sexta-feira, 30 de maio de 2014

Destruição e saques na Ukraina
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 30.05.2014

Saqueado no dia anterior o hipermercado "Metro", próximo ao aeroporto de Donetsk, parece que foi bombardeado. Em toda parte despedaçadas e saqueadas prateleiras, no chão espalhados restos de produtos e garrafas de bebidas alcoólicas quebradas. 
Os terroristas da "República Popular de Donetsk" invadiram e saquearam o hipermercado. Segundo testemunhas, o saque acompanharam muitos moradores locais.


"Naftogaz"pagou ao "Gazprom" 786 milhões de UAH (hryvnia) e está pronto para processar Rússia. 
"Naftogaz" pagou o gás que devia, no valor de 268,5 dólares por mil metros cúbicos, preparando-se assim para a apresentação do pedido de arbitragem de Estocolmo em uma disputa sobre o preço dos fornecimentos.
A próxima rodada de negociações entre Ukraina, FR e UE está prevista para 2 de junho. Yatseniuk, primeiro ministro da Ukraina concluiu, que espera ser a última rodada de negociações, finalizando com assinatura do contrato. Caso contrário, com apresentação do pedido de arbitragem.
Ele concluiu dizendo que Ukraina não vai comprar gás da Rússia pelo preço de quase 500 dólares por mil metros cúbicos.

***

Ukraina avalia os danos pela ocupação da Criméia pela Rússia em centenas de bilhões de dólares e tem a intenção de incluí-los no processo que o país está preparando contra Rússia. O assunto está sendo estudado pelo Ministério de Energia.
"Tudo isso é propriedade ukrainiana - valor da plataforma continental, diversas instalações (telefone, eletricidade...) canal de água", - disse o Ministro da Energia Yurii Prodan.

***

O Comitê de Investigação da FR iniciou processo criminal contra os militares ukrainianos em "utilização de meios e métodos proibidos na guerra". 
A questão criminal é contra pessoas, por enquanto não identificadas, das Forças Armadas da Ukraina, da "Guarda Nacional da Ukraina" e do "Setor Direito", pelo fato de atirar/canhonear as cidades de Sloviansk, Kramatorsk, Donetsk e Mariupol, e outros pontos das proclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk.
Segundo o pensamento da Rússia, o exército ukrainiano tinha o propósito de assassinar cidadãos pacíficos usando armas, artilharia, aviação e veículos blindados.

 "Nós na Rússia não pretendemos nos recusar de um olhar sóbrio para os fatos, incluindo a realidade objetiva da decadência e incapacidade do Estado da Ukraina de proteger os direitos e liberdades dos cidadãos", - declara o Comitê de Instrução.
E, se hoje, não existe no mundo nenhum país, capaz de reconhecer o óbvio, que as ações na Ukraina são criminosas, então o Comitê de Investigação da Rússia pleiteando um processo criminal, assume essa responsabilidade", - diz a declaração. (Rússia não consegue digerir a morte de 34 "voluntários" seus no aeroporto de Donetsk. Muito menos a tentativa ukrainiana de tentar escapar de sua zona de influência. Mas os ukrainianos tem o direito, mais que isto, o dever de proteger seu território, - OK).ssianãoonsegue digerir a Como sabemos, Rússia não cumpriu as condições dos acordos de Genebra e não contribuiu para diminuição do conflito na Ukraina, muito pelo contrário, ela provoca todos os conflitos. 

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 29 de maio de 2014


Agrava-se a situação no leste da Ukraina
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 29.05.2014

Segundo assessoria de imprensa, em 29 de maio, por volta das 12h30min próximo Donetsk, na área da realização da ATO (Ação antiterrorista), após a descarga de alimentos no quarto posto, o helicóptero MI-8 da Guarda Nacional da Ukraina sofreu canhoneio e foi atingido. Morreram 14 pessoas - soldados da Guarda Nacional da Ukraina, incluíndo a tripulação e membros das forças especiais do Ministério do Interior da Ukraina. 
Entre os mortos - o chefe administrativo de treinamento militar e especial da Guarda Nacional, major-general Serhii Kulchytskyi.


A Guarda Nacional afirmou que o grupo de militantes que atingiu o helicóptero MI-8, próximo a Sloviansk (região Donetsk), foi destruído pela operação ATO.




***

No aeroporto de Donetsk encontraram armas de procedência russa. Constatado pelos números de série, anos de emissão, modelos específicos. "Não são nossas armas - importadas da Rússia", - disse Arsen Avakov, ministro do Interior da Ukraina.

***

Os participantes da "República Popular de Donetsk" roubaram a ambulância da Administração Estatal Regional.
O carro foi roubado do pátio de auxílio médico, da rua Shorsa em Donetsk.

***

Entre os mortos durante os combates no aeroporto de Donetsk em 26 de maio, já constataram que 33 pessoas eram provenientes da Rússia. "Todos os mortos reconhecidos. Na quinta-feira nós enviamos 33 corpos para os parentes. Nós temos relacionamento com todos os parentes", - disse o lider Oleksandr Borodai, escreve RIA "Novosti".

***

A direção do ATO está pronta para criar um corredor de saída de moradores pacíficos de Sloviansk, avisa o dirigente do centro de imprensa da ATO Vladislav Seleznev. Devido a possíveis ações de hostilidades, provocações, etc., a direção da operação antiterrorista pede a população pacífica que seja muito cautelosa. Para organização da saída pacífica fornecem o número do telefone para contato.

As pessoas em Sloviansk vivem em caves e adegas escondendo-se dos tiroteios.

***
Segundo declarou o vice-comandante do batalhão "Azov" Yaroslav Honchar numa conferência de imprensa em Kyiv, ao território de Donetsk e Luhansk já entraram ilegalmente 4.500 militantes da Rússia. Honchar classificou estes militantes como escória da antiga União Soviética. E que as fronteiras ukrainianas estão desprotegidas.


***

"Batalhão Donbas", segundo Dmytro Riznechko: É uma divisão da Guarda Nacional. Voluntários recém aceitos acomodam-se na base da milícia. Os milicianos, surpreendentemente, mostram-se amigáveis, apesar de que surpreende vê-los diante de si não te arrastando para prisão, mas convidando para jantar.
O contingente de voluntários - meia idade, meio barrigudos - exteriormente nada heróicos. Novamente à batalha reuniu-se o mesmo tipo que compôs o panteão da "Centena Celeste"
(referência aos que lutaram no Maidan e morreram durante aqueles eventos - OK). Há os vovozinhos de barba grisalha, e há os bem jovens. Há os senhores com camisetas "O rei e o bobo", e os cossacos com esplêndidas dragonas de ouro.
Nem todos esperam passar pela comissão de saúde. Comissão de saúde, ausência de antecedentes criminais graves, patriotismo - eis todas as condições para lutar pela liberdade. Conseguir emprego de funcionário do governo é muito mais difícil.

Tradução: O. Kowaltschuk
Discurso do deputado Onofre Santo Agostini (PSD – Estado de Santa Catarina)
Brasília, Câmara dos Deputados,
19 de maio de 2014, programa “A Voz do Brasil”, rede nacional.
Deputado Onofre Santo Agostini
Deputado Onofre Santo Agostini
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados
O que está em jogo na queda de braço ucraniana?
Desejo manifestar minha solidariedade com a causa da liberdade da Ucrânia, tão distante geograficamente, mas tão próxima no coração de inúmeros brasileiros.
A Ucrânia, seu povo e suas autoridades, incluindo nossos colegas do Parlamento ucraniano, merecem essa solidariedade, não apenas por uma questão de justiça, mas também pelos estreitos laços de sangue que nos unem a esse sofrido país: um milhão de ucranianos e de descendentes deles vivem no Brasil.
Desejo apresentar algumas considerações sobre a situação da Ucrânia.
Em 1932, o ditador comunista Josef Stalin invadiu a Ucrânia, arrasando com o país e provocando uma fome generalizada. Calcula-se que sete milhões de ucranianos foram então massacrados pelos russos por meio do sangue, do fogo e da fome.
Em 1932, o ditador comunista Josef Stalin invadiu a Ucrânia, arrasando com o país e provocando uma fome generalizada. Calcula-se que sete milhões de ucranianos foram então massacrados pelos russos por meio do sangue, do fogo e da fome.
Questão de sobrevivência
A crise ucraniana é o mais recente capítulo de uma queda de braço político de consideráveis dimensões entre as correntes minoritárias pró-russas, que pavimentam o caminho ao neo-imperialismo do presidente Vladimir Putin, e as correntes majoritárias pró-ocidentais, que assumem essa disputa como uma questão de sobrevivência desse estratégico país. Análogos dilemas vivem nações limítrofes como Polônia, Bielorússia, Rumânia, Hungria e Eslováquia.
Putin: perfil ditatorial
A queda de braço ucraniana coincide com um momento particularmente delicado da vida política da Rússia, onde o governo de Putin, além de ir adquirindo um perfil cada vez mais ditatorial, evocativo dos fantasmas do comunismo, não esconde a intenção de reconstruir o antigo império russo às custas da independência de seus vizinhos.
É por isso que os ucranianos, assim como importantes setores da opinião pública russa e dos povos da Europa do Leste, que sofreram em sua própria carne as perseguições comunistas movidas por Moscou, vêem com apreensão a investida russa na Ucrânia.
Ucrânia, símbolo de resistência
Pelo heroísmo de seu povo, a Ucrânia se transformou no século XX em símbolo da resistência ao comunismo em nome da Fé, destacando-se a figura do Cardeal Slipyj. Em 1932, o ditador comunista Josef Stalin invadiu a Ucrânia, arrasando com o país e provocando uma fome generalizada. Calcula-se que sete milhões de ucranianos foram então massacrados pelos russos por meio do sangue, do fogo e da fome, mas apesar de fisicamente cativos, jamais se deixaram espiritualmente dobrar.
Dívida moral dos países ocidentais
Os países ocidentais têm uma enorme dívida com a Ucrânia, pois muitos de seus governos fizeram vista grossa diante da agressão soviética àquela nação no século passado. Um modo de pagar essa dívida moral seria manifestar firmeza diplomática em face das pretensões imperialistas do presidente Putin na Ucrânia e nos países do ex-império soviético.
“Balcanização”
Tampouco devem ser subestimadas as articulações de líderes pró-russos ucranianos com vistas a obter “autonomia” para as províncias limítrofes com a Rússia, o que poderia conduzir a um desmembramento ou “balcanização” da Ucrânia. A política de “desmembrar para debilitar” não é nova para a Rússia, que a aplicou no passado em relação à Polônia e a outros países do Leste, com a lamentável anuência de potências ocidentais.
Povo ucraniano: mansidão e astúcia
Como herdeiros legítimos de um passado heroico, é nos ombros do povo ucraniano e de suas autoridades que recai a responsabilidade pela defesa da Ucrânia nesta hora histórica, atuando invariavelmente dentro da legalidade, com a mansidão da pomba e a astúcia da serpente, como recomenda o Evangelho. Sr. Presidente, de acordo com o Informe de Conjuntura da agência Destaque Internacional, no qual me baseei para apresentar estas considerações, os olhos do mundo estão postos na Ucrânia. A queda de braço ucraniana é decisiva, não só para essa nação com seu passado glorioso de resistência e de martírio, mas também para os países vizinhos, bem como para a Europa e a causa da liberdade no mundo inteiro.
Tenho dito.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

As ações terroristas continuam - 28.05.14
Excertos da imprensa ukrainiana

Em Sloviansk os terroristas atiraram na escola e residencias. Há feridos. Eles atiram nos bairros residenciais para desacreditar as forças de segurança ukrainianas atribuindo a elas a violência. Disparam dos morteiros. Na escola Nº 13 destruíram parte do telhado. Por sorte as crianças refugiaram-se no porão. Inclusive o "prefeito" indicado pelos terroristas, está em ação terrorista.

Na terça feira morreram duas pessoas e 8 ficaram feridas.Os moradores estão indignados com os terroristas. Dizem que não vão embora pois não têm para onde ir.

Os médicos avisam que os remédios estão acabando.








***

Nas últimas horas, a operação antiterrorista neutralizou vários postos de tiro dos separatistas em Donetsk. Inclusive com a participação de aeronaves militares.

A partir do meio-dia ouve-se tiroteio do capturado pelos terroristas prédio do SBU (Serviço de Proteção da Ukraina). E, às 16 horas ouviram-se tiros do lado do aeroporto.

***

SBU deteve em Kharkiv o líder dos militantes de Kramatorsk, Ivan Lysenko. Ele tentava fugir para Rússia. Ele reconheceu que subordinava-se ao cidadão da FR I. Hirkin, (apelido de Strelkov) e ao comandante "Terets" que veio da Criméia.

***

Em Luhansk trava-se batalha por uma unidade militar da Guarda Nacional. Há perdas dos dois lados.
De noite os terroristas dispararam contra postos de controle e áreas residenciais.

***

O Ministério das Relações Exteriores confirmou a captura pelos terroristas pró-russos, na região de Donetsk, de 4 (quatro) estrangeiros - membros da missão especial da OSCE, declarou numa coletiva o diretor de política de informação do Ministério do Exterior Yevhen Perebyinis. 
(Este é um segundo grupo da OSCE em poder dos terroristas. O primeiro já foi libertado - OK). Fazem parte deste grupo 4 pessoas - cidadãos da Estônia, Suíça, Turquia e Dinamarca.

***

Yatseniuk, primeiro-ministro, acha que é impossível negociar com a Rússia, sem intermediários.
"Com eles, sentar à mesa em dois - obrigatoriamente enganam, e depois dirão que foi mesmo assim, com expressão inteligente e confiável", - acrescentou ele.

Ele também acusou Rússia de roubar da Ukraina 2,2 bilhões de metros cúbicos de gás que Rússia roubou do "Chornomornaftogaz" - no território da Criméia. E isto, não é muito nem pouco, pelo preço do gás russo é 1 (um) bilhão de dólares, - disse Yatseniuk.

Bruxelas - a União Européia propõe a Ukraina, a fim de resolver o conflito do gás com a Rússia, pagar a metade da dívida do gás, determinado pela FR, recusando-se no presente momento da pretensão quanto a indevida apropriação do lado russo de propriedade ukrainiana na Criméia, para garantir o gás para UE e Ukraina nos próximos meses. Sobre isso, no dia de hoje em Bruxelas, declarou o comissário da UE para energia, Günter Oettinger. No entanto o primeiro-ministro da Ukraina Arsenii Yatseniuk declarou que Rússia deve pagar pelo gás que ela roubou do Estado da Ukraina na Criméia, antes de exigir da Ukraina o pagamento da dívida. Os especialistas observam, que a posição de Kyiv é completamente justificada, e a UE se preocupa com a segurança da importação do próprio gás.

***

As autoridades russas vão com urgência resolver a crise na Abkhasia - em 28.05.2014.
A oposição capturou o administração presidencial. 
O presidente da república Oleksandr Ankvab foi forçado a deixar o prédio, concordando com parte das exigências dos capturadores.
A sessão extraordinária do Parlamento da República não se realizou.

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 27 de maio de 2014

A era da barbárie está retornando.
Tyzhden (Semana), 27.05.2014

Em Horlivka, os terroristas da chamada "República Popular de Donetsk" publicamente executaram os líderes da milícia: o chefe da milícia criminal do distrito Kalinin Roman Babiuk e o chefe da investigação criminal Dmytro Krykunov, de acordo com a mídia local.

A execução ocorreu às 11:30, ontem, no território do Departamento de Combate ao Crime Organizado.
Estiveram presentes os trabalhadores da milícia de Horlivka.  
Como motivo da execução os terroristas disseram que foi devido a "violação do juramento à República Popular de Donetsk". A ordem de execução foi lida pelo ex-comandante do PPP (paridade do poder da compra) Shulzhenko. A ação foi executada pelo terrorista Bezler e sua equipe.

Vestiram as cabeças com sacos e dispararam", - diz uma testemunha ocular.


Serviço Nacional de Fronteiras.

Nesta noite à Ukraina irromperam combatentes armados através da fronteira em Luhansk. O comboio vinha do lado da Rússia e compunha-se de alguns caminhões, carros e ônibus.

Os guardas de fronteira abriram fogo e apossaram-se de parte do transporte. Outra parte, ignorando o grupo de cobertura, atravessou a fronteira e foi em direção de Antratsyt, segundo o serviço de imprensa.
Os guardas danificaram e apreenderam uma van e dois automóveis. Um combatente foi gravemente ferido.

Os carros detidos estavam lotados com autômatos Kalashnikov, granadas de mão antitanques e explosivos.

O Serviço Nacional de Fronteiras lembra, que na área frontal de responsabilidade do departamento  "Dmytrivska" (Donetsk), a uma distância de 10 quilômetros, do lado russo, estão concentrados 40 "Kamaz" (caminhão ou trator grande) com homens armados, que estão prontos para atravessar a fronteira da Ukraina.

Os amigos devem pagar suas contas

A Companhia "Mako -Trading" de Oleksandr Yanukovych, filho do ex-presidente Yanukovych, dirigiu-se ao tribunal, em março deste ano, buscando recuperar do "Metinvest Holding" de Rinat Akhmetov 203, 87 milhões de UAH, conforme resolução do Tribunal Econômico da região de Donetsk, de 7 de maio. Dívida esta, que seria pelo fornecimento de carvão, de acordo com o contrato de 2011.

Oleksandr Yanukovych, o filho mais velho do ex-presidente Yanukovych é suspeito de fraude, falsificações de documentos, elaboração e emissão de falsos documentos.
Ele está desaparecido do campo de visão da polícia ukrainiana desde 23.02.2014. No entanto, tanto a mídia como vários políticos dizem que Oleksandr Yanukovych é o provável "patrocinador" dos separatistas no leste de Ukraina. Em particular, o ex-ministro do Interior, Yurii Lutsenko acredita que, com o dinheiro do carvão, Oleksandr Yanukovych paga toda esta orgia separatista e capitulação de parte da milícia. 

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Notícias pós-eleições na Ukraina
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 26.05.2014

O prefeito de Donetsk pediu aos cidadãos para não sair de casa a não ser absolutamente necessário, devido aos combates nas ruas. Especialmente abster-se da viagem ao aeroporto e a estação ferroviária. As crianças não deverão ir à escola, mas em casos indispensáveis haverá professores para atender as crianças que comparecerem.

***

Em Donetsk os terroristas foram avisados que devem entregar as armas e se render às forças ATO (Ação Antiterrorista) até às 13 horas.Eles não atenderam. Seriam aproximadamente 200 pessoas, a maior parte de outros países (É gente que vem lutar a favor da Rússia por dinheiro. Ou pelo país que pagar - OK). Como não se renderam, na hora marcada foram iniciadas as ações contra os terroristas, com auxílio da aviação. Os combatentes que estavam dentro do terminal foram destruídos. Infelizmente morreu o atendente do estacionamento..
Num outro ponto de Donbass a LigaBisnInform avisa que foram destruídos mais de 100 combatentes e mercenários russos. Não tem contagem certa, mas não era uma ofensiva em grande escala. O caminhão em que eles viajavam teria sido virado por piloto ukrainiano.


***

Segundo o ministro do Interior, nesta segunda-feira, ainda houve lutas em Mariupol e Slaviansk. "O inimigo apanhou bem, felizmente não houve mortes entre os nossos - e isso é importante", escreveu ele em sua página no Facebook.

*** 

O lider dos terroristas de Donetsk Ihor Strelkov ordenou fuzilar dois comparsas, Dmytro Slavov e Mykola Lukianov por saques, roubo a mão armada, sequestro, abandono de posições militares.

***

O lider dos separatistas de Luhansk declarou que pode receber o recém eleito presidente da Ukraina se ele vier  como convidado e pedir nossa permissão. A direção da república não reconhece as eleições presidenciais na Ukraina.
Por sua vez o chefe dos terroristas de Donetsk Denis Pushylin declarou que o diálogo com Poroshenko é possível nas questões de troca de reféns e retirada das tropas ukrainianas  da República Popular de Donetsk.

***

Na fronteira com a Rússia registraram 40 veículos de carga (KamAz) com combatentes armados, que se encontram em prontidão para cruzar a fronteira da Ukraina.
Rússia apela para liderança da OSCE e à missão especial de monitoramento desta Organização na Ukraina com um pedido de esclarescimento dos eventos que ocorrem no país (Pobre Rússia, ela não sabe e não tem a mínima idéia quem possa estar causando tantos problemas no país vizinho! - OK)
Também Rússia quer saber o que aconteceu entre os terroristas (que ela paga - OK) e o exército, na segunda-feira, e a que medidas recorreram em prol da diminuição da tensão. Também está preocupada com o fechamento do aeroporto de Donetsk, o que complica a remoção dos corpos de Mironov, cidadão russo e do jornalista italiano Rokelli, que morreram em Slaviansk.

***

Poroshenko, presidente eleito, sobre ATO: "Eu apoio a sua continuação, mas exijo mudança no seu formato. A ação antiterrorista deve ser mais eficaz e realizada em menos tempo. Os combatentes ukrainianos devem ter melhores armas e munição", - disse ele.

***

Agora, que tal conhecer melhor a família do novo presidente?

Poroshenko e esposa


Esposa usando blusa bordada conforme a tradição ukrainiana
Além de bordar e costurar ela também gosta de cozinhar

Tradução: O. Kowaltschuk




domingo, 25 de maio de 2014

Poroshenko vence as eleições na Ukraina
Domingo, 25 de maio de 2014

Segundo as sondagens, Poroshenko vence no primeiro turno. É o que atestam os resultados do consórcio "National Exit Poll - 2014", que inclui o Fundo "Iniciativas Democráticas", Kyiv Instituto Internacional de Sociologia" e "Centro Razumkov". Poroshenko conta com 55,9% de votos. A amostra é representativa para o todo e para as quatro regiões: Oeste, Central, Leste e Sul. Foram aproximadamente 17.000 respondentes (dependendo do número de participantes). A média dos respondentes por seção foi de 45.




Poroshenko agradeceu aos ukrainianos pelo apoio recebido e disse: "Quero agradecer à nação ukrainiana por esta votação recorde. Ukraina nunca teve tão elevada taxa de participação," - disse ele, e prometeu: "O foco dos nossos primeiros passos, e de toda nossa comanda, será a procura de como acabar a guerra, o caos, a desordem e trazer a paz à terra ukrainiana, unida e independente." E, aos ukrainianos do Donbass, que conseguiram depositar seu voto na urna, ele agradeceu especialmente e anunciou que sua primeira visita será ao Donbass.

As eleições transcorreram na mais perfeita ordem, mesmo nas regiões conturbadas não houve grandes distúrbios. A participação na Ukraina foi recorde, como nas ruas e praças em frente aos consulados no exterior, onde se formaram grandes filas. Até em Moscou votaram quase 900 pessoas.

O presidente da Central Eleitoral explicou que em Luhansk as eleições realizaram-se em 2 das 12 circunscrições, e em Donetsk em 7 das 22.

Para Prefeitura de Kyiv, também segundo sondagens, a previsão da vitória é de 57,4% para Vitali Klychko, o ex-boxeador, do Partido UDAR que significa Aliança Democrática Ukrainiana para Reforma.  Segunda colocada, Lesia Orobets - 10,3%.

Os ukrainianos estavam esperançosos que tudo se resolvesse no 1º turno para que a situação começasse a se estabilizar e por medidas de economia.

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 24 de maio de 2014


Nascimento de uma nova realidade política.
Tyzhden (Semana), 23.05.2014
Oles Oleksienko.

As eleições presidenciais serão apenas o prelúdio de uma nova reformatação do cenário político.


As eleições presidenciais, amanhã, dia 25 de maio), cujo resultado parece bastante previsível, será apenas o prelúdio de uma reformatação dramática do cenário político. Seus novos contornos serão determinados em conformidade das expectativas públicas da campanha eleitoral antecipada para o Parlamento e participação ou não dos eleitores de Donbass. Portanto, avaliar as chances na realização de necessárias reformas ao país e fortalecimento do Estado só acontecerá com os resultados da reeleição do Parlamento e mudança de governo, não com anúncio do vencedor da corrida presidencial.

Garantia de mudanças 

Hoje realizar eleições parlamentares antecipadas desejaria a maioria dos cidadãos (segundo dados de pesquisa do Sociological Service "Rating" de 3 - 12 de abril de 2014, "a favor" - 68%,  "contra" - apenas 21%, como também os principais candidatos à presidência porque eles tem um nível muito mais elevado de apoio na comunidade que os deputados. E isso se aplica não apenas a Poroshenko ou Tymoshenko, mas a todos os candidatos (exceto Symonenko e Dobkin) que têm uma classificação apenas superior a 1%.

Aumentará a autenticidade da formação de coalizão governamental com participação de política moderada que se apoiará nos eleitores das regiões leste e sul. 

O mais provável favorito da corrida presidencial Petró Poroshenko já declarou, que depois das eleições presidenciais é indispensável re-eleger o Parlamento. Os estudos sociológicos fixam a vantagem significativa da potencial aliança das forças políticas "Solidariedade" (Poroshenko), com UDAR (Aliança Democrática Ukrainiana para Reforma) de Klychko durante uma votação hipotética. A possibilidade de obter a mais forte bancada ao líder de simpatias eleitorais é bem mais atraente que a perspectiva de agitação instável e incerta da maioria, atual "lama" parlamentar de não afiliados. E, sobretudo, Poroshenko terá que agir em condições de república parlamentar - presidencial, e mesmo parlamentar de fato (a qual muitos hoje querem apresentar no projeto da nova Constituição).

De acordo com as fontes da "Semana", Yulia Tymoshenko, consciente de poucas chances de vitória nas eleições presidenciais, considera-as cada vez mais como uma plataforma de lançamento para as futuras parlamentares. Opondo-se a Poroshenko até o final da corrida e mobilizando pelo menos 30 - 35% de votos no segundo turno contra ele, ela pode recuperar o status de líder da oposição. E, após a re-eleição do Parlamento, não é impossível, tornar-se líder da coalizão governamental, da qual, no futuro próximo pode depender muito mais do que do próprio presidente. Além disso, as eleições parlamentares antecipadas para Lady Yulia - é também possibilidade substituir a atual, formada, durante sua prisão, a fração caprichosa de políticos de diferentes tendências pessoalmente tomados, por seus leais deputado

A Yulia Tymoshenko são objetivamente benéficas as eleições parlamentares mais distantes, porque neste cenário o já eleito presidente Poroshenko perderá uma parcela significativa de popularidade, respondendo pelo governo. O fenômeno da taxa rápida de crescimento de Petró Poroshenko é que ele satisfez a procura do "novo" (um tanto esquecido o velho) face, tradicionalmente atual na sociedade ukrainiana. Contudo, hoje a classificação  desse candidato é desconhecida, ao qual pode-se atribuir estas ou aquelas características. Então, quando ele se tornar presidente e passar a operar, o seu nível de apoio pode cair bruscamente. Afinal, a maior parte da sociedade ukrainiana, apesar de dois Maidan públicos, ainda vive com ilusões messiânico-czaristas e tem em relação a políticos inadequadas expectativas claramente inflacionadas.

À primeira vista, as pesquisas de opinião mostram que 71% dos partidários de Poroshenko, em maior ou menos grau estão dispostos "viver com certas dificuldades hoje, se isto levar a uma melhoria de suas vidas no futuro". Mas o problema é que eles precisarão ser convencidos que as turbulências atuais realmente vão mudar a situação para melhor. No entanto o otimismo observa-se nas condições, quando os problemas sócio-econômicos ainda não se sentem com força, mas "margem de segurança" somente começou a minguar.

Irreal, pelo menos em termos de manutenção da atual composição do parlamento, será a distribuição uniforme da carga das dificuldades econômicas entre os grandes negócios dos oligarcas, o que espera a maioria dos ukrainianos. Por exemplo, 42% dos partidários de Poroshenko são a favor da nacionalização de todas as grandes empresas, que pertencem aos oligarcas, e ainda 40% - pelo confisco de pelo menos aquelas que foram adquiridas ilegalmente. É claro que, sendo também oligarca, Poroshenko, mesmo se permitir a redistribuição da propriedade, de modo algum será em grande escala. No entanto, sua relação com as velhas elites é demasiado óbvia, como a tentação de ir para amplos compromissos com os representantes do governo anterior "para estabilizar a situação no país", o que provocará crescente descontentamento dos cidadãos, que votarão para ele na esperança de "fundamental recarga do país" por ele e "vida de uma nova maneira".

Teste decisivo para Poroshenko-presidente será a questão de relações com a Rússia, normalizá-las durante três meses ele já prometeu. Nas fileiras de seu eleitorado uma parte tem atitude negativa para casos de cooperação desigual com seu vizinho oriental, uma das mais altas entre políticos ukrainianos: 89% de eleitores potenciais deste candidato consideram, que Ukraina paga a FR preço inflado pelo gás. 81% estão prontos economizar gás e calor, se isto reforçar a posição de Kyiv no diálogo com Moscou. 80% são pela recusa em todo ou em parte da compra do gás russo. Assim a grande parte dos eleitores de Poroshenko não espera dele simplesmente a normalização de relações com a Rússia, mas normalização com base na "vitória" - fortalecimento da independência de Moscou e fortalecimento nas posições de negociação de Kyiv.

***

Petró Oleksievych Poroshenko 

Nasceu em 26.09.1965 em Belhrad , Província Odessa na URSS - político ukrainiano, deputado do Parlamento da 3ª, 4ª, 5ª e 7ª convocação. Foi ministro de Desenvolvimento Econômico e Comercial da Ukraina (de 23.03 a 24.12.2012), ministro dos Negócios Estrangeiros (09.10.2009 - 11.03.2010), membro do Conselho do Banco Nacional da Ukraina (2007 - 2014). Homenageado Economista da Ukraina. Laureado com prêmio estatal da Ukraina em Ciências e Tecnologia. Fundador do grupo "Ukrnpoinvest"

Negócios

Com diploma universitário, Poroshenko começou seu próprio negócio de venda de grãos de cacau. Em 1990, ele comprou algumas empresas de confeitaria. Em seguida uniu-as no grupo "Rochen", que se tornou o maior fabricante de produtos de confeitaria na Ukraina e reúne seis conjuntos industriais na Ukraina e uma fábrica na Rússia. As empresas de confeitaria, criadas por Poroshenko, e que trouxeram grandes lucros, lhe deram o apelido de "rei do chocolate".

Atualmente o império de negócios de Poroshenko inclui algumas fábricas de automóveis e ônibus: Fábrica de automóveis de Lutsk - JSC (Open Joint Stock Company), corporação "Bohdan", estaleiro "Ferraria de Lênin", Canal de televisão, "Chanel 5" e uma série de outras empresas

Em 2014, após a fuga de Yanukovych recusou-se da participação no governo provisório. Em fevereiro a classificação sociológica mostra a liderança de Poroshenko entre os candidatos a eleição de 2014 (Ele participou ativamente no dia a dia em defesa do Euromaidan - OK). alcançou aliança com Vitali Klychko nas eleições presidenciais, que também pretendia candidatar-se à presidência, embora no passado Klychko chegou a pensar na prefeitura de Kyiv.
A edição online da Verdade Ukrainiana informou que o acordo Poroshenko - Klychko foi precedido de encontro com Firtash, oligarca que está sendo incriminado pelos EUA por suborno, e está sob fiança na Áustria. 

Yulia Tymoshenko

Nasceu em 27.11.1960 em Dnipropetrovsk. Filha de pai letão e mãe ukrainiana. Casada com Oleksandr Tymoshenko, empresário. Formação - engenheiro economista, político ukrainiana.

Primeiro-ministro da Ukraina (2005, 2007-2010). Vice-primeiro-ministro para o setor da energia (1999-2010). Líder do partido "Pátria". 
De 05.08.2011 a 22.02.2014, durante o período da presidência da Viktor Yanukovych  esteve sob custódia. PACE (Assembléia Parlamentar do Conselho Europeu), Parlamento Europeu e ativistas dos direitos humanos consideram-na como prisioneiro político. 

Candidata à presidência da Ukraina apresentada pelo Partido "Pátria".

Em 1988 o casal Tymoshenko abriu uma locadora de vídeos. O Sr. Gennady Tymoshenko, sogro da Yulia, no final dos anos 80 possuía uma rede de distribuição de filmes.

Em 1989, sob a égide do Comitê Regional de Dnipropetrovsk, União da Juventude Comunista Leninista da Ukraina foi criado o Centro da Juventude "Terminal" sob a direção de Yulia Tymoshenko. O presidente do Komsomol da Província de Dnipropetrovsk na época era Serhii Tihipko. O chefe do departamento da agitação e propaganda era Oleksandr Turchenov (Amigos antigos, amigos atuais - OK).
O capital inicial que foi ganho no "Terminal" permitiu a Tymoshenko outro negócio - de produtos petrolíferos. E, em 1941 ela e o marido organizaram a "Corporação Oil Ukrainiano" Esta corporação foi uma das primeiras a fornecer aos consumidores ukrainianos os produtos petrolíferos.

Em 1995 a "Corporação Oil Ukrainiano" foi re-registrada na corporação industrial e financeira como "Sistemas Energéticos Unidos da Ukraina" - UESU.

Em 1995-1996 Tymoshenko foi presidente da Corporação UESU que alcançou vendas anuais de 11 bilhões de dólares e, aproveitando o apoio de Pavlo Lazarenko (Lazarenko foi o primeiro-ministro da Ukraina. As empresas funcionavam se dividissem com ele o lucro em 50%. Lazarenko enviava seus lucros para diversas empresas offshore. Quando percebeu que estava sendo descoberto viajou para Estados Unidos, onde acabou preso por mais de 10 anos. Já em liberdade continua nos Estados Unidos - OK).

Os Sistemas Energéticos Unidos da Ukraina, geridos por Yulia Tymoshenko, em meados de 1990, causaram danos a Ukraina no valor superior a 30 milhões de UAH (moeda ukrainiana) ou 3.750.000 dólares, e Tymoshenko pessoalmente evitou pagar mais 681 mil UAH em impostos.

Principais resultados do gabinete Tymoshenko (1ª ministra) na economia:
- A dívida externa cresceu de 12,31 do PIB a 35,38% em 2009;
- O preço do gás russo aumentou de 130 dólares EUA por 1 m³ para 232,98 dólares EUA em 2009.
- Em 2008 o UAH depreciou em 60%, aproximadamente de 5 UAH para 8 UAH por um dólar;
- Em 2009 a inflação foi de 14,8;
- Em 2008 e 2009, a inflação na Ukraina foi de 25,2 e 15,9% respectivamente.

Prezados leitores, este resumo é apenas uma parte das informações que constam na internet. Considero mais que suficiente para conhecer as "realizações" dos candidatos. Suas qualidade cada um que analise.
E rezemos a Deus pela Ukraina e seu povo sofrido.

Tradução e síntese: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Queimaremos lenha mas 480 dólares pelo gás russo não pagaremos.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 21.05.2014
Zinovia Voronovych

Governo ukrainiano vai ao litígio com o "Gazprom" e quer, que UE compre gás na fronteira com a Rússia.


Ukraina não pagará o preço escorchante pelo gás, não concorda pagar antecipadamente e prepara um processo de arbitragem em Estocolmo. Até 3 de junho, quando Rússia pode parar de enviar gás a Ukraina já resta pouco tempo, e nenhum acordo foi conseguido. Ukraina insiste no preço de 285 dólares por mil metros cúbicos, Rússia quer 480. O governo constatou um impasse, então é preciso pensar como passar sem o gás russo. Pelo menos temporariamente.

Arsenii Yatseniuk, primeiro-ministro da Ukraina apelou para liderança da Comissão Européia e aos líderes dos estados-membros da UE a um uso compartilhado do GTS (Sistema de Transporte do Gás) e propôs aos europeus comprar o gás do "Gazprom" na fronteira da Ukraina e Rússia. Então, parece que o governo Ukrainiano está moralmente preparado para interrupção do fornecimento do gás da Rússia.

"Ukraina, como membro da Carta Européia de Energia e da Comunidade da Energia declara oficialmente sua posição sobre a necessidade de conjunta modernização e exploração dos sistema de transporte, incluindo instalações de armazenamento subterrâneo do governo ukrainiano com a inclusão dos investidores da UE e EUA. No entanto, mencionamos que a FR não é parte destes instrumentos internacionais que estabelecem regras claras para garantir a segurança energética do continente europeu. Neste contexto propomos a transferência do ponto de recebimento do gás russo para fronteira ukrainiana-russa e assinatura de novos e correspondentes acordos, o que dará possibilidades às companhias de gás européias utilizar as capacidades das instalações ukrainianas subterrâneas livres, no interesse comum de segurança energética.

Tais ações tem lógica. De acordo com os contratos atuais Ukraina não só deve pagar preços draconianos pelo gás russo, mas ainda pelo mesmo preço comprar gás para armazenamento em instalações subterrâneas para garantir o trânsito de gás ininterrupto no inverno. Isto é, Ukraina é obrigada comprar o gás, que na verdade é necessário ao "Gazprom", para que ele possa cumprir acordos com as companhias européias. Agora Rússia quer, que nós paguemos adiantado por tudo isto. Se Europa comprar gás na fronteira da Rússia, Ukraina abastecerá para transporte apenas o gás já adquirido.

Quanto a chance de vitória no Tribunal de Estocolmo contra "Gazprom", segundo especialistas, são diversas. Segundo V. Omelchenko, os precedentes, quando países através da arbitragem de Estocolmo exigiam mudanças em contratos e preços mais baixos, não falta. Já o diretor do Centro Científico e Técnico de Psicologia Gennady Riabtsev acredita que antes de iniciar litígio, precisa pagar a dívida do gás consumido ate 1 de abril (Então o preço era 285 dólares).

Felizmente a UE já deu a resposta hoje, dia 22 de maio. Ela concorda em comprar o gás na fronteira da Rússia e Ukraina, e não na fronteira ocidental da Ukraina com UE como é hoje.

"Alterar o ponto de abastecimento de gás para Ukraina Oriental de companhias européias - é problema comercial. As próprias companhias devem resolver. Mas nós consideramos que isto pode ser e deve haver a possibilidade para realização desta idéia", - disse S. Berger, porta-voz do Comissário da UE para Energia Günther Oettinger.

Pelo esquema atual "Gazprom" vende o gás às companhias européias na fronteira ocidental da Ukraina e paga a Ukraina as taxas de trânsito. Kyiv insiste que as empresas européias comprem o gás na fronteira oriental da Ukraina e elas mesmas paguem as taxas de trânsito a Ukraina.

O presidente da Comissão Européia José M. Barroso, em uma carta ao presidente russo, no início desta semana sublinhou a disponibilidade da UE fornecer a informação sobre o volume de gás que atravessa a fronteira ocidental da Ukraina e UE, mas insistiu para que Ukraina e Rússia também forneçam a informação do volume do gás que cruza a fronteira russo-ukrainiana e é transportado pelo território ukrainiano.

28 amigos do presidente no secreto clube de caça
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana).25.04.2014
Oleksandr Akumenko, Anna Babinets, Natalia Sedletska

No interior do mais secreto clube de caça.


"Nós sobreviveremos, apesar de estarmos fora da lei" - estas linhas da canção, na execução do cantor russo Slava Medianyk parece que foram de tanto agrado aos membros do clube de caça do presidente, que se tornou hino" não-oficial de uma das organizações públicas mais fechadas.

Clube "Kedr" (Cedro) - é um exclusivo clube de caça do ex-presidente. À sua disposição para divertimento centenas de hectares de mata da reserva natural nas margens do reservatório de Kyiv, próximo da residência do ex-presidente, "Myzhyhiria".

Entre as 28 pessoas registradas, estão as mais ricas e as mais influentes do país. A maioria funcionários do governo. Destacamos os nomes de Leonid Kravchuk e Leonid Kuchma, 1º e 2º presidente da Ukraina. 


"Quando os sócios almoçavam no clube, eles traziam seus cozinheiros", - conta o diretor do "Kedr". No prédio tem uma piscina e uma sauna com mesa de mármore para massagens. 

De acordo com documentos encontrados no "Myzhyhiria" (residência de Yanukovych) o aluguel deste objeto, que seria do "Dim Lisnyka" (Casa do vigia da floresta), uma das muitas empresas associadas com Yanukovych, custava aos caçadores umas 500 - 600 mil hryvnias mensalmente. O orçamento crescia ano a ano. Em 2011 era de 9,6 milhões de hryvnias e já em 2013 chegou a 36,4 milhões.
Os sócios contribuíam com as despesas extras, mas em 2010-2012, segundo "Boletim de Compras Estatais", pelo dinheiro dos pagadores de impostos, foi construído um recinto para animais de 12.500 metros lineares no valor de quase 1,9 milhões de hryvnias e 20,8 quilômetros de estradas florestais, na qualidade correspondente a padrões europeus, no valor de 7,3 milhões de hryvnias. (Nos jornais a queixa com a má qualidade das rodovias e, praticamente, diária - OK).

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Bekivnia - cemitério das vítimas do terror russo.
Pesquisa internet

Todos os anos, no terceiro domingo de maio, na Ukraina comemora-se o Dia da Memória das vítimas da repressão política.
Neste ano, em 18 de maio, o evento começou com uma procissão fúnebre ao Memorial - cruz de granito sobre vala comum de vítimas da repressão política. Em seguida houve colocação de flores e celebração da missa das almas.

Lembramos, que próximo da aldeia Bekivnia, na região de Kyiv, de 1937 a 1941 (antes da ocupação de Kyiv pelos alemães), secretamente realizavam-se enterros em massa, de pessoas represadas e executadas pela NKVD de Kyiv, ordenadas por Moscou.


No final dos anos 1980 foi confirmado, que nos anos de expurgo de Stalin aqui, por determinação da NKVD realizavam-se, em valas comuns, os enterros em massa de cidadãos torturados. O número de vítimas não foi possível determinar. Elas partem de 6.323 , mais de 7.000, 120 mil, até 225 mil pessoas.





Notícias recentes: 20.05.2014

Sirenas soam em Donbass: greve de advertência
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 20.05.14

Nas maiores fábricas da província de Donetsk teve início a greve de advertência contra violência e separatismo, convocada pelo oligarca-mor ukrainiano Rinat Akhmetov.


Por um curto período, as fábricas e minas de Akhmetov, e de outros empresários, pararam de trabalhar.
No Donbass-Arena penduraram a bandeira ukrainiana e mostraram o apelo de Akhmetov. Participaram os jovens do FC "Shakhtar" e trabalhadores do Clube. Os jogadores estão em férias, viajando.

As sirenas soaram às 12 horas, e vão soar diariamente, até que haja paz.
A igreja apoiou, mas depois veio um grupo de terroristas armados e exigiu entregar-lhe o padre. Na rua atacaram os carros que buzinavam e tentavam quebrar os vidros.
A milícia veio rápido. Homens armados invadiram os escritórios dos taxistas e ameaçaram  os motoristas para que não participassem.
As fábricas da vizinha Dnipropetrovsk vão apoiar o buzinaço de Donetsk, contra a guerra.

***

O diversionista russo Ihor Hyrkyn, conhecido como "Strelkov", que se declarou como Comandante Supremo, convidou as mulheres para combater porque os homens que estão se alistando são poucos. E muitos vem apenas pelas armas, para sua proteção em casa. Segundo "Strelkov", os homens ficam em casa, na frente da televisão à espera do exército russo.

*** 

Medvedchuk reunir-se-á com os líderes separatistas.

Medvedchuk é amigo e compadre de Putin
Ele deve transmitir aos separatistas que Rússia não pretende incluir os territórios do leste da Ukraina à Federação Russa. No entanto, os russos estão prontos para apoiar com dinheiro.   (Segundo outra reportagem Rússia não quer estas regiões, que não são desenvolvidas e com infraestrutura velha e arcaica. Mas ela quer que haja a federalização  porque isto lhe dará possibilidades de intromissão enquanto as despesas correrão por conta do orçamento ukrainiano - OK). Então os separatistas devem parar com saques e iniciar a transição da condição militar para um curso pacífico.

Como avisa "Capital do Trabalho": Em breve deve realizar-se uma mesa redonda com a participação dos representantes do governo ukrainiano e separatistas imaculados de sangue (e existem??? - OK) quando se iniciará a discussão da separação de parte do Donbass.

No momento, não está claro como esta separação vai ocorrer, mas a opção mais provável - realização de um relativamente legítimo referendo, e, em seguida o início do processo de "separação civilizada", como ocorreu com a Eslováquia e a República Checa. Outra opção - criação de uma república autônoma (exatamente por isso não acontece a união de Donetsk e Luhansk) e com direito posterior à auto-determinação. 

A ameaça principal - é que os russos não garantem que após um mês eles não começarão, de acordo com o mesmo cenário "aprontar" a mesma situação em Odessa ou Mykolaiv, região Berehivska da Transnistria (não é atoa que Shufrech esteve com Medvedchuk em Donetsk) e as regiões Gertsaevsky e Novoseltsky da Bukovyna. (Estas regiões anteriormente não eram citadas. É o monstro estendendo os seus tentáculos - OK).

Notícias recentes: 21.05.2014

Autoridades de segurança da Ukraina detiveram dois terroristas armados quando realizavam o reconhecimento dos postos de controle das operações. Foram apreendidas diversas armas, inclusive lançadores de granadas, munição Kalashnikov, outros. "Os detidos testemunharam sobre suas atividades, direcionadas para desestabilizar a situação nas regiões orientais da Ukraina", informou o responsável pela Força-Tarefa Vladislav Seleznev. "Esta informação confirma o envolvimento ativo das tropas russas, incluindo oficiais do FSB e Gru (Serviço Federal de Segurança e Central de Segurança) à preparação de combatentes que realizam roubos e assassinatos. Segundo um dos militantes detidos o curso de formação realiza-se em uma das unidades militares de Rostov", - disse Seleznev.

***

Yanukovych e seus apaniguados tentaram destituir o Metropolita de Kyiv e toda Ukraina, Volodymyr.
Isto é afirmado no aviso da Procuradoria Geral da Ukraina, divulgado nesta quarta-feira. 
"No transcorrer da auditoria, conduzida a pedido de um deputado, foi colocado, que o Metropolita de Kyiv e toda Ukraina, Volodymyr, seguia a posição de não interferência da igreja na política, com o que causou insatisfação ao ex-presidente da Ukraina que procurava obter o apoio da Igreja Ortodoxa ukrainiana nas eleições de 2015". 

O ex-presidente do Ministério do Interior Viktor Zakharchenko não conseguiu convencer o Metropolita Volodymyr renunciar ao cargo e, seguindo as instruções de Viktor Yanukovych organizou, com as forças de seus subordinados, o "isolamento físico" do Metropolita Oleksandr, secretário e pessoa de confiança do Metropolita Volodymyr.

Segundo dados da Procuradoria Geral, ele seria libertado, se o Metropolita Volodymyr renunciasse à sua posição.

Assim sendo, os ex-governantes estão sendo suspeitos na transgressão da lei prevista no Código Penal da Ukraina (abuso de poder ou autoridade).

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 20 de maio de 2014

Além dos bloqueios das estradas - Sociedade
Tyzhden (Semana), 17.05.2014
Roman Malko

Tyzhden conversou com os moradores das cidades abarcadas pela revolta separatista


Anna, de (Novohorodivka - Província Donetsk)

A vida das pessoas mudou muito. Muitos são os que querem sair daqui, muitos em desespero. Nossa cidade mineira é pequena, 15 mil habitantes, mas aqui vivem 36 nacionalidades. Quando construía-se Donbass, recrutavam a partir de todos os cantos da União Soviética. Moradores nativos são menos da metade. E por isso as pessoas, que são pela Ukraina, que compreendem, que lhes subtraem a Pátria, estão muito assustadas. Ontem à noite eu tive um quintal cheio de pessoas. Olham nos olhos e perguntam, o que fazer. Será que é o fim da Ukraina? A nenhuma Rússia não queremos, este é o nosso país, nós e nossos filhos nascemos aqui, nossos avós e bisavós aqui descansam. Eu, falando francamente, agora sento diante da internet e procuro na província de Dnipropetrovsk alguma casinha. Porque aqui, penso, nós não podemos ficar. Aqui sou conhecida como oposicionista e viver não me permitirão.

No desfile de 9 de maio um rapaz adiantou-se e gritou "Glória à Ukraina!", então ele foi vaiado, como se dissessem, cale-se, agora você levará um tiro na cabeça. As pessoas temem. Elas, em desespero choram e não sabem, aonde meter-se. Todos dizem: Kyiv nos abandonou, nós não lhe somos necessários, mas nós não queremos sair da Ukraina, esta é a nossa terra natal. E estes são muitos. Perguntam, por que Kyiv não ajuda. Pode-se contar nos dedos as pessoas que aqui perturbam tudo, trazem dinheiro, pagam aos alcoólatras e viciados, para que eles causem desordem. São dez pessoas. Será que é difícil levá-los? E então, na cidade tudo cessaria.

Há alguns dias os separatistas bloquearam a passagem de nível e não permitiram aos mineiros ir ao trabalho. Depois os obrigaram escrever, para aquele dia, pedidos de licença sem vencimento. Entregavam-lhes "coquetéis Molotov" e diziam, que se eles não os jogassem na Guarda Nacional, ela destruirá todos eles. Intimidam também com o "Setor Direito". Logo virão os "banderivtsi" (1) e matarão a todos. Precisa construir barricadas - venham e ajudem.

Nas estradas da cidade cerraram as árvores. O diretor da mina "Rússia" Oleh Shetsov, deputado provincial do Partido das Regiões, dispensou os mineiros do turno e mandou-os cerrar as árvores e proteger os postos de controle, nos quais à noite todos estavam bêbados, porque lhes pagaram com cachaça.

O prefeito dirige aqueles separatistas. Agora ele responde a duas questões criminais pelo recebimento de suborno e desvio de fundos públicos. Seu vice, está preso em Donetsk, também por causa de suborno. Agora eles não tem outra saída a não ser apoiar a república gangue. Bandidos aos bandidos. Só assim podem continuar livres. Dizem que quando vier a república, em alguns dias libertarão todos, e se vierem as autoridades de Kyiv, eles terão questões suficientes para prisão perpétua.

Quando teve lugar o "referendo" a favor desta república, não sei como ela se chama, e nem quero saber, o presidente deu instrução ao diretor do Prédio da Criação, onde acontecia esta farsa, arrumar a seção eleitoral. Eles planejaram trabalhar até às 22 horas, mas às 18 horas fecharam tudo e levaram os sacos ao escritório do Partido das Regiões, do outro lado da rua. Depois o prefeito saiu nas barricadas e disse: "Na nossa cidade há 12 mil eleitores, destes 10 mil deram seus votos pela república". Mas eu acho que é uma total mentira. Penso, não foram mais de 20% que votaram. Muitas pessoas não foram entendendo o que é isso. O prefeito e seu vice, a todos funcionários, e isto é mais de um mil pessoas, estabeleceu a condição: quem não participar do "referendo" perde o emprego. Então muitos foram, temendo a demissão. Mas também há influenciados pela televisão russa, e estes não são poucos.

Em nossa cidade há famílias numerosas, famílias que planejavam filhos para viver através de assistência financeira do Estado.

(Para 2014, desde 1 de janeiro, após mudanças: Para 1º filho: 10320 hryvnias (moeda local) depois do nascimento e mensalmente, por 24 meses, 860 hryvnias;
2º filho: 10320 hryvnias no nascimento e 1.075 durante 48 meses; 
Demais filhos: 10320 hryvnias no nascimento e 1.576,67 durante 72 meses.
A ajuda mensal comparando com salários é realmente substancial - OK)

E agora mostram, como em Slaviansk, as mãezinhas com as criancinhas vem à frente dos tanques pela república, assim são estas pessoas, são marginais. Infelizmente, temos muitas assim. Hoje elas recebem ajuda, para amanhã não sobrou nada, então elas simplesmente colaboram por dinheiro (recebem dinheiro pelas participações na propaganda - OK). Eu tenho dois filhos. Mas será que eu iria à frente de um tanque com criança? Eu tenho parentes na Ukraina ocidental, mas lá as pessoas são diferentes (Na Ukraina Ocidental a convivência com e sob os russos foi desde a II Guerra Mundial até a desagregação da União Soviética. Já na Ukraina Oriental o convívio começou em 1.654. Havia escravidão - OK)). Aqui todos são exasperados. Ainda compreendo os homens, mas as mulheres? Eles tem muito ódio nos olhos. Digo: vocês não entendem de política, por que assistem canais russos? Não acreditam o que aconteceu com o vizinho, mas acreditam o que diz a TV russa. Foram vocês que escolheram Yanukovych, mas agora vocês não aprovam Kyiv. É difícil. Fundamentalmente o povo é assim.

Em nossa cidade há 250 edifícios de vários andares. Destes, apenas 10 estão ligados ao aquecimento central. Eis uma vida miserável. As pessoas, para não congelar nos apartamentos, enchem garrafas de plástico com água quente, colocam na cama e aquecem-se. Certa vez na seção, quando votavam por Yanukovych, veio uma vovozinha de 80 anos, calçando botas arrebentadas, enroladas por trapos para ficar mais quente. Quando depositava o boletim, ele caiu. Deu para ver, ela votou em Yanukovych.

Tudo muito difícil, muito difícil. Se Kyiv não nos auxiliar, então, simplesmente, teremos que sair daqui.

Basílio, Druzhkivka (região de Donetsk)

Sentimento geral de tudo o que está acontecendo em minha cidade, e nos arredores - assustador. Tenho medo das pessoas que me cercam e cercam minha família. Embora seja muito difícil pelo fato que quase toda minha família apoia os separatistas, o "referendo" e todo este despropósito. No entanto, isto é apenas meia desgraça. Verdadeiramente assustador constantemente ver uma porção de pessoas armadas, ninguém sabe o que eles podem pensar e que uma bala perdida pode atingir alguém próximo. Constantemente você se sente vulnerável, e é muito desagradável.

Em Druzhkivka a ocupação dos separatistas foi facilitada pelos funcionários e milícia locais, então tudo nos parecia mais ou menos calmo, mas, ao lado, em Oleksievo-Druzhkivska houve muitos disparos, porque é a rota Donetsk-Kharkiv. E Slaviansk com Kramatorsk não estão longe. O exército ukrainiano la age mais ou menos - vem, destrói os postos de entrada e segue adiante e os obstáculos reaparecem, são construídos pelas mesmas pessoas.

Há muitos problemas de sobrevivência diária, por exemplo com alimentos. Eu tenho amigos no maior supermercado, e eles disseram que os gestores, literalmente de joelhos, pedem aos fornecedores até mesmo pelos produtos lácteos, para não faltar às crianças.

Mas eu sempre fui a favor da Ukraina, então continuo usar a fita na roupa e no carro. Conflitos violentos sobre esta questão ainda não houve - eu cresci nesta cidade, aqui todos me conhecem, eu conheço todos. Muitos dos meus amigos, infelizmente, apoiam os separatistas, mas nossa amizade está acima dos problemas políticos, amigo - é sempre amigo. No entanto, eu não me permitiria usar a fita em Kramatorsk ou Slaviansk, porque lá matam por isso. O pior de tudo, é que as pessoas temem expressar suas opiniões, porque não sabem o que esperar das pessoas armadas. Mas eu amo Ukraina, vivo com ela em meu coração, é o meu estado interior, portanto farei tudo para provar isto.

Myroslava (Mariupol)

Atualmente, a cidade está praticamente deserta. Os pais tem medo de deixar as crianças ir à escola, os estudantes estão ausentes das classes. As fábricas trabalham, mas os gráficos caem quando aumenta o confronto. A maioria das lojas no centro está fechada. Nos armazéns e supermercados as prateleiras estão meio vazias. Ao longo do perímetro central estão as barricadas de pneus, carros roubados e avariados, árvores arrancadas, balcões, sinais luminosos e painéis de propaganda. A entrada para o Conselho Municipal está cercada com três veículos blindados, queimados. Mais ou menos um terço do transporte público não funciona.

Após os acontecimentos de 9 de maio a população teme saques. Tiros que de tempo em tempo ecoam de diferentes regiões, incêndios dos prédios administrativos e lojas, roubos de veículos, queima de ônibus. Pelas ruas e pátios dos quarteirões de apartamentos andam de carro ou a pé bêbados separatistas armados. Eles gritam: "Rússia!", "Fascismo não passará!", etc.

Agora Mariupol recupera-se dos acontecimentos de 9 de maio. Os mais valentes andam e examinam as construções queimadas da milícia e do Conselho Municipal, fotografam-se na frente dos veículos blindados e das barricadas. A molecada e os borrachos tumultuam nos restos da unidade militar e da filial do PrivatBanco à procura de comida...

O trabalho dos jornalistas ukrainianos e estrangeiros  é perigoso, os separatistas procuram pegá-los, para não permitir fotos. Os trabalhos da mídia alemã encontraram um meio de abordagem - 200 hryvnias - e até tem deslocamento protegido.

Participar das ações de massa anteriormente já era perigoso. Desde março quase todas elas terminavam com ataques dos separatistas armados, e desde final de abril é completamente impossível. Os participantes de marchas pacíficas de Mariupol, com bandeiras oficiais, são marcados como "fascistas" e esforçam-se para liquidar facilmente. Foto de ativistas ukrainianos estão na parede do Conselho Municipal ocupado, com indicação de dados pessoais (endereço, número do passaporte). Constantemente telefonam intimidando e ameaçando.

Depois do início da desordem na cidade a comunidade pró-ukrainiana constantemente aumenta com novos ativistas e passou para ações de forma subterrânea. Foi criado destacamento de Mariupol, estabelecidos contatos com destacamentos militares ao redor da cidade, juntam-se recursos financeiros para o necessário indispensável - desde produtos a equipamentos especiais. Deve-se ressaltar que nenhum grupo do nosso destacamento não capitulou sob pressão dos "habitantes pacíficos". Os postos de controle na entrada da cidade controlam, exclusivamente, os militares ukrainianos.

Os habitantes patrióticos de Mariupol causam resistência aos atacantes, realizam detenções e levam os patifes à milícia, mas lá os soltam. Além disso os ativistas reúnem informações sobre ações dos separatistas armados e as transferem aos militares, informam a população através de folhetos. Acompanham os jornalistas internacionais e ukrainianos e também as missões de organizações internacionais.
Em suma, apesar das ineficiências e posição confusa do governo central, nós nos esforçamos não cair em desespero. Apoiamos-nos tanto com atividades de guerrilha, como com a compreensão, de que a força do bem sempre vence. Mesmo se não for imediatamente.

Só mais uma coisa. Nós, de modo algum conseguimos com nossos cérebros provinciais compreender: por que não introduzem a lei marcial, com tal destruição e assassinatos? Por que conduzir ao ponto crítico, se é possível resolver no nascimento. Os militares também estão chocados com esta situação, dizem, que para eles seria trabalho para duas horas.

1. A palavra "banderivtsi" vem do nome Bandera. Stepan Bandera era um dos organizadores do exército insurgente ukrainiano, antes da II Guerra Mundial, que visava libertar Ukraina do jugo russo. Esta organização ocorria na Ukraina Ocidental que ainda não era dominada pelos russos. Estes bravos ukrainianos acreditavam na ajuda dos alemães (e não é primeira vez que isto ocorre quando um povo subjugado espera que o inimigo do opressor será amigo do oprimido). Quando os alemães entraram em Lviv, no primeiro dia os insurgentes ukrainianos proclamaram o Estado ukrainiano. Imediatamente Bandera foi preso e enviado para um campo na Alemanha até quase o final da guerra. Continuou vivendo na Alemanha com liberdade restrita, pois sabia que poderia estar sendo procurado por agente russo. E foi o que aconteceu. Ele foi morto por um agente russo de nacionalidade ukrainiana. Nunca foi fascista, que é como xingam, e também com a palavra "banderivtsi" a todos os ukrainianos que se opõem a ocupação russa, aliás, a maioria que usa esta palavra nem sabe o que ela significa, e que se aplica muito mais a quem a usa. - OK)

Tradução: O. Kowaltschuk