sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Notícias ukrainianas - Gazeta.dt.ua (Zerkalo Tyzhnia)

28 de janeiro de 2015
Victoria Nuland, Secretário-assistente de Estado, dos Estados Unidos, para Assuntos Europeus e da Eurásia,  garantiu que os EUA continuam prestar assistência econômica à Ukraina. 
"A liberdade e paz na Europa dependem da Ukraina. "Europa livre e pacífica levantar-se-á ou cairá com Ukraina. A guerra pela liberdade aplica-se a nós também", - disse Nuland.

"Nós lamentamos, com nossos amigos ukrainianos, a perda de mais de 5.200 mortos sem sentido e 30 mortos e mais de 100 feridos, em resultado do ataque terrorista, enquanto o líder separatista, Zakharchenko, vangloriava-se perante o mundo, com esse massacre".

"EUA continuarão a prestar assistência econômica para Ukraina: provavelmente será necessário introduzir novas sanções. Os meios de comunicação russos "vomitam" mentiras". O preço, a Rússia já está começando pagar, são seus filhos que não voltaram, e a cujas mães e viúvas são proibidos questionamentos se elas quiserem receber ajuda". E completou que as relações com Rússia melhorarão no momento que Rússia entregar o controle na fronteira com Ukraina e parar de agravar o conflito no Donbass.
Ela também esclareceu que as declarações dos líderes russos, inclusive de Putin, que EUA necessita uma Rússia "fraca" não procedem porque EUA, com o colapso da União Soviética, investiu na Rússia mais de 20 bilhões de dólares para seu desenvolvimento.


29 de janeiro de 2015.
O Conselho da UE condenou os combatentes pró-russos pelo bombardeio de Mariupol e a escalada do conflito no Donbass, sublinhando a responsabilidade da Rússia.

 "O Conselho, categoricamente, condena o desvairado tiroteio sobre territórios residenciais, especialmente em Mariupol, e a recente escalada das ações de combate em Donetsk e Luhansk. O Conselho está em choque com a quantidade de vítimas. O Conselho faz referência aos constantes e crescentes apoios, que Rússia dá aos separatistas e enfatiza a responsabilidade da FR"

A este respeito, o Conselho espera que Rússia usará sua influência e irá estimular os separatistas a parar imediatamente as hostilidades e cumprir integralmente suas obrigações de acordo com os acordos de Minsk.


29 de janeiro de 2015
União Européia amplia as sanções contra Rússia até setembro, em relação às pessoas e empresas, em conexão com a situação da Ukraina, introduzidas em março de 2014, avisou a alta representante da UE para Política Externa e Segurança Política, Federica Mogherini.

Os ministros decidiram incluir nomes individuais, e de organizações à relação já existente. Esta decisão será aceita na próxima reunião, dia 9 de fevereiro.

Os ministros também encarregaram a Comissária Européia e o Serviço Europeu de Ação Externa, a iniciar um trabalho preparatório para quaisquer outras ações, que poderão ser usados para uma rápida implementação dos Acordos de Minsk.


30 de janeiro de 2015.
O Conselho da UE apela ao governo ukrainiano para tomar medidas legais que permitirão ao Tribunal de Haia examinar os crimes cometidos contra humanidade no território da Ukraina, nos anos 2.014 e 2.015.


30 de janeiro de 2015.
Nos países bálticos começam temer separatismo, segundo o cenário de Donbass.
Letônia teme repetição do cenário ukrainiano em suas regiões industriais, onde a maioria da população é russa. Surgiu na internet uma bandeira da "Lattalskaia República Popular" e foi o motivo de nervosismo não apenas em Riga, também em outras capitais dos Bálticos. Segundo a edição austríaca Die Presse, o governo do país pediu a todos os letões informar sobre quaisquer passo suspeito de propaganda separatista. No contexto da guerra na Ukraina, as relações da Estônia e Lituânia com Rússia também pioraram. Os países bálticos têm medo de que Kremlin aproveite o fato, de que nestes países vivem muitos russos.


Na Letônia, 2,2 milhões, quase um quarto - russos étnicos. Em muitas regiões são maioria. Nas cidades industriais Daugavpiles e Rezekne, 80% da população fala russo.

Nas cidades os russos vivem em comunidades isoladas, muitos não trabalham ou têm problemas com o álcool. E assistem TV russa, incluindo canais do Kremlin. Por isso eles acreditam que na Letônia são discriminados, mas Rússia virá salvá-los

O especialista em Ciências Humanas, do Instituo de Viena, Nikolai Mitrokin acredita que estas condições são muito perigosas e podem tornar-se base para repetição do cenário usado pela Rússia na Ukraina.
 Para evitar o surgimento de separatismo, Letônia iniciou o fechamento da transmissão dos três canais russos.

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"Forças armadas da Nova Rússia "Contra quem estamos lutando?
Tyzhden. ua (Semana Ukrainiana), 26.01.2015
Jaroslav Tymchenko

Nossa mídia continua retratando adversários das Forças Armadas da Ukraina como gangues de terroristas bandidos, para nada capazes sem voluntários russos, forças especializadas chechenas e exército regular da FR. Esta visão distorcida do inimigo leva à sua subestimação e arrogância, o que é um dos fatores da derrota.


Nos territórios auto proclamados "DNR" e, especialmente "FSC" já há muito tempo não há grupos anarquistas armados do lixo local. As "repúblicas" tiveram tempo e protetores, para organizar, vestir e equipar seus próprios exércitos. É claro que, entre os separatistas locais há muitos russos, e na retaguarda em Zuhres, próximo da fronteira está a força especial chechena. O recente "sequestro" do líder da "DNR" Gubareyv pelos chechenos e depois seu "feliz" retorno mostrou claramente, que os Kadyrivtsi (de Kadyrov) desempenham a função cerco aos destacamentos. Fugir para Rússia eles não permitem a ninguém, especialmente aos iguais a esta figura.

Para muitos moradores dos territórios controlados das auto-proclamadas "DNR" e "FSC", o referendo sobre independência tornou-se "despedida da Ukraina". Nossos políticos, e depois os exércitos, devido a intervenção da Rússia não conseguiram inverter a situação, o que deu possibilidades às forças anti-ukrainianas, durante o verão, organizar-se bem. Quando em setembro começou a trégua, os destacamentos da "milícia popular de Donbass" ("DNR") e o "exército do Sudeste" ("FSC") começaram reorganizar-se em "forças armadas da Nova Rússia".

Um dos principais argumentos da existência de qualquer exército é seu próprio uniforme com insígnias. Ainda em junho de 2014, em Moscou os especialistas em uniformes começaram elaborar as fardas para os combatentes das "repúblicas", Os projetos eram muito semelhantes às fardas russas.  Costurar uniformes deviam na Criméia, e já então tratava-se de 15 a 40 mil kits.

Obviamente, dinheiro para tal quantidade, não encontraram. Provavelmente na Rússia, decidiram que seria melhor dar, às forças da Nova Rússia, o velho uniforme da FR de 1998, que a alguns anos atrás aboliram, e do qual havia muitos nos armazéns. Desde então os soldados das auto proclamadas "FSC" e "DNR", na maioria das fotos e vídeos aparecem  em camuflagens russas "Flora" ou "Gorka", que agora já foram modificadas pela nova "Cifra russa".

Situação parecida aconteceu com as insígnias. Várias ordens e medalhas com cruzes de St. George e águias com duas cabeças estamparam os "não indiferentes" colecionadores moscovitas. As bandeiras, que os líderes da "FSC" davam aos seus combatentes, no final de 2014, eram terrivelmente parecidas às "realizações criativas da chamada Academia russa de simbologia "Mars" em Moscou. Apenas as insígnias em "FSC" e "DNR" continuaram soviéticas - estrelinhas nas dragonas, fivelas dos cintos, botões, emblemas, russo-bolcheviques cocardas nos gorros. Portanto, externamente as "forças armadas da Nova Rússia - réplica fiel dos exércitos russos, tais quais eles eram durante as campanhas na Chêchenia e Georgia. Mas as estrelinhas nas dragonas e sistema de títulos, como nas Forças Armadas da Ukraina... E alguém depois disso, no Ministério da Defesa da Ukraina ainda vai falar sobre algum tipo de tradições soviéticas?

É claro que as forças armadas não podem existir sem uma composição de comando. Os separatistas possuem suficiente oficiais e até generais. São oficiais-nativos de Donetsk e Luhansk, que serviram nas Forças Armadas da Ukraina. Dizem, que entre eles há muitos de nossos antigos ex-coronéis e tenentes-coronéis, que trabalhavam no Ministério da Defesa da Ukraina. No Estado-Maior ocupavam cargos de responsabilidade. Não há falta, também, de profissionais oficiais russos, e até mesmo generais de reserva.

A presença do esqueleto composto por oficiais das "forças armadas da Nova Rússia" tornou-se particularmente visível no final de 2014. O ponto culminante da luta entre os oficiais de carreira e líderes da guerrilha foi a eliminação, segundo ordem de Plotnytskyi, do mal-afamado grupo subversivo "Bietmen" da auto-proclamada "FSC" Alexander Biednov em 01.01.2015. O exemplar fuzilamento, com seus seis cúmplices tornou-se uma lição para outros comandantes guerrilheiros da auto-proclamada "FSC", que desde então devem submeter-se à disciplina militar, ou deixar a "república".

O interessante é que, o assassinato do líder "Bietmen" mostrou também que os grupos armados da "FSC" e "DNR" têm, entre si, muitas diferenças. Os militantes, em desacordo com a política de Plotnytskyi, fugiram para o território ocupado pela "DNR" - aos grupos de Givi e Motorola.

Hoje, na auto-proclamada "FSC" tem o assim chamado corpo "milícia das forças armadas da Nova Rússia". Compõe-se de quatro brigadas numeradas: brigada de artilharia, de indicação especial Odessa, regimento do comandante e regimento "kazachi".
Cada brigada tem alguns batalhões: infantaria mecanizada, de tanques e de reconhecimento. À composição do chamado corpo da "FSC",  juntaram-se os batalhões "Zarya" (que foi criado e liderado por Plotnytskyi), "Leshyi", "Bietman", "URSS", "Em nome de St. George", "Vytiaz", "Mujahid", "KGB Odessa", "August", "2º single Don", "3º Exército Stanychno Luhansk" e outros com diferentes nomes exóticos.

No final de 2014, início de 2015, o assim chamado corpo da "milícia popular da "FSC" ativamente realizava exercícios militares envolvendo tanques e tiros. As reportagens com tanques sobre estes exercícios apareceram por várias vezes nos canais de TV russos e ukrainianos e mostravam muito claramente as intenções dos separatistas de, em breve, passar para a ofensiva.

O sucesso da eminente organização, as "forças armadas da Nova Rússia", no território da "FSC", explica-se com o fato de que, a liderança desta "república" separatista, desde os primeiros dias de sua existência centrava-se na completa integração à composição da FR. É por isto que a ajuda militar da Rússia era mais gritante lá, não na "DNR". Já em junho, em Luhansk foram fixadas as primeiras tropas russas. E, quando surgiu conflito entre partidários da "FSC" e os líderes cossacos do Don, de sua regulação participou Rússia oficial moderando os apetites do chefe separatista Kuzitsyen e outros personagens semelhantes.

Quanto à composição da "milícia popular da "FSC", na maioria compunha-se de voluntários locais. Primeiro, eles sentem apoio real da Rússia, e por isso não temem que o governo ukrainiano voltará e os levará à responsabilidade criminal. Segundo, há rumores que nessas "forças armadas pagam US $ 350 por mês, e aos oficiais US $ 500, o que, para região, onde domina o desemprego total, é um salário muito alto.

Aproximadamente a mesma remuneração da "milícia popular de Donbass" - em Donetsk, das "forças armadas da Nova Rússia". Mas, ao contrário de Luhansk, entre os separatistas da "DNR" ainda vigora a velha organização "guerrilheira". A disciplina não se baseia nos regulamentos e costumes militares, mas na autoridade pessoal dos comandantes. O autor destas linhas, periodicamente comunica-se com os habitantes de Donetsk, que residem próximo do recrutamento da cidade. Eles declaram, que lá vem, diariamente, até 40 voluntários. São pessoas de diferentes idades - jovens de 18 anos, até pensionistas.

O líder militar da "DNR" Alexander Zakharchenko ainda em setembro se opôs contra a união dos destacamentos em "forças armadas da Nova Rússia". Isto foi um dos motivos principais de seu conflito com o comandante de Horlivka, Bezler, que foi afastado do comando. O arcabouço de várias formações da "DNR" formam radicais adversários do atual governo ukrainiano no Donbass, também Kharkiv, Zaporizhia, Odessa, outras províncias. Categoria a parte são os desertores das Forças Armadas da Ukraina, ex-trabalhadores da aplicação da lei, ex-policiais, outros.

Dado o grande número de voluntários, que vem do território controlado pelas autoridades ukrainianas, os líderes militares da "DNR" declaram repetidamente sobre intenção de campanhas "punitivas" a Kyiv - contra a "junta" fascista. Os ataques em Kharkiv, Zaporizhia e Odessa, que ocorreram nos últimos meses, testemunham massiva penetração de grupos subversivos. 

O total das "forças armadas da Nova Rússia é totalmente desconhecida. Mas, obviamente, não é inferior a 10 mil. Sua tarefa mínima - alinhar a linha do "front", apossando--e da região do aeroporto "Donetsk", Debaltseve, Stanytsia Luhanska e Trohizbenky. Tarefa máxima: conquistar aqueles territórios de Donetsk e Luhansk, nos quais realizou-se o referendo sobre independência das auto-proclamadas "DNR" e "FSC". Além dos planos políticos, estes planos têm aspecto econômico importante. Sob controle ukrainiano ficaram áreas agrícolas de Donetsk e Luhansk, que poderiam garantir, completamente, as populações das grandes cidades. A conquista de Mariupol e Severodonetsk reforçaria o potencial industrial  das "repúblicas" separatistas, e Artemivsk, com seus grandes depósitos de armas - daria a possibilidade de gerenciar, adequadamente, o arsenal. Tarefa global - deslocar-se até Transnistria e reanimar o projeto de Nova Rússia. 

Claro, Ukraina confrontou-se com a agressão da Rússia, a qual, de todos os modos, apoia as "repúblicas" separatistas. Mas os combates com o exército ukrainiano, na região do aeroporto de Donetsk conduzem, geralmente, vestidos com uniformes russos, nossos ex-cidadãos. E, para que esta guerra termine logo, nós, para início, devemos reconhecer este fato.

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Últimas notícias da Ukraina - 27.01.2015 
Vysokyi Zamok (Castelo Alto)


PACE (Assembléia Parlamentar do Conselho Europeu) aprovou resolução: "Financiamento do terrorismo da FR, anexação, libertação de prisioneiros".

Segundo correspondente da "Verdade Européia", de 155 deputados presentes, 140 votaram a favor e somente 7 contra. A resolução não apoiaram os deputados russos.
O texto foi substancialmente alterado durante o exame, acrescentaram duras críticas à FR, depois do que o documento evoluiu de puramente humanitário para descrição de minúcias do conflito e que confirma a culpa da FR por sua escalada.
PACE exortou Rússia para não financiar o terrorismo na Ukraina. Esta regra incita para "daqui em diante abster-se do financiamento do terrorismo na Ukraina, não dar apoio a grupos armados ilegais, bem como influenciá-los à realização dos Acordos de Minsk.

Com uma norma em separado convoca Rússia para libertar a deputada Nadia Savchenko, e também outros  "prisioneiros de guerra". A decisão da PACE afirma, que todos eles, "ilegalmente detidos nas prisões da FR".

Foi significativamente modificado o parágrafo sobre "os assim chamados comboios humanitários" (Já se fala em 12º - OK). PACE afirma que tais ações da FR violam o direito internacional e, na verdade, estes caminhões não são comboios humanitários.

O tema da discussão também foram algumas regras, que comprovam a ilegalidade da anexação da Criméia pela FR. Os deputados russos propuseram excluí-los do texto, o que não foi aprovado pela Assembléia.


À exigência de libertar imediatamente a prisioneira ukrainiana, que recebeu o voto de inviolabilidade internacional, os políticos russos emitiram várias objeções ainda pela manhã. Mas, no final da tarde aconteceu algo incrível: a delegação tricolor (a bandeira russa tem três cores - OK), de repente mudou sua posição quanto a libertação da piloto ukrainiana. Os delegados russos apoiaram sua libertação.
Seu advogado, Mark Feigen espera  que na quarta-feira, finalmente, o destino da piloto seja decidido.
Nadia Savchenko está a 45 dias em greve de fome. Na prisão lhe administram glicose.

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Líderes da UE conclamam os ministros das Relações Exteriores para considerar novas sanções contra Rússia, durante sua reunião em 29 de janeiro.


"Dada a deterioração da situação, nós pedimos, durante a próxima reunião do Conselho da UE dos Negócios Estrangeiros avaliar a situação e considerar as medidas adequadas, especialmente, as novas medidas restritivas, direcionadas para uma rápida e integral implementação dos acordos de Minsk.
"Nas conclusões  do Conselho Europeu de 18.12.14, nós dissemos que UE continuará este curso, e que estaremos prontos para tomar novas medidas se necessário", - diz o comunicado. "Porque, matando civis durante ataques a Mariupol evidencia sobre contínuo e crescente apoio aos separatistas".

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Jacek Saryusz Wolski, euro-deputado pela Polônia. 
"Diálogo construtivo nós já mantivemos. Rússia usou o tempo para reagrupar-se e organizar-se, e depois cometer atentados em Mariupol. Isto significa que o diálogo não tem sentido.
J. S. Wolski é a favor de aumentar a pressão sobre Moscou: como estender as sanções e começar o fornecimento de armas americanas e européias à Ukraina. No entanto, falou ele, que entre os países da UE não há unidade sobre estas questões. 

"Estónia, Lituânia, Letônia e Polônia sentem-se em perigo, por isso acreditam que somente uma dura posição faz sentido. Rompem com este grupo a República Checa, Eslováquia e Hungria. Grécia e Chipre "entendem" Rússia, e há o grupo que vacila, - Alemanha, França, Itália, porque possuem fortes laços econômicos com a Rússia, por isso não sentem perigo de seu lado".

De acordo com o deputado, a falta de posição comum e forte da UE afetará a capacidade da Ukraina para prosseguir as reformas.

"Sobre que reformas é possível realizar, se o país é constantemente atacado?" - perguntou ele. 

(Vários países, segundo jornais ukrainianos, já prometeram oferecer consideráveis quantias para realização de reformas. No entanto, o que Ukraina precisa mais no momento é armas. Esta semana apareceu a notícia que Ukraina já perdeu metade de sua força aérea. O exército ukrainiano sobreviveu, no início, graças ao apoio dos voluntários, até para armaduras, calçados e todos os objetos necessários no front. E, ainda recebe muito auxilio dos voluntários que são um fenômeno extraordinário. Eles recolhem o necessário, ou dinheiro e compram, e vão aos locais de combates para entregar tudo o que recolheram. Muita gente largou até emprego para ajudar. O povo ajuda doando, às vezes, os últimos centavos. Também ajudam aos refugiados das zonas do conflito e nos hospitais. Diariamente os jornais trazem notícias do trabalho voluntário. - OK).

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Ukraina apelou ao Ministério da Defesa da Alemanha para considerar  a questão de tratamento e reabilitação de uma adicional onda de soldados ukrainianos feridos.
No ano passado a Alemanha aceitou para tratamento, em duas ações humanitárias, 44 cidadãos ukrainianos.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

No último suspiro 
The Economist
Ukrainskyi Tyzhden (Tyzhden ua.), 23.01.2015

À recuperação da economia russa precisará bastante tempo. Ela precisará de reformas estruturais, as quais é duvidoso esperar. 


A julgar pela falta de notícias econômicas nos meios de comunicação russos, a crise veio . Como nos tempos soviéticos, a televisão não relata fatos, esconde-os. A imagem oficial - é a guerra na Ukraina (com apoio da América), o colapso da economia ukrainiana (que os EUA ignoram), e as realizações russas  no esporte, balé (e outras áreas, pelas quais eles sentem inveja). Enquanto isso, os russos comuns apressam-se trocar os rublos por dólares e comprar tudo o que ainda não subiu.

Durante as duas primeiras semanas o rublo desabou em 17,5% em relação ao dólar. A inflação ultrapassou 10%. Preços do petróleo - principal artigo de exportação russa - caiu a menos de US $50 por barril, o que levou os economistas rever as previsões para o lado negativo. Agora a queda do PIB este ano deverá ser de 3-5%. A avaliação do crédito russo constantemente move-se para o "lixo".

A impassível calma do governo indica falta de estratégia. A TV mostra, como Vladimir Putin ouve alegres relatos dos governadores. Mas o atual declínio dos preços do petróleo planejado a US $ 100 dólares o barril, em US $ 45 ou 20% das receitas previstas, considera o ministro das finanças Anton Siluanov. Ele, assim mesmo já planejava cortar o orçamento em 10%, mas pode precisar mais. Mesmo se as pensões e salários subirem 5%, a inflação acima de 10% significa diminuição da renda real, pela primeira vez desde a vinda de Putin ao poder, em 2000.

Kremlin espera resistir a esta crise, como sobreviveu nos anos 2008-2009, quando o PIB perdeu 7,5%. Então o governo podia estimular a demanda com aumento dos custos orçamentais e facilitar às empresas-devedoras. Agora, tal variável não existe. As reservas de valores em ouro da Rússia são menores que a quatro anos atrás, e na melhor da hipóteses vão durar um ano e meio. Pior ainda é, que o gabinete do governo perdeu a confiança dos cidadãos. O aumento das taxas de juros para 17% em dezembro destinava-se para proteção do rublo, mas não funcionou. Os russos perderam a fé na moeda local e começaram cancelar os depósitos, diz um economista sênior do Banco Alfa, Natália Orlova.

O rublo cairia ainda mais, se o Kremlin não ordenasse aos exportadores vender divisas, e a grandes empresas - não comprar moeda estrangeira. No entanto, a liquidez, que o Banco Central aloca a instituições financeiras russas, infiltra-se no mercado de câmbio, o que cria ainda mais pressão sobre o rublo. Qualquer injeção de liquidez, deste modo, em vez de estimular a demanda interna, simplesmente pode aumentar a evasão do capital. O único modo de apoiar o rublo - é limitar o fornecimento de ativos líquidos aos bancos, mas isto, por sua vez, criará pressão sobre eles. German Gref, presidente do Sberbank, maior instituição financeira da Rússia, alertou (supostamente), que a crise cambial poderá transformar-se em crise bancária de larga escala.

Colidindo com a saída de capitais, queda dos preços do petróleo, falta de acesso aos mercados estrangeiros e seus próprios problemas demográficos, é improvável que Rússia saia rapidamente da crise. Sua esperança é que a desvalorização do rublo acelerará a substituição da importação (como após o default de 1998) e deste modo inspirará o crescimento econômico, não é real. Então a FR realizava a substituição dos principais produtos, que podiam ser produzidos no reservado equipamento soviético. Os produtos importados, atualmente, não podem ser, rapidamente substituídos por análogos locais. Isto requer investimento, poucos estão dispostos arriscar.

O ex-ministro das Finanças Alexei Kudrin e o economista Yevsey Gurvich consideram, que à economia russa não ajudarão medidas nem monetárias, nem fiscais. Na base da doença russa - enfraquecimento dos fatores da economia de mercado e supressão da concorrência. A intensificação da influência estatal significa, que na economia russa dominam empresas estatais ou quase estatais, cuja renda não depende da eficiência econômica, mas de contatos políticos. Incentivos distorcidos, bem como a corrupção, e falta de direitos de propriedade, forçaram a saída de empresas mais bem sucedidas do mercado, reforçando a posição de empresas estatais parasitas, de gestão ineficaz. A queda dos preços do petróleo revelou estas falhas, não as causou.

Como explicam Kudrin e Gurvich, o crescimento excepcional da Rússia no período 1998-2008 foi, de fato não seu próprio: a ele contribuiu dinheiro fácil, que apareceu, graças ao aumento dos preços do petróleo e empréstimos baratos. Isto estimulou o consumo, o qual se satisfazia com as importações e aumento da produção doméstica.O governo estava ocupado com a redistribuição da renda em vez de
reestruturação e modernização da economia. As empresas privadas e o Kremlin escolheram lucros rápidos, em vez de investimentos a longo prazo. Mesmo em 2009, o objetivo do governo era minimizar as consequências políticas da crise financeira, em vez de aumentar a competitividade econômica.

Agora o único caminho para Rússia - é reestruturação da economia, a fim de restaurar o papel dos mercados. 25 anos atrás essa transição foi possível graças ao colapso da União Soviética e as mudanças no Kremlin. Em um apelo velado a Putin Kudrin declara, que agora isto pode ser feito, e durante a sua presidência, mas com outro governo. Convencer o presidente não foi possível. E, enquanto ele ponderá sobre opções, a economia não para de rolar para baixo, não importa sobre o que a televisão silencia.


Notícias ukrainianas: 25 e 26 de janeiro de 2015
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana)

O Conselho de Segurança e Defesa Nacional instruiu o governo para iniciar recurso ao Tribunal de Haia por crimes contra a humanidade, cometidos por terroristas contra cidadãos ukrainianos em 2014 - 2015 e o reconhecimento da "DNR" e "FSC" como organizações terroristas.

A decisão correspondente foi aprovada durante a reunião de emergência em 25.01.2015.
"Para aumentar a pressão sobre Rússia, o Conselho de Segurança e Defesa Nacional aprovou a decisão da obrigatoriedade de sanções, introduzidas pelos países da UE, Suiça, EUA e Grupo dos Sete em relação a FR e propôs reforçá-las.

Para combater a ameaça russa e ataques terroristas apoiadas pela Rússia, foi aprovado um conjunto de medidas para fortalecer a capacidade de defesa e as medidas de combate ao terrorismo. Trata-se da criação de administrações civis-militares nas zonas da ATO para garantir a segurança da população.

Também foi aprovada a encomenda de novas armas e técnica militar, para defesa das Forças Armadas, Guarda Nacional e outras formações militares.

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Chefe do Estado Maior do exército russo dirige os militantes de Popasna.
Moscou, observando o fracasso de seus súditos (terroristas) para enfrentar as organizadas ações das Forças Armadas da Ukraina, introduz nas batalhas as regulares tropas russas. Assim, na região da Popasna dirige as forças russo-terroristas, pessoalmente, o chefe do estado-maior 58 do exército Southern District o major general Sergey Kuzolov.

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 Os militantes da "DNR" dizem que não houve nenhum ataque a Mariupol. Eles realizam apenas "medidas restritivas sobre as posições que ocupavam anteriormente", não permitindo o avanço do "inimigo" a partir do sul. (Para prevenir o avanço do inimigo, as forças da ATO, foi preciso atacar os moradores pacíficos de Mariupol? - OK).

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 Na UE discutem as novas sanções contra empresas russas. Na reunião extraordinária do dia 29 de janeiro a questão será analisada. Também haverá a possibilidade de expandir a lista de russos cuja entrada será proibida na UE e introdução de sanções contra ativos russos.
O ministro das Relações Exteriores também disse que na UE, já estão discutindo a possibilidade de desligar Rússia do sistema SWIFT ( Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais).

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A Assembléia Parlamentar co Conselho Europeu aprovou a decisão de imunidade internacional para piloto ukrainiana Nadia Savchenko, que obriga Rússia a libertá-la.
Anne Brasseur, presidente da PACE: "Regras da PACE confirmam imunidade aos membros da Assembléia não apenas durante as Assembléias, mas também para visitas à Assembléia. Portanto, Rússia deve levantar as restrições para viagem da deputada à sessão. Se um deputado está aprisionado, ele deve ser liberado pelo governo que o detém. 
A delegação russa na PACE propôs trocar Nadia Savchenko (e, talvez, mais alguns reféns ukrainianos mantidos na Rússia) pelo pleno restabelecimento de seus direitos no âmbito da PACE.
O primeiro passo deve ser feito pelos representantes ukrainianos. Eles recusaram. Mas, a chance de que Rússia obterá sucesso, aumentou significativamente. (Então ficou claro que a piloto não matou ninguém, estava apenas sendo guardada para uma vantajosa troca - OK).

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Os militantes, hoje - 26 de janeiro - estão bombardeando várias localidades na Ukraina.
Dispararam com "Grad em Stanytsia Luhanska - morreram duas pessoas. Também houve tiroteio nas aldeias vizinhas. Artem foi o distrito mais afetado.Em Stara Kondrashivska acertaram a escola, mas esta já está fechada há bastante tempo. Os moradores locais, quase todos , saíram para regiões mais tranquilas. No centro já não há eletricidade nem água  a quase uma semana. O fornecimento do gás é intermitente.

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A situação mais tensa encontra-se na direção de Debaltseve. As forças russo-terroristas continuam o bombardeio às forças ATO. Estas, no entanto, ainda continuam em suas posições. O fogo da artilharia também atingiu Luhansk, Mius, Nikishin, Troitske. Próximo do aeroporto de Donetsk não cessam disparos de morteiros em Avdiivka, Pisk, Granitne e, principalmente em Mariinka. Continua o bombardeio em Shchastia, Kremske, Novotoshkivska.

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O Ministério do Interior da Ukraina pede aos militantes para cessar fogo em Mariinka e Krasnohirka para dar possibilidade de evacuar as crianças.

Blog de Bóris Nemtsov (Político e blogueiro russo)
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 25.01.2015

Putin admitiu que seus separatistas cometeram crime e bloqueou a correspondente resolução do Conselho de Segurança.
O comportamento infame e mentiroso de Churkin-Putin pouco lhes preocupa porque a verdade conhecem só no exterior. Dentro da Rússia a maioria assiste apenas o Primeiro Canal, cujos relatos dizem que os próprios ukrainianos bombardearam sua cidade.

Caracteristicamente, os agitadores não mencionam a conclusão do grupo  de acompanhamento da OSCE, que opera no leste da Ukraina, com o consentimento de Putin e a cuja composição pertencem representantes da Rússia.
A conclusão disto é conhecida a todo mundo: 
Daí resulta que a 400 m do local onde aconteceu o bombardeio havia um posto de controle do exército ukrainiano.

Sujaram-se Putin e Zakharchenko... Queriam destruir o posto de controle e iniciar o ataque ao leste de Mariupol. Zakharchenko, alegremente, informou a mídia sobre o início da ofensiva... Quando viram que morreram dezenas de pessoas, Kremlin deu toque de recolher.

O plano de Kremlin precisa ser ajustado devido a grande repercussão internacional. E, a questão não são apenas sanções. Cheira Haia. É claro que Putin não quer o destino de Milosevic. Milosevic também não queria ir para lá... Mas precisou fazê-lo.

Fotos de Mariupol - dia seguinte: 





Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 24 de janeiro de 2015

Terroristas bombardearam Mariupol com "Grad" (MLRS)
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 24.01.2015

Morreram 30 pessoas (entre elas 2 crianças) e há 94 feridos (5 crianças). Alguns destes 30 já morreram nos hospitais, há mais feridos graves. Há grande necessidade de sangue. Voluntários chamam para doação.

Gennadi Moskal, governador de Luhansk: "Stanytsia e Shchastia sobreviveram ao inferno". É muito crítica a situação em Stanytsia. Bombardeios da artilharia, morteiros e "Grad" (MLRS) não cessaram a noite toda, houve apenas pequenas  (20 ou 30 minutos) interrupções. Posicionados no morro, além do Donets Siverskyi (território controlado pelos militantes) as instalações, "Grad" (MLRS) e canhões dispararam sobre bairros residenciais diretamente.

Na pequena cidade, dezenas de edifícios danificados e destruídos, alguns ainda em chamas. Os salva-vidas não podem sair para apagar o fogo devido às constantes ações de combate. Em Stanytsia não há luz, água, gás nem aquecimento. Crítica é a situação no distrito Kondrashivka, bombardeada com intensidade. Casas destruídas e número de mortes, ainda não é possível precisar.

Bombardeio intenso, durante a noite, também sofreu Shchastia. "Dispararam dos "GRAD" e artilharia os militantes do lado da ocupada pela "FSC", "Vessela Hora". Três ruas centrais, com casas danificadas e destruídas. Sob os escombros morreu uma mulher. As usinas térmicas não foram afetadas, mas metade da cidade está sem eletricidade devido ruptura nas linhas. Arruinado coletor central - boa parte da cidade está sem aquecimento. As equipes verificam a extensão dos danos para recuperação  e possível restabelecimento de luz e calor. Agora, em Shchastia - 9 graus.

"Os moradores de Stanytsia e Shchastia viveram, no último dia, o verdadeiro inferno. Casas e infra-estrutura destruídas, ausência de água, luz e calor, morte de pessoas - tudo isto são consequências do
"mundo russo" que Rússia através de seus mercenários e suas tropas regulares leva aos vizinhos em troca de seu desejo de viver num país normal e independente", considera o governador da Administração Estatal Regional de Luhansk - Gennadi Moskal.

Algumas pessoas estão paradas nas ruas, com seus filhos e pertences. Aos que querem sair do local os soldados ukrainianos fornecem ônibus e os levam para parte ocidental da cidade. Elas serão colocadas nos prédios dos jardins de infância.


Os terroristas visaram a área da cidade densamente povoada e também o horário matutino quando todos estavam em casa.

Poroshenko: Matança em Mariupol - crime contra a humanidade.
"Matança sangrenta de dezenas de pessoas e ferimentos a quase cem pacíficos cidadãos de Mariupol não é, simples ato terrorista. É - crime contra a humanidade, sujeito ao Tribunal de Haia". 
"Abrindo fogo, com pontaria contra áreas residenciais de Mariupol, os militantes continuaram os atos terroristas, entre os quais, só nos últimos dias - tiroteio sobre o ônibus de passageiros em Volnovakha e assassinato de pessoas no ônibus em Donetsk, fogo nos quarteirões residenciais de muitas cidades e aldeias... O assim chamado avanço dos terroristas - é o seu ataque contra moradores civis de Donbass" - diz na declaração presidencial.

"Sobre isto hoje falei em Riad (Poroshenko foi para Arábia Saudita para o funeral do rei Abdullah A.A.A. Saud), por telefone com os líderes mundiais e, agora, rapidamente, volto para Ukraina para reunião do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, para uma coordenação decidida de ações em relação a este terrível crime", - acrescentou Poroshenko.

Segundo suas palavras os países civilizados devem unir mais forças e parar a disseminação de ameaças terroristas.
E, as tais chamadas "DNR" e "FSC" devem ser reconhecidas como ameaças terroristas..

"Chegou a hora de dizer os nomes de seus protetores. Quaisquer ajuda aos militantes, fornecimento de armas, técnica e mão de obra bem treinada - será que isto não é apoio ao terrorismo, visível para o mundo todo? Nós somos pela paz, mas o chamado do inimigo - aceitamos. Iremos defender nossa Pátria assim, como pertence aos verdadeiros patriotas, e para completa vitória", acrescentou ele.

Os países da UE já falam sobre novas sanções contra Rússia. Alguns depoimentos.

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Letônia, que está na presidência da UE, Edgar Rinkevichs
"O ataque dos separatistas em Mariupol viola os acordos de Minsk. Rússia tem total responsabilidade para detê-los. Se isto não acontecer - haverá ainda mais isolamento e sanções". Ele também disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores da Ukraina, ofereceu-lhe apoio da Letônia e ajuda na coordenação de ações. Inclusive prometeu retomar as negociações para reconhecimento da "DNR" e "FSC" como organizações terroristas.

Ministro das Relações Exteriores da Lituânia: "Rússia deve reconhecer sua responsabilidade pelas ações de combate no Donbass, e retirar seus exércitos do território da Ukraina". 
O ministro está chocado com a morte de mais de 20 pessoas. Lembrou os ataques e assassinatos em Volnovakha e na parada de ônibus em Donetsk que levaram à morte catastrófica pessoas civis. Ele também enfatizou a perseguição aos tártaros e sistemática violação de direitos humanos na Criméia.

Federica Moherini, alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política: "Eu conclamo Rússia para usar sua considerável influência sobre os líderes separatistas e sustar seu apoio militar, político e financeiro. Isto evitará consequências catastróficas para todos. E, inevitavelmente levará a ulterior e séria deterioração entre as relações entre UE e Rússia", - declarou ela.

O representante da Ukraina junto à UE, embaixador Konstantin Eliseev apelou a Bruxelas para convocar uma reunião extraordinária do Conselho da UE e do Comitê de Assuntos Externos do Parlamento Europeu.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Em Dnipropetrovsk maciçamente doam sangue. Nos hospitais falta espaço.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 23.01.2015

Centenas de moradores de Dnipropetrovsk vieram doar sangue para ajudar os militares ukrainianos que são trazidos para cidade da área do aeroporto de Donetsk, Piskiv e outros pontos próximos.
No hospital esperavam 150 pessoas, mas vieram mais de mil. O hospital não consegue colher sangue de todos, relata a TV Pública Dnipró.
O jornalista Roman Bochkala escreveu no Facebook que no hospital Selidovsk também trazem feridos. A maioria de Piskiv, Vodianei e aeroporto.


O hospital da cidade de Selidovsk tornou-se hospital de primeiros socorros. Casos graves levam para Dnipropetrovsk e Kharkiv.


Por causa do constante bombardeio foi destruído o novo terminal. Agora as balas atravessam de lado a lado, completamente. Devido ao perigo e para preservar a vida dos "Cyborgs" ukrainianos foi decidida a retirada do terminal para novas fronteiras" - disse o porta-voz das Forças Armadas Vladislav Seleznev.
Segundo suas palavras, "os militares permanecem em "determinadas áreas e instalações" no território do aeroporto, a luta continua."


Pelo menos seis funcionários de segurança morreram no aeroporto. 16 receberam contusões e foram capturados" - disse Seleznev.


Dados do Ministério da Defesa: ontem conseguiram sair 20 soldados, 15 foram capturados

Merkel lembrou tudo a Rússia: Criméia, Donbass, Memorando de Budapeste.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana, 22.01.2015

Rússia violou toda a ordem do pós-guerra na Europa, a qual permitia aos países do continente viver tranquilamente.
"Aqui foram violados princípios básicos da ordem mundial. A anexação da Criméia - não é apenas qualquer anexação, é uma clara violação daquilo, que nós permitia viver e coexistir pacificamente após a Segunda Grande Guerra Mundial. Isto é, respeito à inviolabilidade das fronteiras e respeito a integridade territorial.
A chanceler lembrou a Putin que Rússia, agiu como um garante da independência, soberania e integridade ukrainiana.
Depois da Rússia ter violado o acordo, "que país estará pronto para seguir o exemplo da Ukraina e desistir de armas nucleares, o que o fará mais fraco e vulnerável ao ataque deste tipo" - acrescentou a chanceler.

Merkel propõe a Putin Zona de Livre Comércio até Vladivostok, para que se retire da Ukraina.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 23.01.2015

A Alemanha e a UE em geral, podem propor a Rússia a criação de uma ampla zona de livre comércio no caso de solução do conflito da Ukraina. 
Tal posição confirmou na sexta-feira, 23 de janeiro, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em Florença, de acordo com a Deutsche Welle, com referência à agência de notícia dpa. Segundo ela as negociações entre UE e União Eurasiana são possíveis.
Na véspera a chanceler, segundo o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, expressou a proposta durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, e falou sobre a fórmula da zona franca "de Lisboa a 
Vladivostok". Ela lembrou que esta idéia já foi dada pelo presidente russo Vladimir Putin.
Merkel acrescentou que o pré-requisito para tais negociações deve ser instalada a paz na Ukraina.
Merkel, novamente foi firme na continuação das sanções contra Rússia e culpou Moscou pela violação da ordem pacífica que existia na Europa após Segunda Guerra Mundial, e a anexação da Criméia.
O vice-chanceler da Alemanha Zigmar Gabriel apoiou a proposição.

Os militantes contaram suas perdas:
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 23.01.2015

Os militantes contaram suas perdas: num dia "DNR" perdeu 24 pessoas e 30 foram feridas.
O líder da "DNR", Aleksandr Zakharchenko diz que não vai mais haver trégua (e já houve??? - OK).
Vamos ver qual será a reação. Kyiv não entende que podemos avançar em três frentes simultaneamente (Ora, até em 30, com todo o exército russo em prontidão na fronteira - OK). Apenas haverá troca de prisioneiros, porque os nossos rapazes que estão em cativeiro - devem ser resgatados.
Quanto aos planos: "vamos prosseguir até chegar na fronteira da região de Donetsk. Se eu perceber ameaça à terra de Donetsk, de qualquer localidade, este perigo eu destruirei".
Ele ainda declarou que, primeiramente, querem tomar "Slovyansk, depois Mariupol, porque precisam da água de Slovyansk.

Notícias publicadas no dia 23.01.2015, no jornal
Vysokyi Zamok (Castelo Alto)

Gennadi Moskal: Os militantes aniquilam com "Grad" (foguetes múltiplos - MKRS) e canhões, diretamente Stanytsia Luhanskaia e a aldeia vizinha Vilkhove. Eles se instalaram numa colina, bombardeiam da posição privilegiada. Estão destruídas e queimam as tubulações de gás, danificadas várias casas. Na rua Chupaiev os tiros não cessaram o dia todo. No centro já a quatro dias não há eletricidade, nem aquecimento, gás e água. Bloqueadas as entregas de produtos. Tal intensidade de ataque ainda não houve. Segundo Moskal, devido ao fogo intenso vários objetos foram danificados: a sala da Ukrtelecom foi atingida por três projéteis. No total foram danificadas cerca de 40 casas, algumas já não podem ser recuperadas. Já morreram pessoas. (Muitas casas estão vazias porque as pessoas já emigraram - OK).

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SBU liquidou o canal de comunicação das forças especiais russas com os terroristas em Kramatorsk. O tráfego telefônico internacional vinha da Rússia, através da rede Internet e tecnologia VoIP (Vo - voice over, IP -através da voz). Após o tratamento com equipamentos especializados, sob o pretexto de chamadas locais, dirigia-se na rede de operadoras ukrainianas de telefonia móvel - minha pesquisa na internet - OK). Durante a remoção de hardware e software SBU deteve o morador local, que administrava os equipamentos.

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Ministério da Defesa: Os militares ukrainianos destruíram mais de meia centena de terroristas, 5 levaram ao cativeiro, pegaram 2 BMP (tanques) e destruíram quatro, equipamentos automotivos e munição. Em Donetsk nas povoações Opetne e Vodiane.

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Os militantes novamente dispararam sobre a cidade de Dzerzhinsk, que localiza-se próximo a Horlivka. Atingiram uma casa na rua Iúnist. Não há informação de mortos ou feridos. De Horlivka os moradores estão fugindo.

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O combatente e deputado Simon Semenchenko expressou sua insatisfação com as atividades do Estado Maior. 
Como comandante de batalhão e deputado, sente-se duplamente responsável e aponta os erros: falta de vigilância rádio-eletrônica e serviço secreto, falta de coordenação entre os vários serviços das forças armadas, falta de posição ativa. Nós, somente nos defendemos ao invés de trabalhar especificamente sobre o inimigo," - disse ele. E citou Mariupol, a partir do qual os russos transferiram suas tropas para Donetsk.
"Nós devemos bater lá, porque lá é, realmente, um ponto fraco. Em vez disso nós, tendo prioridade na força, perdemos nas manobras, na mobilidade, etc. Esta estratégia não é vencedora, ela leva á derrota"," - ele explicou. 
(Este homem apareceu em Kyiv como voluntário já no começo. Tem lutado desde então, inclusive já recebeu ferimentos. Esta é a primeira crítica dele, salvo engano. Angariou simpatias do povo e este o elegeu deputado. Deve estar certo no que diz - OK).

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Russos enviam cartas de apoio ao piloto ukrainiano preso em Moscou Nadia Savchenko, que está em greve de fome a 42 dias. 

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OTAN igualou Rússia ao terrorismo internacional e considera que as maiores ameaças à segurança mundial são: agressão russa e o terrorismo mundial.
Esta declaração foi feita em Bruxelas pelo chefe do Estado-Maior General Martin Dempsey.  Ele lembrou que a agressão russa "modificou fronteiras soberanas usando a pressão". Lembrou o recente ataque terrorista em Paris. 
Segundo suas palavras, os dirigentes da OTAN concluíram sobre a necessidade de enfrentar tais ameaças.
Nós consideramos, que OTAN deve, realmente, ocupar-se com as duas ameaças, e que OTAN tem possibilidades e recursos para fazê-lo. Nós não precisamos escolher, qual das ameaças é mais importante. Os europeus orientais preocupam-se com a ameaça do leste, os ocidentais - do sul.

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Conselho e Defesa de Segurança Nacional: Parte do Aeroporto de Donetsk ainda está sob controle ukrainiano. E, também Piskiv e Avdiivka.

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Terroristas entregaram os corpos de oito ukrainianos que morreram defendendo o aeroporto. Foram libertados 3 militares.

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ONU quer investigação sobre o tiroteio no posto de parada em Donetsk. Na Segurança da ONU declararam que as circunstâncias devem ser objetivamente investigadas, e os autores do crime trazidos à justiça - DW.

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Rússia coloca no Donbass de 30 a 40 carros de carga com armas, diariamente. No Donbass já estão mais de 9.000 militares russos.

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Yatseniuk, primeiro-ministro da Ukraina, determinou aos governadores que aeroportos, estações, estações elétricas, portos, aeroportos, isto é, todos os locais onde pode haver alto nível de ameaça deverão estar sob vigilância policial.

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A Piskiv mandaram mais 300 soldados russos para ajudar os separatistas.

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Durante as últimas 24 horas, os terroristas promoveram tiroteio 115 vezes sobre posições 
ukrainianas.

Resumo e tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

É inútil pedir ao inimigo: saia da casa! Ele deve ser destruído."
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 22.01.2015
Ivan Farion

O olhar de cada ukrainiano está direcionado ao Donbass, para onde os eventos de importância geopolítica ocorrem. A situação desta região é difícil estimar apenas pelas linhas escassas de relatórios oficiais, quadros de temas televisivos ou notas dos blogueiros na internet - os problemas no leste são consideravelmente volumosos, sua magnitude e tragédia com duas cores não se transmitirão.

Desta vez, aos acontecimentos no Donbass, nós decidimos olhar através dos olhos de uma pessoa relacionada com a região de Luhansk a bastante tempo, conhece bem o seu povo, particularmente a vida da elite política local, foi um dos fundadores locais do Partido das Regiões, duas vezes participou da facção parlamentar, foi adversário de seu líder Oleksandr Efremov. Nosso interlocutor - Volodymyr Landik, 66 anos de idade, irmão de um conhecido empresário, fabricante de geladeiras "Nord", e até recentemente, proprietário da emissora de liderança na região de Luhansk "Irta".

- Em sua pequena pátria (local de nascimento) agora há guerra. Então, a primeira pergunta: onde você está agora e como vive?
- Vivo em duas casas: um pouco em Kyiv, onde em 2006, durante o mandato de deputado, por meu dinheiro, e não com fundos do governo, comprei um apartamento de dois quartos, e também em Severodonetsk, para onde, obrigatoriamente me mudei, de Luhansk. Em Severodonetsk, que permanece sob o controle do governo ukrainiano, eu tenho emprego. Trabalho hoje como chefe da estatal, de consumo da região, que mudou para cá, de Luhansk. Devido a sua ocupação Severodonetsk tornou-se uma espécie de centro, para lá se mudou a Administração Estatal Regional, SBU (Serviço de Segurança da Ukraina), milícia, correios e outros órgãos estatais.

No entanto, falar sobre uma vida tranquila não se pode. Próximo de nós Lysychansk, que os militantes bombardeiam , e também Popasna que, a poucos dias foi submetida a um poderoso fogo de artilharia. Portanto, a situação - quase na linha de frente.

Em Luhansk eu tinha um negócio relacionado à televisão, que foi capturado, assolado, saqueado, parte do equipamento levaram para Rússia, e parte transferiram para o antigo telecentro estatal regional, que agora serve a chamada "FSC". Nossa "Irta" em Severodonetsk, segundo decisão do Conselho Nacional de Rádio e Televisão, levou para uso temporário as tele-frequências, que anteriormente aproveitava a Companhia Estatal de rádio e televisão. Esta tele-companhia estatal "no tempo da Ukraina" encabeçava o odioso Rodion Miroshnyk, hoje vice-líder da "FSC" Igor Plotnitskyi em questões de ideologia.

Os nossos transmissores agora cobrem toda a área libertada dos terroristas. Mostramos às pessoas novidades objetivas de onde há guerra, e onde não há. Fornecemos informações de Luhansk que foi capturado por aqueles ingênuos idiotas. Com produtos de informação muito ajuda o "24 canal", que pertence ao prefeito de Lviv, Andrii Sadovyi.

- Você não tinha o desejo de continuar vivendo em Luhansk?
- Penso, para lá não voltarei nunca mais. Esta cidade, ninguém preocupa-se em libertar dos ocupantes. Em geral, com tristeza posso dizer, que a atitude em relação a nós, aqueles que saíram de Luhansk, - nenhuma. Nós não estamos lá, e parece que não estamos aqui. Mas, saíram de Luhansk os patriotas da Ukraina... E o que temos? Mesmo nos territórios libertados controlam os negócios, empregos, funções todos estes Efremov, Holenko (Oleksandr Efremov - o ex-chefe do Partido das Regiões no Parlamento, Valery Holenko - ex-chefe do Conselho Regional de Luhansk - I.R.). Mas aqueles que defendiam Ukraina independente, que antes das eleições apoiavam o atual presidente, que lutaram com os separatistas, tornaram-se desnecessários. Trazem para nós toda inutilidade para os cargos de promotores. 

 O procurador regional tornou-se um oficial, que está sujeito a lustração - por duas vezes foi apadrinhado por Pshonka (fugitivo como Yanukovych). Mesma situação nos órgãos fiscais. Até no serviço veterinário! Nós sugerimos um bom moço de Antratset, que tem posição pró-ukrainiana. Mas, não! Não nos ouviram. Colocaram no cargo um protegido de Efremov. Pessoas odiosas, comprometidas penetraram até na liderança da TV estatal de Luhansk, que está de mudança para Sysychansk. Na sua chefia colocaram o já lembrado Miroshnyk - um tal de Harkush. Ainda recentemente ele, numa transmissão, de sua autoria, praticamente a cada palavra, usava o termo "fascistas" em relação às autoridades ukrainianas...

- Mas, em Luhansk trabalha como presidente da administração estatal, uma tal autoridade de princípios como Gennadi Moscal!...
- Moskal, pediu para sua equipe certas pessoas, mas lhe enviaram outras. Moskal ninguém ouve em Kyiv! E dinheiro não lhe dão para que possa construir algo nos territórios libertados (Bem, dinheiro no governo da Ukraina é o que mais falta...OK). Veja um exemplo. Os militantes explodiram duas pontes, ainda no verão. Neste período precisava fazer algo. As pessoas servem-se de estradas danificadas e reclamam das autoridades ukrainianas.

- Quem em Kyiv coloca travas na roda?
- E quem em Kyiv permaneceu no cargo? Os mesmos que trabalhavam antes! Meus ex-companheiros de partido. Eles indicam para Luhansk aqueles que são próximos de Efremov. Penso, que ele influi nas designações com seus recursos, inclusive financeiros.

- E como vivem as pessoas comuns em Luhansk? Elas querem ser libertadas?
- Os inteligentes sim. E os tolos, anteriormente não queriam viver sob o governo ukrainiano, e agora não se inflamam com este desejo. Refiro-me àqueles que nunca foram bem sucedidos, que nada faziam, além de beber aguardente caseira. Eram sufocados pela inveja quando alguém conseguia algo com próprias forças. Agora, eles vão remexer nas lixeiras, mas ficarão muito felizes que a alguns levarão a casa e o carro, que espantaram as pessoas pensantes, aqueles, que até pouco tempo atrás lhes davam trabalho. E, por isto, vão louvar Putin.
Para aqueles que permaneceram em Luhansk, a vida é dura. Mas esta foi a sua escolha. Se uma vida assim lhes agrada - então deixa que vivam...

- Há em Luhansk gás, água, luz e alimentos?
- Agora já tem. Tudo vem da Ukraina. No entanto, até aonde eu sei, ninguém paga por isto...
- E como se colocam os moradores perante as autoridades de ocupação, ao líder Plotnytskyi?
- Há atitudes diferentes. Os normais desejam mandar os Plotnytskyi embora, para unir-se a Ukraina. E, há aqueles que sonham ir para Rússia, para pessoas empreendedoras tornarem-se mendigas, nuas e descalças. A proporção é aproximadamente 50 por 50...

- Qual o papel das pessoas de Yanukovych com relação a o que aconteceu em Luhansk no ano passado?
- Seu papel - principal. São eles que trouxeram o inimigo para nossa casa. No tempo de Yanukovych Efremov era "todo poderoso" em Luhansk, e assim ele continua agora. Em todas as posições de gestão na "FSC" - suas pessoas. Elas recebem colocação até nos territórios libertados. Isto se faz com grandes valores. Ao pobre Gennady Moskal, como dizem, não invejarás...

- Como você vê a solução mais adequada para a crise no Donbass? Será possível devolver Luhansk e Donetsk para Ukraina? O que é preciso fazer para isto?
- A saída é apenas uma - precisa expulsar o invasor. Não há paz sem vitória. Paz sem vitória - é rendição. Nem Stalin lutou contra o fascismo pela paz, ele lutou pela vitória. Nós devemos vencer com ações ativas. Se alguém continuar dizendo: "Vamos negociar" - nada mudará. A situação parece assim: o inimigo armado está em sua casa, e você vem em chinelos e pede: "Saia da casa!" Nada virá disto! Eles são quadrilheiros! E devem ser destruídos.
(Esta pessoa pertenceu ao Partido das Regiões. O Partido das Regiões era fiel ao presidente Yanukovych - não sei se todas as acusações são verdadeiras - OK).

Os militantes da "DNR" fizeram sair na rua os militares ukrainianos aprisionados. São os militares que defendiam o aeroporto.




O líder dos terroristas Oleksandr Zakharchenko lamentou que, infelizmente, não conseguiu fuzilar todos.

Tradução: O. Kowaltschuk