sábado, 31 de dezembro de 2016

Belarus protesta contra a humilhação de sua história e idioma por Moscou.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 30.12.2016
Valery Kalinowski


Em 22 de dezembro houve em Minsk um evento sem precedentes, o Ministro das Relações Exteriores bielorrusso convocou o representante da Embaixada da Rússia em Minsk para protestar contra a difamação da história e idioma bielorrusso pelos funcionários do governo russo.

Ao representante da Embaixada da Rússia foi expresso protesto em conexão com as declarações publicadas na imprensa pelo diretor do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Leonid Reshetnikov, que é, na verdade, assessor de política externa da administração de Vladimir Putin, em relação a história e idioma nacional.

Reshetnikov comparou os processos em Belarus com aqueles que aconteceram na Ukraina, disse, que os bielorrussos também saparam-se da Rússia, e também declarou, que a língua bielorrussa foi criada segundo a ordem de Todo Poderoso Partido Bolchevique em 1926, que Belarus é parte da Rússia, que ela não pode ser independente.

"Como Belarus ser independente de Moscou e como é que Moscou não pode ditar nada a Belarus?" -perguntou Leonid Reshetnikov.

Estas palavras causaram grande indignação entre os bielorrussos e foram avaliadas como completa ignorância em ciências e chauvinismo político, uma manifestação do imperialismo russo, que após Ukraina "afia os dentes" à Belarus. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Belarus, de fato, apoiou esta indignação e expressou protesto oficial.

Esta não é uma declaração isolada de Moscou, isto já é tendência.

É preciso reconhecer, que as declarações chauvinistas em relação a Belarus tornaram-se norma em diversos recursos da propaganda russa, que por vários anos alimentavam a guerra hibrida contra Ukraina, e agora começaram perseguir a soberania da Belarus. Na media moscovita Belarus já não é um fiel aliado da Rússia, eles discutem abertamente, como não perder Belarus e dizem, que bielorrussos como nação e estado, não houve e não há.

A oposição bielorrussa há muito tempo fala sobre a ameaça do imperialismo russo. Atualmente começou reagir o poder. Recentemente foram presos três autores do portal-internet chauvinista "Regnum", que também informava que os bielorrussos - é "sub-nação" com "sub-idioma" e criticavam Lukashenko (o eterno presidente da Belarus - OK) por tentativas de realizar "russificação" branca" e renovação de relações com o Ocidente. Agora a estes três ameaça prisão pela incitação ao ódio étnico. 

Inscrição: Liberdade às nações, morte aos impérios. Oposicionistas bielorrussos no Dia da Liberdade com bandeira  antirrussa. Minsk, 25 de março de 2016.
O governo russo nega.

Os analistas acreditam, que toda esta campanha russa contra a soberania da Belarus é feita com aprovação do presidente da Rússia, apesar de que Vladimir Putin, sobre este assunto, nada disse. Mas há uma declaração do embaixador russo em Minsk, Alexander Surikov, que nesta semana repudiou os aprisionados propagandistas do site "Rengum" e culpou-os pela "destruição da amizade fraterna entre estados". O embaixador também não falou contra 

"Russificação branca", que realiza Alexander Lukashenko.

Mas muitos observadores na Bielorrússia temem, que o presidente do país brincou, muito fundo. com a integração com a Rússia, e sua tentativa de "mostrar os dentes a Moscou" pode estar atrasada. (Lukashenko, quando fala algo sobre Putin ou Rússia, o faz com devoção de cachorrinho fiel. Isto transparece nas fotos e vídeos. Ele pretende governar seu país, sob proteção de Putin, para sempre. E, para substituí-lo, já escolheu seu filho caçula, que deve estar agora com mais ou menos 12 - 14 anos. Lukashenko costumava levar o garoto em reuniões , ou até viagens de trabalho. O garoto parecia sentir-se à vontade. Não sei se ainda isto acontece, porque nos jornais ukrainianos, ultimamente, tais notícias não aparecem, aliás, notícias sobre Bielorrússia também diminuíram- OK). 


Protegido de Kononenko, sem concurso, recebeu 76 milhões para limpeza de carvão.
Ekonomichna Pravda (Verdade Econômica), 29.12.2016

DP "Selydivvuhillya" em 26 de dezembro celebrou dois contratos para serviços de enriquecimento de carvão em 2017, totalizando 76 milhões de UAH, segundo o sistema "Prozorro", transmitem ("Nashi Hroshi") "Nosso dinheiro".

JSC "Fábrica de Enriquecimento "Ukraina" e JSC "Fábrica de Enriquecimento "Rússia" modificarão cada uma 400 mil toneladas de carvão comum marca G (G 1) (0 - 200) a um preço de 95 UAH por tonelada.

É mais caro de todos os preços das propostas de 2016, com uma exceção. Em maio, "Gestão em objetos de construção" encomendou em JSC "Lviv Companhia de Carvão" o enriquecimento por 176 UAH, mas este concurso foi cancelado.

No entanto, o "Grupo Colliery" "Yushnodonbasskaya Nº 1" em agosto assinou um acordo com "Industrial Company "Enriquecimento" sobre o processamento de carvão marca RDA (0-200) duas vezes mais barato - 48 UAH por tonelada.

A atual compra foi conduzida pelos negociadores, devido à falta de concorrência. Na justificação afirmam que a "Mina Ukraina" e "Mina Rússia" apresentam-se como único complexo tecnológico com respectiva fábrica de enriquecimento.

As existentes linhas de produção permitem transportar o carvão comum apenas para estas fábricas, a expedição em vagões ou veículos é impossível devido à falta de vias de acesso.

Em 22 de novembro, para o novo dirigente de Selydivvuhillya foi designado Alex Klimchenko.

Anteriormente a "Verdade Econômica" escrevia, que as fábricas "Ukraina", "Rússia" e "Komsomolskaya", que pertenciam às estruturas do filho mais velho do ex-presidente Viktor Yanukovych Alexander, passaram para propriedade de Vitali Kropachov.

O último é uma criatura do primeiro vice do presidente da facção do Bloco Petro Poroshenko e do parceiro de negócios do presidente, Igor Kononenko. (Tudo como antes, apenas agora, no governo, estão outras pessoas. É para isto que, somente neste ano, morreram 211 militares? E, quantos aleijados? Esta conta ainda não fizeram? A informação está no jornal de hoje.  O filho real também foi à guerra. Passou cerca de dois meses separado de outros combatentes, daqueles que podiam morrer, a 200 metros, ao lado do ex-ministro Valery Heletei e era guardado por 20 (vinte) combatentes soldados. Tudo com sobrenome falso. Mas o que não descobrem? " É claro que não participou de nenhuma luta" diz o texto.
Recentemente, o pai do primeiro-ministro - Bóris Groisman, completou 70 anos. A celebração contou com 500 convidados. Entre eles o presidente Poroshenko. Ele até fez um brinde e chamou o aniversariante de ... grande homem. Por que não sei, nunca li nada sobre este cidadão como partícipe de alguma causa pública... Aliás, nem sobre o ministro. - OK)

O voluntário Yury Kasyanov escreveu em seu Facebook: Dia de nascimento do pai de Groisman. Quinhentos convidados. 500 convidados! As melhores pessoas da Ukraina. Que guerra? Que reformas? Como existir com novas tarifas? O que é a pobreza desesperada? Eles não sabem. 
Fecharia os olhos, se as caras visitas (literalmente - caras) colaborassem na ajuda aos soldados, ou às famílias dos falecidos. Mas não...

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

"Ano da descentralização rastejante": como passou 2016 para comunidades unificadas?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 27.12.2016
Anastácia Moskvychov










Descentralização: comunidade capaz - Ukraina européia.

Kyiv - Mais de três centenas de comunidades unidas hoje foram criadas na Ukraina, no âmbito da descentralização. O próximo ano deve tornar-se a chave para consolidação de reformas no nível legal, particularmente quanto à anexação dos investimentos nos locais. Isto foi dito, recentemente, pelo vice-primeiro-ministro de Desenvolvimento Regional Gennady Zubko.
No entanto, o Parlamento, votar pelos projetos-de-lei pertinentes, não se apressa.

A descentralização é uma das prioridades do governo para o próximo ano, e isto se reflete no orçamento aprovado pelo Parlamento, escreveu no Facebook o primeiro-ministro Volodymyr Groisman. Este ano ele também vê "mudanças positivas em aldeias e cidades, já sentidas pelas pessoas."

"Exemplo de hoje - cidade de Pokrovsk na região de Donetsk, na qual durante onze meses de 2016 o orçamento da cidade recebeu 292 milhões de UAH, o que é 46,5% mais que no mesmo período do ano passado. Tal aumento da receita permitiu grandes reparações e reconstrução de instituições sociais e instituições de ensino, isolamento térmico de prédios, melhorar a infra estrutura físico técnica do setor público e serviços comunais", - diz o primeiro-ministro.

Gennady Zubko, vice-primeiro-ministro de desenvolvimento regional sublinhou a necessidade de aprovar leis, que reforçarão o auto governo local e aumentarão os orçamentos das comunidades.

2017 deverá ocupar a posição-chave quanto à aprovação pelo parlamento das leis, que sustentarão o auto-governo, aumentarão as receitas dos orçamentos das comunidades. Também, além do apoio prestado às comunidades através da subvenção estatal e do Fundo Estadual de Desenvolvimento Regional, há a possibilidade local incluir investimentos em projetos de infraestrutura de organizações financeiras internacionais.

As comunidades começaram resolver problemas que se acumulavam ao longo dos anos - Sydorchuk.

No geral, a reforma prevê três níveis: a descentralização fiscal, associações comunitárias e aprovação de alterações necessárias à legislação em vigor, observou em comentário à Rádio Svoboda Alex Sydorchuk, analista político do fundo "Iniciativas Democráticas" Ilko Kucheriv. Esta organização realizava pesquisas e, recentemente, publicou um relatório intermediário da reforma.

"Neste ano, pela primeira vez começaram funcionar 159 comunidades incorporadas e, na verdade, sua experiência mostrou, que de fato em novas condições de descentralização todas as comunidades, que demonstraram iniciativas, uniram-se, e elas receberam novos recursos e já mostraram certos resultados: em muitas ativaram-se as construções, remontagem, começaram resolver os problemas antigos, para os quais, há anos, não havia dinheiro suficiente", diz o especialista.

Quanto ao nível legislativo, não há, de acordo com Alexei Sydorchuk, quase nenhum progresso: nenhuma lei foi aprovada, que permitiria a união das comunidades, localizadas em diversas regiões. A razão disto ele atribui a crise política no início de fevereiro, que resultou em afastamento do governo anterior e sua dissolução.

"E, já então percebeu-se, que em duas facções da maioria não há votos suficientes para aprovação de leis importantes. E, de fato, a descentralização tornou-se apenas um refém deste processo", - considera Sydorchuk.

Apesar disso, segundo ele, causam certa resistência a nível distrital, porque perdem influência.

Os processos de descentralização são irreversíveis, segundo Kurylo.

Em dezembro houve eleições em muitas comunidades locais, os processos de descentralização são irreversíveis, disse o vice-presidente da Comissão de Construção Estatal, de política regional e governo local, o deputado do "Bloco Petro Poroshenko" Vitaly Kurylo.

Embora, segundo suas palavras, a reação do Conselho agora é ambígua ao projeto de lei quanto à fusão das comunidades, o deputado está convencido: estas leis, obrigatoriamente serão aprovadas no próximo ano.
"Sabem, estas leis teriam sido adotadas, se houvesse melhor disciplina na maioria, - diz Kurylo. - Colocou-se contra, infelizmente, a facção do partido "Pátria" (Tymoshenko), mas eu penso que esta força política não é tão forte adversário da descentralização. Bem, como sempre, se opõe contra o "Bloco de Oposição" e um número de deputados independentes. Há alguns adversários categóricos, mas uma maioria de adversários categóricos não há. Mas precisa, a cada lei, como dizem "ajustar os pés", para que ela passe. Eu penso que esta lei passa".

Em geral, "Pátria" apóia a descentralização, mas na prática as comunidades incorporadas enfrentam regras diversas das, inicialmente, prometidas, comenta à Rádio Liberdade o deputado desta força política, da Comissão do Orçamento John Krulko.

"Às comunidades combinadas prometeram aumentar os recursos para realização de vários projetos de infraestrutura, mas, em seguida, aprovaram alterações ao Código do Orçamento e transferiram à manutenção instituições médicas e educacionais. Deste modo todos os serviços públicos em escolas, postos de saúde, salários do pessoal técnico nas instituições de ensino - tudo isto tornou-se problema das comunidades unidas. Da mesma forma, as últimas alterações, que referem-se às franquias de viagem: anteriormente tudo isso era fornecido pelo orçamento do Estado, mas agora começa a ser fornecido a partir dos orçamentos das comunidades locais. E, de fato, neste contexto, esta descentralização, não parece ser completamente lógica", - diz o político.

Além disso, de acordo com o deputado, a posição de sua força política é ditada pelo fato, de que outras facções não queriam votar quanto à disposição de terras além dos limites dos assentamentos.

A transferência declarada, de terras, às comunidades locais, necessita normalização adicional, porque a corrupção existe, não apenas no nível nacional, mas também no nível local, diz, por exemplo, o economista Boris Kushniruk.

"Nós precisamos terminar com esta demagogia e definir as regras para a venda das terras, e isto deve ser feito com a máxima transparência - diz o especialista. - Além disso, as comunidades locais devem estar interessadas para que esta terra ou seja vendida, ou arrendada, nos termos maximamente transparentes, para que todos recebam renda".

O governo central perdeu a motivação à realização das reformas - Latsyba.

A impressão de que o Parlamento, o governo e a administração presidencial perderam a motivação para a realização da reforma da descentralização e deixaram de ser o seu principal motor, considera o especialista do "Pacote de reforma de reanimação" Maxim Latsyba.

"Hoje, o ano 2016 eu nomearia ano de "descentralização rastejante". Isto é a principal força motriz e iniciador desta reforma são as pessoas que se juntam, e grupos de fanáticos - especialistas, que tentam convencer os deputados e o governo a fazer algo", - diz ele.

No entanto, em sua opinião, as comunidades unidas usam com maior eficácia os fundos que anteriormente, nestas áreas, antes das reformas, porque sentem mais responsabilidade perante as pessoas. Como exemplo Latsyba cita a região de Poltava, onde o orçamento das comunidades reunidas quadruplicou. Quanto à corrupção, o perito exorta os eleitores nas comunidades para tornarem-se mais exigentes ao seu novo governo e estabelecer mecanismos de controle nos seus locais.

Importante!
Todas as 159 comunidades unificadas, às quais em 2016 foi previsto 1 (um) bilhão de UAH de subsídio estatal para o desenvolvimento de infraestrutura, receberam 100% desses fundos.  

As comunidades têm 1.382 projetos, que devem ser realizados com os subsídios do Estado. O montante total da realização de projetos, aos quais a Comissão do Ministério do Desenvolvimento Regional aprovou a aplicação de 993,8 milhões de UAH (99,4% dos subsídios).

Não alocados 0,6% dos fundos.

O governo cumpriu as suas obrigações com as comunidades combinadas, para apoiar o desenvolvimento de sua infraestrutura. Os fundos eram recebidos no prazo e de acordo com o plano, propostas de projetos para sua utilização foram consideradas pela comissão de especialistas em tempo. Na próxima semana teremos os resultados da utilização da subvenção pelas comunidades unidas, - disse o primeiro vice-ministro do Desenvolvimento Regional Vyacheslav Nehoda.

O subsídio, para menor comunidade unida é de 960 mil UAH, para maior é de 23 milhões de UAH.

Segundo dados oficiais, atualmente na Ukraina foram criadas 367 comunidades territoriais unidas, às quais entraram aproximadamente 3 (três) mil conselhos locais de várias localidades. Em 2.015 foram realizadas eleições em 159 conselhos, e em 2016 o governo local escolhiam em 209 comunidades.

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Reforma de Avakov - novos e antigos policiais
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 14.12.2016
Alex Bratushchak

Há três anos, o sistema de aplicação da lei na Ukraina cruzou a linha, após a qual os restos de sua credibilidade foram perdidos. Durante a revolução, a polícia não era apenas o outro lado das barricadas - ela transformou-se em inimiga do Maidan.

Os participantes da Revolução Laranja em 2004, ainda diziam "Polícia com a nação", mas os revolucionários em 2014 criavam centenas de autodefesas para proteger-se da milícia.

Um daqueles, que lutaram no Euromaidan contra as forças de segurança, era Arsen Avakov. E uma de suas primeiras decisões, já estando na cadeira ministerial, foi a eliminação do "Berkut" e re-certificação de "berkutivtsiv".

Então, na categoria de ministro, Arsen Avakov prometeu mudanças sistêmicas no Ministério do Interior. "Trabalho com a mudança sistêmica nos órgãos do Ministério do Interior e muito - desde a mudança da filosofia do policial, à lustração das unidades e rotação profissional". - escrevia Avakov no Facebook em 23.02.2014.

Às alterações sistêmicas foi preciso esperar mais de um ano. No início foi aprovada, no verão de 2015 a lei "Sobre a polícia nacional". Limpar os órgãos de proteção planejavam pelo processo de certificação.

As primeiras mudança começaram com o lançamento das patrulhas - no entanto isto avançava, não tanto a Avakov, quanto aos esforços de sua adjunta Zguladze. (A situação deve ter ficado "muito confortável" para ela, tanto que pediu demissão - OK). Em algum momento os ukrainianos realmente viram que a polícia pode ser diferente. 

Mas a patrulha policial revelou-se apenas o invólucro brilhante, que era incapaz de esconder o mau cheiro do velho sistema de aplicação.

A partir da situação atual podemos afirmar: a verdadeira purificação não aconteceu. Mais de 90% dos "velhos" policiais tornaram-se "Novos" Kope (Esta palavrinha deve ser gíria. Fiz o possível para descobrir o seu significado, mas não consegui - OK).

Entre os policiais ainda estão aqueles berkutivtsi, dos quais no inverno de 2013 Avakov preparava sua defesa com bastões de madeira.

11.12.2013. Аваков на Євромайдані по різні сторони барикад з

11.12.2013. Avakov no Maidan em diferentes lados das barricadas com o "Berkut".

Expectativas: Dispensar terça parte ou 90% dos antigos policiais. Nos primeiros dias da certificação o Ministério dos Assuntos Internos e Polícia Nacional demonstrou determinação e compromisso na limpeza radical do podre sistema.

Assim, após primeiras semanas da certificação em Kyiv e região, Arsen Avakov, no seu estilo habitual, através do Facebook relatava: (Ortografia preservada) "Os números farão alguns perder o ânimo, mas acostumem-se com a verdade. Se nós queremos, realmente, construir uma verdadeira polícia - não podemos enganar-nos e subestimar a realidade. Segundo resultados intermediários de
certificação, dos antigos policiais de Kyiv e região, serão dispensados 37,47% submetidos à prova. Números rigorosos, mas como eu já disse - vale a pena parar de enganar a si próprio, e falando sobre reformas estruturais - criação de uma nova polícia - compreender - que é indispensável aumentar drasticamente os requisitos para a equipe da nova polícia!

Sem isso, não haverá nem confiança das pessoas, nem sucesso na execução das tarefas neste momento difícil. E, por isso - decisivamente avançamos - através dos gritos, incompreensão, crítica dos populistas e sabotagem. Passo a passo!"


Eka Zguladze, Arsen Avakov, Khatia Dekanoidze por ocasião do juramento da patrulha policial de Kyiv.

Após uma semana Dekanoidze comentava em um encontro com blogueiros. Eis o que sobre aquele encontro escreveu Oleksandr Argat. "Katia prevê que de antiga liderança poucos permanecerão. Durante a entrevista os ativistas comunitários, diretamente, perguntavam à polícia: quantos "velhos" é necessário liberar para uma mudança fundamental no sistema? 
Por exemplo, em concorrência interna "Os cavaleiros de Honra (Algo como remorso de funcionários talentosos dispostos a trabalhar com novos hábitos) selecionaram 50 pessoas, mas após verificação permaneceram apenas 5". 

Os agentes da lei sugeriam, de 30% a 90%. Explicavam, simplesmente se entrarem apenas 10% de "novos", então os "velhos" os comerão em até seis meses.

Na realidade, não se tratava da dispensa de 90%. Além disso até os prognósticos de Avakov caíram significativamente. Os ativistas cívicos recomendavam dispensar 15 - 25% daqueles policiais que vieram para entrevista. Quantos e quem foi dispensado entre os que  foram recomendados, os membros da certificação não sabem exatamente. Esta informação não foi divulgada. 

A "Verdade Ukrainiana" pediu os resultados oficiais da certificação ao Ministério do Interior e à Polícia. O escritório de Avakov respondeu que a Polícia Nacional contém os resultados gerais da avaliação. Foram certificados 71.828 policiais, dos quais 4.160 foram demitidos. Ao pedido para analisar estes resultados, não responderam.

Então, em média, no país foram dispensados apenas 5,8% dos antigos policiais. Alguns conseguiram recuperar o cargo através do tribunal.

Segundo o ministro, não se submeteram à avaliação 7,7% dos antigos policiais, e entre os altos executivos - um de cada quatro.  

Na verdade, grande diferença não há, se foram demitidos 5,8, ou se 7,7 não se submeteram à certificação. Porque ambos os números indicam o fracasso da re-certificação. Os "velhos" milicianos quase sem dor disfarçaram-se em "nova" polícia.

Isto indicam casos específicos. Assim, por exemplo, passou pela re-certificação o tenente da região Shevchenkiv, na capital Sergei Prykhodko, que foi condenado pelo assassinato do estudante Ihor Indyl. 

Pela comissão, passaram com êxito os policiais, aos quais foram atribuídos crimes contra os participantes do Euromaidan (Sim, eles cometeram crimes - mas não podemos esquecer que eles recebiam ordens, ordens que podiam ter sido muito rigorosas e, não li nada até agora, sobre realização de cursos ou ao menos palestras educativas. E há bons exemplos por parte de todos altos funcionários? Avakov é um que não valoriza o próprio idioma ukrainiano. Recentemente mudou-se para acomodações estatais, verdade que não é residência de alto luxo, mas será que ele paga aluguel? E as pastas fornecidas pelo governo, compradas por ele ou pelo filho, que os estudantes reclamam da qualidade. E, ele que se recusa do idioma ukrainiano, inclusive oficialmente, sendo ministro do país? - OK). 

Na entrevista à "Verdade Ukrainiana", com isto indignava-se o dirigente do Departamento de Investigações especiais da Procuradoria Geral da Ukraina Sergey Gorbatyuk. Segundo ele, metade dos "berkutivtsiv", que bateram nos estudantes, continuam trabalhando na polícia. e, de 15.000 policiais, que "passaram pelo Maidan", submeteram-se aos interrogatórios apenas 10 pessoas.

"Se você é policial, que deve proteger os cidadãos da criminalidade, e se você, no passado, testemunhou crimes e não fala sobre eles, encobriu seu amigo ou colega, você não tem lugar nos órgãos de aplicação da lei", - diz Gorbatyuk.

A demanda pública para a purificação da polícia de mal intencionados policiai permaneceu insatisfeita, diz o especialista do grupo "Polícia sob controle "Boris Malyshev: "Os resultados da certificação são bastante modestos. Mais de 90% passaram a certificação com êxito. Isto sugere que houve reforma planejada, ou as intenções eram boas, mas colidiram com resistência do sistema, e os planos preliminares foram revistos pela direção do Ministério dos Assuntos Internos e Polícia Nacional, que silenciosamente concordaram com tão modesto resultado".

Um certo resultado da certificação Malyshev ainda vê: pelo menos alguns foram dispensados. Mas, os consideráveis recursos gastos e parcos resultados sugerem a irracionalidade da medida. 

Insuficiência de planejamento - segundo Anton Gerashchenko.

Dekonoidze, dirigente da Polícia Nacional da Ukraina, de 2015 até novembro de 2016, segundo Boris Malyshev, não teve suficiente rigidez para controlar todos os processos e resultados intermediários.

Deficiências do documento: Especialistas e ativistas sociais apontavam para deficiências. Eles não conseguiram convencer nem Eka Zguladze para corrigir determinadas normas. A direção do Ministério de Assuntos Internos aprovou a lei através do Parlamento. Em particular, a dependência do dirigente da Polícia Nacional do ministro do Interior. Assim Dekonaidze não podia, com independência, aprovar o orçamento, a estrutura do escritório central, nomear e destituir os dirigentes de administrações regionais e seus adjuntos. Provavelmente, a única pessoa que Dekonaidze conseguiu designar, foi o chefe da segurança interna da Polícia Nacional, George Grigalashvili. Mas, mesmo ele trabalhou apenas alguns meses - de novembro de 2015 a abril de 2016, quando desligou-se. (Estas pessoas cujos sobrenomes são diferentes dos ukrainianos, como Zguladze, Dekonaidze, etc. vieram da Georgia quando lá saiu do governo o ex-presidente Saakashvilli, inclusive ele tornou-se governador de Odessa, mas já não está no cargo. Saakashvilli foi elogiadíssimo pelos ukrainianos, mas perdeu as eleições na Georgia. Bem, lá venceu um pró-Rússia. Não deu certo também em Odessa. Não acompanhei os motivos que levaram à saída do governo de Odessa, mas Saakashvili tem cidadania ukrainiana e está formando um partido na Ukraina - OK)

Após 16 meses, Dekonaidze, no dia de seu afastamento, censurava: considerava que tinha poucos poderes para introdução de mudanças, às decisões dos órgãos de aplicação das leis, os políticos não deveriam interferir. "Nós recebemos uma situação, que supostamente, não deveria receber influência política, diz Malyshev. - Formalmente, mas apesar das leis, o Ministério do Interior mantém influência bastante poderosa.

A influência do ministro sobre a Polícia Nacional é necessária, para que ele possa desempenhar as suas funções, diz Gerashchenko. Seu dever - moldar a política, incluindo o pessoal.  Se ele não tiver a possibilidade de aprovar a política do pessoal, ele não terá possibilidade para implementar as metas e os objetivos que lhe são colocados.

Lei nº 1465 de 17.11.2015. Esta lei era, e mesmo após as mudanças, continuou falha, o que permite que os ex-policiais evitem afastamento através de decisões judiciais, consideram os especialistas.
A certificação envolve três etapas:
1. Teste de habilidades gerais. Lógica e capacidade de análise de dados.
2. Habilidades profissionais.
3. Entrevista com a Comissão de Certificação. 

A terceira etapa sofreu a maioria das queixas, A saber:
Plenipotência das comissões;
Ausência de vídeo e áudio conversação;
Opacidade nas decisões;
Certificação nas decisões;
Trabalho das comissões.

Plenos poderes.
Entrevista da disposição registrada ou superficialmente, ou contrário às leis da Polícia Nacional, observam os especialistas do grupo "Polícia sob controle". Nas instruções estão ausentes as razões, pelas quais as comissões podem aprovar decisões sobre o fracasso da certificação

"A ordem não regula claramente os poderes de certificação de comissões na última fase, com base na qual a Comissão deve decidir que a pessoa não responde pelo cargo. As decisões sobre dispensa necessitam razões e justificação, e tendo em vista que isto não constava, e não estava escrito que a decisão da comissão era suficiente para demissão.

Já após as primeiras certificações, em Kyiv tentaram remediar a situação. Com a ordem do ministro criaram-se comissões de apelação, às quais, poderiam apelar os policiais.

"No início, não havia nem sequer comissões de apelação, - lembra Anton Gerashchenko. Surgiram as dúvidas. Criaram as comissões de recurso, foi possível recorrer a elas e nivelar a situação".

Vídeo-fixação. 
A falta de vídeo-fixação favoreceu os policiais rejeitados pelas comissões de certificação. Quem não concordava com a decisão das comissões ia aos tribunais e recebia decisão do tribunal, que o renovava no cargo. Se houvesse vídeo-fixação, muitas questões não surgiriam, tenta convencer que havia feito esta proposta a Khatia Dekonoidze, Anton Gerashenko.

Opacidade.
Desta falha queixam-se os membros das comissões. O fato é que eles não sabem se foram demitidos os funcionários que eles recomendaram. Verificar estas ordens com as decisões das comissões os ativistas cívicos não puderam. Admitem que os resultados poderiam ter sido manipulados. A comissão de classificação poderia recomendar à demissão de 20%, mas a decisão real dos dirigentes era apenas 10% - admite Malyshev. - Informação oficial de quantas decisões foram realmente implementadas não há. Tal tendência registraram em Kyiv. Os presidentes das comissões decidiram dispensar cada quarto - mas o resultado foi apenas de 12%. Os especialistas de "Polícia sob controle" desconfiam, que os recomendados para demissão poderiam ter transferido para outras unidades ou simplesmente não cumprir as decisões da comissão.


Quando em outubro do ano passado, Arsen Avakov informava os resultados da avaliação, ele prometeu publicar listas completas dos que não participaram da certificação.
Isto foi há dois meses, mas as listas até hoje não apareceram.

Ausência de vídeo e áudio-conversação.
Um grande número foi chamado para "certificação à revelia". De acordo com o grupo "Polícia sob controle", com a possibilidade aproveitaram mais de 15% dos policiais. Eles nem compareciam para entrevista com a comissão de certificação porque seus líderes escreviam "ele viajou em missão", - diz Boris Malushev.

Durante este procedimento com ausência, não podiam decidir sobre a liberação. Se depois do exame dos documentos, na comissão percebem-se motivos para demissão, as pessoas deviam comparecer para entrevista. Mas isto era muito raro. Devido a esta lacuna, os odiosos policiais poderiam permanecer nos cargos. E, exatamente, entre os ausentes, foram encontrados os es-"berkutivtsi" (Polícia do governo Yanukovych, os que batiam nas pessoas durante as manifestações -OK).

Trabalho das comissões.
Sobre as lacunas no trabalho das comissões falam as autoridades policiais e os ativistas comunitários que trabalham nas comissões.

Segundo disse o presidente de uma Comissão, Sergey Pernykoza, à "Verdade Ukrainiana" que, devido a curto prazo foram estabelecidas comissões insuficientes.
Por outro lado, o processo atrasava-se porque, aos membros das comissões públicas não pagavam pelo trabalho.

"As comissões podiam cometer erros - reconhece Pernykoza. Porque os operatórios é difícil distinguir de bandidos.


Queixa-se também Anton Gerashchenko. Ele afirma que alguns membros de comissão pediam vantagem indevida para apoiar ou dispensar um ou outro funcionário. Mas, nomes não cita.
"Algumas pessoas eram liberadas, segundo o princípio: ele trabalhava no departamento de combate ao tráfico de drogas - lá ninguém é eficiente - dispensar, etc. Desculpem, mas isto não é avaliação", - queixava-se Gerashchenko.
Esta "abordagem " levou a uma escassez de pessoal na polícia Nacional, de 22 mil pessoas. E preparar trabalhadores é questão de anos. 

Concomitantemente com a certificação a polícia registrou um forte aumento no crime. A reforma do Ministério do Interior foi um dos motivos, diz abertamente o representante público Sergey Pernykoza:

Houve ocasiões quando os policiais, durante a certificação, tremiam. Era a primeira vez que eles participavam de testes, eles precisaram aprender as leis, então pararam o trabalho. "Porque eu deveria fazer alguma coisa, se posso der descartado", - pensavam eles. Nem os promotores conseguiam fazê-los trabalhar. Isto atrasou a investigação criminosa.

"Resultados muito radicais da avaliação poderiam resultar em total desregulamentação da máquina policial", - acrescenta Boris Malyshev.

Num certo momento, o sistema sentiu ameaça à sua existência e a polícia mudou sua atitude na "limpeza" de seus quadros. Aos comitês regionais juntaram-se os conselheiros e representantes do Ministério do Interior.

Por sua vez, tais modificações levaram à saída de ativistas civis. Em 6 de junho, em Kyiv houve uma conferência de imprensa "Colapso do processo de certificação da polícia: quem é culpado e motivos de seu surgimento", durante o qual os representantes de várias organizações anunciaram sua saída do processo de certificação.

"O processo transformou-se em exibicionismo, e nós não queremos encobrir isto."

Na verdade, essas palavras tornaram-se a sentença da reforma. Quebrar espinha dorsal do sistema falhou.Única saída segundo os ativistas sociais é realização de repetidas certificações com correção de todas as deficiências.

Há uma condição - não permitir a participação de Avakov no processo.

Analisando certas deficiências em seu blog, compreende também Avakov. Analisar como serão as próximas etapas, poder-se-á julgando a forma da realização do concurso ao dirigente
da Polícia Nacional. O ministro anunciou o concurso para o cargo, que está vago.
A julgar pelo post na "Verdade Ukrainiana", Avakov vai escolher entre os "novos policiais" e "velhos policiais".

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O caso Novinsky. Começo do fim da ortodoxia canônica na Ukraina?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 09.12.2016
Petro Kraliuk

Opositores da procissão religiosa da Igreja Ortodoxa Ukrainiana, do Patriarcado de Moscou. Borispol - Kyiv, 25.07.2016. Legenda na foto: Patriarcado de Moscou = ocupante espiritual.
Quando o Parlamento, em 08 de dezembro, concordou na privação da imunidade parlamentar de Vadim Novinsky, houve uma peculiar sensação. Afinal, anteriormente, a comissão de regulamento do Parlamento não se atreveu a dar permissão para este caso. O processo criminal deste oligarca não aparenta ser muito convincente. Afinal de contas quase não foi atingido o número de votos suficientes para remover a imunidade de Novinsky. A intriga permaneceu até o último momento. O oligarca parecia estar certo, que isto não aconteceria - faltarão alguns votos. Mas aconteceu... Os deputados "espremeram". Ou será que foram "espremidos"?

Obviamente, esta decisão, para alguém, é muito necessária. A quem? E para quê?

Oligarca ortodoxo.

A biografia de Novinsky é muito interessante. Pessoa, que nasceu na Rússia, para a qual a cidade natal tornou-se Leningrado (ainda hoje a sua "segunda moradia" localiza-se em St. Petersburgo), é berço da equipe de Vladimir Putin. E com ela Novinsky tinha contato. Caso contrário, é duvidoso, que ele conseguiria, com tanto êxito, desenvolver negócios na Rússia.

Não, eu não tenho dúvidas nos talentos gerenciais de Novinsky. Ate posso reconhecer sua genialidade. Mas, na Rússia sem o apoio do governo, ganhar muito dinheiro é muito, muito problemático. Como também na Ukraina.

Por algum milagre Novinsky vende o seu negócio, em sua terra natal e começa concentrar-se no exterior - Moldávia, Bulgária e, especialmente, Ukraina. Será que isto foi interesse puramente econômico do "genial empresário"? Será que neste interesse havia também um componente político?

Para Putin, como a um ex-KGB (Afinal, ex - KGB não existem) era importante ter em outros países, seus agentes, especialmente sob a cobertura de negócios. Não seria um desses agentes Novinsky?


Presidente do Conselho JSC "Smart Holding "Vadim Novinsky" é líder do partido "Ukraina - Em frente!" Natália Korolevska, durante a recepção oficial dedicada ao Dia da Rússia. Kyiv, 07 de junho de 2012.

Curioso, que a vinda de Novinsky a Ukraina aconteceu no segundo período da presidência de Leonid Kuchma, quando este começou dar alguns passos pró-ocidentais, distanciando-se de Moscou. No entanto, Moscou, muito habilmente, alquebrou Kuchma. Como o empresário Novinsky tornou-se ativo durante a presidência de Viktor Yushchenko. E, no período de Viktor Yanukovych Novinsky torna-se um dos "smotryashchyh" (Acredito que esta palavra, ou melhor, pseudo palavra russa, vem de "smotrytelh", adaptada pelos ukrainianos e muito usada no período de Yanukovych, significa encarregado, guarda de prisão, chefe dos guardas de prisão - OK) de Putin na Ukraina.  Em particular, a esfera de seu "presmotru" (cuidados) é a Igreja Ortodoxa Ukrainiana, na verdade filial da Igreja Ortodoxa Russa. Então, em 2012, Novinsky recebe a cidadania ukrainiana.

No período de Yanukovych houveram tentativas de afastamento do então metropolita Volodymyr (Slobodan) da Igreja Ortodoxa Ukrainiana (Patriarcado de Moscou) e nomear em seu lugar uma candidatura pró-russa. Novinsky, o quanto se sabe, neste processo desempenhou um dos principais papéis.

Em geral, naquele período Novinsky posicionou-se como "crente profundamente ortodoxo" e mecena da Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou. Pelo menos não há dúvida de que ele tornou-se uma das figuras-chave que definiu a política canônica dos ortodoxos da Ukraina.

Então Novinsky apareceu na órbita, tornando-se deputado do Parlamento, representante da cidade de Sevastopol e entrou no Partido das Regiões.

Depois da Revolução de Dignidade Novinsky permaneceu na grande política tornando-se deputado do Parlamento, representante da cidade de Sevastopol e entrou no Partido das Regiões.

Depois da Revolução da Dignidade Novinsky permaneceu na grande política, tornando-se deputado do Parlamento, pelo "Bloco de Oposição. Ele continuou sendo uma figura influente na Igreja Ortodoxa, provavelmente cuidando para que esta estrutura religiosa continuasse na esfera do Patriarcado de Moscou.

Deputado Vadim Novinsky e o chefe da Igreja Ortodoxa Ukrainiana (Patriarcado de Moscou) Onufriy no Parlamento da Ukraina. Kyiv, 27 de novembro de 2014
Quando surgirá na Ukraina a sua própria igreja independente?

Agora diversos especialistas se perguntam, por que levantaram a imunidade parlamentar de Novinsky. Dizem que alguém quer apropriar-se cm os ricos ativos deste oligarca. Outros direcionam a atenção à dimensão política desta questão. Alguns supõem, que aqui funcionou a falta de "amizade pessoal" do atual presidente da Ukraina Petro Poroshenko a Novinsky.

Claro, tudo isso existe. Mas, quanto a mim, aqui houve algo diferente. 

Lembre a recente declaração do patriarca de Moscou Kirill, que Ukraina não receberá sua Igreja Ortodoxa Autocéfala. Não por nenhum motivo esta declaração foi feita. Antes de tudo, ela lembra a ameaça - para que os líderes da Igreja Ortodoxa  da Ukraina não dessem passos na direção da autocefalia.

Presidente da Rússia Vladimir Putin e o Patriarca moscovita Cirilo.
Ou lembre relativamente recente luta no monastério Koretsky, de Novinsky e Metropolita Oleksandr (Drabenka), que é considerado líder da ala  pró-ukrainiana da Igreja Ortodoxa ukrainiana (Patriarcado de Moscou).

Representante da Igreja Ukrainiana Ortodoxa do Patriarcado de Moscou metropolita Volodymyr (Sabodan) à direita e seu secretário arcebispo Pereyaslav-Khmelnitsky e Vyshnevsky (Drabenka). Kyiv, 08 de abril de 2012.























Nem tudo é tão simples no reino ukrainiano de  "ortodoxia canônica". Aqui observam-se indesejáveis para Moscou tendências. Daqui a correspondente reação dos curadores de Moscou da 
Igreja Ortodoxa Ukrainiana do Patriarcado de Moscou.

Que tendências são estas? Muitos clérigos da Igreja Ortodoxa Ukrainiana já "cansaram-se de Moscou" - especialmente nas condições da atual guerra com a Rússia. Será que eles se sentem confortáveis com a marca de "traidores da Rússia" e gradualmente  perdendo paróquias? Afinal, na Igreja Ortodoxa da Ukraina do Patriarcado de Moscou há minoria ukrainiana pró-ukrainiana, que de a muito é contra a separação de Moscou.


No cartaz diz: Patriarcado de Moscou não é  igreja de Cristo mas estrutura do FSB.

Mas a questão não é só e não tanto nos clérigos da UOC (MP). Ultimamente o governo ukrainiano adota algumas medidas na direção de uma única igreja ortodoxa. Até mesmo os funcionários de base falam isso, inclusive oficialmente. O motivo do governo é compreensível.  Não tendo sucesso na vida econômica, social e cultural, será difícil ir para as eleições parlamentares e presidenciais que inexoravelmente se aproximam. A criação de uma única igreja independente na Ukraina seria uma grande vantagem para o governo e mobilizaria em seu apoio um considerável recurso eleitoral.

Claro, aqui pode-se falar sobre o "cinismo" do poder. Mas, qual o poder não é cínico? Afinal, se o "cinismo" criar uma Igreja Ortodoxa Autocéfala unificada na Ukraina, será possível apenas agradecer às autoridades atuais.

Novinsky, é, justamente, uma das figuras chave, que faz tudo possível para que a Igreja Ortodoxa Ukrainiana não saia da esfera de influência do Patriarcado de Moscou. Remover esta figura - significa empurrar a UOC à criação da Igreja Ortodoxa independente na Ukraina. Não admira que o processo criminal de Novinsky, apresentado pela Procuradoria Geral, aplica-se a assuntos religiosos. Afinal, a essência é que Novinsky, em seu tempo, esforçava-se remover da UOC o metropolita Volodymyr, o qual agora muitos consideram como lutador pela independência da ortodoxia ukrainiana.


Opositores da Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscou. Borispol - Kyiv, 25 de junho de 2016

Como irá desenvolver-se o processo criminal contra Novinsky, se haverá julgamento, se chegarão ao acordo nos bastidores - podemos apenas pensar. Mas a questão já criaram. A Novinsky, agora, não será fácil ocupar-se com a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscou. Portanto, há esperanças, que a questão de uma Igreja Ortodoxa única irá avançar - e, talvez, bastante intensivo.

E, se esta questão for levada até o final, Ukraina dará mais um passo significativo no distanciamento de Moscou. Isto só pode ser aplaudido

Petro Kraliuk - Vice-reitor da Academia Ostroh. Filósofo ukrainiano, escritor e jornalista. Ph.D., honrado trabalhador da Ciência e Técnica da Ukraina, professor da Universidade Nacional "Academia Ostroh".

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Voltar da guerra duas vezes
Tyzhden ua. (Semana ukrainiana), 12.12.2016
Stanislav Kozlyuk

"Semana" começa uma uma série de materiais sobre a vida pacífica dos veteranos ATO.


Próximo da velha militar GAZelle - (entre outros significados, pode ser um veículo de transporte - OK) está um homem de uns 35 anos. Veste uma jaqueta felpuda e calça jeans, ele, às vezes olha para os transeuntes, que olham rapidamente para uma caixa de plástico transparente com inscrição "Ajuda para os combatentes da ATO", que está ao lado de uma cadeira de plástico. E aqui há cinco voluntários, que discutem sobre um carro, que é necessário restaurar para as necessidades dos militares

- Mas nesta GAZelle o funcionamento é completamente avariado. Como o motor. Em suma, precisa mudar tudo. Algumas partes nós já encontramos, mas para isso é necessário dinheiro. O carro veio da frente, com ele servia-se "Donbas". Havia um carro para 700 pessoas. Com ele levavam soldados e munição. Eram cuidadosos, mas você sabe, como a guerra e as estradas afetam o transporte rodoviário - diz o voluntário Volodymyr, tomando café.

O homem de 35 anos, apenas acena com a cabeça. A ele se aproxima um conhecido. Artilheiro. Diz que ainda luta e o fim disso não se vê, e com os pagamentos há atrasos. Agora ele está em férias. Trouxe produtos para feira. A conversa dura uns três minutos, depois o artilheiro entra em seu carro e vai cuidar de seus assuntos. Enquanto isso o homem mancando, afasta-se da GAZelle e senta-se na cadeira. Dobra a perna direita da calça. Sob o tecido do jeans prótese com dois tubos de metal e articulação no joelho. Voluntários alcançam as chaves e começam a apertar os parafusos e arruelas na perna de ferro.



Para onde você puxa tanto? - o homem ri. - Assim retira minha perna agora!

- Sarabun, eu ofereci apertar tudo no DTCCAF (Associação Voluntária de Assistência à aviação, Exército e Marinha - pesq. - OK). Lá tem as necessárias ferramentas e, no geral é mais favorável, - diz Volodymyr.

Alexandre Sarabun apenas sorri. Ele já passou da quarta década, ele tem uma filha adolescente. Ele é veterano da ATO com a perna direita amputada. Passou por Ilovaysk e cativeiro, reabilitação... e novamente na frente. Alexander duas vezes viu a guerra no Donbas. Em 2014, ferimentos, e em 2015, depois da operação, durante a qual, ao homem, do membro esquerdo deixaram algo mais que 7 cm. O restante - mecânica.

- Então o que, levaremos a máquina para DTCCAF? - diz Alexander, pensativo, tomando café da taça comprada no quiosque no bazar, próximo do qual acomodaram-se os voluntários.

- Sim, vamos. Logo duas horas. Já é hora, - diz Volodymyr. O carro militar prendem ao micro-ônibus e arrastam pela metade da cidade ao boxe.

Para nos a administração do DTCCAF deu para uso um boxe. Nós, ali reparamos os carros militares. O dinheiro recolhemos em toda cidade. Às vezes as empresas ajudam, às vezes o prefeito. Ele, quando viu esta GAZelle - disse que precisaria comprar, para os rapazes, no mínimo mais uma. Os locais reagem de forma diferente. Às vezes você ouve cada coisa, durante a coleta de dinheiro: Nós não mandamos vocês para lá", e "Vá para o seu Poroshenko." e "Tire o dinheiro daqueles, que declararam milhões". Embora, no primeiro dia, quando sobre nós e resultados do nosso trabalho mostrou a TV local, reunimos seis mil UAH, - diz Alexander.

Aproximamo-nos das partes. Voluntários recolhem da GAZelle uma caixa com dinheiro e documentos. O próprio carro deixam sob o céu. Pois na oficina de voluntários não há lugar, esta lá para conserto um velho Mercedes. Ele já foi, parcialmente concluído, mas o carro planejam passar para uso do batalhão "Donbas". No porta-malas do mercedes abrem a caixinha com o dinheiro e começam a contá-lo. Neste dia recolheram 870 UAH. Os voluntários, com o montante, não estão muito satisfeitos: apenas a troca do motor custará US $ 200.

- E então, rapazes, nós encontraremos amanhã no mercado, às sete. Eu, ainda, devo visitar parentes. Minha sobrinha está de aniversário, preciso saudá-la, - despede-se Alexander, nós entramos no micro-ônibus.



Eu, Saraban Alexander. Nasci em Moguilev-Podolskyi em 22 de maio de 1979. Minha mãe era inválida (teve meningite e perdeu a audição), por isso eu e meu irmão menor Dmytro, crescemos e estudamos num internato em Yampol. Durante a URSS decidiam tudo por você. E, uma vez que nossa mãe teve cinco filhos, alguém, em algum lugar decidiu que os maiores precisava retirar do internato. Claro, a partir do internato, pelo bom comportamento, dispensavam para casa, forneciam autorizações especiais. Mas a estes eu não pertencia. Então, várias vezes fugimos, tentávamos visitar nossa mãe. Mas, nos pegavam. O mais ultrajante era, quando isto acontecia a 7 km de casa. Assim vivíamos.

Os estudos eu concluí em 1994. E, imediatamente comecei a trabalhar. Eu tinha 15 anos então. O primeiro trabalho - carregador na loja. Depois, quando a loja fechou, trabalhei numa equipe de construção como auxiliar. Parece que em 1998 fui, voluntariamente, ao exército. Não sei, por que fui. Talvez algo pensei: instrução eu não tinha e a vida toda trabalhar como carregador não queria. Pensei, lá terei sorte. Finalmente fui promovido a vice-comandante de pelotão. Consegui o posto de sargento-maior. Ano 2.000. Então aos militares reduziam o salário. Muitos oficiais fugiram. Em suma, as perspectivas dissolviam-se no ar. Por isso voltei a Moguilev-Podolskyi. Trabalhava na fábrica local de conservas. Quando ele fechou mudei para cervejaria, onde faziam malte. Mais tarde fui, novamente, para construção. E lá trabalhei até a guerra.



Viajamos pela velha estrada ao longo da aldeia. Alexander segura nos joelhos um bolo. No banco de trás do carro um pacote com diferentes tipos de água doce. O irmão de Dmytro, além de Ania, que completa 12 anos, tem mais quatro filhos. Levar-nos concordou um conhecido veterano.

- Você não imagina. Você vem visitar Dima, as crianças correm para fora e grudam em você de todos os lados. Com dificuldade você tenta afastá-las, - ri Sarabun.

Desviamo-nos para estrada rural. Há neve com chuva. Devido a neve com chuva, ela foi completamente destruída, e chegar à casa do irmão torna-se problemático. Estamos a algumas dezenas de metros e vamos a pé. Os pés afundam na lama. Esta, escorregadia, obriga a se concentrar em cada passo. Alexander tenta passar onde está mais seco, mas em vão. A prótese, frequentemente, escorrega, obrigando seu dono quase sentar-se na guita. Finalmente chegamos.

- Você o quê, não podia limpar a estrada? Eu lá, quase me matei com o meu pé, - rindo diz Alexander ao irmão.

Nos convidam à sala, onde as visitas já se reuniram. Sasha (Sasha é tratamento carinhoso de Alexander) entrega os regalos, ele é colocado no assento principal. Bebemos pela saúde da aniversariante. Aos presentes oferecem vodca, à culpada pela celebração, champanhe. Alexander, educadamente, recusa o álcool. As conversas sobre a vida, horta e técnica agrícola expira hora e meia. Todo este tempo Ania chega-se a Sasha. Finalmente preparamo-nos para casa. Porque de manhã novamente nos ocuparemos com voluntariado. Após longas despedidas entramos no carro e voltamos para o noturno Moguilev.



No Maidan acabei não indo. Enquanto nós preparávamos para ir a Kyiv, Yanukovych fugiu. E, já em março começou a Criméia, quando aquele cabra (Vladimir Putin - Ed) terminou a sua Sochi. Eu, imediatamente lembrei a escola, onde por você decidiam tudo, e compreendi, que de volta a "sovok" não quero (sovok - pessoa soviética, aleijada espiritualmente - OK). E, em 04 de março fui para Comissariado militar. Descobriu-se que lá não havia minha ficha. Como da metade das pessoas sujeitas ao serviço militar (Casa da mão Joana - OK). Então escrevi uma declaração, que desejava servir como voluntário. E entrei na primeira mobilização. Mas não na frente. Nós renovávamos a documentação. Porque havia ocasiões que, de acordo com a documentação  a pessoa era saudável, mas, de fato, era inválida. Assim trabalhei até o final de maio. E, em junho encontrei-me na 1ª brigada de tanques. Uma semana ficamos no campo à espera, mas envio no front não houve. Os comandantes, à nossas perguntas respondiam: Sentados vocês ficarão, enquanto nos for necessário". Naquele momento, em Slov'iansk já aconteciam lutas. Finalmente eu fugi. Descobriu-se, que nos cartões militares não registraram, para onde, exatamente, nos enviavam de Moguilev-Podolskyi . Nós éramos oito. Então eu fui para Vinnytsia, peguei os documentos e fui para Petrivtsi. Alguém em mídias sociais começou escrever que eu desertei. Mas, naquele momento, nós já estávamos em treinamento.



Sete da manhã, mercado. Já conhecida GAZelle, caixa de plástico e Alexander. Recolhem dinheiro. Hoje lhes devem ajudar os adolescentes - filhos dos voluntários. Dois meninos concordaram andar entre as barracas e perguntar aos vendedores, se pode alguém ajudar financeiramente. Um, filho do chefe da autodefesa local está aqui, seu colega de classe deve chegar. No carro, através do vidro, avista-se outra caixa de plástico e duas jaquetas verdes

- Dê uma volta com os rapazes, ouça, o que as pessoas dizem. Mas, coma primeiro, - diz Alexander.

- Os voluntários fazem desjejum. Do carro militar vem o cheiro de salsicha. Alimentados, os rapazes começam trabalhar: vestem coletes, caixa na mão. 

- Nós somos voluntários, recolhemos dinheiro para reformar o carro dos militares. Um deles está parado. Próximo ao mercado. Se você pode doar alguma coisa...

- Não! ATO, ATO... O que é para mim o seu ATO?!

Vamos em frente.

- Nós somos voluntários, recolhemos dinheiro...

- Os rapazes lá não tem nada, mas vocês aqui falam sobre carros!

- Muito cedo  vocês vieram. Ainda não há receita, não há o que doar.

Entramos entre as fileiras de roupas.

- Bom dia, nós somos voluntários.

- Ah, são vocês para o carro, que está da DTCCAF? Sim, um momento...

Em geral os vendedores nem sempre recebem os voluntários positivamente. Alguém cansou da guerra, alguém reclama do governo Sarabun insatisfeito. (Segundo jornais, no início da guerra, a ajuda do povo foi extraordinária - OK)

- Separatistas há muitos. Alguém acredita no "povo irmão". (Os russos, principalmente o governo russo diz que o povo ukrainiano é "povo irmão" do povo russo - OK). Os comerciantes dizem que dinheiro não há, ou algo assim. Às vezes mandam passar mais tarde, darão algumas dezenas de "hrevnias". Os meninos vem, mas os vendedores esquecem as promessas. Assim trabalhamos - um pouco ofendidos diz Oleksandr. 

Vamos ao encontro com o prefeito da cidade, Petro Brovko. Alexander argumenta: eles, constantemente, estão em contato e, em geral, o prefeito desempenha um papel importante em sua reabilitação: ajudava com dinheiro, alocou-lhe um apartamento e encontrou empresários que concordaram em repará-lo. Agora eles colaboram em ações do voluntariado.
Enquanto esperamos, tomamos café. Provavelmente, este é um único forte hábito de Alexander, que poderíamos chamar de vício.

- Como é que foi no mercado? - o prefeito aparece e imediatamente quer saber como estão as coisas.

- Como dizer. Os meninos ouviram muito, enquanto pediam ajuda. Sobre voluntários e sobre políticos... - irritado diz Alexander.

- Talvez, comigo iremos na próxima vez? Que digam para mim tudo isso, - indigna-se o prefeito. Em seguida falamos sobre o aniversário do Euromaidan e separamo-nos.



No batalhão Donbas, em que eu estive, por muito tempo não conseguiam armas para mim. Então, a primeira luta eu tinha uma granada, pá Sapper e capacete com a inscrição "Por VDV!" Devíamos sofrer uma emboscada, mas passou. Na verdade, quando eu ia para guerra, estava preparado, que não voltaria. Mas temia ferimentos. Porque, se matar, que mate, mas que não fique sofrendo. Mas, o que eu temia, aquilo aconteceu. Fui ferido na saída de Ilovaisk. Saímos pelo corredor verde" de caminhão, ao lado caíram duas minas. E depois começou: tanques, "Grad". Eu nunca vi tal. A terra queimava e cheirava, como plástico. Diante de meus olhos o projétil voou e caiu na cabine - os rapazes foram jogados para fora, ao motorista arrancou as pernas, ele queimava. Nós atirávamos para todos os lados porque nos campos de milho aqueles russos estavam em toda parte. Em qualquer lugar que atirássemos, acertávamos. Ao meu lado caiu Monakh, segurando a coxa. Andrew (Bravo) encostou-se na borda. Olho - sangue fluindo. E sua mandíbula inferior foi arrancada com a laringe. Eu fiquei de joelhos, atiro.



Ao lado nosso Lonchyk. Ele apenas teve tempo para dizer "Oi você... - e lhe derrubou - arrancou metade da cabeça. Eu acerto entre os olhos a algum jovem menino louro com AK100. Em seguida explosão na parte frontal da máquina. Eu saí da carroçaria por último. algo acerta minha perna, deslocando-a. Tento levantar - e caio. Rapidamente aproxima-se Skiff, corta a calça. Lá havia apenas um pequeno furo. Na perna, um enorme buraco. Apenas o osso ressalta, músculos não há. Caíram. Me enrolam, ao lado deitados Lionha, Ryba e Tar. E Syenya, que foi ferido antes, drogado com anestésico, rastejava com Striechkin, ameaçava matar aqueles que pensassem em desistir. Deitados com Taram. Assustador - não é possível transmitir. Imaginem: deitado, ferido, e sobre você precipita-se ardente KamAZ (caminhão). E cada vez mais próximo, idioma não russo, parece checheno. Tar pergunta: "Há algo?" Eu respondo: "Granada". Tar responde: No caso de algo, iremos junto." Eu a alcancei, desliguei e coloquei sob o meu corpo.

Senia arrasta-se até nós: "Meninos, por que choram?" Respondemos: "Morrer não queremos, mas ao cativeiro não pode, os voluntários são torturados." Senia também acomodou-se ao lado. Lembrei que logo é setembro, a filha fará aniversário. Tar segura minha mão, choro e digo para mim mesmo: "Perdoe, criança, o pai não voltará". Mas, neste momento chegaram os nossos, repeliram o inimigo. Depois mudamos para uma casa próxima. Lionha ficou no quintal, outros foram ao porão. Ainda vi o rapaz, que voava no KamAZ. suas pernas despedaçou o projétil. Depois ele falou: "Vejo, que estou voando sobre vocês, mas nada posso fazer, as pernas não obedecem". 
Parece que este foi o dia mais longo em minha vida.



Pequeno e simpático apartamento. Noite. Na cozinha, café fresco, no corredor está a perna de metal. Sasha conta sua história. Fala sobre o cativeiro e russos. Fala sobre os voluntários que o cuidaram. Sobre operação.

Nós fomos enviados ao hospital de campanha militar em Zaporozhye. Eu era 125º  lá. Quantos de nós ao todo, não sei. Colocaram-me na rua próximo da tenda, para dentro recolheram os mais graves. O médico veio a mim. Sentiu algo e disse: "Algo fede". Eu respondi: "Doutor, sou eu. A perna está ferida". O médico olha para mim e diz: "Sim, você está apodrecendo!"  Levaram-me imediatamente para dentro para exame inicial. Mas na minha cabeça, se quiserem rir, riam, apenas um pensamento: morrerei, mas "Volfenshteyn 3" (jogo de computador - Red.) não passou.

E neste momento verificamos o próximo jogo. Tiroteio. Alexander tem apenas este computador. Diz: médico-psicólogo aconselhou, aquele que trabalhou comigo. Realmente, os jogos de Alexander,    trabalham  para reabilitação. Sasha (Sasha é apelido de Alexander, embora a palavra Sasha já seja usada desvinculada - OK) confirma que depois de algumas horas por dia torna-se, emocionalmente, mais fácil. Vem a filha Eva. Nosso amigo simplesmente fala sobre seu retorno.

- Já em Dnipro (ex-Dnipropetrovsk, cidade). A província continua Dnipropetrovsk, no caso a procedência do nome não é a mesma - OK). me disseram: se você conservar a perna, ela criará pus. Deitado, rujo. Finalmente assinei o acordo à amputação. Quando a enfermeira me levou à enfermaria após a operação, pediu aos rapazes para que não dissessem, que a perna eu já não tinha, porque poderia arrancar o telhado. Pergunto a Senia: a perna eles salvaram? E ele diz: Sasha, perna você já não tem. Para casa eu voltei antes de Debaltseve (Este foi outro local de luta que marcou muito - OK). De acordo com os documentos, na guerra eu passei apenas um dia. Nenhum pagamento ou benefícios. Mas, dizer o que, nem lenha havia. Preocupavam-se comigo a irmã e o cunhado. E os vizinhos. Mas, mais que todos, a filha, é claro. O que ela viu. Jogava-me pela casa à noite, e gritava... Qualquer coisa acontecia. O cunhado teve a imprudência de deixar um petardo no quarto. Então eu quis me jogar nele com uma faca. Assim, ele, não brincou mais.



A filha está sentada no cantinho da sala e atenciosamente olha para o pai. É hora do café. Passamos para cozinha. Sasha fala sobre reabilitação e voluntários que ajudaram com a viagem para Áustria, onde ele, novamente, aprendeu a andar. Ele diz: foi exatamente lá que decidiu voltar para a frente. Embora os médicos o advertissem, que locomover-se, se ele puder com tão alta amputação, então apenas com bengala. Diz, que a deixou durante a deslocação algumas vezes, mas os amigos sempre a devolviam. Durante a segunda vez, em lutas pesadas Alexander não participou, na primavera de 2016 - já estava em casa. Hoje ocupa-se com voluntariado, sonha com um carro. Ajuda a reparar os veículos de combate.



Além da janela é quase meia-noite, ouvindo as histórias foi bebido muito café. Amanhã Sasha, como nos dias anteriores, levantará cedo: é necessário ir a Kyiv, ao encontro dos voluntários. E no hospital militar em Kyiv, por ele espera Tolik Bugor, o fraterno amigo, que perdeu na guerra as duas pernas.

Tradução: O. Kowaltschuk