domingo, 24 de fevereiro de 2019


13 mil mortos, 1,5 milhões de pessoas deslocadas: 
 Publicados os assustadores números do 5º aniversário  
 do ataque da Rússia.

No MZS (Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia) da Ucrânia relataram as consequências da agressão militar da Rússia contra Ucrânia, sem precedentes na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial.


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Uma declaração correspondente, por ocasião do 5º aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, foi emitida pelo ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.

"Resultados da agressão - dramáticos e sem precedentes para Europa do pós-guerra: cerca de 13 mil mortos, 30 mil feridos, 1,5 milhão de migrantes, destruição maciça do Donbas, usurpação da propriedade ucraniana na Criméia ocupada, violações em grande escala, das autoridades da ocupação, dos direitos da pessoa e do direito humanitário internacional, perseguição política e intimidação de cidadãos ucranianos para reprimir quaisquer manifestações de sentimentos anti-ocupação, acelerada maciça militarização da península ocupada", diz a declaração das do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Ministério das Relações Exteriores mencionou, que foi o despreparo da comunidade internacional, em não reagir decisivamente, à ocupação da Criméia ocupada e guerra no Donbas, o que permitiu à Rússia a continuação da agressão. Além disso, a declaração afirma que a Federação Russa deve libertar, imediatamente, todos os presos políticos e prisioneiros ucranianos de guerra. E, a cessação da agressão russa no Donbas deve basear-se na missão genuína de paz das Nações Unidas com mandato para toda zona de conflito. 

Também, o Ministério das Relações Exteriores lembrou, que o retorno dos territórios ocupados à Ucrânia é uma condição de confiança ao sistema de segurança mundial.
"Restauração da integridade territorial da Ucrânia é indispensável não apenas para garantir o futuro da nossa nação. Esta é uma condição para restaurar a confiança do sistema de segurança européia e mundial, que deve basear-se no respeito incondicional de Estados independentes, em conformidade com as normas do direito internacional e resistência rija a seus infratores", - resumiram no Ministério das Relações Exteriores.

Tradução: O. K.













segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019


TRAIDOR NÚMERO UM. COMO JULGAVAM YANUKOVYCH?
Ukrainska Pravda (Verdade ucraniana), 24.01.2019
Sonia Lukashova

 

Em 24 de janeiro, os juízes, finalmente, anunciaram uma sentença histórica para Ucrânia. Pela primeira vez, lhe prescreveram, embora em ausência, o período carcerário de 13 anos, de 15 solicitados pelos promotores.

O julgamento de Viktor Yanukovych durou 20 meses. O "processo número 1" da moderna história ucraniana monitorava o país todo. A proteção do ex-presidente usou essa atenção com sucesso, transformando o tribunal em um estúdio de talk-show.

Houve discussões sobre o Maidan, a anexação da Crimeia e a agressão russa. Aos interrogatórios compareciam representantes de quase todas as elites políticas, tanto antigas como atuais.

Embora Yanukovych tenha sido considerado culpado, o veredicto ainda não entrou em vigor. E isso significa, que a epopeia forense pode se arrastar por anos.

O que incriminam a Yanukovych?

Após a fuga do ex-presidente do país, foram abertos 10 processos criminais contra ele. Yanukovych aparece em caso de ocupação ilegal das residências de "Mezhyguiria" e "Sukhovluchya", falsificação dos resultados da votação de "leis ditatoriais", crimes contra Maydanivtsi (participantes de Maidan), inúmeros crimes econômicos graves, subornos disfarçados de recompensa pelos livros autorais.

O julgamento de Viktor Yanukovych durou 20 meses. No entanto, ao tribunal, até agora, apenas uma acusação chegou, contra o ex-presidente- a questão de traição do Estado. O Ministério Público também chamou o ex-presidente de "manual para potencias russas", que empreenderam uma guerra agressiva contra Ucrânia e mudança de suas fronteiras.

Suspeita a Yanukovych anunciaram em 2016, quase dois anos após a fuga do ex-presidente. Yuri Lutsenko, então procurador geral, leu pessoalmente seu texto em um intervalo da sessão judicial. contra os antigos "berkutuvtsi", onde o ex-presidente foi interrogado como testemunha.

Suspeitava-se que Yanukovych não assegurou a soberania do país no início da agressão russa, mas fugiu e entrou numa conspiração com os russos.

A base da acusação foi o apelo ao presidente russo, Vladimir Putin, de 1º de março de 2014. Não reconhecendo a mudança de poder na Ucrânia, Yanukovych pediu ao seu "colega" russo para usar as tropas "para restaurar a legitimidade, a paz e a ordem, a estabilidade e a proteção da população ucraniana".

O ex-presidente não admitiu sua culpa. Ele disse que, devido a proteger as pessoas, realmente escreveu para Putin mas o documento não foi posto em prática.

Posteriormente afirmava que apenas propôs ao presidente russo "realizar consultas" e "considerar a introdução de uma missão policial de manutenção da paz". Supostamente, ele escreveu cartas semelhantes aos líderes da Alemanha, França e Polônia.

O ex-presidente tentou reclamar da "violação de seus direitos" à Suprema Corte. Ora ele retirava seus advogados, ora os devolvia à sala de reunião.

Ele não apareceu no tribunal. Na véspera da data prevista, a mídia russa informou que Yanukovych teria sido hospitalizado devido a uma lesão no joelho, adquirida no jogo de tênis. Documentos médicos substituíram as últimas palavras do ex-presidente.

E, foi com o apelo de Yanukovych ao presidente russo que Rússia tentou legitimar sua agressão à Ucrânia e introduzir os tais "homens verdes" nas administrações e unidades militares da Crimeia. E, foi o representante russo Vitaly Churkin, que em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU leu o apelo de Yanukovych.

Outros participantes russos, contra os quais os quais foram abertos processos: Vice-ministros da defesa Dmitry Bulgakov e Nikolay Pankov, alguns funcionários da Frota do Mar Negro, incluindo Vladimir Karpushenko, que em 2014 foi reconhecido como "comandante da autodefesa da Criméia".

Na maioria dos casos a investigação já foi concluída, e aos russos espera um julgamento em ausência por ter incitado os militares ucranianos à traição de estado e cooperação na guerra.

Tradução: O. Kowaltschuk




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019


RÚSSIA PREPARA-SE PARA GUERRA - ANALISTAS SUECOS.
Ukrainska Pravda, 12.02.2019


Rússia prepara suas forças armadas para guerra, diz a Agência de Pesquisa de Defesa da Suécia.

O Ministério da Defesa da Suécia encomendou um relatório intitulado "Preparando-se para uma guerra - treinamento militar da Rússia no nível estratégico de 2009 - 2017", diz o site da agência.

Segundo analistas, em 2009, Rússia estava envolvida em conflitos armados e guerras em nível local, e seus estudos após 2009 apontam para um nível regional mais ambicioso.
De acordo com um estudo realizado pela agência sueca, nos últimos 10 anos, a escala de exercícios militares na Rússia aumentou várias vezes.

Com base em fontes russas abertas, os analistas concluíram que, se em 2009-2012, nos exercícios militares da FR participavam 10-20 mil pessoas, então nos exercícios de 2013-2017 já estavam envolvidos 90-150 mil militares.

Nos exercícios "East - 2014" participaram cerca de 150 mil pessoas e 8 mil unidades de armas, e em exercícios "East - 2018" no ano passado - mais de 300 mil militares.

Juhan Nyurberg, da Agência de Pesquisa de Defesa sueca diz que o importante não são números, mas ações da Federação Russa: "Eles têm muitos recursos materiais, mesmo que a maioria deles seja antiga, desde os tempos soviéticos. Mas o treinamento cria potencial, isto é, unidades que podem realizar tarefas em combate."

Nos últimos anos, Rússia usou abertamente suas forças armadas na guerra com Geórgia (em 2008), com a anexação da Criméia ucraniana (em 2014) e Síria (a partir de 2015, embora Rússia tenha apoiado Bashar Assad desde 2011).

Desde 2013, a Federação Russa incluiu cada vez mais tropas e equipamentos para os exercícios. Segundo analistas, o Kremlin está preparando-se para enfrentar um adversário, compatível com a China ou a OTAN.

"Rússia prepara-se para ter a possibilidade de conduzir uma guerra regional e, possivelmente, longa e difícil, por exemplo, contra China ou a OTAN", diz o relatório. (O texto inclui duas tabelas, com dados em inglês, explicativas. Primeira: Exercícios estratégicos, militares, 20099-2017; segunda tabela: Inspeções súbitas e complexas de prontidão de combate das Forças Armadas russas. Copiar as tabelas não é possível. Abaixo diz: Inspeções súbitas e complexas da prontidão de combate das Forças Armadas russas).

"Rússia está claramente pronta para usar os meios militares, por isso é importante entender como eles podem ser usados no pior dos casos, os exercícios militares fornecem uma indicação disso", disse Norberg.
Nos comentários ao recurso "Present Time" (projeto "Rádio Liberty" e "Voice of America"), ressaltou que o treinamento também foi direcionado ao departamento de comando:
"Todas as manobras visavam o nível que o Ministério da Defesa da Rússia chama de "nível de operações estratégicas". E, se você olhar para a definição desse termo, verá que isso se relaciona a um teatro de guerra que abrange várias partes do continente".

Na Rússia asseguram que não estão preparando-se para guerra, mas estão elaborando "cenários defensivos".

Tradução: O. Kowaltschuk







quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

PORQUE EU VOTAREI EM PETRO POROSHENKO.
Myroslav Marinovich
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 04.02.2019

Eu serei acusado de "puxa-saquismo" ou "escolha do mal menor". Mas, é inútil: não sendo eu um santo, não esperarei no olimpo político o surgimento de um santo.

Até agora evitei uma resposta direta à questão, em quem eu votaria, porque sozinho queria orientar-me e determinar-me. Mas chegou o momento da decisão. O preço da questão tornou-se muito alto: em primeiro lugar, como sempre no tempo de proteção da independência, - a existência do estado.

Não sem razão dizem, que na Ucrânia temos democracia, mas ninguém pode prever, quem vencerá a eleição presidencial. A campanha eleitoral apenas confirma isso.

Ao mesmo tempo, a campanha eleitoral é como uma bronquite crônica: é dolorosa, dura muito tempo. Parece não ser mortal, mas o corpo todo sofre.

Impressiona quanta sujeira aparece. Certos candidatos começam testemunhar o surgimento do "esporte" nacional: "E você é candidato presidencial?" Claro, entre os esperados e previsíveis há   aqueles, para os quais a campanha presidencial é, na verdade, uma campanha parlamentar. Bem, a experiência política também é importante. No entanto, na alegadamente empobrecida Ucrânia, por alguma razão, por algum motivo, há cada vez mais dispostos a pagar 2,5 milhões de hryvnias pelo direito de escrever com orgulho, em seu currículo: "Candidato para o cargo de presidente da Ucrânia (2019) (O número já está por volta de mais ou menos 30 candidatos - OK.).

Impressiona a confusão moral: descrever com orgulho no Facebook suas aventuras em Davos, sem perceber que com isso difamou toda sua nação. Insensíveis aparências os casos de não cumprimentar o presidente do país no exterior ou pequenas divergências. As ambições honorárias não substituem a autoridade moral.

Também impressiona o nível das discussões dos jornalistas. Parece, que o nível de comentários, que anteriormente acontecia apenas em casa, na cozinha, moveu-se rapidamente à nossa mídia. E o que esperar na última semana, anterior às eleições, quando nos afogarão com todas "descobertas" político-tecnológicas!

Em suma, eleições - espelho da nossa vivência cultural e política.

Seja como for, mas eleições livres são uma grande conquista do povo e, portanto, todos devemos nos manifestar. E, quanto mais aumenta o número de candidatos, a minha decisão é mais clara: eu votarei em Poroshenko. Como eleitor, eu conheço suas realizações e, portanto, sei o que esperar dele. E também conheço suas fraquezas e, portanto, imagino quais ações posso reivindicar dele como gerente-chefe do país.

Eu entendo, que serei acusado de "acomodamento" e "escolha do mal menor". Mas é inútil: não sendo eu um santo, não vou perecer no olimpo político. Minha tarefa como eleitor - tendo diante de mim candidatos não ideais, escolher aquele, que na mais próxima cadência, melhor assegurará os interesses da Ucrânia. E, em minha opinião, segundo este critério, o equilíbrio de prós e contras é melhor em Poroshenko. E meu dever, como eleitor, manter o olho na minha, não ideal escolha, e elevar minha voz se suas ações forem contrárias aos interesses da sociedade.

O último item é extremamente importante para manter o equilíbrio. O presidente recebe uma enorme pressão externa - de doadores, da comunidade mundial, parceiros europeus. Há também a pressão interna do lado dos oligarcas e opositores. Mas, para que o presidente se mova em direção a reformas eficazes (especialmente aquelas que afetam os interesses dos oligarcas), pressão externa não é suficiente. É necessária uma forte pressão do nosso lado - do lado da sociedade civil. A pressão deve ser "pontual", construtiva, na qual a sociedade ainda precisa acelerar o aprendizado. Isso beneficiará o país, e o próprio presidente.

E agora tentarei responder às questões mais discutidas. E vou começar pelas duas áreas em que os poderes presenciais são mais óbvias, a saber: segurança e diplomacia.

Segurança.
Em condições de guerra hibrida com a Rússia, que procura, francamente, destruir o Estado ucraniano, para mim, o critério de segurança - é o principal. Mantendo o estado, mantemos as chances de resolver os problemas da corrupção e do Estado de Direito nos próximos cinco a dez anos. Perdendo o Estado, iremos buscar os direitos humanos, mas já no Gulag Siberiano.
os. Se perdermos o Estado, iremos buscar os direitos humanos, mas já no Gulag Siberiano.

Estou, sinceramente, grato à atual liderança pela preservação do Estado. Você dirá, que ele não é ideal? Então pergunte a um francês comum, ou britânico, se eles consideram seu estado perfeito.
Poroshenko cometeu erros como comandante-chefe? Claro, cometeu. Mas fico impressionado com a ingenuidade de alguns eleitores de que não cometerão erros Yulia Tymoshenko ou Vladimir Zalensky como comandante em chefe. Durante a primeira cadência do fato de que Petro Poroshenko fez esforços titânicos para conservação do estado é mais que suficiente. Portanto, estou pronto para confiar-lhe a administração do estado também na segunda cadência.

E, em suma: uma vez que para Putin, Poroshenko - inimigo nº 1, então voto nele. Ponto.

No entanto, não vou votar simplesmente. Como eleitor, eu devo exigir que Poroshenko tenha atenção prática, que a segurança do Estado - não é apenas um exército ou diplomacia bem sucedida, mas também o estado de direito, um aparato estatal saudável e procedimentos administrativos sólidos. Eles não serão substituídos pelo "controle manual" arbitrariamente efetivo.

A negligência dessa verdade pode ser devastadora não apenas para a presidência de Poroshenko, mas também para o Estado ucraniano.

Diplomacia.
Como esperado, no campo da diplomacia, o Presidente Poroshenko foi, talvez, o mais bem sucedido.
É claro, os críticos podem observar, que a situação aqui também está longe de ser ideal. Dizem que ainda vivemos sob a espada da Dámocles dos Tratados de Minsk. Mas, dando alto apresso às realizações diplomáticas de Poroshenko, eu quero estabelecer em que reais condições elas foram alcançadas. Afinal o sucesso ou o fracasso da Ucrânia na esfera diplomática depende não só da liderança do nosso país, mas também da posição de outros países. Porque no mundo há´não somente aqueles que apoiam Ucrânia, mas também aqueles cuja política de Neville Chamberlain persuadindo o agressor é um "ancinho", no qual Europa, parece, pisar prontamente.

Então eu não vejo quem entre os candidatos atuais poderia competir com Poroshenko no campo diplomático.

Tradução: O. Kowaltschuk