DIA DO NOME DE NADIA SAVCHENKO. COMO O CONSELHO PERMITIU A PRISÃO DA DEPUTADA.
Thyzden - ua (Semana Ukrainiana), 22.03.2013.
Andrew Colub
"No passaran", uma nova Joana D'Arc e uma caminhada ao SBU em um dia quente de primavera. O que aconteceu em torno de Nadezhda Savchenko no dia em ela foi presa.
Nadia caminha rapidamente pela Rua Hryshevsky. As pessoas a acompanham. Algumas trazem cartazes. Quase todos têm nas mãos um smartphone, foto ou vídeo. As pessoas tentam conversar com Nadia. Ela apenas sorri ironicamente. Às vezes diz: "Não perdemos o investigador em nenhum lugar?"
"E para onde estamos indo? pergunta uma pessoa ao "investigador?"
"Mas eu não sei."
"Onde você leva Nadia?! - pergunta outro participante.
"Mas, ninguém a leva! Ela vai sozinha... responde o "investigador".
Assim Nadezhda Savchenko, acompanhada por jornalistas, simpatizantes e funcionários do SBU, se afasta da Verkhovna Rada. O parlamento acaba de concordar em retirar a impunidade parlamentar e permitir a detenção e prisão. Cada um dos companheiros de Savchenko tem seus problemas.
Todas as fotos de Stanislav Kozliuk
"Nadia, aonde você vai? Como você comenta o que aconteceu no Conselho?", - tentam questionar os jornalistas. Savchenko cala.
"O que você acha, aonde ela vai?"
"Penso, que ao SBU" - responde o homem.
A procissão chegou à rua Mazepa. Savchenko se move para o prédio do Serviço de Segurança da Ukraina, localizado na Travessa Askold."Liberdade para papagaios! Liberdade para papagaios! No passaran!" grita alguém da sacada do prédio vizinho em direção à coluna. Transeuntes aleatórios com expressões de surpresa alcançam seus celulares e também gravam vídeo.
Finalmente, Savchenko apela aos jornalistas. "Verkhovna Rada fez a sua escolha! Agora a escolha é sua, ukrainianos!" O relógio marca 14:30 h.
Na Praça da Constituição ainda nada lembra o principal acontecimento do dia. Os pró e contra Savchenko - ainda não vieram. A praça foi ocupada pela guarda Nacional do batalhão especial e sua orquestra militar.
"Nadia será acompanhada pela orquestra", brinca um jornalista. De fato, neste dia o Conselho agendou celebrações por ocasião do quarto aniversário da Guarda Nacional. Mas, estes medidas permanecem despercebidas no contexto de Savchenko.
Tudo já era conhecido de numerosas publicações da mídia e declarações da própria Savchenko. O Procurador Geral fala sobre a preparação de ataques terroristas e planos de golpe com a destruição física da elite dominante. Savchenko insiste nas operações especiais que ela participou, junto dom agências de inteligência ukrainiana, "surrealismo que ela criou" para que os políticos ukrainianos finalmente entendam o que as pessoas no Donbas sentem sob o bombardeio diário.
Resumir o discurso de Savchenko é difícil. Ela lembra sua juventude nas Forças Armadas e o assédio sexual por parte das autoridades, e sobre a tipologia dos agentes do SBU, e que ela não pode ser considerada psiquicamente não saudável, já que todos os anos, durante sua permanência no exército, ela era checada. Em certo momento Savchenko retira da bolsa e coloca na mesa dois frutos de romã e diz: "Vocês se assustam, se eu tenho duas granadas na bolsa. Tinha." Depois, durante as altercações com Lutsenko, ele lhe aconselha "mastigar" as granadas, e ela sugere "atirá-las".
"Savchenko, em duas palavras, sugere dois momentos, que sugerem sua relação com certos eventos e si própria. Primeiro - sua posição em relação aos eventos no Maidan quatro anos atrás. E,a não vê a diferença entre eles e seus planos.
"Eu acredito no Maidan, acreditava e acredito" - responde ela a uma pergunta dos deputados". Depois de Lutsenko apresentar os artigos do Código Penal, que lhe incriminam (a derrubada violenta da ordem constitucional, a criação de uma organização terrorista, etc.), Savchenko dirá: "Yuri, você acabou de descrever o procedimento do crime, que você fez em 2.014... apenas agora, você está com medo, que contra você agirão com aqueles mesmos métodos... Esteja pronto sempre, ser como era: veio no sangue, irá no sangue".
Posteriormente, Savchenko repete as mesmas palavras do discurso no final do Conselho. "Tudo , do que agora me acusam o promotor-geral chamou isso de crime - isso são, precisamente, suas ações como líder do Maidan. Você conseguiu chegar ao poder, à nação não foi possível mudar o sistema.
O segundo episódio demonstra a atitude de Savchenko em relação ao seu próprio papel na sociedade. Todos os seus discursos são reduzidos à oposição do "povo" e "poder" e ela não tem nada a ver com as autoridades ou políticos atuais. Além disso, ela, como nação, odeia a todos sem escolha. No entanto, tal construção expõem-se a contradição, que Savchenko deixa, praticamente, sem resposta.
Eu anotei uma de suas réplicas. Você disse que nunca abandona as pessoas, que lhe ajudaram, mesmo pouco. então lembre da V.R..." - começa o deputado Dmitry Lubinets.
Não, não é sobre políticos! Me desculpe, não é sobre políticos. Vocês ajudavam a si mesmo, não a mim. Não vamos confundir", interrompe Savchenko.
"... praticamente todos os deputados usavam camisetas Free Savchenko, viajavam para Europa, EUA, chamavam as pessoas, pessoalmente viajavam para Rússia, onde foram ameaçados, presos e intimidados... portanto, com respeito às pessoas que fizeram de tudo, para vocês voltar aqui..."
"Sou grata a essas pessoas", Savchenko interrompe novamente.
"Portanto, concluindo, você não diga, que não esquece as pessoas, que fizeram algo por você. Inclusive os políticos, eles também são pessoas", - concluiu Lubinets.
As últimas palavras Savchenko deixa sem resposta.
Após a reunião do Comitê, que recomenda ao Ministério Público apoiar a questão do procurador, e para estudo da questão passa mais de uma hora. Durante este tempo, as informações do dia conseguiu diluir Vladimir Parasiuk. Ele se recusa inspecionar os trabalhadores da liberdade condicional na entrada do Conselho. Novas regras de verificação dos deputados introduziram logo após a história com "granadas na bolsa" de Savchenko. Parasiuk aparece instantaneamente entre os jornalistas. Os funcionários da liberdade condicional não se atrasam. O deputado fala sobre a seletividade das verificações, mas já perto da porta da sala de sessões. E retira os objetos da bolsa.
"Agora diga, com base em que você me verificou?" Há o status de deputado. Você vai preso, você em primeiro lugar", - diz o deputado em conclusão a seus oponentes da liberdade condicional.
Savchenko, neste momento, vai para os apoiantes no âmbito do parlamento. Dois breves comícios, a favor e contra o deputado do povo estão próximos. Às vezes surgem conflitos entre os participantes. Uma das admiradoras da Savchenko arranca um cartaz das mãos dos adversários e o rasga. No entanto, esse tipo de bens eles ainda tem suficiente. Por exemplo, um dos oponentes Savchenko, de idade bastante responsável, segura um cartaz que diz "Tia Nadia, por que você quer me matar?"
Comunicação de Savchenko com o povo é concluída e ela vai ao "buraco podre", como ela, em seguida denomina "Verhovna Rada" (Parlamento). Antes de entrar no prédio, ela volta-se às pessoas, levanta o punho bem alto e diz: "No Passaran!" O slogan que se tornou amplamente conhecido após a Guerra Civil na Espanha, e é popular até hoje.
A questão na sala da sessão recomeça com o discurso do Procurador Geral. Savchenko, neste momento posta-se em frente de Lutsenko. Ele, meio nervoso, completa o relatório. Chega o momento mais interessante - a divulgação de evidências em vídeo, já divulgados. No entanto, os vídeos apresentam problemas técnicos. Lutsenko, nervoso, fala com Irena Gerashchenko, que corre para conversar com a esposa do procurador geral, Irene. Esta telefona para alguém.
A partir da terceira tentativa, o vídeo, finalmente, funciona. Nele você pode distinguir três assuntos, que Savchenko escondeu durante suas histórias sobre "surrealismo". Primeiramente, o vídeo mais uma vez permite avaliar a visão de Savchenko sobre seu próprio papel na história.
"E quem será Joana D"Arc?" - pergunta a Savchenko a pessoa especialmente designada depois de ouvir o plano do golpe. "Joana D'Arc será", - quase simultaneamente respondem Savchenko e Volodymyr Ruban e Volodymyr Ruban que também está no vídeo", - acrescenta Savchenko em seguida.
Segundo, Savchenko não se importa muito com o que acontecerá após seu ato.
"Se você morrer, quem ficará? "Vira (Savchenko - irmã)... A mim tanto faz".
Terceiro, a julgar pelos registros, a mudança de poder deve ocorrer com bastante sangue.
"Eu preciso de 400 mil, diz Savchenko. "Dinheiro?" pergunta Ruban.
"Que dinheiro, Vova? Mortes".
Ruban propõe repressões em minas e estádios. "E depois o repressor impõe a câmara criminal", - acrescenta Savchenko.
Detenção.
O Conselho apoia todas as três declarações sobre Savchenko. Para isso dá seu voto a maioria esmagadora de deputados presentes. Consistentemente contra um número de deputados do "Bloco de Oposição" e "Pela Vida" - Vadim Rabinovych, Yevgeny Muraev, Vadim Novinsky, Shufrych Nestor, Mikhail Dobkin, Eugene Balitsky, Igor Shuma, Mykola Skoryk. A eles se juntaram Arcady Kornatsky e Vadim Kryvochatko do Bloco P. Poroshenko.
Após a votação, Savchenko tranquilamente passa pela porta central do Conselho. Os funcionários do SBU esperam por ela na saída lateral. Eles começam correr atrás dos jornalistas, que, por algum motivo, descobrem por onde sai Savchenko. Ela vai ao hotel "Kyiv", onde encontra-se com a mãe, depois retorna ao Conselho.
Aqui, o investigador, finalmente, lê sua suspeita e avisa sobre a detenção. Savchenko sai, pela segunda vez pela entrada central do parlamento. Ela está cercada pelos jornalistas, apoiadores e funcionários do SBU e rapidamente move-se para o lado da rua Hryshevsky.
Tradução: O. Kowaltschuk
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