Ukrainska Pravda (Verdade ucraniana), 24.01.2019
Sonia Lukashova
Em 24 de janeiro, os juízes, finalmente, anunciaram uma sentença histórica para Ucrânia. Pela primeira vez, lhe prescreveram, embora em ausência, o período carcerário de 13 anos, de 15 solicitados pelos promotores.
O julgamento de Viktor Yanukovych durou 20 meses. O "processo número 1" da moderna história ucraniana monitorava o país todo. A proteção do ex-presidente usou essa atenção com sucesso, transformando o tribunal em um estúdio de talk-show.
Houve discussões sobre o Maidan, a anexação da Crimeia e a agressão russa. Aos interrogatórios compareciam representantes de quase todas as elites políticas, tanto antigas como atuais.
Embora Yanukovych tenha sido considerado culpado, o veredicto ainda não entrou em vigor. E isso significa, que a epopeia forense pode se arrastar por anos.
O que incriminam a Yanukovych?
Após a fuga do ex-presidente do país, foram abertos 10 processos criminais contra ele. Yanukovych aparece em caso de ocupação ilegal das residências de "Mezhyguiria" e "Sukhovluchya", falsificação dos resultados da votação de "leis ditatoriais", crimes contra Maydanivtsi (participantes de Maidan), inúmeros crimes econômicos graves, subornos disfarçados de recompensa pelos livros autorais.
O julgamento de Viktor Yanukovych durou 20 meses. No entanto, ao tribunal, até agora, apenas uma acusação chegou, contra o ex-presidente- a questão de traição do Estado. O Ministério Público também chamou o ex-presidente de "manual para potencias russas", que empreenderam uma guerra agressiva contra Ucrânia e mudança de suas fronteiras.
Suspeita a Yanukovych anunciaram em 2016, quase dois anos após a fuga do ex-presidente. Yuri Lutsenko, então procurador geral, leu pessoalmente seu texto em um intervalo da sessão judicial. contra os antigos "berkutuvtsi", onde o ex-presidente foi interrogado como testemunha.
Suspeitava-se que Yanukovych não assegurou a soberania do país no início da agressão russa, mas fugiu e entrou numa conspiração com os russos.
A base da acusação foi o apelo ao presidente russo, Vladimir Putin, de 1º de março de 2014. Não reconhecendo a mudança de poder na Ucrânia, Yanukovych pediu ao seu "colega" russo para usar as tropas "para restaurar a legitimidade, a paz e a ordem, a estabilidade e a proteção da população ucraniana".
O ex-presidente não admitiu sua culpa. Ele disse que, devido a proteger as pessoas, realmente escreveu para Putin mas o documento não foi posto em prática.
Posteriormente afirmava que apenas propôs ao presidente russo "realizar consultas" e "considerar a introdução de uma missão policial de manutenção da paz". Supostamente, ele escreveu cartas semelhantes aos líderes da Alemanha, França e Polônia.
O ex-presidente tentou reclamar da "violação de seus direitos" à Suprema Corte. Ora ele retirava seus advogados, ora os devolvia à sala de reunião.
Ele não apareceu no tribunal. Na véspera da data prevista, a mídia russa informou que Yanukovych teria sido hospitalizado devido a uma lesão no joelho, adquirida no jogo de tênis. Documentos médicos substituíram as últimas palavras do ex-presidente.
E, foi com o apelo de Yanukovych ao presidente russo que Rússia tentou legitimar sua agressão à Ucrânia e introduzir os tais "homens verdes" nas administrações e unidades militares da Crimeia. E, foi o representante russo Vitaly Churkin, que em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU leu o apelo de Yanukovych.
Outros participantes russos, contra os quais os quais foram abertos processos: Vice-ministros da defesa Dmitry Bulgakov e Nikolay Pankov, alguns funcionários da Frota do Mar Negro, incluindo Vladimir Karpushenko, que em 2014 foi reconhecido como "comandante da autodefesa da Criméia".
Na maioria dos casos a investigação já foi concluída, e aos russos espera um julgamento em ausência por ter incitado os militares ucranianos à traição de estado e cooperação na guerra.
Tradução: O. Kowaltschuk
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