sábado, 21 de outubro de 2017

Protestos sob o Conselho. Polícia avisa sobre ​restauração parcial do tráfego no centro de Kyiv.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 20.10.17
Roman Romaniuk, Roman Kravets

Na sexta-feira, 20 de outubro, o trânsito próximo a Verkhovna Rada (Parlamento) foi parcialmente restaurado.
O chefe da Polícia Nacional em Kyiv, Andrei Krischenko, diz que realizam constantes conversações com os organizadores do bloqueio e, com os deputados, para que transfiram as tendas da Rua Hrushevsky para o parque Mariinsky, mas não alcançam êxito. Mas, uma parte das ruas conseguiram liberar.

Os protestos, que foram iniciados dia 17 deste mês, exigem a criação de tribunais anticorrupção, a abolição da imunidade parlamentar e a adoção de uma nova lei eleitoral.  Houve lutas entre manifestantes e policiais, quatro pessoas ficaram feridas.

Maidan Mikho (O nome é Mikhail-OK), ou Saakashvili sozinho contra Poroshenko.

Na tarde de quinta-feira, 19 de outubro, atrás do palco, reuniram-se todos os organizadores da ação: "Escolha ukrainiana".

Mas, se no início do protesto, em 17 de outubro, todos irradiavam confiança e unidade, agora, dois dias depois, eles procuravam "maneiras de se retirar". Todos concordaram de que apenas o partido - "Movimento das Forças Novas" - será responsável pela tenda e pelas pessoas", Os demais alegavam que não podiam responder porque não havia este acordo no início. A exceção eram apenas dois deputados da Auto-ajuda" - Yegor Sobolev e Semen Semenchenko.

Enquanto decidiam como sair da Praça da Constituição, do lado da rua Hrushevsky começaram aplausos. Iluminado com as câmeras de luz, acompanhado por vários guardas, através da multidão, caminhava vitoriosamente aquele que colocava as tendas e recusar-se a elas não tinha o menor desejo - Mikheil Saakashvili. 


Agora este "Maidan", de fato, tornava-se apenas dele.

Tendas da discórdia.

Quando o ex-presidente georgiano Mikheil Saakashvili atravessou a fronteira polono-ukrainiana, ficou claro que ele voltou para Ukraina não para uma vida pacífica.

Saakashvili, por mais de um ano falou sobre a necessidade de eleições parlamentares antecipadas. Quando voltou para Ukraina, abaixo dos muros da Administração presidencial, anunciou sua ambição de "selecionador" da nova "Verkhovna Rada". 

"Reuniremos 300 normais "espartanos" - deputados, que serão a maioria no Parlamento, os quais assinarão um acordo com a nação, que estão lá apenas uma cadência... Vou participar no recrutamento dessas pessoas", - gritava no microfone Saakashvili. 

Isto não foi apenas dito. O ex-presidente da Geórgia sabia sobre a mobilização de jovens políticos e ativistas da ação ukrainiana em apoio à "ande Reforma Política" em 17 de outubro.

Os iniciadores deste movimento social "Honestamente" (Tchesno), grupo anti-corrupção RPR (Pacote Reanimador de Reformas), Centro anti-corrupção do partido "Aliança Democrática", Liberdade (Svoboda), "Auto-Ajuda" (Samopomich), Posição cidadã de Anatoly Greshhenko, "Alternativa" do ex-deputado Yegor Firsov, "Onda" de Viktor Chumal, outros.

Somente no final da preparação da campanha incluíram Saakashvili e seu "Movimento das Forças Novas". Em conversas particulares, eles admitiram que a presença de Saakashvili era como uma garantia de protestos em massa (Prezados, se o atual governo ukrainiano trabalhasse a favor de seu povo e não a favor de seu próprio enriquecimento, alguém, mesmo inexperiente, apelaria pela ajuda de um senhor que nem cidadão da Ukraina é, para derrubar o governo de seu país??? - OK).


Em 20 de setembro, sob o memorial da Independência no Maidan, foi anunciada mobilização à ação ukrainiana "Grande Reforma Política".

E nisso eles estavam certos - a maioria das pessoas, que vieram ao Conselho em 17 de outubro, foi organizada por Saakashvili. Mas ninguém percebeu que apenas Mikho teria alguma influência nessa massa. Ele trouxe as pessoas, para si mesmo. Ninguém planejou tornar a ação indefinida ou exigir algo diferente dos três slogans declarados: tribunal anticorrupção, lei eleitoral e abolição da identidade parlamentar.

Ele, com antecedência, preparava-se para um longo protesto. Porque como explicar de que, já na terça-feira estavam preparadas grandes tendas, que foram colocadas na rua Hrushevskyi pelos companheiros de Semenchenko do batalhão "Donbas". E em 17 de outubro, quando todos exigiam eleições e tribunal, Saakashvili foi ao palco exigir que "apresentassem a cabra".  (Prezados, essa expressão eu não sei explicar. Suponho que ele quer que acusem alguém, que sejam claros. OK).

"Se não houver decisões a favor da nação, Poroshenko precisa pensar, em deixar o seu cargo. Ele ainda tem tempo!" - disse o ex-presidente da Geórgia.




Tais declarações, a cidadezinha de tendas na rua Hrushevskyi, sobre a qual ninguém negociou, e os desentendimentos provocaram os ativistas do Pacote Reanimador de Reformas, movimento "Honestamente" e Código Processual Civil. 
De fato, desde a noite de terça-feira, eles refletiam como sair secos e distanciar-se dos acontecimentos de "Donbas" e dos amigos de Saakashvili.
Na quarta feira à noite, as declarações de ativistas apareceram de forma sincronizada, que não tinham outras exigências, exceto as três já acordadas, inclusive nenhuma relação à quaisquer barraca.
Na quinta-feira, as diferenças no acampamento só se agravaram.. Mas para sair da trapalhada com a cabeça orgulhosamente levantada, todos precisavam de um resultado - uma vitória. E ela foi encontrada. O Conselho começou abolir a imunidade parlamentar, que foi um dos requisitos do protesto.

Depois disso, a ação conjunta foi resolvida. Já à noite, os participantes do protesto emitiram um comunicado conjunto. E, literalmente foi dito: Apenas o "Movimento de novas forças "Saakashvili permanece na cidade da barraca, ele também é responsável pelo movimento. Todos os outros participantes continuam a "luta pelas demandas com seus próprios métodos"
Atrás dessas palavras cautelosas, de fato, esconde-se um "divórcio" não público, mas bastante nítido.


Agora a responsabilidade sobre as pessoas nas tendas é de Saakashvili, Semenchenko e Sobolev.

"Objetivamente, nós não podemos responder pela rua. Que Misha (Saakashvili, Sobolev cavem tudo. Nós precisamos proteger  as nossas pessoas, então concordamos com essa declaração. Mas, nós já concluímos - com Saakashvili não trabalhamos mais" - explicou à Verdade Ukrainiana o líder de uma organização.

As tendas que apareceram na rua Hrushevskyi, não só desafiaram os organizadores da ação. Muito mais emoções causaram no gabinete principal da Administração Presidencial na rua Bankova.

O presidente Petro Poroshenko enfurecia. E tinha motivos. O que ele temia há muito tempo, e tentou evitar todos os últimos meses, aconteceu. E não se trata sobre dezena de tendas sob o parlamento, mas sobre uma situação muito mais perigosa.
Presidente, que veio na onda do Maidan, pela primeira vez enfrentou uma perspectiva bastante real para obter o próprio Maidan. Mas já contra si mesmo.
Quantas barracas e onde no centro de Kyiv não houvesse, mas elas são reais. Nelas já há pessoas bastante específicas, que não planejam ir a outro lugar. Assim, no início, seus slogans eram tribunal, imunidade, lei eleitoral. Mas, já no terceiro dia do protesto todos, abertamente, exclamam do palco, sensíveis a Poroshenko slogans: "Revolução" e "Impeachment".

Os interlocutores da " Verdade Ukrainiana" no cerco do presidente convencem, que na realidade não há problema: "100 pessoas de Semenchenko - não é Maidan", e nada é necessário fazer com a tenda de Saakashvili, porque ela sozinha definhará em uma semana de sua posição sem sentido.

Mas há um problema com Poroshenko. E, não apenas que ele é grande, também é difícil resolvê-lo. A essência desse problema formulou em uma conversa com a "Verdade Ukrainiana" um dos deputados próximos a Poroshenko".

O presidente tem apenas uma resposta nesta questão. - Arsen Avakov. Portanto, na noite de terça-feira, quando "Donbas" de Semenchenko assimilava as tendas na rua Hrushevskyi, na Bankova estava muito quente. Poroshenko chamou Avakov com os líderes da Polícia Nacional. E a conversa, para dizer o mínimo, nem sempre foi correta.

Avakov não escondeu que, escolhendo entre sangue na rua e barracas meio vazias, ele não hesitou em escolher o último. No entanto, Poroshenko, teve motivos para duvidar das garantias do chefe do Ministério do Interior, de que a situação está sob controle total, e Saakashvili nada conseguirá. Porque em 10 de setembro, aquela mesma pessoa, prometeu não permitir a Mikho entrar na Ukraina. Mas ele já está aqui - a dois passos da Bankova. Aquelas pessoas prometeram, silenciosamente arrastar Saakashvili nos tribunais, pelo avanço da fronteira. Mas, ao invés de justificar-se perante os juízes, Saakashvili destruir a cidadezinha de tendas junto ao Conselho.



E o principal, a questão mais desagradável para Poroshenko é que, quando a situação na rua depende da eficácia e capacidade de gerenciamento das forças de segurança, não é o presidente quem controla. Entre suas decisões e ações da polícia ou da Guarda Nacional há um ponto intermediário - Avakov. E, é ele que agora se torou o garante de Poroshenko de que os eventos do outono de 2017 não seguirão o cenário do outono de 2013. (Lembro, Avakov é aquele ministro, que nem mesmo nos documentos e correspondência oficial do ministério não usava o idioma ukrainiano, que é, o idioma oficial do Estado da Ukraina. Não sei se usa depois que as queixas contra ele cessaram. Contra ele foi movida uma questão na justiça, por um cidadão ukrainiano- OK).

Na verdade a falta de vontade do presidente em entrar em tal dependência foi a causa profunda e real, que a muito arruinou as relações entre Poroshenko e Avakov. Embora, ma ralidade, é esse interdependência que ainda mantém todos os centros de influência do poder atual. 
E foi por isso que na noite de quinta-feira Avakov e Poroshenko novamente se reuniram na Bankova para elaborar uma tática comum de resistência ao "Maidan de Mikho. Mas, grandes decisões estratégicas de nenhum lado das fronteiras da polícia ainda não se vê.

E isto já é problema não apenas de Poroshenko ou Saakashvili. Isto, sem dúvida, diz respeito a todos.

Tradução: O. Kowaltschuk

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