PUTIN NÃO SENTE PENA POR NÓS.
Vitaly Portnikov
Castelo Alto (/Vysokyi Zamok), 13.08.2019.
Notícia sobre a morte de mais um combatente ucraniano - vítima de uma trégua virtual que foi anunciada em 21 de julho, surge, concomitantemente a outras notícias não menos trágicas.
Sobre 16 vezes superadas as normas de radiação em Severodvinsk. Mas o governante russo não está muito preocupado com a catástrofe, que já começam falar, como segundo Chornobil. Putin tem seus entretenimentos - Criméia, motocicletas, espancamento dos participantes do protesto em Moscou.
Se Putin não tem pena dos russos - vítimas dos próprios experimentos militares - então por que ele sentiria pena de nós com vocês? Esta é a pergunta, que deveria formular para si, antes de tudo, o presidente ucraniano Volodemer Zelensky que, constantemente, dirige-se a Putin com apelos para um acordo, cessar o derramamento de sangue - e em resposta a ele apenas alegram-se.
Pode-se, sem dúvida, dizer que a ingenuidade de Zelensky é relacionada com sua sincera incompreensão de processos políticos. Mas isto não é bem assim. Sim, o político deve saber assumir a responsabilidade pela vida das pessoas. Mas, o mais importante - sim é que estas vidas ele deve valorizar.
Se ele for, claro, um governante não autoritário. Estes - ninguém e nada lastimam, nem mesmo os próprios filhos. A eles interessa apenas o resultado. É justamente por isso que os números das perdas da União Soviética na Segunda Guerra Mundial são tão diferentes daqueles dos Aliados e até mesmo do Reich. E sim, entre as vítimas da guerra estava o filho de Josef Stalin, aqui eu não estou exagerando.
Putin matará tantos ucranianos, quantos precisar para lançar seu objetivo principal - recuperação do controle da Rússia sobre Ucrânia e integração das terras ucranianas ao império. E Zelensky, e os simpatizantes de Zelensky devem entender isso: matará tantos quantos forem necessários e até mais. E não vai perguntar, quem votou em Zelensky e quem votou em Poroshenko ou Boyko. Os filhos dos eleitores de Zelensky podem estar nos mesmos túmulos com os filhos de eleitores de Poroshenko ou Boyko. E os próprios eleitores também.
Se Volodemer Zelensky realmente pensa não na morte, mas na vida dos ucranianos - e eu espero que sim - ele deveria se preparar não com apaziguamento do agressor, mas com a organização da resistência ao agressor. Para reforçar essa resistência, o novo presidente terá todas as ferramentas que seu antecessor não possuía - a maioria no parlamento, seu governo, suas forças de segurança. E crédito de confiança da sociedade. O que mais precisa?
A guerra com a Rússia será o principal conteúdo do mandato presidencial de Volodemer Zelensky. Não porque Zelensky queira. Mas porque Putin quer isso.
Tradução: Oksana Kowaltschuk
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