na aldeia Usti, homenagearam a memória dos combatentes pela liberdade de Ucrânia.
Durante a abertura do monumento aos combatentes pela liberdade da Ucrânia em Usty. Foto Bogdan Misyuk.
Antes do Ano Novo, a comunidade da aldeia "Ustya" na região "Vedney Bereg", adjacente à floresta de Saikiv, descobriu um grande monumento a 15 combatentes pela liberdade da Ucrânia. Eles morreram das balas dos soviéticos no inverno longínquo de 1945. O mais novo dos mortos tinha 15 anos de idade. O lugar desse drama nunca foi esquecido, nem mesmo durante os tempos comunistas.
De acordo com uma das testemunhas oculares, com a qual a ex-professora de história, Maria Tsiura conversava, nos últimos dias de 1944, um grupo de partidários de "UPA" (Exército Insurgente Ucraniano), passava do campo de batalha "Burroy" para os Cárpatos. À noite, o grupo parou em Usty. De manhã, os insurretos começaram a se reunir para partir, tomavam café. De repente, à casa veio o vizinho, pediu fumo. Viu desconhecidos e... provavelmente, ele comunicou à guarnição do distrito sobre o aparecimento dos guerrilheiros
- Naquele momento, da vizinha Rozvadova, à Ustia vinham moças para cantar músicas natalinas, - diz Maria Sylvestriona. - Elas avisaram o guarda do UPA (Exército Insurgente Ucraniano)), que o ataque se aproximava. Para não constituir perigo aos proprietários, os rapazes correm das casas. Na propriedade de Balagaudy havia um esconderijo, o proprietário indicou indicou-o. Mas eles não quiseram colocar ninguém em risco, correram para o pasto e lá enfrentaram uma batalha desigual.
Os idosos de Usty lembram: depois daquela "limpeza", o NKVD reuniu as pessoas, e colocou os mortos juntos para que fossem vistos. A mãe e toda a família , olhavam o morto Mykola Andrukhiv. Olhavam seu filho, irmão, sobrinho - e não ousaram derramar uma lágrima. Caso contrário, seriam fuzilados no local.
A NKVD (Comissariado do povo para assuntos internos) disse aos moradores locais que não tocassem nos corpos, eles serão levados amanhã cedo. Foram informar sobre a "operação bem sucedida" no distrito. Mas, à noite, os moradores locais, secretamente cavaram sepulturas no pasto, enterraram os mortos, aplainaram e colocaram grama - de modo a não ser reconhecia a vala comum. Para sinalizar, plantaram um arbusto. De manhã vieram os assassinos, - e não encontraram nenhuma de suas vítimas... Mas, neste local, por muitos anos, secretamente vinha a mãe de Nicholas. Para um arbusto-sinal, no pasto, levava sempre um caminho pisoteado...
Detalhes daquela tragédia do pós-guerra em Ustya estudou nos arquivos o etnógrafo regional Roman Skolozdra. Percebeu-se que a batida de Ano Novo executou a primeira rodada do 173º batalhão da 17ª Brigada de Infantaria da NKVD, sob o comando o tenente-mor Igonin. O mais jovem dos assassinados, Ivan Kozinski, de Nikolaiev tinha apenas 15 anos de idade.
Em novembro de 1990, nós escavamos aquela sepultura no campo, atrás do Dniester, lembra Roman Vasilyevich. Encontrei 15 esqueletos. Dois crânios foram divididos - é visível, os feridos foram mortos com coronhas. Em uma mandíbula foram extraídos os dentes...
Os restos mortais dos insurretos (entre os mortos havia o irmão de minha mãe) foram re-enterrados no cemitério de Ustyansky. O monumento nesta sepultura colocou um nativo desta aldeia, vencedor do Prêmio Shevchenko, Ivan Samotos. Ele, sendo menino de 12 anos, ouviu os sons daquela batalha perto do Dniester...
E agora um magnífico monumento aos insurretos, da boa pedra demianica apareceu no local de sua morte. Segundo o projeto do arquiteto Yaroslav Kostka foi feito pelo canteiro Ivan Odnorig. Para comemoração da memória dos caídos juntou-se o Conselho da aldeia de Dragovizky. Muitos moradores de Usty, e os muito conhecidos empresários, Mykhailo e Ivan Bugy, são responsáveis por muitos objetos sociais e culturais construídos em sua aldeia natal.
Distrito Mykolayiv, região de Lviv.
Tradução: O. Kowaltschuk
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