Tyzhden ua. (Semana ukrainiana), 14.12.2017
Roman MalkoMudarão os atores locais, novas idéias serão introduzidas e tecnologias poderosas, mas tudo permanecerá, profundamente, como estava. Todos que moveram-se neste pântano, atuarão nos gêneros acima mencionados. Hábitos e tradições são difíceis de quebrar.
A situação atual de Saakashvili (ator brilhante), em vez daquele que lhe confiaram para desempenhar um papel importante, ou um conflito entre as agências de aplicação da lei - os promotores, a SBU, MIA & NABU, SAP - não originais, não é? Circenses na arena já houve muitos, e medir-se com parâmetros aqui gostam. Pode-se aprofundar nos detalhes e procurar quem age com detalhes com NABU (Bureau Nacional Anti-Corrupção da Ukraina) e com
que finalidade conduzir batalhas no Facebook, procurar traidores e patriotas, transferir tudo isso para realidade e conclamar os soldados para deixar suas posições e correr para espancar "o poder criminoso", mas "o poder criminoso esforça-se para gritar ainda mais alto, que todos, que não o apoiam, são colaboracionistas e traidores, que estão no fio de navalha de Kurchenko, apenas o que isto dará? Mesmo substituindo figuras no tabuleiro não mudará a essência do jogo. Porque Poroshenko estará no topo da piramide, Saakashvili ou, talvez, Kolomoisky ou Yulia Tymoshenko. Talvez até o "Washington DC" designe um de seus altos protegidos e o cercará com conselheiros, que com todas as forças trabalhará para influenciar na situação sem esperança, mas o cachorro não está enterrado lá.
O problema fundamental reside no fato de que, após o colapso da União Soviética, a estrutura do poder não foi formada. O verdadeiro governo com uma clara decisão administrativa vertical e pontos de decisão, com responsabilidade por essas decisões. No período comunista, tal vertical existia. Com suas hierarquias, com suas perversões, mas existia. O partido-ditador gerava as decisões, depois delegava-as para os órgãos do governo soviético, a todos os seus conselhos e comitês executivos. Tudo isso era cuidadosamente monitorado pelas autoridades, pelos órgãos de segurança. Após o desmantelamento das verticais comunistas, outras não criaram. O governo soviético, que na verdade permaneceu na Ukraina, foi modificado apenas ligeiramente, mas não conseguiu tornar-se um poder vertical em vista de sua natureza. O governo soviético (poder do conselho) é construído de modo que não pode ser governo e verticalidade ao mesmo tempo.
Kuchma, lembrando como era o governo comunista, tentava construir algumas, suas próprias verticais, mas por várias razões não conseguiu. Yushchenko nem sequer tentou. O único que conseguiu reverter temporariamente a história, mas já em quase aparência, foi Yanukovych. Ele, de alguma forma copiou o esquema bolchevique, mas o partido, no seu caso, foi substituído pela mafia. A direção passou às mãos de bandidos, o que permitiu que a vertical funcionasse. Mas - isto já é outra questão.
Hoje, apesar de todo entusiasmo e todo exército de funcionários no estado, não há pontos verticais de tomada de decisões. Nem no nível do presidente com sua autoridade e responsabilidade, nem no nível do presidente do governo, nem no nível do parlamento, ministérios ou outros órgãos executivos.
E, enquanto esse princípio não mudar, não importa quem será a cereja no bolo. Enquanto o sistema for como é, semi-capaz, que não querem mudar desde os tempos do comunismo, ele não funcionará. Aqueles, de quem depende isso, parece que na maioria das vezes não entendem (ou não querem entender) porque nem tudo cola--se, por que então o sistema funcionou, e hoje, não funciona. Em algum lugar, intuitivamente, eles sentem que falta algo, uma espécie de haste. As tentativas de usá-lo são, em grande parte, mal sucedidas. Lembramos os representantes do presidente no caso de Kuchma, olheiros de Yanukovych ou prefeitos presidenciais e não adotados no caso de Poroshenko. Diferentes variantes são possíveis, os nomes não são tão importantes. O principal é, que a estrutura do poder seja capaz de funcionar e desempenhas claramente as funções que lhe são atribuídas. Então não haverá desnecessária agitação atual. Será claro quem toma decisões e por elas responde. Porque hoje, apesar de toda ênfase e todo o exército o funcionário no estado, não tem pontos e decisões verticais para tomada de decisões. Nem no nível do presidente, com seus poderes e responsabilidades, nem no nível do governo, do parlamento, dos ministérios ou outros órgãos executivos.
Porque, o que está prescrito na Constituição e nas leis é apenas o que o apareceu. Mas, atrás de tudo isso, inevitavelmente, está a idéia da incapacidade do poder em geral e de Poroshenko, em particular, que está sentado em cima da pirâmide, que vive sua própria vida, independe de quem a coroe. É claro que, enquanto existir tal estrutura de poder, a pessoa que estará no topo, não tendo a sua vertical, não pode gerenciar esta máquina, porque a máquina está construída. E, consequentemente, o presidente será visto como impotente, ou como um cômico usurpador ou intrigante, mesmo quando, de fato, ele for um super messiânico. E, o próprio conceito de estado sofrerá uma desvalorização permanente, e todos os "amigos" mortais falarão sobre o projeto Ukraina como inviável, porque os ukrainianos, dizem eles, não são uma verdadeira nação.
Claro, não se trata de retornar ao modelo bolchevique da estrutura do poder. Isto seria a cúpula da idiotice e colapso inevitável. Trata-se de conduzir o processo de decomunização para sua conclusão lógica. Não apenas com monumentos, apesar de que isso também é necessário. Hoje, como nunca, é importante criar um novo modelo para gerenciar o país. A sociedade, parece já amadureceu para esta transformação, o governo ainda não, mas isso é remediável, ele precisa ser estimulado. Somente quando este caos for desentulhado e conseguir-se construir um sistema real de responsabilidades, o circo finalmente terminará e os palhaços se dispersarão. E, somente a partir deste momento será possível falar sobre o retorno da Ukraina ao ventre da Europa e da sociedade de estados civilizados. Somente essa revolução será capaz de, finalmente, lançar o processo de desenvolvimento do país, que há décadas está à beira de sobrevivência e balança como condenado do Maidan ao Maidan.
Tradução: O. Kowaltschuk
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