segunda-feira, 24 de abril de 2017

"Legião georgiana": ações do Kremlin analógicas, na Georgia e Ukraina.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 05.04.2017.
Alexei Bratushchak











Oficiais georgianos com experiência de combate e habilidades militares da OTAN foram como soldados comuns às Forças Armadas da Ukraina. Para eles não importam os cargos e salários.

O principal - lutar contra o agressor.

Eles lembram, como em seu tempo os ukrainianos ofereceram o seu ombro aos georgianos, quando suas terras capturavam soldados russos. Então agora ajudam a defender o território ukrainiano. Esperam, que depois da reconquista de Donbas e Criméia poderão libertar Abcásia e Ossetia do Sul.

Por causa da participação nos combates no Donbas os legionários georgianos caíram em desfavor do oficial Tbilisi (Capital da Geórgia). E, na Ukraina precisam lutar não apenas com o inimigo na frente: paus na roda colocam até em Kyiv.



Em três frentes

Estou em Kyiv por causa dos problemas da Legião - avisa em conversa telefônica o comandante da "Legião georgiana" Mamuka Mamulashvili. Dentro de algumas horas nós nos encontramos na base da Legião. Conversamos num local, que é muito semelhante ao banheiro de um estádio de futebol, localizado próximo da pista de gelo "Atek". Aqui localiza-se a  "terceira frente" dos legionários.

"O problema é relacionado com um separatista, que recentemente foi libertado da custódia - diz Mamulashvili. - Ele foi "levado" em 2016 pelo financiamento de separatistas. (Eugene Kazmin, ex-deputado do Conselho da cidade de Sevastopol, do Partido das Regiões - Verdade Ukrainiana). Agora ele quer apoderar-se da base da Legião, que pertence a nosso voluntário, e começar aqui uma construção. Por isso nós conduzimos uma guerra com os separatistas, diretamente em Kyiv.

A  "Segunda Guerra" de sua Legião o comandante cita os problemas que surgem aos georgianos na fronteira ukrainiana. Segundo Mamulashvili, Ukraina recusa a entrada a mais de 100 (cem) pessoas - e, portanto, perde lutadores capacitados. Porque para estes georgianos a fronteira fechou-se, Mamuka não sabe. Mas afirma que, posteriormente, este problema ajudou resolver o chefe do Estado Geral Viktor Muzhenko.

A principal frente da "Legião georgiana" - 700 km a leste da capital. A unidade estrangeira na composição da 54ª Brigada Mecanizada luta em Stakhanov n arco de Svitlodarsk. E, supõem os georgianos, por causa de êxitos nesta frente, surgem problemas na reta-guarda.

Operação "Sukumi".

No final de 2016 a "Legião georgiana", juntamente com sub-unidades da 54ª brigada repeliu o inimigo de uma das alturas dominantes. Então a linha da frente recuperou algumas centenas de metros.

Em janeiro de 2017 os detalhes desta operação contou a este autor o comandante da operação Jaba Lelashvili, chamado de "Maestro". Segundo suas palavras precisaram três dias para reaver a região alta.
"No primeiro dia eles esperavam por nós, - lembra "Maestro". - Nosso primeiro grupo começou a se mover e devia ser o chamariz. O segundo grupo devia entrar do outro lado e aceitar a luta. Mas eles esperavam por nós, atiravam nos lugares que nós devíamos passar. E nós, no primeiro dia não avançamos, no segundo, também. 
Quando nós percebemos que eles relaxaram, nós, de repente, fizemos o assalto a este cimo. A luta durou 10 - 15 minutos, e eles deixaram as suas posições.

Para que a operação fosse bem sucedida, Lelashvili repetidamente aventurava-se em linhas inimigas e recolhia informações.  Certa vez a inteligência georgiana tanto adentrou, que quase chegou ao quartel-general do inimigo. Então o grupo legionário precisou enfrentar a luta
"Eles nos viram, quiseram levar-nos vivos - diz Lelashvili. - Gritavam, "ukrope" (Significa "endro" - não sei porque, mas este apelido pegou - OK), desistam, joguem as armas. Mas, em rendição nós não pensávamos, lançamos granadas, no abrigo havia oito. Depois nos perseguiram, mas como você vê, eu estou aqui.

Ainda n verão a inteligência da Geórgia informava, que nas posições do inimigo, próximo a Stakhanov - Pervomaisk os militantes já não eram do exército regular. Um pouco antes da operação "Sukhumi", realizou-se rotação. "As autoridades mudaram, as unidades mudaram, trouxeram  uma nova técnica. Além disso, havia soldados russos", - diz Lelashvili.

Pela operação "Sukhumi" Jaba Lelashvili recebeu medalha. Pelo serviço militar para Ukraina".

Com a experiência da OTAN .

Os georgianos estão na frente ukrainiana desde o início da guerra. Mamulashvili explica, que ainda durante o Maidan compreendeu: Rússia desencadeará guerra. E já então começou formar uma unidade de combate. Verdade, em 2014, tudo começou com alguns georgianos.

"Os rapazes reuniu Mamulashvili - lembra "Maestro" (apelido de Jaba Lelashvili) " - Mamuka - pessoa com experiência.Ele era assessor do ministro da Defesa da Geórgia (2009-2012). Conselheiros simplesmente não indicam, se a pessoa não entende nada - ela não é escolhida. Georgianos, que na própria pátria serviram no exército, forças especiais, agências de aplicação da lei - pediram baixa e vieram para Ukraina. Eles já sabiam, que havia a Legião".

O pai do comandante da "Legião Georgiana" - conhecido na Geórgia general do Exército Zurab Mamulashvili. Sob seu comando Mamuka começou lutar aos 14 anos, durante a guerra na Abkhazia (1992-1993, do lado da Abkhazia tomou parte na guerra o exército russo (Verdade ukrainiana). - Então ambos passaram pelo cativeiro. Hoje os dois ajudam os ukrainianos contra os russos.

https://www.youtube.com/watch?v=wyeHssCwLiU

A base de legionários formam os oficiais georgianos que possuem vasta experiência militar, diz Mamulashvili.
"Nossos oficiais passaram pelo treinamento da OTAN. Eles estiveram em missões no Afeganistão, Iraque. Quase todos participaram dos combates na Geórgia, em 2008. Há aqueles que lutaram na década de 90" - diz o comandante. Por exemplo, o soldado do exército ukrainiano Jaba Lelashvili, na Georgia era comandante das forças especiais "Delta". Ele tem experiência de combate em 2008 e nos anos 90. Ele, desde criança lembra, que há 25 anos atrás pela Georgia guerreavam os ukrainianos.

No meu prédio viviam ukrainianos - amigos de meu pai, que lutaram conosco. Um deles, David Martenenko,  sempre jogava conosco - crianças. Agora meu pai esta doente, ele tem paralisia. Se ele estivesse bem, ele estaria aqui.

Os ukrainianos lutaram conosco também em 2008. Os georgianos nunca esquecem o bem, que recebem. E, nunca esquecem o mal.

À maioria dos soldados da "Legião Georgiana" os russos mataram irmãos, pais, amigos. Dois amigos meus mataram diante de meus olhos. É por isso que nós viemos aqui", - explica sua motivação para lutar pela Ukraina Lelashvili.

Lutamos contra Rússia na Georgia, agora lutamos com a Federação Russa na Ukraina.

Em 2014 os georgianos começaram lutar quase sem armas. Mas, após as primeiras lutas conseguiram apoderar-se das máquinas. Hoje, dizem, não têm problemas com as armas.
"Uma das primeiras operações foi em Zaitseve (aldeia em Gorlivka - Donetsk - (Verd. Ukrainiana) - lembra Lelashvili. - Nós, então, nem arma tínhamos. Para três pessoas um automático. - O restante - lutava com facas. Depois nós encontramos um depósito de armas, fornecemos a quem precisava. Eles viram, que nós não somos simplórios, não viemos de um Kolkhoz (Fazenda coletiva imposta aos povos oprimidos pela Rússia - OK), que nós também entendemos algo nesta questão.

Mais tarde os georgianos participaram das batalhas nas aldeias Klynove e Krasny Pahar (Hoje Vozdvyzhenka, aldeia entre Svetlodarsk e Popasna), foram cercados no aeroporto de Lugansk. Trabalharam com "Aydar", "Setor Direito", "Pacificador" e 24ª Brigada

Серпень 2014 року. Грузини разом з бійцями батальйону





Agosto  de 2014. Georgianos com os soldados do batalhão ukrainiano "Myrotvorets" (Pacificador).

Os legionários georgianos foram legalizados somente após o Parlamento ter permitido aos estrangeiros servir nas Forças Armadas da Ukraina. Em fevereiro de 2016 a "Legião Georgiana" entrou oficialmente às fileiras do 25º batalhão "Kyiv Rus"  na 54ª brigada mecanizada das Forças Armadas da Ukraina.

Mamuka Mamulashvili - Comandante da Legião Georgiana (Lutam contra ocupação russa mas usam, tal como os ukrainianos, o idioma russo. E muitos ukrainianos ainda defendem o idioma russo como idioma inteligente - simplesmente não consigo compreender - OK).
"Maestro"  lembra, que então nem mesmo lia o contrato para servir nas Forças Armadas da Ukraina. As condições não lhe interessavam - estava contente, porque podia lutar oficialmente.
"Para nós, após a assinatura do contrato nada mudou. Antes as lutas eram ativas. Agora - não. Agora, se não houver ordem do comandante, é como se estivéssemos com as mãos amarradas. Sem ordem, não lutamos. Mas, se há ordem - a ordem deve ser executada" - diz Lelashvili.

Além de cidadãos da Geórgia, à Legião também inclui lutadores dos EUA, Alemanha, Azerbaijão, Moldávia, diz Mamulashvili.
Todos os legionários são oficialmente legalizados. Nos próximos dias, os primeiros legionários georgianos receberão o status de "Participante de ações de combate".
Isto para nós é simbólico. Nós não podemos aproveitar os benefícios, que este status fornece, porque não somos cidadãos da Ukraina. Mas, os benefícios nós não precisamos. Isto, do ponto moral é correto - dar aos rapazes o comprovante de Participante de Ações de Combate, para que eles compreendam que fizeram algo para Ukraina", - explica o comandante da Legião.

Mamulashvili diz, que os georgianos desde o início das ações de combate queriam obter o status oficial. Afinal, em sua opinião, todos os batalhões voluntários devem ser controlados pelo Ministério da Defesa, ou o Ministério dos Assuntos do Interior - porque, depois da guerra na Geórgia as unidades de voluntários não controladas transformaram-se em gangues.
Eles comparam a guerra com a Rússia em 2008 com ações de combate contra os russos na Ukraina. Lembram que a guerra na Rússia foi intensa. O exército da União Soviética incluía até aviação. Na Ukraina, fazer isto, os russos têm medo - Kyiv tem um sistema de defesa aéreo eficaz.
Em outras abordagens, as ações do Kremlin são análogas, tanto na Georgia, quanto na Ukraina.
"FSC" w "DNR" feitas como cópia da ocupada Abkhazia e Tskhinvali. Durante a ocupação, a situação, se não piorou, certamente não melhorou. A eles prometeram montanhas de ouro, que eles terão tudo. E, na verdade, tudo o que tinham, levaram - e não deixaram nada" - diz Lelashvili.

Geórgia inteira Rússia não conseguiu ocupar. Em compensação, Moscou conseguiu mudanças na elite política.
Hoje em Tbilisi - governo pró-russo, dizem os legionários georgianos. Em particular, com isso explicam os problemas que surgiram como o enterro, na Pátria, do legionário morto na Ukraina.

"Na legião houve perdas. Duas pessoas morreram. Foram enterrados na Geórgia. Com isso surgiram problemas por causa da posição pró-russa do governo georgiano. Apesar do fato de que o povo georgiano nos apoia totalmente. Mas o governo tenta, por todos os meios nos prejudicar.

Sob pressão estão nossas famílias. Se o governo descobre, que a pessoa pertence à Legião Georgiana,dão-lhe poucos dias para que ela deixe Geórgia. Isso é ilegal. Os soldados são advertidos verbalmente, para que não permaneçam no país por mais de 2 -3 dias. O governo teme concentração de legionários", - diz o comandante da Legião da Geórgia.

Jaba Lelashvili está convencido, que todos os georgianos, que lutam na linha de frente na Ukraina, são inimigos do governo pró-Rússia na Georgia - porque lutam os legionários, exatamente contra Rússia.
Por causa disso, ele não pode prever, quando poderá voltar para casa.  "Assim que devolvermos a Criméia, iremos retornar Abkhásia", - disse o "Maestro".

Portanto os Legionários preparam-se para criar uma companhia militar reforçada "Legião Georgiana", que passará sob o comando direto do comandante da brigada. Segundo Mamulashvili, tal iniciativa apresentou o chefe do estado maior Viktor Muzhenko.
Isto deve acontecer após a rotação. A legião, durante três meses removem da linha de frente. Durante esse tempo Mamulashvili planeja incluir novos oficiais, para aumentar o número de legionários para cem pessoas.

Tradução: O. Kowaltschuk

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