quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Como despovoam-se os "poroshenkivtsi": o que pensam sobre Poroshenko no Ocidente e sua luta contra a corrupção.
Ukraina Moloda (Ukraina Jovem), 12.12.2017
Natália Lebid

Se agora conduzir a conversa sobre o quanto "baixou" o futuro presidencial de Petro Poroshenko nas últimas semanas, a ilustração mais brilhante, é claro, será a longa história com Mikheil Saakashvili.

Esta história é sonante, feia e tal que ameaça consideráveis ameaças políticas ao presidente em exercício. Mas esta é a situação do ponto de vista do consumidor ukrainiano de notícias.
É preciso entender: O ocidente avalia os acontecimentos em outras posições.

Correria nos telhados atrás do fujão Miho não é algo que, em primeiro lugar, se incorpora na memória de nossos parceiros.

Mas é o fato, que a economia sombria ficou em terceiro lugar no mundo, ou que Ukraina continua sendo o mais 
corrompido estado da Europa, pesa muito, muito. E mesmo que estas conquistas não sejam pessoais de Petro Poroshenko, sua enorme culpa reside na conservação desses fenômenos extremamente negativos. Este é precisamente o que, em primeiro lugar, não lhe perdoam no Ocidente.
Apesar de que um massacre brutal com opositores políticos não acrescenta pontos a mais ao cabeça do Estado.












"A divulgação pública pela Procuradoria Geral dos detalhes da investigação de fatos da corrupção enfraquece significativamente a capacidade do Escritório Nacional Anti-Corrupção de realizar investigações 
efetivas (foto Vladimir 
Solonko)





"Alma perdida na corrupção".

Mas, em geral, o Presidente Petro Poroshenko tem uma qualidade que, provavelmente, o torna inteiramente, uma pessoa feliz. Ele não percebe coisas óbvias. 

Enquanto o Ocidente preocupa-se com a perdida luta contra a corrupção na Ukraina, o garante promete criar mais uma estrutura anticorrupção. Em acréscimo aos já existentes NABU, NAZK (Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção), SAP (Procuradoria especializada anti-corrupção) e ainda não nascido tribunal anti-corrupção, cujo espírito invariavelmente paira sobre Ukraina, e abençoa todas as tentativas inférteis de seus líderes para levar o país à ordem.

No fórum de negócios realizado em 1º de dezembro, Petro Poroshenko falou sobre a necessidade de lançar mais uma unidade de luta. "Agora nós polimos outro projeto de lei - sobre o Escritório Nacional de Segurança Financeira da Ukraina. O escritório separará, da influência na economia e negócios, a GPU (Procuradoria Geral da Ukraina) , SBU (Serviço de Proteção da Ukraina), NABU e o Ministério do Interior, - já não citando sobre  "o imposto ou polícia", - acrescentou o chefe de Estado.

Infelizmente, Petro Oleksiyevich  (Os ukrainianos usam o derivado do nome do pai, que no caso é Oleksa. Meu pai chamava-se Estefano, Stepan em ukrainiano. Então eu usaria Oksana Stepanivna, depois o sobrenome.)
não entende que, nesta fase a criação de mais um sucedâneo da estrutura de forma alguma adoçará a impressão negativa, que estabeleceu-se sobre a vertical presidencial no Ocidente.

No contexto de todos os "erros", nos quais diretamente e não equivocadamente foi dito a Ukraina, pode-se mencionar também a declaração de porta-voz do Serviço Europeu de Ações Externas da Maya Kosyanchuch, que declarou sobre a inadmissibilidade de interferência da GPU no trabalho da Nabu.

"A divulgação pública pela Procuradoria Geral, dos detalhes da investigação de corrupção enfraquece significativamente as possibilidades do NABU (Escritório Nacional de Combate à Corrupção) para realizar investigações efetivas, além de minar a fé das pessoas na possibilidade de uma contra-ação efetiva contra a corrupção", - disse Kosianchuk.

O segundo sinal de alerta veio do Departamento dos EUA, que também ampliou seu apelo. O apelo continha uma citação de declarações do secretário estatal Rex Tillerson, ou seja - uma constatação rigorosa de que, "não há senso lutar pelo corpo da Ukraina no Donbas, se sua alma estará perdida na corrupção."

"Refletindo a vontade da nação da Ukraina, os Estados Unidos conclamam todos os ramos do governo da Ukraina para juntos eliminar a corrupção em todas as esferas governamentais. A destruição da corrupção - é a chave para alcançar estabilidade, segurança e prosperidade para os ukrainianos" - disseram no Departamento de Estado dos EUA. 
A declaração do Departamento de Estado foi tornada pública em 04 de dezembro, e já no dia 06 ela foi alcançada por extremamente afiada coluna de autoria de Leonid Bershidsky no site da agência "Blomberg".

"Ukraina Moloda", de passagem, já mencionou esta publicação. O último acorde deste opus pode ser interpretado arbitrariamente, amplamente - até uma chamada direta repetir "ao diabo", para Poroshenko, destino de Yanukovych.
Na verdade, a assim chamada coluna do autor, existe para transmitir as considerações subjetivas de uma determinada pessoa, mas não se deve esquecer, que o autor do texto é apenas um dos colunistas, cujo nome - legião. 
O ex-fundador da edição comercial "Slon-ru", ex-consultor da revista Focus e ex-editor da Forbes-UA, Leonid Berchidsky  pertence a mídia, de categoria de peso, cujas palavras são a chave para entendimento de muitos processos, modos ou intenções que amadurecem atrás das cenas da política mundial.
Simplificando, este colunista não só se deleita com o próprio ego, ele expressa em palavras aquilo que pensam as mais influentes instituições do mundo.
Às vezes, essas palavras soam como "rótulo negro" pirata para aqueles a quem são endereçados. Hoje, parece, que o "rótulo negro" recebeu Petro Poroshenko.

Não essa pessoa.

Tudo, começando com o título do artigo ("O ocidente apoia não aquela pessoa na Ukraina") e ao desenvolvimento das principais teses, deveria ter feito Petro Poroshenko estremecer com presságio ruim.
Aparentemente, à escrita do material de Bershidsky empurraram os acontecimentos em torno de Saakashvili, uma vez que este foi mencionado na publicação como uma visível crueldade do presidente Poroshenko, mas ainda assim Miho (de Miguel, nome de Saakashvili - O.K.) nesta narrativa é uma personagem menor.
O principal herói - sempre a insuperável corrupção ukrainiana. Parece, que no início, Poroshenko parecia mais aberto ao resto do mundo, que seu antecessor, presidente afastado Viktor Yanukovych.
Ele e seu primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk sabiam, o que queria ouvir o Departamento de Estado dos EUA. Após a revolução ukrainiana, os Estados Unidos e a UE, apoiaram Poroshenko e Yatseniuk como os próximos líderes da Ukraina.
Eles, por sua vez, venceram as eleições e tornaram-se políticos pró-ocidentais, que deveriam trazer Ukraina para Europa. Mas suas intenções revelaram-se interesseiras, escreve a edição.
Porque, no momento, quando Ukraina precisava dinheiro do Ocidente, Poroshenko e seus aliados políticos executavam indispensáveis para isto condições.
Criaram NABU e iniciaram o cargo de promotor anticorrupção.

Ao mesmo tempo, o procurador-geral Yuri Lutsenko, próximo de Poroshenko, começou uma guerra aberta contra NABU. No entanto, os EUA emitiram uma declaração, na qual condenavam "o fracasso da investigação da corrupção de alto nível, prisão de funcionários do Bureau Nacional Anti-Corrupção da Ukraina e apreensão de documentos secretos da NABU".

Como se comportou o presidente Poroshenko nesta situação? A questão é que, escreve Bershidsky, o líder da Ukraina sozinho, para si, escreveu a indulgência.
Poroshenko concluiu claramente, que ele não perderá o apoio político ocidental, enquanto ele tomar posição anti-russa.
Enquanto os líderes ocidentais  o consideram baluarte contra Rússia, ele pode agir dentro do país como qualquer outro político da velha escola, para o qual os limites entre poder, dinheiro e violência são borrados. (Como ilustração da última tese - basta mencionar os excessos em torno de Saakashvili).

No momento, mesmo os mais fortes apoiadores ocidentais do governo ukrainiano pós-revolucionário perceberam que algo estava errado com Poroshenko, continua Bershidsky .
"Parece, que o presidente Poroshenko se recusou de combater a corrupção, de quaisquer ambições para crescimento econômico, financiamento da UE ou FM" cita Bershidsky, o economista Anders Aslund.
"Nenhuma pressão amigável sobre ele funciona."

Se os ukrainianos sacudirem a apatia de si mesmos e fizerem com Poroshenko o mesmo que fizeram com Yanukovych (do contrário ele irá reeleger-se em 2019), tal erro não será repetido", - adverte o autor. 

Não é Putin que rouba na Ukraina.

Depois da agência "Blomberg" pronunciar-se sobre Petro Poroshenko, tomou a palavra a respeitada publicação americana "The Washington Post". Em 9 de dezembro publicou um artigo com um título bastante eloquente - "Ao Ocidente é hora de assumir uma posição mais rígida sobre Ukraina". Seu autor, como Leonid Bershidsky também começa analisando a situação dos jogos em torno da NABU.

O Serviço de Segurança da Ukraina, também como o Gabinete do Procurador Geral, com seus poderes quase ilimitados e 45 mil funcionários, organizam uma cruzada contra um pequeno Escritório de Anticorrupção, no qual trabalham não mais de 700 pessoas.

Imagine que a CIA (Agência Central de Inteligência) e o Procurador Geral dos EUA estão planejando a realização de uma operação contra uma unidade anticorrupção do FBI. Ativistas em Kyiv acreditam que estamos nos aproximando de um ponto de viragem. Se o Bureau Anti-Corrupção for cancelado ou enfraquecido, isto serão os sinos do funeral sobre a transparente democracia da Ukraina", escreveu Washington Post.
O jornal acrescenta: os governos ocidentais gastaram centenas de milhões de dólares dos contribuintes para apoiar as reformas anticorrupção. Chegou a hora de proteger os investimentos realizados. 

Tal mensagem será ainda mais importante à luz das testemunhas recentes de Poroshenko para fortalecer o poder antes das eleições programadas para o próximo ano.
O presidente e seus apoiantes pressionam a mídia e tomam medidas rigorosas contra seus críticos - e tudo isso acontece na ausência de indignação internacional.
Os jornalistas americanos também se concentram no fato de que Poroshenko protege-se, co o escudo, pela sua posição anti-russa.

"O Ocidente considera Poroshenko como um bastião, que dificulta a implementação de planos russos na Europa Oriental. O próprio Poroshenko deu ao Ocidente uma série de razões para pensar assim. Em seu discurso recente na ONU, Poroshenko lembrou a Rússia mais de 20 vezes. E a corrupção? Apenas uma vez."

"A este respeito, a posição de Poroshenko é muito diferente das opiniões de seu povo. Pesquisas independentes mostram que a corrupção é o que mais preocupa os ukrainianos - mais que até uma guerra (...) .

Não é Putin que rouba os fundos estaduais da Ukraina. Não é Putin que organiza buracos nas estradas. Não é Putin que ajuda os funcionários corruptos a escapar da prisão. Não é Putin que força a elite ukrainiana a evadir os impostos", - constata as coisas aparentes Washington Post. 

E conclui o seguinte: "Aliados estrangeiros podem ajudar Ukraina a acabar dom essa decomposição. Mas, eles podem fazê-lo apenas se deixarem de aceitar narrativas empregadas pelo governo e começarem a defender seus próprios investimentos no progresso da Ukraina. Caso contrário, os milhões gastos na Ukraina serão roubados (...). Os aliados da Ukraina também devem mostrar que eles sabem, como aproveitar não apenas a cenoura, mas também o cassetete. Eles devem alertar o governo de Kyiv, de que o recentemente introduzido regime de isenção de visto com os países da UE pode ser suspenso, se houver quaisquer tentativa de enfraquecer ainda mais o NABU".

Bem, tal "bastião" contra Ukraina nossos simpatizantes do além oceano, ainda não usaram. Se a agência "Blomberg" insinuou a necessidade de remover Poroshenko como tal, então Washington Post apresenta a perspectiva de perda de nosso país, do regime sem visto.

E isso, de fato, parece ser a principal bandeira nas mãos do presidente ukrainiano, que ele, sem interrupção agita. Perdendo-o Poroshenko ficará nu como o rei do conto de fadas de Anderson. Talvez apenas com uma falha de figueira não trazida à conclusão de reformas.

Tradução: O. Kowaltschuk

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