Mais de 4 milhões de ucranianos viajaram para trabalho temporário. Que país escolher?
Ucrânia Jovem (Ukraina Moloda), 24.10.18
Catarina Bashchenska
Quatro milhões de ucranianos permanecem no trabalho, no exterior> E isso é apenas estatística oficial. Especialistas dizem que o número é significativamente maior. Afinal, apenas a partir do início de 2.018, mais de um milhão de pessoas partiu para o trabalho em diferentes países do mundo. Na vizinha Polônia há próximo de dois milhões de ucranianos e, segundo as estatísticas polonesas, os ucranianos representam 95% dos trabalhadores assalariados deste país. Segundo a ONU, se Ucrânia não crescer um clima econômico favorável, a guerra não cessará, a luta contra a corrupção continuará lenta e, até 2050 a população do Estado será de 36 milhões.
Se apenas a um ano atrás, a vizinha Polônia era o país mais favorável para o trabalho temporário, em 2018 esta situação mudou gradualmente. O governo de Volodymyr Groisman anunciou o início das negociações de um acordo com o governo búlgaro, que regulamentará as atividades de trabalhadores ucranianos, migrantes neste país. Desde o início de outubro de 2.018, o Ministério de Política Social da Ucrânia anunciou que irá cooperar com os governos dos países mais frequentados pelos trabalhadores ucranianos. Isto se faz para garantir sua proteção social e legal. De acordo com o vice-ministro da Política Social é o retorno dos cidadãos ucranianos que trabalham no exterior, para Ucrânia. "Juntamente com esta tarefa estratégica para o retorno dos migrantes ucranianos, pretendemos cooperar com os governos dos países onde os ucranianos vão procurar trabalho, a fim de assegurar sua participação social e legal" - disse o vice-ministro. De acordo com a Sra. Olga, a principal razão para a saída dos ucranianos ao exterior é de baixos salários na Ucrânia.
- Esta é, realmente, uma das principais razões pelas quais os ucranianos vão ao exterior. O trabalhador com experiência Artem Kucher diz que o pagamento difere significativamente dos salários da Ucrânia. Se na Polônia, na construção, pode-se receber a partir de 20 mil hryvnias, então na Ucrânia tal pagamento para um trabalhador não qualificado é impossível. Artem assegura, que o mercado polaco, está se tornando menos popular entre os ucranianos e, se a um ano houve muitas viagens para lá, agora a situação está mudando. "Europa, cada vez mais abre oportunidades para os ucranianos, novos países - República Tcheca, Alemanha, Bulgária - estão tentando simplificar o emprego dos ucranianos, em primeiro lugar legalmente. Se nossos salários fossem pelo menos aproximados aos da Polônia, então não haveria sentido sair. Só se fosse apenas para um lugar permanente de residência", comenta Artem a "Ucrânia Jovem."
Segundo a especialista internacional Anna Vashchenko, que estudou e residiu na Polônia, apesar do início de um acordo entre os governos da Ucrânia e Bulgária, Polônia continuará a ser um destino real para os migrantes ucranianos. No entanto, a sociedade polonesa já está um tanto "cansada" do fluxo de trabalhadores ucranianos. "Em uma sociedade polonesa, as ameaças chauvinistas contra os ucranianos podem ser ouvidas com frequência, o que não agrega otimismo aos candidatos a emprego. Portanto, é razoável que as pessoas procurem outros países". Segundo o especialista, Bulgária tem as mesmas razões e necessidades de trabalhadores que Polônia - afinal, os moradores deste país emigram para os estados mais ricos da Europa Ocidental, porque têm bases legais para isso e esperam salários mais altos do que em seu país. Os ucranianos estão prontos para trabalhar por menos dinheiro do que os poloneses, búlgaros, italianos. Outro ponto importante é que o idioma búlgaro é semelhante ao russo e usa o sistema de escrita cirílico, que é relativamente fácil de dominar para os ucranianos, o que é muito importante na escolha de um país", resume Anna Vashchenko em seus comentários á Ucrânia Jovem.
Por sua vez, de acordo com os especialistas, o acordo não mudará a situação com a saída de pessoal da Ucrânia e o retorno artificial de nossos cidadãos não reduzirá o refluxo de pessoal. Afinal, para que as pessoas permaneçam no país - aqui são indispensáveis locais de trabalho. A senhora Larissa trabalha como animador na Bulgária quase um ano, e não planeja voltar para Ucrânia. "As pessoas não sairiam tão massivamente, porque em casa é sempre melhor. Temos família, crianças - comenta a trabalhadora. Eu me formei na universidade, e percebi que não poderei ter um emprego normal na Ucrânia em minha especialidade. Porque trabalho não há, e se há, é por centavos: "Por enquanto eles estão interessados em nós. Talvez, como os poloneses estavam a cinco anos atrás. Então porque não escolheu Polônia? Porque ouviu, repetidamente, como eles se posicionavam em relação aos ucranianos. Então decidiu procurar outros países."
O acordo com Bulgária basicamente não mudará nada. Além disso, aponta apenas para a saída maciça de pessoal, de modo que, para regulá-lo de alguma forma, o governo deve controlar legalmente, os cidadãos da Ucrânia em outros países. "Para uma pessoa em desespero, a chance de ganhar é sempre maior do que o risco de ser detido. Consequência do acordo será o aumento de migrantes ilegais e aumento de de negócios ilegais de mediação. Isto é negócio. As pessoas acostumaram-se contornar o sistema de controle. Naqueles postais que vemos, por exemplo, nos postes ou nos transportes públicos: "Trabalho no exterior, pagamento acima 30 mil UAH, tudo legal", pode se supor, que não há garantias legais que os mediadores ofereçam. Além disso, os empregadores sabendo que os trabalhadores estão ilegalmente no país, podem explorá-los cruelmente. Mas os ucranianos concordam em tudo, porque eles realmente querem conseguir um emprego com um salário maior do que em sua terra natal. Então, apesar de isto ser irônico, o acordo sobre a proteção dos direitos trabalhistas afetará sua violação.O acordo também mostra a fraqueza da política ucraniana, já que a única alavanca de influência do governo é a regulamentação. Em vez de pensar em como criar as condições para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, como atrair investidores, como combater a corrupção para reduzir o mercado paralelo, o Estado pensa, que adotará um tratado e as pessoas viverão de maneira diferente. Tal opinião não é apenas ingênua, mas também perigosa", - comenta Anna Vashchenko sobre a situação.
Lembramos, 93% dos ucranianos, que trabalham no estrangeiro, estão empregados no trabalho físico, 43% dos ucranianos, que trabalharam no estrangeiro pelo menos uma vez nos últimos cinco anos, estiveram envolvidos na construção e reparação, 23% - na agricultura, cerca de 10% - em cuidados infantis e de idosos. Em toda a história da Ucrânia independente, nosso país em busca de ganhos, deixaram 10 milhões de pessoas. Esta é toda a população da Áustria ou de Israel.
Tradução: O. Kowaltschuk
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