quinta-feira, 21 de julho de 2016

Este ataque é antes contra Bielorrússia, que contra Ukraina".
Statkevich sobre o assassinato de Sheremeta.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 20.07.2016
Valery Kalinovski


Minsk - Pavlo Sheremet era da Bielorrússia, manteve-se até o final como jornalista bielorrusso. Assim, sua morte foi muito dolorosa para sua família, amigos e colegas em Minsk.

A mãe de Pavlo Sheremet informou que seu filho será enterrado na terra natal, em Minsk. A notícia foi publicada em Minsk, no site da oposição "Partizan Bielorusso", cujo fundador, redator e blogueiro era o próprio Pavlo Sheremet.

Ele tinha vários projetos na internet da Bielorrússia, recentemente visitou sua mãe e o túmulo de seu pai. Seguia os desenvolvimentos de seu país, escrevia e comentava sobre eles.  Em 1997 Sheremet foi um dos primeiros presos políticos bielorrussos punidos por atividades jornalísticas. Depois disso ele não suportava mais o regime de Lukashenko.

O político bielorrusso de oposição Nikolaj Statkevich, também ex-preso político, sobre a morte de Sheremet - o assassinado dirigente do popular site patriótico "Partizan bielorrusso", que firmemente observava as patrióticas posições bielorrussas e lutava contra o chauvinisno russo, por livre e independente Bielorrússia. Este ataque foi, em primeiro lugar, contra a Bielorrússia não contra Ukraina", - diz Nikolay Statkevich

Amigo próximo de Nemtsov

Svetlana Kalinkina - colega de Pavlo Sheremet de trabalho no jornal independente "BDG" e co-autor do Livro "Presidente acidental" sobre Alexander Lukashenko, (presidente da Bielorrúsia - OK) que ela escreveu junto com Sheremet. Ela acredita em motivos políticos do assassinato, conectado com suas atividades profissionais.

Pavlo era muito próximo a Boris Nemtsov (que também foi assassnado - OK). Aqui podemos apenas especular algo. Mas o fato de que há relação com política, em minha opinião - cem por cento" - disse Svetlana.

Em 2000, na Bielorrússia desapareceu o colega e amigo de Pavlo Sheremet - teleoperador Dmitry Zavadski. Olga Zavadski, mãe de Dmitry não conseguia segurar as emoções. "Pavlo era muito direto em suas declarações, muito crítico, e a alguém, provavelmente, estorvava. E, o fato de que não tinha medo de falar sobre os regimes de um ou outro país, Belarus, Rússia e Ukraina, conduz a certas conclusões". 

Juntamente com Dmitry Zavadski, na Bielorrússia, desde a independência foram mortos dois 
jornalistas.

Pavlo Sheremet morreu em consequência de explosão do carro que ele dirigia no centro de Kyiv, às 7:45 horas da manhã, quando ía ao trabalho. O artefato foi colocado junto ao assento do motorista. O carro pertencia à sua esposa. Pavlo geralmente ía a pé para o trabalho. Naquele dia, por estar atrasado, pegou o veículo. 

Zorian Shkiriak, assessor do Ministério de Assuntos Internos da Ukraina disse que a investigação preliminar considera principais causas possíveis do assassinato sua atividade profissional e as relações hostís. Ele acrescentou que é impossível excluir o "rastro russo".

A Procuradoria da Ukraina qualificou o assassinato de Pavlo Sheremet como assassinato premeditado, cometido de forma perigosa para a vida de muitas pessoas.

O principal redator da publicação online da "Verdade Ukrainiana" Musaev Borovik relaciona a morte de Pavlo Sheremet com sua atividade principal - na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa incitaram as autoridades da Ukraina trazer à justiça os autores e organizadores do assassinato do jornalista Pavlo Sheremet. 

Pavlo Sheremet era bielorrusso, jornalista russo e ukrainiano da TV, rádio e edições periódicas. Nos últimos cinco anos viveu em Kyiv, trabalhou na edição da "Verdade Ukrainiana" e Rádio "Vesti".

Assassinato dee Sheremet - 2º dia do inquerito.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 21.07.2016

A despedida com Pavlo Sheremet na Ukraina vai até amanhã, 22 de julho. 
A investigação considera seis versões, disse na transmissão "112 Ukraina" o assessor do Presidente do SBU Yuri Tandit, mas no momento pode-se falar de apenas quatro: atentado a Helena Pretula , em cujo carro Sheremet ía  ao trabalho, o chamado "rastro russo", antipatia pessoal e atividade profissional.

Deputado Mustafa Naiem: "A Polícia Nacional está fazendo um grande trabalho, eu não estou inventando. Estão incluídos investigadores com experiência em investigação de explosões. Há vestígios. O principal é encontrar o executor. E só depois poderemos falar sobre o mandante".

O representante do Departamento dos EUA John Kirby falou sobre a introdução de especialistas americanos ao caso.

Os jornalistas bielorrussos da "TV Belsat" publicaram uma análise do especialista polonês Andrzej Mroczek, de uma das câmaras, que, segundo eles, estava trabalhando nas ruas e registrou o momento da explosão. Segundo Mroczek, no caso explosivo controlado por rádio, o executor frequentemente fica próximo para controlar o processo.

No vídeo da "TV Belcat", avista-se um homem que apoia-se numa bengala, no entanto, após a explosão, rapidamente corre até o carro. Infelizmente a fita acabou neste ponto.

Na mídia social a discussão é sobre outro vídeo - de jornalistas do "Canal 17", que se encontraram no local do crime e publicaram na rede um vídeo de primeiros momentos depois da explosão, que entre outras coisas mostra o jornalista morto e retirado do carroo.

O assessor do Ministro do Interir Zorian Shkiriak, especialmente apelou ao Facebook fechar este canal. "Penso, que há muito tempo deve-se abordar seriamente aos anti-estado mídias de propaganda do Kremlin, que abertamente realizam provocações informativas no território da Ukraina, trabalhando a favor do Kremlin, cravando faca nas nossas costas.
A equipe do "Canal 17" publicou um vídeo no qual chamou sua presença de coincidência. Eles pretendiam receber um comentário do prefeito de Kyiv, esperavam sob sua residência.
"Nós culpam dizendo que nós sabíamos sobre sua ausência. Sim, nós sabíamos, mas fomos verificar. Não nos ensinem trabalhar." - disse o diretor do canal Jan Novoseltsev.
(Na Rússia um estrangeiro pode falar assim? -OK).
No final, Novoseltsev ofereceu as imagens aos investigadores.

Tradução: O. Kowaltschuk 

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